Mensagem de boas vindas

Bem Vindo ao blog Campo da Forca. Apontamentos pessoais também abertos a quem os quiser ver.

25/02/14

História de Roma -13

A RECONCILIAÇÃO SOCIAL
A sociedade romana nos primórdios da república apresentava-se dividida entre patrícios e plebeus e assente no sistema patrono-cliente. A clientela constituía um travão poderoso ao desenvolvimento da democracia. No momento em que Roma sofreu ataques externos de todos os lados, foi indispensável que resolvesse as tensões internas antes que elas atingissem proporções destruidoras. Só assim o Estado teve condições para esmagar, um após outro, os inimigos externos e para conquistar vastos territórios e se apropriar de vastos recursos. Em 454 a.C., foram nomeados para o lugar de cônsules grupos de oficiais. Esta medida tomada por razões militares, prolongou-se por 80 anos e foi útil à causa dos plebeus, dado que alguns conseguiram ascender à posição destes oficiais, quando antes nenhum havia conseguido ascender a cônsul. O membro mais eminente desta autoridade foi o vencedor de Veios, Camilo. Após Camilo, o consulado foi restaurado. Em 367 a.C. foi proposta uma lei, pelos tribunos da plebe, em que umdos cônsules passaria a ser escolhido entre os plebeus. A partir de 351 a.C. os plebeus passaram também a ter acesso ao cargo de censor. Estas modificações levaram ao aparecimento de uma nova classe dirigente, a nobilitas, composta por patrícios e plebeus, todos eles descendentes de cônsules, de censores e de ditadores. Trata-se de uma nobreza assente no prestígio e no dinheiro. Em 366 a.C., os plebeus dos níveis inferiores foram favorecidos com a criação do cargo de pretor, libertando os cônsules de algumas obrigações jurídicas e civis, e desempenharem melhor as funções militares. Os pretores estavam, teoricamente, obrigados a aplicar a lei em vigor, sem a modificarem, mas, na realidade, os seus éditos constituíram uma multiplicidade de emendas e regras que adoptavam a lei à complexidade crescente da sociedade romana. Em 287 a.C. os cofres do Estado estavam tão vazios e os campos tão abandonados devido ao recrutamento para o exército, que as propriedades caíram em ruína e os proprietários  endividaram-se tanto que houve, nessa situação de emergência, a nomeação de um ditador: Quintus Hortensus, que fez votar uma lei constitucional (Lex Hortensia) a favor dos plebeus. Daí em diante, as decisões votadas pela assembleia dos Plebeus passaram a ter força de lei e a vigorar para todos os cidadãos romanos, plebeus ou patrícios. A luta entre os dois grupos da sociedade romana chegava ao fim e Roma pode afrontar os seus piores inimigos com uma formidável frente unida e coesa.
A Lei das XII Tábuas
No plano económico, o século V a.C. foi para Roma um mau período, marcado por miséria, fomes e epidemias mortais. Uma das consequências foi o grave endividamento de grande número de plebeus que, não as podendo pagar abandonavam a cidade ou passavam à condição de escravos. Com receio de verem desintegrar-se o exército e a nação, os patrícios acederam à principal reivindicação dos plebeus: a criação de um conjunto restrito de funcionários encarregados de zelar pelos seus interesses – os tribunos da plebe. No plano jurídico, os direitos dos plebeus não estavam fixados de forma precisa, pois não estava escrita e era interpretada por um colégio de pontífices, composto exclusivamente por patrícios. A contestação dos plebeus foi de tal maneira forte que, em 451 a.C., o governo normal dos cônsules foi provisoriamente suspenso e substituído por uma comissão de dez patrícios (os decênviros) encarregados de redigir um corpo de leis, que foram aprovados nos comícios e gravado em doze tábuas que passaram a estar expostas no Fórum. Ao exigirem esta medida, os plebeus inspiraram-se nas ideias gregas que circulavam à volta do Aventino, onde os gregos vinham comerciar. A redacção de um código civil era, efectivamente, familiar aos Gregos. O impacto da Lei das Doze Tábuas nas gerações futuras foi considerável. As Tábuas foram destruídas sessenta anos depois com a invasão dos gauleses, mas foram meticulosamente reconstruídas e conservaram força de lei. A tradição ainda hoje as reconhece como fonte do direito romano. 
A unidade italiana
Os Romanos possuíam um dom político extraordinário, não hostilizando os povos que venciam e relacionando-se com as cidades. Roma oferecia aos Estados vencidos, em função das circunstâncias, três tipos de tratados «iguais», «desiguais» ou «iníquos». Estes últimos, que sublinhavam a inferioridade dos vencidos, eram estabelecidos com aquelas populações que os romanos não consideravam suficientemente próximas ou fiáveis para lhe conceder o estatuto de semi-cidadania e foram cada vez mais escolhidos. Foi um tratado destes que propuseram aos Samnitas. Todos estes povos passavam a gozar da protecção de Roma e a beneficiar da pax romana.

No fim da 3ª guerra Samnita, Roma possuía 120 cidades aliadas em toda a Itália Central e tinha realizado o seu primeiro grande feito histórico: a unidade italiana.

21/02/14

HISTÓRIA DA PINTURA DO SÉCULO XX: 7- ARTE NOVA

A Arte Nova desenvolve-se entre 1880 e 1914, criando uma estética que vai buscar inspiração à Natureza. A preferência por formas curvilíneas advém do mundo animal e vegetal, e também do corpo da Mulher. A estética da Arte Nova espalha-se pelas mais diversas áreas: Arquitectura, Escultura, Pintura, Desenho, Ilustração, Publicidade, Artes Aplicadas (ferro, madeira, azulejo, mosaico, vitral, papel de parede) e Artes Decorativas (mobiliário, espelhos,
Candeeiros, etc.). Não existe propriamente uma pintura de cavalete de estilo Arte Nova. Apenas alguns pintores revelam influências pontuais dessa estética. Mas na Ilustração e na Publicidade (artes que se aproximam mais da Pintura) importa observar o trabalho de alguns artistas.

Ilustradores Arte Nova:
Aubrey Beardsley
Henri de Toulouse-Lautrec
Jan Toorop
Alfons Mucha
Aubrey Beardsley - Climax (1894)

Aubrey Beardsley - A saia de pavão (1894)

Toulouse Lautrec - Jane Avril no Jardin de Paris (1893)

Toulouse Lautrec - Baile no Moulin Rouge (1891)

Jan Toorop - Fatalismo (1893)

Jan Toorop - Ó sepultura, onde está a vitória? (1893)

Alfons Mucha - Cartazes

Alfons Mucha - As estações do ano (1897)



20/02/14

HISTÓRIA DA PINTURA DO SÉCULO XX: 6- PÓS-IMPRESSIONISMO

São considerados pintores pós-impressionistas aqueles que, partindo do
Impressionismo, desenvolveram pesquisas pessoais centradas em aspectos mais específicos. Deste modo, o Pós-Impressionismo não é um movimento, nem sequer um grupo, mas o somatório dessas abordagens pessoais.
Os pós-impressionistas abrem as portas ao afastamento da Pintura em relação à realidade visível. Seurat e Signac seguem o caminho do Pontilhismo (Divisionismo ou Neo-impressionismo), reduzindo as pinceladas a pequenos pontos. As suas formas geometrizam-se e a sua pintura torna-se mais plana. Influenciam o Cubismo e o Expressionismo. Gauguin trabalha a cor de uma forma antinatural e simbólica, recorrendo com frequência à cor plana. Introduz a linha de contorno como elemento estruturante do quadro. Influencia o Simbolismo e o Expressionismo. Van Gogh utiliza cores intensas para transmitir emoções. A sua técnica de pinceladas largas e soltas vai influenciar sobretudo o Expressionismo. Toulouse-Lautrec tem uma forte formação de Desenho. Por vezes pinta como quem desenha, com pinceladas longas e certeiras. Vai influenciar o Expressionismo, mas também a Arte Nova, com os seus cartazes. Cézanne preocupa-se com a representação da profundidade através de jogos de cores. Simplifica e geometriza as formas. Aproxima-se do Abstracionismo e influencia decisivamente o Cubismo.

Pintores pós-impressionistas:
Georges Seurat
Paul Signac
Paul Gauguin
Vincent van Gogh
Henri de Toulouse-Lautrec
Paul Cézanne

Seurat - Banhistas em Asnieres (1884)

Signac - A sala de jantar (1866)
Van Gogh - Os comedores de batatas (1885)
Gaugin - Crianças bretãs dançando (1886)
Toulouse Lautrec - Dança no Moulin Rouge (1890)

Cézanne - As banhistas (1906)


19/02/14

HISTÓRIA DA PINTURA DO SÉCULO XX: 5- IMPRESSIONISMO

O Impressionismo surge a público pela primeira vez em 1863, no Salão dos Recusados. A partir de 1914 está praticamente extinto. Alguns dos seus temas e ambientes apresentam influência da Escola de Barbizon e ainda alguma ligação ao Romantismo. No entanto, surge com novidades que vão ser decisivas para a História da Pintura. 
O Impressionismo sofre influência da Fotografia, explorando momentos passageiros, diferentes situações de luz, novos enquadramentos e perspectivas inusitadas. Mas vai explorar também aquilo que não estava ainda ao alcance desta: a Cor. A preferência pela pintura de ar livre deve-se ao facto de aí a luz e a cor serem mais intensas. Para a exploração da pintura de exterior, muito contribuiu o advento das tintas em bisnaga. Influenciados pela teoria da cor de Eugène Chevreul, os impressionistas fazem maior uso das cores primárias, por serem mais luminosas. Na representação de sombras não usam preto nem castanho mas outra cor, ou a mesma, mas num tom mais escuro. As pinceladas soltas e justapostas levam à mistura óptica das cores, tornando mais intensa a luz do quadro. Na pintura impressionista típica não se definem contornos, não se utilizam linhas e desprezam-se pormenores. Formas e objectos não são representados de forma fiel, mas sugeridos. Parte da pintura impressionista surge ligada ao lazer e ao dia-a-dia da classe média de Paris, com registo de cenas de ócio, convívio, divertimento e vida boémia.

Pintores impressionistas:
Édouard Manet
Claude Monet
Auguste Renoir
Camille Pissarro
Alfred Sisley
Edgar Degas
Armand Guillaumin
Gustave Caillebotte
Berthe Morisot
Mary Cassat
Marie Bracquemond
Eva Gonzales

MANET 1862 - Musica em Tuileries
MONET 1873 - O almoço
RENOIR 1869 - La Grenouillere
PISSARRO 1889 - Respigadores
SISLEY 1874 - A lição
DEGAS 1873 - Antes da corrida
GUILLAUMIN 1907 - Trayas
CAILLEBOTTE 1877 - Senhora Boissiere
BERTHE MORISOT 1886 - Rapariga com avental vermelho
MARY CASSAT 1894 - A lição de banjo
MARIE BRACQUEMOND 1880 - No terraço em Sèvres
EVA GONZALES 1880 - Passeio de burro

18/02/14

HISTÓRIA DA PINTURA DO SÉCULO XX: 4- SIMBOLISMO

O Simbolismo perdura entre 1860 e 1914, sendo mais significativo em França. A mitologia, a religião, o misticismo, as alegorias e a sensualidade são aspectos frequentes na pintura. Alguns pintores têm formação clássica, outros não; Alguns organizam-se em grupos, outros são independentes. A partir de 1886, forma-se a escola de Pont-Aven, na Bretanha, sob a liderança de Gauguin. A região rural e "atrasada" atraiu os pintores devido a uma certa pureza de vida, algo primitiva. Utiliza com frequência cores fortes e antinaturais e linhas de contorno, talvez por influência da técnica do vitral.
O grupo os Nabis ("profetas", em hebraico) é especialmente activo na década de 90. Revela influências dos pós-impressionistas e da pintura japonesa. Simplificam as formas, fazem uso de cores planas e da linha como elemento de contorno. A literatura religiosa e fantástica serviu-lhes de referência.

Pintores simbolistas:
Arnold Böcklin
Pierre Puvis de Chavannes
Gustave Moreau
Odilon Redon
Ferdinand Hodler
Giovanni Segantini
Paul Sérusier
Émile Bernard
Edouard Vuillard
Maurice Denis
Emile Bernard - Madalena no bosque do amor (1888)
Edouard Vuillard - Pequeno almoço



















Maurice Denis - As musas (1893)
Segantini - Ave Maria (1886)

Gustave Moreau - Orfeu  (1865)
Bocklin - Odysseus and Kalypso (1883)
Puvis de Chavanner - Decapitação de S. João Baptista

Odilon Redan - Buda (1904)
Hodler - Os cansados da vida (1892)







17/02/14

HISTÓRIA DA PINTURA DO SÉCULO XX : 3- REALISMO

1  O Realismo surge em 1848, em França, no início de uma crise política, económica e social, marcada por revoltas operárias e pela ascensão das ideologias de esquerda. Tem expressão sobretudo na Pintura e na Literatura, surgindo também na Ilustração e pontualmente na Escultura. O Realismo aponta injustiças e situações de exploração. Pretende uma “arte útil”, que registe a realidade social e política da época, e que contribua para mudar a
Sociedade.Deste modo, os artistas acabam por se envolver ideologicamente com a política. Em Pintura, o Realismo é um movimento eminentemente francês, contudo, também colheu adeptos noutros países, em especial em Inglaterra e nos Estados Unidos.

Pintores do realismo:
François Millet
Gustave Courbet
Honoré Daumier
Ford Madox Brown
George Caleb Bingham

Millet - Caçando pássaros à noite

Courbet - Operários partindo pedra

Daumier - A insurreição

HISTÓRIA DA PINTURA DO SÉCULO XX : 2- NATURALISMO

O Naturalismo surgiu por volta de 1830 em Barbizon, aldeia rural na floresta de Fontainebleau, situada 50 km a sul de Paris. Para lá se deslocou um grupo de pintores que decidiu sair da cidade e trocar a pintura clássica de estúdio pela de ar livre, em contacto directo com a Natureza e com a vida rural. Os pintores naturalistas rejeitavam a ideia de que só um "tema nobre" (histórico, mitológico, religioso ou retrato) poderia fazer um grande quadro. Por isso, preferiram a pintura de paisagens e de cenas do quotidiano rural. Por volta de 1870 a escola extinguir-se-ia, mas não o movimento que nela surgiu, que depressa conheceu uma grande expansão fora de França, perdurando até aos dias de hoje.
O Naturalismo influenciaria decisivamente o Realismo e o Impressionismo.

Pintores naturalistas:
Théodore Rousseau
Narcisse Diaz de la Peña
Constant Troyon
Jules Dupré
Charles Daubigny
Henri Harpignies
Jules Veyrassat
Camille Corot

Rousseau - Floresta de Fontainebleau

Troyon - Vacas no prado

Dupré - Planície

 Daubigny - Nas margens do rio LÓise

Harpignies - Uma grande árvore

Corot - Pôr-do-sol




HISTÓRIA DA PINTURA DO SÉCULO XX : 1- Introdução geral


O que tem de especial a pintura do séc. XX?
Oficialmente, a partir de 1905 dá-se uma importante mudança, no seguimento de algo já anunciado nas duas décadas anteriores, e que se tornará na sua característica mais relevante: - A pintura afasta-se da realidade visível e procura outros caminhos.
A Pintura Moderna é o mais recente capítulo da História da Pintura Ocidental, que se inicia no final da Idade Média, quando se dá um afastamento da pintura bizantina, que obedecia a conceitos simbólicos e estéticos muito estanques. Esse afastamento inicia-se por volta do ano 1300, tendo dado lugar aos seguintes períodos artísticos, que antecederam o Modernismo:
- Gótico
- Renascimento
- Maneirismo
- Barroco
- Rococó
- Neoclassicismo
- Romantismo
Para se entender a pintura do séc. XX há que recuar até à quarta década do séc. XIX, em França, onde se encontram as raízes mais profundas da pintura moderna. Utilizando uma árvore como metáfora para a Pintura Moderna:
- As raízes situam-se em meados do séc. XIX;
- O tronco em finais do mesmo século;
- Os primeiros ramos nas primeiras décadas do séc. XX;
- Novos ramos, folhas, flores e frutos nas décadas seguintes.
No séc. XXI a árvore continua a crescer, dando novas flores e novos frutos.
Entretanto, ao lado, surgiram outras árvores, só possíveis por estarem à sombra desta. Mas ninguém sabe quando surgirá uma nova e grande árvore que a substitua.
Mas o estudo dos diversos movimentos que compõem a Pintura Moderna não será possível de uma forma cabal sem que se refiram influências de diversa ordem:
- Científica, social, política;
- Fotografia, cinema e televisão;
- Outras culturas;
- Guerras mundiais;
- Arte conceptual;
- etc.

Como principais correntes precursoras da pintura moderna, temos:
- Naturalismo
- Realismo
- Simbolismo
- Impressionismo
- Pós-impressionismo
- Arte Nova.

14/02/14

Pintura de Matthias Grünewald (1470-1528)

Matthias Grünewald, foi um pintor alemão, precursor do expressionismo e um dos maiores pintores germânicos do gótico tardio.

08/02/14

História de Roma -12

AS GUERRAS SAMNITAS
Os Samnitas eram pastores belicosos que habitavam povoações dispersas pelos Apeninos. O povo Samnita ocupava todo o centro da Itália, divididos em quatro grandes tribos ligadas por acordos que, por vezes, lhes conferiram uma terrível eficácia militar. Em meados do séc. IV a.C., os Samnitas constituíam a primeira potência política da Itália: o seu território e população eram duas vezes maiores que os dos Romanos.
A Primeira Guerra Samnita (343-338 a.C.)
A sobrepopulação levou os Samnitas a estabelecerem-se na Campânia, mas a confederação independente que aí formaram foi conquistada por Roma, sendo os Campanienses cuja cavalaria, medíocre no combate, foi esmagada em Trifanum, em 343 a.C.. Os Campinenses assinaram uma paz separada com Roma, facto que os Samnitas do Centro de Itália, consideraram intolerável.
A Segunda Guerra Samnita (327-304 a.C.)
Em 327 a.C. os Samnitas ocuparam a antiga feitoria grega de Neapolis, que marcava a fronteira com o território romano, onde instalaram uma guarnição militar, que os Romanos se apressaram a expulsar, dando origem à segunda guerra Samnita, longa e fértil em episódios. Na sua primeira campanha, os Romanos sofreram a pior derrota em sessenta anos. Todo o seu exército foi alvo de uma emboscada perto de Cápua. Na sequência deste desastre os Romanos evacuaram Cales e Fregellae e renunciaram às hostilidades durante cinco anos. Quando os combates recomeçaram, os Samnitas obtiveram novas vitórias que lhes permitiram perigosas incursões no próprio território do Lácio.
Mas Roma escolheu este momento para se dotar dum instrumento estratégico fundamental – a Via Ápia, com uma extensão de 212 quilómetros, de traçado rectilíneo, com pontes e viadutos; esta estrada ligava Roma a Cápua atravessando toda a planície costeira (esta foi a primeira estrada verdadeiramente romana e serviu de modelo a milhares de quilómetros de estrada que se estenderam no futuro sobre três continentes). Desta forma os Romanos acabaram por vencer  a Segunda Guerra Samnita e com esta vitória interditou aos seus inimigos o acesso  todo o Sul de Itália.
A Terceira Guerra Samnita (298-290 a.C.)
Os Samnitas enfrentaram Roma de novo. O seu chefe supremo formou, no Norte, uma temível coligação anti-romana composta por gauleses, etruscos e úmbrios. Após derrotas de ambos os lados, as forças romanas alcançaram a vitória definitiva ao entrarem e saquearem o território samnita de uma ponta à outra. A luta foi tão feroz como paciente; os Romanos aprenderam a desmantelar o inimigo, isolando-o em blocos.

Durante este conflito o exército Romano reforçou-se consideravelmente: foi dividido em duas legiões, cada uma com 30 manípulos e cada manípulo era capaz de manobrar e combater quer em fileiras serradas, quer de forma dispersa, tendo assim a faculdade de se mostrar, segundo as necessidades, flexível ou impenetrável. Cada manípulo era composto por três linhas, permitindo que cada uma se recompusesse e se reconstituísse. O Estado Romano começou a fornecer ao exército armamento e equipamento normalizado, passo importante na institucionalização de um exército profissional. Cada legionário usava um capacete, uma couraça, joelheiras e gládio; a lança antigamente usada, foi substituída por outra, com mais de 1,80 metros, metade de madeira e metade de ferro.