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02/08/18

História da Filosofia (segundo Bonifácio): A LÒGICA (1ª parte)


NOÇÃO DE LÓGICA
Lógica, em grego significa a ciência do pensamento com vista à investigação da verdade.
Hoje, lógica significa as formas válidas do pensamento.
A lógica é simultaneamente uma ciência e uma arte. Assenta na distinção entre o verdadeiro e o falso e sendo a verdade uma norma e um ideal para as nossas operações intelectuais, a lógica é uma ciência normativa.

EVOLUÇÃO DA LÓGICA
Na antiguidade, Sócrates e Platão consideravam a lógica como a arte de discutir. de persuadir e de  ensinar em forma de diálogo - era a dialéctica.
Aristóteles, aproveitando elementos dialécticos anteriores deu-lhes uma sistematização rigorosa e criou a “teoria do silogismo”. Para Aristóteles a lógica é um conjunto de leis de valor universal e absoluto, reguladoras de todo o exercício. O seu livro “Organon”, que contém estas leis, é uma espécie de código do pensamento, ao qual toda a inteligência, para pensar correctamente, tem de obedecer e nenhum conhecimento poderia escapar à sua aplicação.
A lógica aristotélica era uma lógica dedutiva, lógica «a priori», de carácter silogístico.
Na idade média, foi retomada a lógica dedutiva-silogística aristotélica e latinizada em alguns dos seus aspectos, mas sem lhe alterar os princípios básicos.
Na época moderna, quando se começaram a desenvolver as ciências experimentais, os investigadores, pondo de parte a lógica dedutiva, empregaram novos processos, fundados na observação e experimentação, com bons resultados. A lógica formal Aristotélica perdeu o predomínio, em benefício da metodologia – conjunto de processos ou métodos para atingir a verdade em cada ciência.
Esta lógica indutiva, «à posteriori», de carácter experimental foi desenvolvida por Francis Bacon que, na sua obra “Novum Organon”, procurou substituir a dedução silogística pela indução amplificante, que permite passar dos factos às leis.
Vinte anos depois, Descartes no seu livro “Discurs de la Méthode” afirmou que a lógica aristotélica não permitira fazer qualquer descoberta científica, e, por outro lado, não chegavam as bases experimentais para o desenvolvimento das ciências. Era por isso necessário usar a razão, esboçando um novo processo dedutivo, diferente do silogístico, que em vez de proceder sempre do geral para o particular, pudesse passar do geral para o mais geral – a chamada dedução matemática ou construtiva.
Este raciocínio foi mais tarde usado por Poincaré, que viu nele uma espécie de “virtude criadora” e foi precisado por Globot.
A lógica moderna é, por conseguinte, predominantemente uma lógica indutiva e emprega uma nova forma de dedução – a dedução matemática.
Os jansenistas (filósofos de Port-Royal), uniram a lógica e a metodologia, considerando a lógica como a arte de pensar, ligaram importância não só à lógica aristotélica, de carácter dedutivo, como à baconiana, de carácter indutivo, e mostraram que elas se completam uma à outra.
Entre muitas outras correntes que apareceram na idade moderna, há que referir os trabalhos de Leibniz, que, seguindo Descartes, quis aplicar à lógica o cálculo  matemático e criar símbolos ou algoritmos que evitassem as deficiências das expressões verbais, usadas na lógica de Aristóteles, e permitissem raciocinar à maneira algébrica.
Na idade contemporânea, Boole, Peano, Russell, etc. desenvolveram a ideia de Leibniz e deram origem à Logística ou Lógica Matemática, que hoje em dia deu origem a uma explosão de aplicações.
A lógica indutiva de Bacon também encontrou continuadores, entre os quais Stuart Mill, que insistiu na necessidade de desenvolver o raciocínio indutivo.

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