NOÇÃO DE LÓGICA
Lógica, em grego significa a ciência do pensamento com vista
à investigação da verdade.
Hoje, lógica significa as formas válidas do pensamento.
A lógica é simultaneamente uma ciência e uma arte. Assenta na
distinção entre o verdadeiro e o falso e sendo a verdade uma norma e um ideal
para as nossas operações intelectuais, a lógica é uma ciência normativa.
EVOLUÇÃO DA LÓGICA
Na antiguidade, Sócrates e Platão consideravam a lógica como
a arte de discutir. de persuadir e de ensinar
em forma de diálogo - era a dialéctica.
Aristóteles, aproveitando elementos dialécticos anteriores
deu-lhes uma sistematização rigorosa e criou a “teoria do silogismo”. Para
Aristóteles a lógica é um conjunto de leis de valor universal e absoluto,
reguladoras de todo o exercício. O seu livro “Organon”, que contém estas leis,
é uma espécie de código do pensamento, ao qual toda a inteligência, para pensar
correctamente, tem de obedecer e nenhum conhecimento poderia escapar à sua
aplicação.
A lógica aristotélica era uma lógica dedutiva, lógica «a
priori», de carácter silogístico.
Na idade média, foi retomada a lógica dedutiva-silogística
aristotélica e latinizada em alguns dos seus aspectos, mas sem lhe alterar os
princípios básicos.
Na época moderna, quando se começaram a desenvolver as
ciências experimentais, os investigadores, pondo de parte a lógica dedutiva,
empregaram novos processos, fundados na observação e experimentação, com bons
resultados. A lógica formal Aristotélica perdeu o predomínio, em benefício da
metodologia – conjunto de processos ou métodos para atingir a verdade em cada
ciência.
Esta lógica indutiva, «à posteriori», de carácter
experimental foi desenvolvida por Francis Bacon que, na sua obra “Novum Organon”,
procurou substituir a dedução silogística pela indução amplificante, que
permite passar dos factos às leis.
Vinte anos depois, Descartes no seu livro “Discurs de la
Méthode” afirmou que a lógica aristotélica não permitira fazer qualquer descoberta
científica, e, por outro lado, não chegavam as bases experimentais para o
desenvolvimento das ciências. Era por isso necessário usar a razão, esboçando
um novo processo dedutivo, diferente do silogístico, que em vez de proceder
sempre do geral para o particular, pudesse passar do geral para o mais geral –
a chamada dedução matemática ou construtiva.
Este raciocínio foi mais tarde usado por Poincaré, que viu
nele uma espécie de “virtude criadora” e foi precisado por Globot.
A lógica moderna é, por conseguinte, predominantemente uma
lógica indutiva e emprega uma nova forma de dedução – a dedução matemática.
Os jansenistas (filósofos de Port-Royal), uniram a lógica e
a metodologia, considerando a lógica como a arte de pensar, ligaram importância
não só à lógica aristotélica, de carácter dedutivo, como à baconiana, de
carácter indutivo, e mostraram que elas se completam uma à outra.
Entre muitas outras correntes que apareceram na idade
moderna, há que referir os trabalhos de Leibniz, que, seguindo Descartes, quis
aplicar à lógica o cálculo matemático e
criar símbolos ou algoritmos que evitassem as deficiências das expressões
verbais, usadas na lógica de Aristóteles, e permitissem raciocinar à maneira
algébrica.
Na idade contemporânea, Boole, Peano, Russell, etc.
desenvolveram a ideia de Leibniz e deram origem à Logística ou Lógica
Matemática, que hoje em dia deu origem a uma explosão de aplicações.
A lógica indutiva de Bacon também encontrou continuadores,
entre os quais Stuart Mill, que insistiu na necessidade de desenvolver o
raciocínio indutivo.
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