O único militar português fuzilado na frente de combate durante a Grande Guerra foi o soldado João Augusto Ferreira de Almeida, executado a 16 de Setembro de 1917, em Picanti.
O processo começou a 30 de Julho, quando o soldado foi denunciado como tendo intenção de passar para o lado alemão, sendo portador de cartas topográficas com a indicação de posições militares portuguesas.
Ferreira de Almeida era soldado chaufeur, o que poderia justificar a posse dos mapas, mas tal circunstância nem sequer vem a ser mencionada no processo rapidamente elaborado.
Recebido o processo pelo juiz auditor logo a 7 de Agosto, este emitiu parecer positivo para julgamento sumário.
O comandante do CEP, general Tamagnini decidiu que o soldado respondesse perante um Tribunal de Guerra.
Reunido o tribunal a 15 de Agosto, com a presença do seu presidente, o juiz auditor, do júri constituído por cinco oficiais, do promotor, do secretário e das testemunhas, vindo a deliberar a condenação à pena de morte do réu.
A pena foi executada em 16 de Setembro por um pelotão nomeado para o efeito, com quatro sargentos, quatro cabos e quatro soldados, comandados por um oficial que foi sorteado.
No interior do C.E.P. muitos discordaram da aplicação da pena de morte e alguns referiram a cedência a pressões inglesas.
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