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08/12/16

ALQUÍMIA - A CIÊNCIA HERMÉTICA


A Ciência Hermética - Os alquimistas

"Deve-se a Zósimo, de Panópolis, no Alto Egipto (século III), autor de vasta obra sobre a matéria, a criação do vocábulo «khemeia», para designar a "arte da terra negra", isto é, do Egipto, ou Khem.
Convertido pelos árabes em Alquimia, assim passou ao Ocidente, com uma longa experiência, assinalada pelo florescimento de alguns dos mais notáveis praticantes da Ciência Hermética - pois deste modo se designou também a Alquimia. Hermética porque se lhe deu como fundador Hermes Trimegistos (o três vezes grande), identificado com Thot, divindade egípcia a que se atribui a invenção das Ciências e com o Mercúrio dos Romanos.
A Ciência Hermética deve ter surgido como consequência do desenvolvimento da técnica, sempre associada à evolução das civilizações. Criaram-se e aperfeiçoaram-se as artes da cerâmica, da vidraria, tinturaria e metalurgia, que os seus praticantes consideravam sujeitas ao influxo dos astros e faziam acompanhar de fórmulas mágicas.
Mais tarde, quando a organização de grandes empresas militares ou a realização de obras excepcionalmente dispendiosas começou a exigir vastos recursos materiais, a ideia da fabricação do ouro, valor material por excelência, concretizou-se, estimulada por muitos potentados, e veio até aos tempos modernos.
Partindo de metais «vis» ou de escasso valor, os alquimistas propunham-se realizar a «Grande Obra» ou «Grande Magistério», transformando-os em ouro. Um dos processos seria por intermédio da «pedra filosofal», que, convertida em «pó de projecção» e incorporada no metal em quantidade ínfima bastaria para colher ouro puro.
Nem tudo é desarrazoado na obra dos Alquimistas. Acreditavam , e com razão, no fogo - isto é, nas elevadas temperaturas - como poderoso agente provocador de transformações; operavam por via seca, a temperaturas muito elevadas, para o que tiveram de criar técnica e material, de que podem destacar-se os elaborados tipod de fornos - atanores - de que muito dependeria o êxito da experiência. Mas como ignoravam a existência da força elástica dos gases e trabalhavam em vasos fechados, sofreram muitas vezes as consequências de destruidoras explosões.

Um deles, Roger Bacon, avantajando-se muito ao empirismo do seu tempo, tem já observações que antecipam o método científico dos tempos modernos, tal como o vieram a conceber mais tarde Leonardo, Galileu e Newton."

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