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14/03/20

10 A ARTE GÓTICA Apresentação “Cadernos de História da Arte” - vol. 5 Ana Lídia Pinto, Fernanda Meireles, Manuela Cernadas Cambotas


10
 A ARTE GÓTICA
 Apresentação
 “Cadernos de História da Arte” - vol. 5 Ana Lídia Pinto, Fernanda Meireles, Manuela Cernadas Cambotas

 A arte gótica surgiu na Íle-de-France, região em torno de Paris, a partir de meados do séc. XII, tendo perdurando até finais do séc. XV em França e na Península Ibérica, até mais tarde nos países mais a norte.
 O Gótico é o último estilo da Idade Média, tendo surgido na sequência do desenvolvimento e da estabilidade que decorreram durante o período românico.
É referido por alguns como a bela Idade Média. Este foi um período de grande desenvolvimento económico, ligado à atividade comercial, mercantil e agrícola.
A multiplicação das feiras foi um dos fatores que permitiram a instalação de uma economia monetária.
Uma nova dinâmica produtiva, sobretudo em Itália e na Flandres, associada ao comércio marítimo, levou à desagregação do sistema feudal-senhorial e ao início de uma nova era.
Deu-se um crescimento e enriquecimento das cidades, onde se instalavam os centros de negócios. E um movimento comunal surgido a partir daí levou a uma emancipação administrativa das cidades.
Perante uma série de condições favoráveis, bispos e reis incrementaram a construção de grandes catedrais um pouco por toda a Europa, como forma de marcar a sua religiosidade e de exibir o seu poder
As mudanças sociais mais relevantes tiveram a ver com o aparecimento da burguesia, classe impulsionadora e dinamizadora da atividade económico-financeira.
Burgueses, mercadores e artesãos formaram guildas e corporações, que garantiam o sucesso e a prosperidade da sua atividade.
Estas organizações profissionais eram reconhecidas pelos reis e tinham estatutos jurídicos próprios.
Além dos burgueses, os nobres e os eclesiásticos tornaram-se também apreciadores de um estilo de vida mais pacífico, urbano e cortesão.
Surgiu o gosto pelos romances de cavalaria, livros de linhagens e sagas, assim como o mercantilismo artístico, e mecenas das artes e das letras.
Empenhados numa centralização político-administrativa, os monarcas afirmarem os seus reinos como estados.
Contudo, tais mudanças passaram por crises, rivalidades, contrariedades e conflitos, como a Peste Negra (1343-1353) e a Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
A partir do séc. XII surgem universidades por toda a Europa.
Nelas se estudam os filósofos racionalistas gregos e os místicos e naturalistas medievais, procurando a união entre a razão e a fé.
São Tomás de Aquino escreveu O domínio da Teologia é a inteligência (conhecimento) das coisas de Deus, que se pode ter pelo bom uso das inteligíveis (coisas do mundo físico).
Esta postura humaniza a religião e propõe a observação da natureza.
“A arte gótica, fruto de uma notável evolução nos saberes e nas técnicas, foi a melhor expressão material da religiosidade e da mística do final da Idade Média, uma ponte de ligação entre a luz da razão natural e da revelação divina; entre os homens, na Terra, e Deus, nos Céus.”

 “Cadernos de História da Arte” - vol. 5 Ana Lídia Pinto, Fernanda Meireles, Manuela Cernadas Cambotas

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