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A ARTE GÓTICA
Apresentação
“Cadernos de História da Arte” - vol. 5 Ana Lídia Pinto, Fernanda Meireles, Manuela Cernadas Cambotas
A arte gótica surgiu na Íle-de-France, região
em torno de Paris, a partir de meados do séc. XII, tendo perdurando até finais
do séc. XV em França e na Península Ibérica, até mais tarde nos países mais a
norte.
O Gótico é o último estilo da Idade Média,
tendo surgido na sequência do desenvolvimento e da estabilidade que decorreram
durante o período românico.
É referido por alguns como a bela
Idade Média. Este foi um período de grande desenvolvimento económico, ligado à
atividade comercial, mercantil e agrícola.
A multiplicação das feiras foi um
dos fatores que permitiram a instalação de uma economia monetária.
Uma nova dinâmica produtiva,
sobretudo em Itália e na Flandres, associada ao comércio marítimo, levou à
desagregação do sistema feudal-senhorial e ao início de uma nova era.
Deu-se um crescimento e
enriquecimento das cidades, onde se instalavam os centros de negócios. E um
movimento comunal surgido a partir daí levou a uma emancipação administrativa
das cidades.
Perante uma série de condições
favoráveis, bispos e reis incrementaram a construção de grandes catedrais um
pouco por toda a Europa, como forma de marcar a sua religiosidade e de exibir o
seu poder
As mudanças sociais mais
relevantes tiveram a ver com o aparecimento da burguesia, classe impulsionadora
e dinamizadora da atividade económico-financeira.
Burgueses, mercadores e artesãos
formaram guildas e corporações, que garantiam o sucesso e a prosperidade da sua
atividade.
Estas organizações profissionais
eram reconhecidas pelos reis e tinham estatutos jurídicos próprios.
Além dos burgueses, os nobres e
os eclesiásticos tornaram-se também apreciadores de um estilo de vida mais
pacífico, urbano e cortesão.
Surgiu o gosto pelos romances de
cavalaria, livros de linhagens e sagas, assim como o mercantilismo artístico, e
mecenas das artes e das letras.
Empenhados numa centralização
político-administrativa, os monarcas afirmarem os seus reinos como estados.
Contudo, tais mudanças passaram
por crises, rivalidades, contrariedades e conflitos, como a Peste Negra
(1343-1353) e a Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
A partir do séc. XII surgem
universidades por toda a Europa.
Nelas se estudam os filósofos
racionalistas gregos e os místicos e naturalistas medievais, procurando a união
entre a razão e a fé.
São Tomás de Aquino escreveu O
domínio da Teologia é a inteligência (conhecimento) das coisas de Deus, que se
pode ter pelo bom uso das inteligíveis (coisas do mundo físico).
Esta postura humaniza a religião
e propõe a observação da natureza.
“A arte gótica, fruto de uma
notável evolução nos saberes e nas técnicas, foi a melhor expressão material da
religiosidade e da mística do final da Idade Média, uma ponte de ligação entre
a luz da razão natural e da revelação divina; entre os homens, na Terra, e
Deus, nos Céus.”
“Cadernos de História da Arte” - vol. 5 Ana
Lídia Pinto, Fernanda Meireles, Manuela Cernadas Cambotas
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