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14/03/20

ARTE ROMÂNICA Arquitetura


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 ARTE ROMÂNICA
 Arquitetura


 Arquitetura religiosa

Da arquitetura religiosa destacam-se os mosteiros e as igrejas.
Muitos dos mosteiros são estrategicamente construídos em locais de refúgio, algo isolados, na natureza, na presença de água e de terrenos férteis.
Os mosteiros são estruturas complexas, apetrechadas de espaços de trabalho, oração e descanso: igreja, sacristia, claustro, sala do capítulo, dormitório, cozinha, refeitório, adega, granja, celeiro, despensas, oficinas, estábulos, enfermaria.
Alguns mosteiros de França serviram de modelo a muitos outros que foram construídos pela Europa, nomeadamente os de Fleury-sur-Loire e Saint-German-des-Prés, e Cluny, entre outros.
Por norma, as igrejas e as catedrais românicas têm planta em cruz latina.
O corpo principal é composto por três ou cinco naves, por vezes muito longas.
O transepto pode ter uma ou três naves.
Estes espaços intersetam-se no cruzeiro, sobre o qual está a torre-lanterna, ou zimbório.
 Algumas igrejas de grandes dimensões têm dois transeptos.
Para lá do transepto situa-se a cabeceira, no centro da qual está a abside, onde se situa o altar-mor.
No prolongamento das naves laterais pode haver deambulatório, ou charola, que contorna a abside.
É frequente haver absidíoles, ou capelas, no transepto e no deambulatório.
As naves estão separadas por robustas pilastras, que são pilares cruciformes compostos por diversos colunelos adossados.
Os tetos das naves laterais são abóbadas de berço, ou de canhão; os das naves laterais são abóbadas de arestas.
O arco utilizado é o de volta perfeita, ou semicircular, e surge em diversos locais da igreja: entre pilastras (arcos formeiros), suportando abóbadas (arcos torais), em pórticos, portas, janelas, janelas cegas, seteiras, torres sineiras, tribunas, clerestórios e trifórios.
As tribunas são espaços de circulação sobre as naves laterais, dando para a nave central.
Sobre as naves laterais, eventualmente sobre as tribunas, pode também haver clerestórios, que são conjuntos de janelas; ou trifórios, que são estreitas galerias ou arcadas cegas dispostas em conjuntos de três.
Os claustros, de formato quadrado, são contornados por uma galeria de circulação que comunica com o pátio através de arcadas, apoiadas em finos colunelos, que se apresentam aos pares.
As igrejas românicas são pouco iluminadas, entrando a luz por janelas altas, pela rosácea (que nem sempre existe) e pela torre-lanterna, que ilumina a zona do altarmor através das janelas que nela existem.
Exteriormente, em igrejas de grandes dimensões, a fachada principal é muitas vezes composta por um pórtico encimado por um ou mais janelões ou por uma rosácea, sendo ladeada por duas robustas torres sineiras.
Existem outras tipologias de fachadas, sobretudo em igrejas de médias e pequenas dimensões.
 Em Itália é frequente haver apenas uma torre sineira, que pode estar afastada do corpo da igreja e ter formato cilíndrico.
No exterior, os contrafortes têm uma presença muito evidente, estando visivelmente destacados da parede.
Parecem pilares exteriores, mas na realidade são o prolongamento dos pilares para o exterior.
A sua função é suportar a enorme pressão exercida lateralmente pelas abóbadas.
Algumas igrejas românicas são igrejas-fortaleza.
Trata-se de construções especialmente robustas com o propósito de defender, encimadas por ameias e merlões, como sucede nas torres e muralhas dos castelos; possuem também seteiras, frestas utilizadas para o disparo de setas.
Nalguns casos existem três pórticos na fachada principal, comunicando os três com a nave central ou cada um com uma nave.
É também comum haver um ou dois pórticos nas fachadas laterais, por vezes nos topos do transepto.
Os pórticos são rematados por um conjunto de arquivoltas em torno do tímpano, e assentam lateralmente numa série de colunelos.
É comum nos pórticos mais largos haver uma coluna a meio, designada por mainel.


Arquitetura civil e militar

A arquitetura civil e militar românica tem um cariz marcadamente defensivo. ~
Parte das construções foi feita em madeira e colmo, acabando muitas delas por desaparecer por ação de incêndios e do tempo.
O que ficou foi a construção em pedra. As casas dos nobres eram, muitas das vezes, torres de planta quadrangular, nalguns casos circular, com três ou quatro pisos, com robustas paredes exteriores de pedra.
Paredes interiores e chãos eram de madeira.
O primeiro piso possuía loja ou oficina, o segundo era composto por uma grande sala, no último estavam os aposentos privados.
O acesso para o segundo piso era feito por uma escada de madeira, que se retirava por razões de defesa.
Os castelos são as construções fortificadas por excelência, por norma situados em pontos altos, protegidos pela própria geografia dos terrenos.
Possuíam uma ou duas muralhas com várias torres. No interior das muralhas existiam instalações militares ou aposentos de nobres.
As muralhas são rematadas por ameias e merlões, servindo para proteger quem está em ação de vigilância ou de ataque.
A torre de menagem é a mais central e de maiores dimensões.
Esses espaços protegidos deram guarida aos cavaleiros das cruzadas. Foi também neles que se desenvolveram a música e a literatura medievais, assim como a poesia trovadoresca.
As povoações medievais não possuem uma malha urbana geométrica nem regular.
São protegidas por uma muralha, que nuns casos se aproxima da forma retangular, noutros da circular.
A malha urbana é orgânica, adaptando-se à presença de poços e irregularidades do terreno (colinas, rochedos, etc.), assim como aos ventos dominantes e à incidência do Sol.
Das portas das muralhas partem as ruas principais, de onde derivam as secundárias e um emaranhado de ruelas e becos.
No centro da povoação situa-se a igreja principal, ou a catedral.
Ao longo das vias de comunicação, finalmente renovadas e criadas após a queda do Império Romano, são construídas pontes para se encurtarem distâncias.
Essas pontes possuem arcos de volta perfeita, assentes em robustos pilares.

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