O
APARECIMENTO DOS TESTES PSICOLÓGICOS
•O
aparecimento dos testes psicológicos está intimamente ligado ao aparecimento e
evolução da psicologia experimental que teve lugar nos meados do século XIX.
•Em 1879 foi criado o
primeiro laboratório de psicologia experimental por Wundt visando, sobretudo,
pesquisar as sensações visuais e auditivas, a psicofísica, os tempos de reacção e outros que comprovam
a estreita ligação inicial entre psicologia e fisiologia.
•Deu-se
em seguida a influência da biologia sobre a
psicologia, quando Galton tentou aplicar os princípios do evolucionismo de Darwin à selecção, adaptação e ao estudo
do ser humano.
.Em
conexão com os seus estudos sobre a hereditariedade e a genialidade, elaborou Galton alguns testes psicológicos a fim de determinar o grau de semelhança
entre parentes.
Estes testes
•Em
1900, Stern estuda
as diferenças raciais, sociais, culturais, profissionais, sexuais, procurando
investigar as causas dessas diferenças e como se manifestavam.
•A
utilização sistemática de testes para o apuramento das diferenças individuais
relativas à capacidade intelectual foi realizado em França por A. Binet.
•Binet propôs um fim
especialmente prático: medir o aproveitamento
escolar das crianças de Paris. Para isso recompilou questões cuja solução supõe
inteligência; e colocou-as a crianças brilhantes, normais e atrasadas,
analisando depois estatisticamente que itens eram resolvidos por cada grupo.
Pode-se assim estabelecer o conceito de quociente intelectual, que resulta de dividir a idade mental, pelos itens
apurados pela idade cronológica.
QI = (IDADE MENTAL) : (IDADE
CRONOLÓGICA)
•Quando a idade mental e a
idade cronológica coincidem, o quociente intelectual é de 100. Se a idade mental é
inferior à cronológica, é menor de 100; e maior no caso contrário.
•Binet publicou o seu teste em
1905 (Mais tarde o norte-americano Terman readaptou-o tendo
ficado conhecido por teste de Terman-Binet).
•Quando
estes primeiros avanços do diagnóstico psicológico, sobre uma base
matemático-estatística, foi-se perfilando uma concepção da inteligência meramente pragmática, mas
indubitavelmente, a única possível: «a
inteligência – como disse o psicólogo Boring – é o
que medem os testes de inteligência». O conceito de inteligência assim obtido é muito
diferente de ser preciso e, desde logo, nada «essencial».
•No
entanto, a análise que a psicologia faz da inteligência não se limita a
estabelecer um conceito de «inteligência geral» ou capacidade global de um
sujeito. Se aplicamos um
conjunto variado de testes a diversos sujeitos, encontraremos, seguramente, que
uns realizam melhor umas provas e que outros, pelo contrário, resolvem mais
facilmente outras diferentes. É possível que uns sujeitos sejam especialmente
aptos para as provas que requerem capacidade matemática, outros para os que
requerem compreensão das relações espaciais, outros para as de tipo mecânico,
etc.
•Quer
dizer, comprova-se que nem
todos os indivíduos têm uma inteligência qualitativamente igual, que nem todos são
aptos para as mesmas tarefas
•Estas
capacidades, que podemos denominar específicas, orientadas especialmente para
umas determinadas operações, é o que em psicologia se denominam factores. Como diz Pinillos:«…No fundo, factor equivale a “aptidão”;
quer dizer, supõe-se que um factor é um princípio activo que capacita o homem para
o exercício de uma classe de operações mentais»
• O
facto de que a inteligência geral não correlaciona de igual modo com diferentes
tarefas levou a que o inglês Spearman (1904) concluisse que havia que admitir um factor
«G», de inteligência geral, e uma série de factores ou aptidões para áreas específicas.
•O problema era «isolar» estas aptidões, tarefa que, como a
determinação dos “rasgos” de personalidade, faz-se mediante a complexa técnica
da análise
factorial.
•Até ao momento
isolaram-se mais de 200 factores, o que, como é lógico,
supõe uma certa «atomização» da inteligência em aptidões enormemente concretas.
•Citemos
alguns dos factores de ordem superior. Temos assim o factor AR – raciocínio abstrato – como capacidade de abstrair leis gerais, de encontrar a
conexão lógica que rege uma série de situações diferentes, mas que têm uma
semelhança.
•Outro
factor importante é o verbal. Compreende este factor tudo o que suponha uma
utilização inteligente da linguagem. E ainda o factor numérico, que analisa a faculdade de calcular em termos
quantitativos.
•Para além destes factores, costumam medir-se nos testes de aptidões: a aptidão espacial – capacidade para compreender e estabelecer relações
espaciais e a aptidão
mecânica – disposição de um sujeito para compreender e aplicar
problemas de tipo técnico-mecânico.
•Como
pode facilmente apreender-se, através deste ligeiro esboço dos principais
factores, a sua determinação tem indiscutível importância para a orientaçao e
selecção profissional.
TESTES
DE PERSONALIDADE
•Podem
ser de vários tipos. Um dos mais conhecidos é o Teste de Rorschach: