Mensagem de boas vindas

Bem Vindo ao blog Campo da Forca. Apontamentos pessoais também abertos a quem os quiser ver.

28/01/19

Relendo o livro "Equilíbrio vital: vitaminas e minerais", Prof.ª Isabel do Carmo, Publicações Dom Quixote, 2011




Uma dieta equilibrada contribui imensamente para a qualidade da nossa vida

Conhecer as características dos alimentos, os seus nutrientes, a sua importância na alimentação é fundamental.

VITAMINAS
As vitaminas são compostos orgânicos presentes nos alimentos. Obtêm-se através dos alimentos.
Actualmente é reconhecido que os seres humanos necessitam de 13 vitaminas diferentes.

Vitamina, etimologicamente é «vita» (vida em latim) e amina (um sufixo que designa elementos nutritivos essenciais).

Até hoje, já foram identificadas mais de 50 vitaminas.

As vitaminas dividem-se em dois grupos:
- Vitaminas hidrossolúveis
B1, B2, B6, B12, C, Ácido Pantotécnico, Ácido fólico.
Todas as vitaminas B formam o «complexo B», que contém ainda outras vitaminas.
- Vitaminas lipossolúveis
A, D, E, K.
O nosso corpo armazena mais as vitaminas lipossolúveis que as hidrossolúveis.
Se forem ingeridas em excesso, algumas vitaminas lipossolúveis podem alcançar níveis tóxicos no nosso organismo.

VITAMINA A – Retinol
Fundamental para um desenvolvimento fetal correcto, para a visão e olhos, para a diferenciação celular, para o sistema de defesa do organismo (imunidade), aumentando a resistência a infecções.
A vitamina A pré-formada ocorre apenas em alimentos de origem animal. Fígado, leite e ovos.
A pró-vitamina A (carotenos) encontra-se nos vegetais folhosos de cor escura, cenoura, óleo de fígado de peixes como o bacalhau.
A deficiência de vitamina A é um factor muito importante na mortalidade infantil.
A deficiência prolongada provoca alterações na pele, cegueira, perda de apetite, deformações ósseas e descamação.
A hipervitaminose crónica é uma toxicidade provocada por uso excessivo de suplementos.
O betacaroteno contido nos vegetais não é carcinogénico ou mutagénico.
Flamingos, lagostas, camarões têm cor de rosa por se alimentarem de plantas ricas em
carotenoides.

VITAMINA B1 – Tiamina
Surge numa enorme variedade de produtos de origem animal e vegetal. Carne de porco, magra e gérmen do trigo, vísceras, carnes magras, aves, gema do ovo, peixe, legumes e cereais.
É necessária para a metabolização de gorduras, proteínas e ácidos nucleicos, mas exerce a sua acção mais marcante no metabolismo dos hidratos de carbono.
A tiaminase, uma substância presente no peixe fresco e crustáceos, destrói cerca de 50% da tiamina.
A deficiência de B1 associada ao alcoolismo é a maior causa de demência nos EUA.
A deficiência de B1 afecta o sistema nervoso e cardiovascular.
O béri-béri, doença causada por falta de B1, era muito frequente nos marinheiros, porque comiam arroz descascado.
Se comessem arroz integral já não contraíam a doença. Deve-se a que na casca do arroz é que existia a B1.

VITAMINA B2 – Riboflavina
É essencial ao crescimento.
As melhores fontes são o leite e o queijo.

Vitamina B3 – Niacina
Componente enzimático.
Obtenção de energia dos hidratos de carbono, gorduras e proteínas.
Carne magra, aves, peixes e amendoins.
 Vísceras e amendoim
Leite e ovos são excelentes fontes de triptofano, que se pode transformar em niacina.
A deficiência de niacina provoca pelagra (dermatite, demência e diarreia)
A vitamina B3 tem sido experimentada no terreno psíquico.
Faz baixar o nível de colesterol.

VITAMINA B5 – Ácido pantoténico
Participa na obtenção de energia a partir dos hidratos de carbono da dieta e na degradação e metabolismo das gorduras.
Gema do ovo, rim, fígado, levedura, brócolos, carne de vaca magra, leite desnatado e batata doce.
O elixir do cabelo.

VITAMINA B6 – Piridoxina
Interfere no metabolismo das proteínas e na formação de hemoglobina. Participa no metabolismo das gorduras e na formação das células nervosas.
As melhores fontes são levedura, gérmende trigo, carne de porco, vísceras, cereais completos, batatas e bananas.
Reduz o risco cardiovascular.

VITAMINA B7 Colina

VITAMINA B8 – Biotina

VITAMINA B9 – Ácido fólico

VITAMINA B12 – Cianocobalamina

VITAMINA C – Ácido ascórbico

VITAMINA D – Calciferol

VITAMINA E – Tocoferol

VITAMINA K – Filoquinona, Menaquinona, Menadiona

SAIS MINERAIS
Os minerais são fundamentais para o bom funcionamento do nosso corpo.
São elementos que não são produzidos pelo nosso organismo.
Na maior parte dos casos, os minerais encontram-se em diferentes alimentos, desde os frutos e legumes ao peixe e carne.
Alguns como o cálcio e o ferro, têm uma função de construção como constituintes dos ossos e do sangue, respectivamente.
Muitos minerais, como o cálcio, o fósforo o magnésio e o potássio são necessários ao organismo em quantidades relativamente grandes. Outros são necessários em quantidades. muito, muito pequenas, como é o caso do selénio.

CÁLCIO
Na sua totalidade, os minerais representam 4 a 5% do peso corporal, sendo que o cálcio constitui 39% dos minerais corporais. É o mineral mais abundante no organismo humano, encontrando-se 99% depositado nos ossos e apenas 1% nos outros tecidos.
Os maiores fornecedores de cálcio da alimentação são o leite e os derivados. Os vegetais de folhas verdes. As carnes e o peixe.

FÓSFORO
É o segundo mineral mais abundante no organismo.
Grãos de cereais, sementes, leite, queijo, gema de ovo, carnes, peixes, cereais completos, legumes e nozes.

MAGNÉ$SIO
Cerca de 50% está localizado nos ossos e cerca de 50% noutros tecidos.
Amplamente distribuído nos alimentos, tanto vegetais, como animais. Cereais completos, tofu, nozes, carne, leite, vegetais verdes, legumes e chocolate.

SÓDIO
É um ião fundamental para o equilíbrio do organismo, para a circulação sanguínea e para a função renal.
Encontra-se no sal da cozinha, é abundante na maioria dos alimentos e na fruta.
O excesso de sal é um dos elementos que mais concorrem para a tensão arterial.

ENXOFRE
Encontra-se nos alimentos proteicos (carne, peixe, ovos, leite e derivados, mariscos), espargos, alho, cebola, oleaginosas.

FERRO
No corpo humano adulto existe 3 a 5g de ferro. Cerca de 80% está associado à hemoglobina e mioglobina, o restante é armazenado na forma de ferritina e hemo-siderina, no fígado e no baço.
É fundamental para o transporte de oxigénio aos tecidos. É parte integrante de várias enzimas. Participa no desempenho cognitivo e funcionamento cerebral e na manutenção de um sistema imunológico capaz.
Nos alimentos há dois tipos de ferro: o ferro heme e o ferro não heme..
O maior fornecedor de ferro é o fígado, seguido das ostras, outros moluscos de concha, rim, coração, carne, aves e peixe, legumes e feijão.
A eficácia da absorção é determinada no intestino delgado, pelas necessidades do organismo. Só 5 a 15% do ferro da alimentação é absorvido, se não houver necessidade de mais e se a hemoglobina for normal. Pode ser absorvido até 50% em caso de défice.

FLÚOR
Localiza-se sobretudo nos ossos e dentes. Reduz a cárie dentária e pode minimizar a perda óssea.
Água, arroz, soja, espinafre, gelatina, cebola e alface.

MANGANÉSIO
Maior concentração no osso, seguido da hipófise, fígado, pâncreas e tecidos gastrointestinais. É constituinte de vários sistemas enzimáticos.
Encontra-se nas amoras, cereais completos, nozes, legumes, frutos e chá.
Em hiperdosagem é tóxico.

CRÓMIO
Está associado ao metabolismo da glicose.
Encontra-se no óleo de milho, cereais completos, levedura, carne e água.

SELÉNIO
É antioxidante.
Está associado ao metabolismo das gorduras e da vitamina E.
Encontra-se em cereais, cebola, carne, leite, vegetais.

ZINCO
Está presente na maioria dos tecidos, sobretudo no fígado, múisculo e osso. É essencial ao crescimento.
É um dos constituintes da insulina e de muitos enzimas.
Encontra-se em ostras, marisco, arenque, fígado, legumes, leite, farelo de trigo.
80% das pessoas não ingerem a quantidade suficiente.

COBALTO
É constituinte da vitamina B12 e está ligado às proteínas animais. É essencial ao funcionamento de todas as células., especialmente medula óssea, sistema nervoso e gastrointestinal.
Encontra-se no fígado, rim, ostras, aves e leite.

IODO
Constituinte da tiroxina e compostos relacionados sintetizados pela tiróide.
Encontra-se em mariscos, sal de mesa, água e vegetais.

LÍTIO
Estabiliza o humor.
Diminui os impulsos, por via da produção da serotonina.
Não estão ainda devidamente estudados os conteúdos da água e de alguns vegetais.

Relendo "Conhecer os alimentos", Prof.ª Isabel do Carmo, Publicações Dom Quixote, 2011.



Nenhum alimento é proibido, mas muitos têm de ser consumidos com grande moderação.

LEITE
Aspecto nutricional
- Fornece proteínas de elevado valor biológico
- Fornece cálcio
- Fornece Vitamina B2 e A
Quantidade necessária por dia
- 0,5 litros (adultos)

IOGURTES
O iogurte apresenta as excelentes características nutricionais presentes no leite e a vantagem de ser mais facilmente digerido.
É regulador da flora intestinal, prevenindo a diarreia e o cancro do cólon.
O iogurte é um alimento com história. Consumidos há mais de 2000 anos os leites fermentados só começaram a ser conhecidos na Europa no séc. XVI e só no início do séc. XX foram reconhecidas as suas importantes propriedades higiénicas e terapêuticas. Durante muitos anos foi usado como medicamento sendo vendido somente nas farmácias.

PRODUTOS DE SOJA
Leite de soja - não é leite. É obtido por esmagamento de grãos de soja amarela. Não tem colesterol nem lactose
Tofu – é obtido por acidificação, coagulação e aquecimento do “leite” de soja.

CARNE
- Fornece proteínas (cerca de 20% da sua composição)
As proteínas da carne são de elevado valor biológico, isto é, pelas características da sua composição em aminoácidos satisfazem eficientemente as exigências do nosso organismo em aminoácidos essenciais. A carne tem os 8 aminoácidos essenciais, particularmente a lisina, o mais difícil de encontrar nos cereais. A qualidade proteica das carnes e dos peixes (equivalentes entre si) é superada apenas pelo leite, ovos e fígado. (também é possível obter a quantidade adequada de cada um dos aminoácidos a partir da combinação correcta de fontes-
vegetais de menor qualidade proteica.
- Fornece gorduras (em proporção variável)
Embora as proteínas sejam nutrientes plásticos (de construção) indispensáveis, habitualmente o consumo de carne excede as necessidades. O consumo excessivo de carne traduz-se não só num consumo de proteínas, mas também de gorduras, nomeadamente de gordura saturada e colesterol prejudiciais à saúde. (as carnes mais magras e com menos colesterol são as das aves, quando limpas de pele.
- Fornece vitaminas e minerais
A carne é um excelente fornecedor de vitamina B12
A carne é rica em ferro
A carne tem também cobre, que é necessário para a integração da B12.
A carne tem selénio que é antioxidante

Perigos na carne
A carne pode estar contaminada de bactérias. Pode também ser portadora de listeria. Pode também, quando mal passada, transmitir toxoplasmose, triquinose e ténia.
Carne segura: passar bem a carne, para matar bactérias e sobretudo parasitas. Conservá-la no congelador durante uns dias mata larvas de ténia que possa eventualmente conter.
Dioxinas na carne – dioxinas são produtos do lixo industrial, provenientes da industria química ou metalúrgica e da incineração feita em más condições, são solúveis na gordura e vão aparecer na carne e no leite.
Antibióticos na carne – só deveriam ser usados nos animais quando há infecções, mas são muitas vezes usados como factor de crescimento e aumento de peso; esses antibióticos provocam o aparecimento de estirpes de bactérias resistentes, o que é um grave problema de saúde pública.
Carne com hormonas – as hormonas anabolizantes alteram o ritmo cardíaco e provocam maior retenção de água no músculo, aumentando o peso 10 a 15%. (desconfie da carne que enrola na frigideira ou no tacho – está a perder água).
Carne picada – é um veículo de bactérias. Não se deve comprar nunca, carne previamente picada.

PEIXE
É um excelente fornecedor de proteína.
É mais pobre em gordura e com gordura de muito melhor qualidade que a carne
Tem menor quantidade de ferro, mas maior de iodo do que a carne.
Conservas de peixe
São alimentos interessantes do ponto de vista nutricional, apesar da quantidade excessiva de sal.
Deve utilizar-se o molho da conserva para temperar em vez de usar outra gordura.
São bons fornecedores de cálcio
É mais saudável que a carne, no entanto deve-se continuar a comer carne por causa do ferro e da vitamina B12.
O peixe congelado é uma boa escolha.
Atenção à frescura do peixe
O peixe pouco fresco acumula bactérias nas guelras e nas tripas. Se o peixe não é bem arranjado imediatamente a seguir à pesca e metido no frio, as bactérias vão multiplicar-se e contaminar o músculo, que é o que vamos comer. As bactérias quando atacam o músculo vão produzir enzimas que por sua vez produzem aminas biogénicas a partir dessas proteínas. Estas animas, entre elas a histamina, vão provocar náuseas, vómitos, dores abdominais, palpitações, vertigens e erupções cutâneas.
As gorduras do peixe
Nas gorduras polinsaturadas há duas classes, os ómega-3 e os ómega-6. Os ómega6 estão geralmente nos vegetais. Os ómega-3 encontram-se no peixe, nos mariscos, nas nozes. Este tipo de gordura é benéfico em relação ao nível do colesterol, etc.

OVOS
Os ovos são fáceis de digerir e são bem tolerados.
Têm elevado valor nutricional e ricos em minerais
A clara não tem colesterol.
São fornecedores das proteínas de melhor qualidade da nossa alimentação (melhor que a carne e o peixe)
À excepção da albumina 8proreína), é na gema que se concentram todos os nutrientes do ovo.

Truques para ver se um ovo está fresco
- Sacuda o ovo: num ovo fresco, portanto com uma câmara de ar pequena, não se ouve qualquer som; se o ovo está velho, a câmara de ar aumenta e fica um espaço livre e ouve-se ao sacudir.
- Coloque-o dentro de um recipiente com água salgada: um ovo fresco fica no fundo; com cerca de uma semana fica a meio em posição vertical; se vem à superfície deve rejeitá-lo pois é um ovo envelhecido.
- Depois de aberto, um ovo fresco apresenta a clara firme, translúcida e a gema intacta e firme; se a gema se rompe e é muita fluída e a clara tem uma cor rosada (sinal de envelhecimento) rejeite-o.

Um ovo sujo com palha e excrementos, pode transmitir salmonelose. Não os lave, pois, a casca é porosa e a lavagem arrasta para o interior do ovo, os contaminantes da casca. Limpe-o com um esfregão e reserve-o apenas para cozinhados em que fique bem cozido.

Curiosidade: A gema do ovo como é muito rica em gordura, fixa o cheiro que está próximo, se houver outros alimentos na proximidade, o ovo vai saber e cheirar como o vizinho.

CEREAIS
Os cereais (arroz, aveia, centeio, cevada, milho, trigo, pão, massas, etc. são ricos em complantix que tem a capacidade de captar água aumentando o volume das fezes e acelerando o trânsito intestinal, o que evita a prisão de ventre e outros problemas intestinais.
Ricos em minerais e nas vitaminas B12, B6 e PP. Pobres em cálcio e em gordura. Não fornecem vitamina C nem vitamina A.
São ricos em glúcidos, sob a forma de amido, estes hidratos de carbono complexos são grandes fornecedores de energia.
São bons fornecedores de proteínas, mas, como todas as proteínas vegetais, não contêm todos os ácidos aminados essenciais. Falta-lhes a lisina.
Os cereais integrais são ricos em B1, B2, B5, B6 e PP. São ricos em magnésio. Têm um problema, as cascas são ricas em ácido fítico que produz fitatos de cálcio e ferro, impedindo a absorção destes minerais. Parece que o balanço é positivo, dada a riqueza em minerais das cascas. Os cereais integrais são também muito ricos em fibras, úteis para a saúde.

Açorda – um alimento saudável
A açorda é feita de pão de trigo, de azeite e de ovo, temperada com alho e coentros. São alimentos ricos em proteínas, vitaminas e sais minerais. Tem antioxidantes. Deve ser incluída numa alimentação saudável e é permitida, com moderação, num plano alimentar para emagrecimento.

O arroz
O arroz não é um alimento hipercalórico. Pode e deve ser incluído num plano de alimentação para emagrecimento. O arroz integral é mais rico em vitaminas e sais minerais. Mas não deve ser comido com alimentos ricos em ferro ou em cálcio, porque diminui a absorção. O arroz integral pode estimular a mucosa do cólon quando é irritável.

TUBÉRCULOS
Neste grupo incluem-se a batata e a batata doce
Estes alimentos são ricos em amido, tal como os cereais e portanto são de digestão lenta e absorção contínua e demorada.
Os tubérculos são ricos em vitamina C e bons fornecedores de vitaminas do complexo B, de minerais e de complantix.

HORTALIÇAS
A designação hortaliças aplica-se às folhas e ramas comestíveis dos vegetais, como a alface, o espinafre, a acelga, o agrião, a nabiça, etc.
Os frutos, caules e raízes, como o tomate, pepino, cebola, cenoura, nabo,etc., chamam-se legumes.
Podemos ainda considerar dentro dos produtos hortícolas, as leguminosas que se consomem frescas, como as ervilhas e as favas.

Hortaliças e legumes são produtos de excelente valor nutricional pela sua riqueza em vitaminas e minerais. Excelente fonte de fibras alimentares, de antioxidantes e outras substâncias protectoras.
Este grupo alimentar deve perfazer 25% do peso dos alimentos a consumir por dia.
Melhora o funcionamento intestinal, ajuda a regular os níveis de gordura no sangue e previne o aparecimento de várias doenças, entre elas, o cancro.
São alimentos de baixo teor calórico por volume e promovem a saciedade.
São praticamente isentos de gordura e fracos fornecedores de hidratos de carbono.
São fornecedores de vitamina C e carotenos.
Os legumes congelados são uma boa alternativa aos produtos frescos. (Há que verificar se não existem cristais de gelo dentro das embalagens, o que indicaria a interrupção da cadeia de frio e possível descongelamento do alimento).
As cenouras e as cebolas são legumes doces, isto é, contêm um pouco de sacarose.
O que são:
- O alho e a cebola são bolbos
- As cenouras, as beterrabas, os nabos são raízes
- As batatas são tubérculos
- Os espargos são caules
- A salsa, as couves, os espinafres, a alface são folhas
- Os brócolos, as couves-flores são inflorescências
- As curgetes, o feijão-verde, o tomate são frutos
- As ervilhas são grãos
-Os cogumelos são uma família à parte. Não têm nem raíz nem clorofila

Que legumes congelar?
Os que suportam a congelação são as ervilhas, o feijão verde, os espinafres e as batatas.

Elogio da sopa
A sopa é um belíssimo alimento, muito característico da nossa zona geográfica
Tem vitaminas e sais minerais, que não se perdem porque é mantida a água da cozedura
Tem fibras
A água é fervida e, portanto, destroem-se as bactérias
Tem baixo valor calórico e, no entanto, «enche»
(Para não desperdiçar nutrientes, deve-se aproveitar o caldo em que são conservados os legumes, pois grande parte das vitaminas e outros nutrientes estão aí dissolvidos).

Leguminosas secas
Alimentos de excepcional valor nutritivo.
Os pratos confecionados com legumes secos têm a má fama de serem muito calóricos (feijoadas, ranchos, etc.) mas só o são quando, para além dos legumes, levam os enchidos e o toucinho.
 Estes alimentos, que são baratos e prestam-se a refeições familiares abundantes, são ricos em proteínas, contêm muitos ácidos aminados essenciais e têm grandes quantidades de amido, vitaminas, sais minerais e fibras.

FRUTA
O valor nutritivo da fruta fresca é semelhante ao das hortaliças e legumes, embora o seu valor energético seja maior.
A fruta é pobre em proteínas e em gorduras.
O seu valor calórico depende quase exclusivamente dos hidratos de carbono.
A frutose é muito mais doce que a sacarose.
A fruta fornece grande quantidade de vitaminas, minerais e fibras alimentares. (nutrientes que se concentram sobretudo na casca). Atenção: não comer fruta com casca, porque os frutos são tratados, já depois de colhidos, com pesticidas a fim de evitar os bolores e os insectos, durante o transporte. Os pesticidas não são solúveis na água e, por isso, não saem com a lavagem.
Fruta, legumes e hortaliça devem, no conjunto, somar 43% do peso bruto de alimentos ingeridos diariamente.
A fruta deve estar intacta, de casca uniforme, sem cortes e sem partes tocadas.
A fruta perde vitaminas pela exposição à luz e ao calor.
A fruta deve ser sempre bem lavada.
Depois de descascada a fruta perde nutrientes por oxidação.
A fruta tem açúcar, a frutose e, portanto, adiciona calorias. A fruta é boa «em vez de» e não «para além de»
A fruta é indispensável à saúde.
A fruta é a melhor sobremesa.
A fruta não deve ser ingerida em excesso por pessoas que querem emagrecer.
A banana
A banana, por ser um dos frutos mais calóricos, é mal afamada, considerando-se que é hipercalórica mas a banana não engorda e pode ser incluída num programa alimentar para emagrecer.
A banana é rica em carotenos, vitamina C, folatos, potássio e magnésio.
Se quer que as bananas que comprou verdes amadureçam depressa, ponha-as junto de outras frutas, como a maça, que libertam uma substância que amadurece.
A casca da banana tem pesticidas e fungícidas. Lave as mãos depois de as descascar.
A maça
A maça tem a seu favor ser muito rica em fibra e de atrasar a absorção do açúcar da fruta, a frutose, pelo que o pico glicémico da maça é mais baixo e mais lento.
Quanto a calorias, as da maça são as mesmas das outras peças de fruta mais correntes.

FRUTOS SECOS
Frutos secos são as sementes comestíveis (amêndoa, noz, avelã, pinhão, pistácio, castanha, pevides, amendoins. As frutas passas e as frutas desidratadas também são designados frutos secos.
As frutas secas ou parcialmente desidratadas, conservadas com a adição de açúcar são designadas frutas cristalizadas.
As sementes comestíveis são nutricionalmente muito ricas, excelentes fontes de complantix (vários tipos de fibras), de vitaminas e de minerais. Mais de metade do seu peso é gordura, sobretudo gordura mono e polinsaturada, , cerca de 20% é proteína e outros 20% são hidratos de carbono. São alimentos com um valor calórico elevado. Rançam com facilidade er são facilmente contaminadas com fungos e bolores.
As frutas secas captam água no intestino, aumentam o volume fecal e facilitam o trânsito intestinal combatendo a obstipação.
Fruta em conserva
Serve para aproveitar a fruta da época.
A conserva pode ser em calda ou em compotas e geleias.
As conservas em calda são pasteurizadas ou esterilizadas. Geralmente são pouco açucaradas.
As compotas e geleias têm 40-60% de açúcar.

GORDURAS
A gordura é constituída por ácidos gordos que podem ser saturados, polinsaturados ou monoinsaturados, consoante predomina num dado tipo de gordura cada um destes grupos de ácidos gordos.
A quantidade de gordura ingerida diariamente não deve fornecer mais de 30% de energia diária.
Além da quantidade, há que conhecer e selecionar a qualidade da gordura.
O tipo de gordura mais prejudicial para o nosso organismo é a saturada. Este tipo de gordura abunda noas carnes de mamíferos, no leite gordo e seus derivados, como queijo gordo, natas e manteiga, cacau e chocolate.
As gorduras monoinsaturadas de que o azeite é o melhor representante, são as que devem ser consumidas em maior quantidade.
As gorduras polinsaturadas são fundamentais na nossa alimentação, com importantes funções para o nosso organismo. Na gordura polinsaturada há a salientar a gordura do peixe, rica em ácidos gordos ómega-3.
Na verdade, todos os tipos de gordura são essenciais ao nosso organismo e o importante é consumi-las com moderação e equilíbrio.
A gordura engorda, seja ela qual for. O valor calórico de cada grama de gordura é sempre o mesmo, independentemente do tipo de gordura.
Atenção
Limite o consumo de alimentos muito engordurados (fritos, salgadinhos, folhados, enchidos, salsicharia, molhos, carnes gordas, etc. e prefira as versões mais magras.
Diminua, o mais possível, a adição de gordura aos seus cozinhados.
Retire todas as gorduras de carnes e peixes e a pele das aves, antes de cozinhar e no prato.
Elimine a gordura à superfície de caldos, guisados, ensopados, estufados, etc. depois de arrefecidos e prepare-os sem usar refogados
Use marinadas para assar carne ou peixe.
Asse em folha de alumínio.
Grelhe sem adicionar gordura, seja na brasa ou na chapa.
Opte por leite e laticínios de baixo teor de gordura.
Azeite
É a gordura mais saudável. É das gorduras alimentares com maior percentagem de ácidos gordos monoinsaturados (73,8%), sobretudo ácido oleico.
As gorduras vegetais são as mais saudáveis e dentro destas, o azeite é a melhor. Mas o azeite tem tantas calorias como qualquer gordura e só pode ser usado em pequenas quantidade numa dieta de emagrecimento.
Banha
É obtida da gordura fundida de porco.
É uma das mais resistentes ao calor e uma das poucas adequadas para fritar e assar. Tem menos gordura saturada que do que as margarinas duras de cozinha e até mesmo do que algumas margarinas de mesa.
Manteiga
Obtém-se da nata do leite.
É constituída essencialmente por gordura (82%), na sua maioria saturada (50%) e também monoinsaturada (25%).
É preferível pasteurizada, sem sal e sem aditivos.
A manteiga é dos melhores fornecedores de vitamina A da nossa alimentação.
Deve-se guardar sempre no frigorífico, para evitar que rance, e em embalagem fechada para não captar odores desagradáveis.
Óleos
São misturas de óleos de várias sementes (colza, girassol, milho, cártamo, etc.
O óleo de amendoim é o óleo alimentar com maior teor de ácidos monoinsaturados logo a seguir ao azeite (46,8%) e dos mais resistentes  às temperaturas elevadas sendo o único com resistência suficiente para ser usado em frituras e assados.
A humidade acidifica as gorduras, sobretudo os óleos vegetais e azeite, deteriorando-os rapidamente. (rançagem da gordura), pelo que devem conservar-se em locais secos e frescos, longe da luz.

ÁGUA
Sem água não há vida.
Numa pessoa adulta 60% é água e num bebé essa percentagem é 75%.
Ninguém resiste mais de uma semana à falta de água (enquanto se pode resistir mais de 70 dias à ausência dos outros alimentos).
Beber água é um prazer.
A água da torneira em geral é boa.
Em média perdemos 2,5l de água por dia (na urina, um pouco pelos intestinos e na transpiração). Temos por isso de a repor. Como nos próprios alimentos ingerimos cerca de 1l de água, resta-nos beber 1,5 litros (podemos fazê-lo através de chás, sumos, refrigerantes, bebidas alcoólicas, leite, etc., pois todos estes líquidos contêm água, mas de facto o que temos mesmo é que bebê-la.
A água pura é a melhor bebida.
Quando transpiramos, o que sai é água e sais, particularmente cloreto de sódio.
Em climas muito quentes ou em situação de desporto intenso, devem beber-se líquidos apropriados que também contêm sal. O soro fisiológico pode ser uma solução.

REFRIGERANTES
Os refrigerantes são todos fabricados com água, açúcar, gás carbónico, extratos vegetais, conservantes e acidificantes.
Todas as bebidas açucaradas prejudicam os dentes.
Os refrigerantes são prejudiciais para a saúde.
Os refrigerantes light são melhores porque o açúcar é substituído p+or adoçantes sem calorias.
Há investigadores que consideram que os adoçantes sem calorias dão origem a «fome de ressaca», porque estimulam a produção de insulina através do sabor doce na boca.

SUMOS
O sumo natural, fresco, com os frutos espremidos à pressão, deverá ser bebido de imediato, porque a vitamina C começa a oxidar-se mal a laranja é espremida.
Um copo dos de água, com sumo de fruta natural, sem adição de açúcar contém 110 calorias (o mesmo que um copo de leite gordo).

CERVEJA
Há muitas cervejas e com características muito específicas que é difícil classificá-las.
Podem ser classificadas pela fermentação (fermentação alta, fermentação baixa, fermentação espontânea) , pela cor (pretas, loiras), pelo álcool (cerveja de mesa, cerveja de luxo, cervejas especiais),
As cervejas sem álcool têm entre 0,5 a 1% de álcool e esse efeito é obtido através de um processo de extracção de álcool após uma fermentação normal. Também há a técnica de parar a fermentação numa certa fase, mas isso diminui o aroma.
As cervejas mais claras devem ser servidas mais frias, as mais escuras a uma temperatura mais alta. As brancas e loiras entre 4 a 8 ºC, as mais morenas entre 8 e 9ºC, as pretas de 10 a 12ºC.
A cerveja, ao contrário do vinho, não beneficia do envelhecimento, conserva-se mal, é frágil e suporta mal a luz.
A diferença da «imperial»
Os apreciadores de cerveja não trocam a «imperial» pela cerveja engarrafada ou em lata porque o gosto é diferente e deve-se ao facto de sofrerem processos de pasteurização diferentes. A cerveja tirada à pressão, ao balcão, servida a copo, é sujeita a um processo de pasteurização chamado «em flash», que respeita mais os aromas e sabores, e a cerveja engarrafada, ou em lata, é sujeita a uma pasteurização clássica, mais demorada.

CAFÉ
Apareceu na Europa no século XVII vendido em carrinhas ambulantes.
No médio Oriente e no Egipto, o café era conhecido desde a antiguidade, pelas suas propriedades estimulantes.
A cafeína é estimulante. Aumenta a frequência cardíaca, faz subir a tensão arterial, estimula o rendimento muscular e o rendimento cerebral. Uma dose de um a dois cafés por dia não prejudica a saúde.
O café, em princípio, só deverá ter acção durante duas horas após ser tomado. Contudo, há pessoas em que a acção do café dura pelo menos oito horas.
O café causa dependência.
Kant tinha dependência do café.
Há duas variedades de café: robusta e arábica. A arábica tem menos cafeína (1,15 a 1,4%) e é mais aromática. A robusta tem mais (o dobro) da cafeína e é mais amarga.
O café tipo arábica vem sobretudo da África Oriental, da Etiópia, da Tanzânia e do Quénia. Os planaltos da América do Sul são também grandes fornecedores.
Os grandes fornecedores de robusta são as regiões da África Ocidental, como Angola. Também a Indonésia e a Costa do Marfim.
Descafeinados
São obtidos com um solvente que retira a cafeína, seguido dum jacto de vapor de água que retira o solvente.

CHÁ
É uma infusão.
A palavra é portuguesa, mas a origem está na China, na Índia e em Ceilão.
O chá preto é preparado através de cinco fases de secagem e fermentação das folhas.
O chá verde não sofre fermentação.
Para preparar o chá a água não deve ferver. O chá deve abrir 3 a 5 minutos. Por chávena usar quantidade de chá equivalente a uma colher de café bem cheia.
O chá contém cafeína (designado por teína). Tem teobromina, que é diurético e estimulante.
Não se deve tomar mais de 3 chávenas por dia de chá.

CHOCOLATE
O chocolate é um alimento obtido a partir de pasta de cacau e açúcar.
É um alimento muito calórico porque contém açúcar e gordura concentrados.
Dá dependência. Para além do sabor, estão lá substâncias que dão prazer ao nível do sistema nervoso central, contém teobromina, que é um estimulante e pode tirar o sono, a anandamida e a feniletilamina.
O chocolate é rico em magnésio, o que pode ter também uma acção anti-stress.
Chocolate de cozinha
Deve ter 30% de cacau em pó, com pelo menos 18% de manteiga de cacau.
Chocolate de leite
Tem 25% de cacau e 14% de derivados de leite e um máximo de 55% de açúcar. Tem pelo menos 25% de gordura.
Os chocolates têm geralmente aditivos.
Chocolate dietético (com menos calorias)
O chocolate dietético nunca tem grande redução de calorias, porque, mesmo que não tenha adição de açúcar, isso é compensado pela presença de gorduras.
Nunca se pode comer chocolate à vontade.

AÇÚCAR
O açúcar é uma forma de hidrato de carbono, em que a forma mais comum é a sacarose.
A sacarose produz-se a partir da cana-de-açúcar ou da beterraba.
Outros açúcares dividem-se em monossacarídeos (glicose e frutose, etc.), dissacarídeos (sacarose, maltose, lactose), trissacarídeos e polissacarídeos (amido, glicogénio).

O mel
É um alimento produzido pelas abelhas, a partir do néctar recolhido das flores, que é processado pelas enzimas digestivas desses insectos, sendo armazenado em favos nas suas colmeias e é o seu alimento.
O mel dito puro cristaliza naturalmente, não sendo esse factor de envelhecimento. O mel e o açúcar são os dois alimentos sem qualquer prazo de validade.
O mel é muito calórico. Tem pouco menos calorias que o açúcar. (100g de açúcar branco, açúcar amarelo e mel têm respectivamente 391, 384 e 309 quilocalorias).
O mel tem mais zinco e vitaminas B5 e B6 que o açúcar amarelo, mas este tem mais cálcio e magnésio.
Os edulcorantes fazem mal à saúde?
Nunca se provou que os edulcorantes, que são aduçantes, fossem tóxicos e muito menos cancerígenos.
Os edulcorantes são úteis num plano alimentar de redução de peso e de tratamento da diabetes. Podem ser adicionados a bebidas, lacticínios e cereais. Também podem ser cozinhados desde que não cheguem a altas temperaturas.

Glicemia
A glicemia é o nível de açúcar no sangue.
A capacidade de metabolizar os hidratos de carbono é a capacidade de produzir insulina.
Ter uma glicemia alta significa que essas pessoas estão a metabolizar mal os seus hidratos de carbono e têm ou podem vir a ter diabetes. Há situações que não são de diabetes declarados mas de pré-diabetes, porque o organismo metaboliza mal os hidratos de carbono. Depende da dieta e do exercício evitar a passagem a diabetes. As refeições devem ser de baixo índice glicémico independentemente da quantidade de calorias.
Considera-se que há diabetes quando, por duas vezes, se encontra um valor igual ou superior a 126mg/dl da glicemia em jejum-
Um doce é sempre hipercalórico mas ao menos que o comamos a seguir à refeição para que se envolva com os outros alimentos e demore mais tempo a ser absorvido.
A frutose da fruta é rapidamente transformado em glicose e faz subir a glicemia, por isso, se comermos fruta, também a devemos acompanhar por outro alimento que tenha absorção lenta.

23/01/19

Relendo o livro "Alimentação e bem-estar (coma bem, viva melhor)" de Prof.º Isabel do Carmo, Publicações Dom Quixote, 2011.




Beneficie a sua saúde através duma alimentação variada, correcta e equilibrada.

SER GORDO: ACASO OU CONSEQUÊNCIA?
Para deixar de ter peso excessivo é necessário tomar uma decisão.
Não é um só gene, mas uma série de genes, que, no seu conjunto, predispõem uma pessoa a ser obesa.
Esse conjunto de genes vai condicionar o funcionamento do apetite e saciedade.
O ser humano gosta de doces, mesmo ainda na barriga da mãe.
Quem tem a tendência para ganhar peso excessivo desde a infância vai, habitualmente, tê-lo toda a vida.
Prevenir a obesidade deverá ser prática diária de toda a família.
Para perder peso é necessário comer menos calorias do que aquelas que se gastam.
Para perder peso não se pode passar fome. Quando se tem fome, o que apetece mesmo é aquilo que traz calorias imediatas e em quantidade – açúcar e gorduras. O doce é um alimento feito exactamente com os dois.

O PESO IDEAL
Não há peso ideal.
Há um intervalo de pesos em que é menor o risco de mortalidade. É aquele em que o IMC se situa entre 18,5 e 25, sendo o IMC = Peso em quilos a dividir pela altura, em centímetros, ao quadrado.
Outros factores de risco para a morbilidade, para além do excesso de peso, são hipertensão arterial, diabetes, alteração das gorduras do sangue, sedentarismo, consumo de tabaco, etc.
Há estruturas diferentes em cada indivíduo e a estabilidade do corpo é individual. É bom que a pessoa se sinta bem com o peso que tem, que não se canse, que não se ache deselegante.
A percentagem de massa gorda corporal mede-se com um aparelho de bioimpedância, o qual faz passar pelo corpo uma corrente eléctrica de baixa voltagem, que tem velocidades diferentes de passagem, devido à resistência diferente dos vários tecidos, magros ou gordos, que constituem o corpo.
Os valores considerados normais são

ANOS
Homens Mínimo
Homens Médio
Homens Máximo

Mulheres Mínimo
Mulheres Médio
Mulheres Máximo
Até 21
9%
13%
17%

16%
20%
24%
21 – 30
10%
14%
18%

18%
22%
26%
31 – 40
11%
15%
19%

19%
23%
27%
41 – 50
12%
16%
20%

20%
24%
28%
51 – 60
14%
17%
20%

21%
25%
30%
Mais 60
16%
19%
21%

22%
26%
31%

COMO COME?
Os erros alimentares acabam em aumento de peso
Os extras fora das refeições são os habituais agentes de «ganha peso»
É só necessário um consumo diário de 2200 a 2500 quilocalorias. De acordo com o INE consumimos 3500 por pessoa e por dia.

MISTURAR ALIMENTOS
A mistura de alimentos é sempre uma mais valia, visto que fornece nutrientes diversos. Os alimentos complementam-se.
No que diz respeito ao índice glicémico, ou seja o nível e a rapidez a que chega açúcar do sangue, também é mais baixo e mais lento se os alimentos forem acompanhados.
Quanto aos vegetais, misturar cores é uma boa maneira de misturar sabores e qualidade.
Há algumas misturas que não devemos fazer, por razões de absorção. Não devemos beber leite às refeições, nem comer iogurtes à sobremesa, se esta tiver vegetais porque uma parte do cálcio não vai ser absorvida.
A pirâmide alimentar é um guia para as escolhas alimentares diárias. Na base da pirâmide estão as hortaliças (3 – 5 porções) e o pão, cereais, arroz e massa (6 – 11 porções). No meio vem os lacticínios (leite, iogurte e queijo 2 – 3 porções) e frutas (2 – 4 porções). No topo vem gorduras, óleos e doces (use moderadamente) e carne, frango, leguminosas, peixe, ovos e nozes 2 – 3 porções). Água 1,5 a 2 litros diários e exercício físico (pelo menos caminhar 30 minutos diários).
Para mais fácil mneumónica, adoptou-se a roda (tem a forma de um prato) dos alimentos, em vez da pirâmide dos alimentos, mas com as mesmas proporções.

A MASSA ENGORDA?
A massa não engorda mais do que qualquer outro farináceo. Os italianos adultos são dos mais elegantes da Europa.
100 gramas de esparguete têm as mesmas quilocalorias que 100 gramas de arroz.
Se cozinharmos 100 g (em cru) de esparguete (340 Kcal), se lhe juntarmos um tomate (17 Kcal) e uma colher de chá com 2 gramas de azeite (18 Kcal), teremos uma refeição com 375 Kcal. Ainda temos direito a misturar meio queijo fresco magro (43 Kcal) para obtermos 418 Kcal. Se tivermos em conta que um queque vale 400 Kcal, o prato de esparguete com tomate, queijo e azeite, vale bem a troca.
A massa, sob várias formas, é um alimento que pode e deve ser integrado numa alimentação saudável ou num plano para emagrecimento. É comparável ao arroz e pode ser usada desde que com parcimónia.

ADITIVOS
Há aditivos bons e aditivos maus e outros de meio termo.
Há que ler os rótulos e procurar informação sobre esta matéria. E não acreditar em alarmes.
Aditivos bons: os conservantes, que são representados por E200. Evitam a contaminação por bactérias ou a multiplicação dessas bactérias. O botulismo é uma doença grave causada pela multiplicação de bactérias que produzem toxinas, quase sempre fatais. Temos de rejeitar os produtos com as tampas abauladas, convexas para cima que indicam que lá dentro estão bactérias que produzem gases que vão abaular a tampa. Entre essas bactérias pode estar a do botulismo. Para evitar a proliferação desta bactéria, adiciona-se nitrato, um dos E200. Para evitar o crescimento do bolor no pão de forma, junta-se outro E, o profionato. Não se deve comer pão com bolor porque este é tóxico para o organismo. Quanto ao vinho branco, para ser conservado, necessita de um conservante, o sulfito, outro dos E200.
Apesar do papel simpático destes “Es”, é necessário ter cautela. Os nitratos (E249 a E252) podem dar origem a nitrosaminas, que são cancerígenas. Mas como este efeito depende da quantidade, o único cuidado a ter é não comer continuamente alimentos com este conservante. Olhe para o rótulo! Quanto aos sulfitos do vinho branco, podem provocar alergias.
Outros aditivos úteis são os antioxidantes. Estes agrupam-se nos E300 e impedem que as gorduras fiquem rançosas ou que os frutos já descascados fiquem acastanhados quando têm a polpa em contacto com o ar. Ingerir antioxidantes não faz mal.
No grupo E400 e alguns E300 estão os aditivos de textura, como é o caso da lecitina, que é um emulsificante que permite, por exemplo, que o chocolate se mantenha consistente, permanecendo ligados os seus vários componentes. Pertencem também a este grupo os espessantes e gelificantes, que dão consistência ao gel dos alimentos. É o caso do agar-agar ou da pectina dos frutos. É a pectina que dá a consistência à geleia.
Como se vê há vários aditivos que trouxeram uma melhoria para a nossa alimentação.
Mas há aditivos que são dispensáveis:
Os corantes são os E100 que, conforme a cor, asmarelo, vermelho, azul, verde, cinzento, assim vão sendo baptizados de 110, 120, 130, 140, 150. Mas porque havemos nós de comer os alimentos mascarados com outra cor?
Aos alimentos básicos – leite, óleo, açúcar, café, chocolate – é proibido adicionar corantes.
Quanto aos modificadores de gosto, pertencem ao grupo dos E600. É o caso do glutamato de sódio (E621), que tira o sabor do alimento. É muito aplicado na comida chinesa e pode dar o síndrome do restaurante chinês, com calor e mau-estar após a refeição.
Há ainda os acidificantes, que dão ao alimento um sabor mais ácido. E os edulcorantes que dão sabor doce, sem terem açúcar.
Em relação a todos eles convém não comer de forma repetitiva, sobretudo as crianças que têm mais dificuldade em metabolizar.

ALIMENTAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
Cada vez mais, a chamada terceira idade chega mais tarde e vamos ter que falar em quarta idade e idosos-jovens e idosos-idosos.
Há situações em que as pessoas idosas ficam mal nutridas e a má nutrição é uma porta aberta para doenças, sobretudo infecções.
No idoso doente, a desnutrição vai favorecer uma má evolução da doença e um mau sucesso no tratamento.
A desnutrição dos idosos é muito mais grave quando estão institucionalizados.
As pessoas mais velhas vão perdendo o sabor e o odor, tal como perdem o sentido de sede.
Por outro lado, têm dificuldade de mastigação. Muitas vezes têm excesso de sedentarismo e estão deprimidos.
O mais fácil é não se sentarem à mesa, não comerem de faca e garfo e engolirem o café com leite e pão. A sopinha agrada-lhes pela temperatura e porque se vai engolindo sem esforço.
Muitas vezes estão polimedicados, alguns dos medicamentos podem alterar o sabor.
Entretanto os músculos vão atrofiando e o gosto de sabor que resta é o dos doces.
Acontece por isso que alguns idosos estão gordinhos mas estão mal nutridos. Ganham massa gorda mas falta-lhes proteínas, vitaminas e sais minerais nos alimentos.
São as pessoas que rodeiam o idoso que devem estar atentas a estes comportamentos.
Enquanto se podem mexer, os idosos devem ser «empurrados» para a rua. Devem beber 1,5 litros de líquidos por dia. Devem fazer as refeições à mesa. A sopa é um bom alimento, mas não dispensa o resto.
Os idosos necessitam de fazer refeições à mesa, pois é na comida de prato, cozinhada, que estão alguns dos nutrientes indispensáveis.
Não se podem alimentar só à base de leite, sopa e pão, mesmo sabendo que esses alimentos são válidos.
Um idoso pode ter excesso de peso e estar mal nutrido.
Uma pessoa mal nutrida está mais vulnerável a infecções.
Os idosos necessitam comer de tudo, mas sob a forma mole (empadão, lasanha, carne picada).
Os idosos devem fazer exercícios para manter os músculos.
Felizmente a esperança de vida aumentou. Não é um mal, é um bem.

CONTA TUDO O QUE SE COME
Os alimentos não são só os que se comem à mesa. Para crianças e jovens, os extras hipercalóricos são os que se comem fora da mesa. É aí que está a origem do peso excessivo.

Os pais que percebem que o filho não consegue enfrentar o seu peso excessivo devem arriscar o confronto. Não todos os dias e a toda a hora. Mas algumas vezes significativas. A sociedade deve programar o combate ao excesso de peso.

REGIMES QUE NÃO RESULTAM
As crianças e jovens não dizem só a verdade. Podem mentir ou omitir. No que respeita à comida, é muito possível. Também não vale a pena serem desmascarados com humilhação. A conversa a s´s com o técnico de saúde (médico, nutricionista ou dietista) pode ser muito útil.

TRANSPIRAR E EMAGRECER
A transpiração não faz perder gordura. A água perdida pela transpiração deverá ser reposta, porque senão haverá desidratação.

EXERCÍCIO FÍSICO
O exercício físico é um complemento num plano de emagrecimento que inclui dieta. É indispensável, mas é complementar.
No entanto, o exercício é muito mais que uma máquina de perder quilos. Tem acção benéfica em todo o organismo e previne doenças. O sedentarismo pode ser apenas consequência de «preguiça» e de dificuldade de mudança.
Deve ser feito exercício programado e não programado.

CÁLCIO E OSTEOPOROSE
A osteoporose apresenta-se hoje generalizada, porque a esperança de vida passou para o dobro em um século. A osteoporose é perigosa, porque pode ocasionar fracturas com grande risco.
Os alimentos ricos em cálcio e vitamina D são necessários para a prevenção e tratamento.
Para além da alimentação é fundamental o tratamento medicamentoso da osteoporose.

A TIRÓIDE E O EXCESSO DE PESO
O hipotiroidismo provoca algum excesso de peso, moderado, mas não justifica a obesidade. Os nódulos ou os anticorpos elevados, em tiroides a funcionar normalmente, não alteram o peso. Não se deve tomar hormona tiroideia para perder peso, quando a glândula funciona normalmente.

SUPLEMENTOS ALIMENTARES
Não se devem tomar «suplementos alimentares» destinados a emagrecer. Estes produtos não passam pelo Infarmed nem estão licenciados pelo Ministério da Saúde. Dependem do Ministério da Agricultura. Muitos são estimulantes prejudiciais, outros são diuréticos ou laxantes. Não se vendem milagres ao balcão.

O QUE É NATURAL É BOM?
Nem tudo o que é natural é bom.
A definição de natural é difícil e irracional. Na Natureza, há muitas substâncias que são tóxicas para o ser humano. Não se pode encontrar numa drageia «natural» aquilo que a vida quotidiana escangalhou. À irracionalidade do desastre ecológico actual temos que responder com uma racionalidade que passa pela interrogação, sem aceitar sem reservas a verdade que nos querem vender.
Muitos chazinhos são bons. As gotas e as drageias «naturais» não se conhecem.

ALIMENTOS FUNCIONAIS
Alimento funcional é aquele em relação ao qual se demonstrou, de forma satisfatória, que tem um efeito benéfico sobre determinadas funções do organismo.
Os alimentos não são medicamentos.
PROBIÓTICOS – é um organismo vivo que, quando ingerido em quantidades suficientes tem um efeito positivo para a saúde. É o caso dos iogurtes com probióticos que melhoram a flora intestinal e parece ter uma função reguladora da imunidade.
PRÉBIÓTICOS – São substâncias contidas em alimentos que pela sua composição melhoram a flora intestinal. São os alimentos com fibra, as frutas, os vegetais.

BOAS IDEIAS PARA COMER BEM
. Coma vegetais e fruta em boa quantidade
. Coma vegetais e fruta da época
. Sempre que possível, compre produtos «bio»
. Poupe em alimentos dispensáveis – refrigerantes, batatas fritas, molhos
. Coma mais peixe do que carne
. Escolha em variedade
. Pratique exercício
. Coma produtos cereais integrais
. Evite as gorduras
. Guarde os doces só para os dias de festa
. Guarde a charcutaria só para os dias de festa
. Aceite que a melhor bebida é a água
. Modere o consumo de sal
. Prefira um copo de vinho tinto
. Produtos embalados, rejeite-os se a data estiver ultrapassada
 . Produtos embalados: rejeite-os se a embalagem estiver em mau estado.
. Produtos não embalados: esteja atento ao aspecto. Rejeite os que estão pobres ou «tocados»
. Compre os alimentos congelados ou destinados ao frigorífico no final das compras
. Compre só o que é necessário
. Separe os alimentos de outros produtos não alimentares
. Mantenha o frigorífico a uma temperatura não superior a 4ºC e o congelador a temperatura não superior a -18ºC
. Faça a limpeza da cozinha todos os dias
. Substitua com frequência as esponjas da loiça
. Ferva os panos da cozinha ou ponha-os em lixívia
. Lave bem as mãos antes de ir cozinhar e sempre depois de ir à casa de banho
. Com amigdalite, tosse, infecções respiratórias, diarreia, feridas nas mãos, não contacte com os alimentos na cozinha
. Tenha na cozinha uma toalha para as mãos e não utilize para isso o pano da loiça
. Os animais domésticos não devem estar na cozinha
. Separe os alimentos crus dos cozinhados
. Nunca descongele à temperatura ambiente. Descongele rapidamente.
. Nunca volte a congelar o que já descongelou

ATENÇÃO
. Perder um quilo, no máximo, por semana
. Deve retirar doces e gorduras visíveis
. Na confecção retirar os fritos
. Abstenha-se de andar a roer bolachas, tostas ou fruta a toda a hora
. Coma lacticínios
. Às refeições, coma sempre vegetais e fruta
. Nunca abandone os farináceos
.