Mensagem de boas vindas

Bem Vindo ao blog Campo da Forca. Apontamentos pessoais também abertos a quem os quiser ver.

03/05/12

Despedida de solteiro


Outubro de 1977. Jantar de despedida de solteiro, com os meus colegas do Serviço de Máquinas do Departamento de Projecto da Direcção Técnica da Setenave, no "Verde e Branco" em Setúbal.

29/04/12

Liceu Nacional de Setúbal - O Liceu, a Memória e a Recordação, Por Manuela Fonseca


Éramos, nós, Portugueses, a rir, a cantar e a cimentar a Liberdade, de braço dado, povoado a povoado, aldeia a aldeia, vila a vila, cidade a cidade, sede partidária a sede partidária, local de trabalho a local de trabalho, escola a escola, palavra a palavra, poema a poema, pintura mural a pintura mural. Sonhámos com as mais díspares realizações, individuais e em conjunto. E, embora nem todas concretizadas, sabemos, três décadas e meia passadas, em cada dia, a diferença entre ditadura e Democracia, a que permitiu o nosso desenvolvimento e o dos povos de terras por onde, mal e bem, passámos. À Maria da Conceição Banza, Companheira do Liceu e de Viagem Fim da década de sessenta do século passado: os dois últimos anos escolares, sexto e sétimo, obrigavam à disciplina de Organização Política e Administrativa da Nação, panegírico do salazarismo e da Constituição de 1933. O Dr. José Afonso (“Zeca Afonso, o que canta contra eles”), chegado inesperadamente, tinha-a ministrado de forma diferente; virara-lhe o conteúdo e até conseguira falar de Sartre – a ultrapassagem dos rígidos, manhosos e sonolentos conteúdos programáticos haveria de levá-lo, pouco depois, para a prisão política, sussurrada pelos mais politizados, com revolta e indignação, nos corredores, pátios e sanitários do Liceu de Setúbal. Em Filosofia, outros autores que tinham ajudado a entender os homens, a vida, os fenómenos e os objectos eram estudados a correr e, às vezes, nem isso. Sorte para alguns: duas professoras eram ousadas para a época, no que ensinavam e nos métodos utilizados, e uma delas até já tivera – comentava-se baixinho – um problema na cidade onde antes exercera por não ceder na avaliação, negativa e justa, que atribuíra ao filho “de um homem influente do regime” que queria que o filho passasse e, mantida a dignidade e a classificação pela correcta profissional, mexera os cordelinhos para tê-la longe. Uma vez, chegados para a primeira aula da manhã – cheios de sono os que não moravam em Setúbal e se levantavam às seis horas –, todos foram surpreendidos pela gritaria de um professor – o que apelidava, sempre que lhe apetecia, de “bestas” os rapazes que eram seus alunos e, se pudesse, complementava ainda a designação com uns toques no pescoço, chamados caldos – ao Reitor, homem de autoridade dada, para além do elevado cargo, pelos bons exemplos, práticas e civismo. Os discípulos admiravam a sua postura e bem entendiam ser um democrata que esperava por melhores tempos para se exprimir em Liberdade. Para os que o comboio transportava, divertidas viagens, sobretudo se as avarias das velhas locomotivas a vapor lhes proporcionavam paragens, longas, com direito a laranjas, saborosas, tiradas junto à ferrovia e uma cervejinha – ao arrepio da higiene mais elementar de hoje e coisa natural na época – passada de boca em boca que a higiene era então assim… E os atrasos nas chegadas, providenciais, livravam da atrapalhação de exercícios de avaliação oral, as chamadas, habitualmente aleatórias e que aterravam, logo pela manhã, os ensonados sem as lições na ponta da língua... As visitas de fim de curso (pagas, amiúde, com dificuldade) a Espanha mostravam aos jovens e aos mestres que os acompanhavam locais e monumentos: uns ensinavam História e outros engrandeciam a ditadura que manietava um povo irmão; revejo uma colega, corajosa, a escrever postais ilustrados, perante a estupefacção de todos e o sorriso nos olhos de alguns, enquanto o guia pronunciava um discurso de elogio a quem fizera mal a tantos cidadãos, num dos símbolos do franquismo. Na unidade hoteleira que albergava o grupo, ela referiria aos íntimos que fizera a homenagem, sentida e possível, a um tio-avô por afinidade que para lá fora e lutara em defesa da República, atraiçoada por uma guerra, horrível como todas. Souberam alguns, tempos depois, que esse parente, criativamente honrado e herói, fora transformado em personagem pelo génio de Ernest Hemingway, em obra inesquecível e ilustrativa de uma Espanha em profundo sofrimento, Por Quem os Sinos Dobram. Quando se deu o assassínio do Reverendo Martin Luther King, um texto acerca do ilustre estado-unidense não pôde passar na íntegra no jornal do Liceu. O artigo dizia que ele fora um pacifista e a qualificação era complicada: “Estão a ver o melindre da palavra com Portugal a defender-se de agressões em África?” Houve boicote à compra, uma espécie de pequeno escândalo. O Mundo, o mutável Mundo, elucidava na construção de consciências: os ecos do Maio de 68, da Primavera de Praga, do “Black Power” também educavam os que, ainda crianças, tinham chegado ao Liceu; eram pessoas quase adultas e sabiam o que havia a fazer para ajudar ao devir de Portugal. Diploma na mão, conhecimentos plurais a enriquecê-lo, saudades dos longos momentos de estudo e descoberta, das festas pindéricas, idênticas à que Milos Forman mostrou em O Baile dos Bombeiros, dos jogos à batalha naval, marotos, nas aulas menos interessantes, de alguns namoricos, das primeiras descobertas sexuais (os anticoncepcionais adquiridos, mais ou menos à socapa, num misto de desafio a preconceitos e alguma culpa inculcada pelos mesmos), as moças e os moços deixaram o estabelecimento de ensino onde, anos atrás, a maioria se tinha conhecido. Saudades do Liceu: dos colegas, do convívio, da abertura de horizontes culturais, dos professores que sabiam ser competentes e humanos: a formação que nos deram, com sabedoria e moderação, continua nos homens e mulheres maduros que os encontraram, há muito, junto às velhas carteiras das salas de aula. Dos que se viram, certamente obrigados, a ir com os discentes ao Governo Civil, guerra colonial iniciada, em defesa do “Ultramar Português”, a compreensão pela situação. Conduzidos por uma conterrânea, bastante nova e politizada, tão sóbria como na actualidade, os do Barreiro só viveram parte desse episódio: fugiram quase todos para a estação da CP de Setúbal, discretamente. Foi o momento da compreensão primeira de que não podiam pactuar com o que estava errado. Quanto aos mestres brutos e (em contextualização com as suas personalidades) defensores do indefensável, ventos, chuvas, marés, luas e sóis apagaram-lhes os nomes. As moças e os moços continuaram a caminhada, a morte de alguns condiscípulos a desgostá-los; entraram no mercado de trabalho ou prosseguiram estudos, acrescidos os sacrifícios para quem tinha ambas as actividades que naquele tempo não havia horários que permitissem a sua harmonização. Umas e outros avançaram, constituíram família e vieram bebés, alguns afilhados de antigos colegas que estreitaram mais os afectos com os progenitores. Sob outro ponto de vista, era grande a expectativa da chegada da Democracia que, pelo sacrifício de muitos, se avizinhava; a sua iminência já era abordada com mais à-vontade durante a governação da equipa do Professor Marcelo Caetano. E caiu o totalitarismo com a exemplar contenção dos militares do 25 de Abril, a euforia do povo na rua, a saída dos presos políticos das hediondas e humilhantes masmorras, as inesquecíveis vivências em comum, a descoberta, tantas vezes ocasional, dos pides, encontrados em becos, vielas, ruas, avenidas e bairros. Aterrados, os bandidos, não pelo mal que tinham causado a tantas pessoas mas por serem descobertos. Gozarão hoje, os miseráveis, de salários como aposentados da Função Pública. Éramos, nós, Portugueses, a rir, a cantar e a cimentar a Liberdade, de braço dado, povoado a povoado, aldeia a aldeia, vila a vila, cidade a cidade, sede partidária a sede partidária, local de trabalho a local de trabalho, escola a escola, palavra a palavra, poema a poema, pintura mural a pintura mural. Sonhámos com as mais díspares realizações, individuais e em conjunto. E, embora nem todas concretizadas, sabemos, três décadas e meia passadas, em cada dia, a diferença entre ditadura e Democracia, a que permitiu o nosso desenvolvimento e o dos povos de terras por onde, mal e bem, passámos. A memória e a recordação do Liceu de Setúbal quando os que lá entraram há quase cinquenta anos se revêem, com mais ou menos regularidade, agora que as aposentações chegam e as fotografias de filhos, netos, sobrinhos e afilhados são mostradas e transferidos para as gerações mais novas os desígnios não cumpridos. A propósito: refiram-me, por favor, um novo almoço para os do tempo em que as meninas entravam por uma porta e os rapazes por outra e a Serra Mãe (obrigada, Sebastião da Gama) começava a encantá-los, num amor que perdura. Manuela Fonseca * * Colunista do Jornal Rostos

06/04/12

Numa rua do Porto

Numa noite normal com o passado largado da memória, um homem reencontra, no lugar a que chama casa, lembranças de um tempo que viveu. Fragmentos de pura felicidade e instantes de sublime partilha, surgem como apontamentos de esperança de um presente que não voltará a ser o mesmo

Memoria recente e antiga: Uma Equipa de Futebol - 1969

Memoria recente e antiga: Uma Equipa de Futebol - 1969

06/03/12

A mulher artista na história da arte - BIBLIOGRAFIA


BIBLIOGRAFIA

Giorge Duby, Michele Perrot, “História das Mulheres no Ocidente”. Edições
Afrontamento, Lx. 1994

Vários, “História Universal” Instituto Gallach, Edições Oceano

Vários, “História Universal”, Editorial Salvat, 2005

Jacques Berlioz, “Monges e Religiosos na Idade Média” Edições Terramar

Carlos Alberto Ferreira Almeida, “História da Arte em Portugal”, Editorial Presença, Lx.

Umberto Eco, “Arte e Beleza na Estética Medieval, editorial Presença, Lx.

Jean Delumeau, “A Civilização do Renascimento” (1984) edições 70, Lx. 2004

Bonnie S. Anderson Y Judith P. Zinsser, “História de Las Mujeres: Una História Própria” (1998), Editorial Crítica, Barcelona, 1991

Jacques Le Goff, Leroy Ladure, George Duby e Outros “A Nova História”, (1977) Edições 70, Lx. 1991

Jacques Heers, “A Idade Média – Uma Impostura” (1992), Edições Asa, Lx. 1994

H. W. Janson, “História da Arte”, Edição Fundação Calouste Gulbenkian, Lx. 2007

Everard M. Upjohn, Paul S. Wingert e Jane Gaston MahJer, (1965) “História Mundial da Arte”, Livraria Bertrand, Lx. 196?

Vários, “Guia da História da Arte – Os artistas, as obras, os movimentos, do séc. XIV aos nossos dias” Edição de Sandro Sproccati (2000), Edições Presença, Lx. 2002

Gerard Legrand, “A Arte do Renascimento” (1999), Edições 70, Lx. 2000

Vários, “Histoire General de La Peinture”, Editions Rencontre, Lausanne, 1966

Lionello Venturi, “ História da Crítica de Arte” (1936), Edições 70, Lx. 1998

Whitney Chadwick, “Women, Art and Society” Ed. Thames and Hudson Ltd, London, 1990

Griselda Pollock “Vision and difference – Feminity, femenism and Histories of Art, Ed. Routlege, 1988

Ann Sutherland Harris, Linda Nochlin, “Femmes Peintres 1550-1950” Ed. Des Femmes

Giorgio Vasari, Benvenuto Cellini, “Vite di Artisti”, Editions Gallimard, 2002

Anne Cauquelin, “Les Théories de L’Art”, Ed. Puff, Paris, 1998

Jan Mukaróvsky, “Escritos sobre Estética e Semiótica da Arte”, (1975), Editorial Estampa, Lx. 1988

Anne Sauvagnargues “Arte et Philosophie”, Ens Editions Fontenay / saint Claude, 1998

Eugénio Garin, “Idade Média e Renascimento” (1950), Editorial Estampa, Lx. 1994

John Berger “Modos de Ver”, Ed. GG, 2004

Giulio Carlo Argan, Maurizio Fagiolo, “Guia da História da Arte” (1992), Editorial Estampa, 1994

Giulio Argan, “Arte e Crítica de Arte”, Editorial Estampa, Lx.

Ernst Kris y Otto Kurz, “La Lleyenda del Artista” (1979), Ed. Ensayos Arte Cátedra, Madrid 1982

José Ortega y Garsset, “ A desumanização da Arte e outros Ensaios de Estética”, Ed. Almedina, Coimbra, 2003

Omar Calabrese, “A Linguagem da Arte” (1985), Editorial Presença, Lx. 1986

Matilde Battistini, “Symboles et Allégories”, Ed. Hazan, Paris, 2004

Marcus Lodwick, “Guia do Apreciador da Pintura”, Editorial Estampa, Lisboa, 2003

Stephen Little, “…Ismos – Entender a Arte” (2004) Ed. Lisma, Seixal, 2007

Vários autores, “Verbo - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura”, Editorial Verbo, Lx. 1994

Vários autores “Grande Dicionário Enciclopédico”, Edição Clube Internacional do Livro, Lx.

Vários autores “Nova Enciclopédia Larousse” Edição Selecções do Reader’s Digest

Vários Autores “ Encyclopedia Britannica Deluxe CD”, 2008

Unesco (enciclopédia), “L´Histoire de L´Humanité” Edition Robert Lafont, Vol. IV, Paris, 1991

04/03/12

"Ten reasons to visit Portugal"

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Conclusão


13- Conclusão
Durante muitos séculos o estudo sobre as mulheres em geral e as artistas em particular, foi uma questão ausente na historiografia.
Vítimas de opressão e votadas ao silêncio da reprodução materna na sombra da domesticidade, foram apagadas enquanto o homem resplandecia e agia.
No entanto, nenhum obstáculo foi verdadeiramente capaz de impedir o seu desenvolvimento social.
A emancipação foi uma tarefa árdua.
De sexo frágil, a mulher passou a ser responsável por um processo social que o mundo vem sofrendo, a revolução feminina, onde as mulheres deixaram de ser apenas donas do lar, para participar efectivamente da construção da história em todas as suas vertentes.
O tempo actual é, sem dúvida, o das mulheres. Para isso três factos fundamentais tiveram lugar no século XX, o direito ao voto com a consequente autonomia legal em relação a direitos civis, a maior igualdade no acesso à educação e o ingresso massivo no mercado de trabalho.
No mundo da arte a mulher, apesar de tantas contrariedades, criou obras notáveis, muitas das quais estarão por descobrir, o que nos leva a perguntar até onde poderia ter ido se tivesse almejado as mesmas oportunidades dos homens?
Cabe agora à mulher artista, no tempo presente, responder.

02/03/12

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Mulheres artistas famosas do séc. XX


12.12- Mulheres artistas famosas do séc. XX

Georgia O'Keeffe (1887- 1939)
Pintora.
Praticou formas de abstracção que muito deve a Kadinsky.
Utilizou um largo espectro de temas e estilos mas todos tem em comum uma abordagem pessoal.

Sophie Taeuber-Arp (1889-1943)
Pintora e designer Suiça.
Destacou-se como uma das principais figuras da Arte Abstracta, tendo importante participação junto ao Movimento Dada, na Suica, e incursões pioneiras no Neoplasticismo e Construtivismo.

Frida Kahlo (1907-1954)
Pintora mexicana.
Adoptou o emprego de zonas de cor amplas e simples. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adoptava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.
A sua obra foi qualificada de surrealista, por exemplo por Andre Bretton, não obstante ela mesma declara mais tarde ¡§pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade¡¨.

Varvara Fedorovna Stepanova (1894-1958)
Designer.
Artista russa associada ao movimento Construtivismo.

Dorothea Lange (1895-1965)
Fotógrafa.
O interesse pelas pessoas e a sensibilidade que demonstra perante a sua dignidade fizeram dela a melhor fotografa documental do seu tempo.

Margaret Bourke-White (1904-1971)
Fotógrafa.
Fotojornalista da ¡§Fortune¡¨ e da ¡§Life¡¨.
Grande talento para a composição. Capacidade rara de sugerir níveis múltiplos de significação.

Louise Nevelson (1900- 1973)
Escultora.
Primeiro escultor do SEC. XX verdadeiramente importante na América.
A sua realidade começou com uma colecção de madeira mas em breve se transforma em vastos ambientes. A sua obra consiste em grandes painéis murais que achatam a sua arquitectura transformando-a em relevos.

Barbara Hepworth (1903-1975)
Escultora.
Foi durante longo período a escultora mais proeminente do seu tempo.
A sua escultura tem um fundo biológico, mas começou a modificar-se depois.
Praticou diversos estilos.

Berenice Abbott (1898-1975)
Fotógrafa.
Produziu espantosas fotografias. São imagens fascinantes, literal e visualmente e a sua perfeição formal torna-as artisticamente interessantes e cientificamente validas.

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)
Pintora portuguesa que fez carreira em Paris.
Pintora de temas essencialmente urbanos.
As suas obras revelam grande preocupação com o espaço e a profundidade.

Helen Frankenthaler (1928- )
Pintora.
Pioneira da tela manchada.
Usa Pintura gestual.

Paula Rego (1935- )
Pintora portuguesa.
Frequentou a Slade School of Art.
Casada com um inglês vive em Londres.
Com nome reconhecido em todo o mundo e colocada entre os 4 melhores pintores vivos em Inglaterra.

Joanne Leonard (1940- )
Fotografa.
Usa a fantasia como meio de exprimir os seus problemas interiores.

Graça Morais (1948- )
Pintora portuguesa.
O tema da mulher tem sido uma constante da sua obra, retomando aspectos formais dos graffiti ou da técnica dos frescos.

Judy Pfaff (1949- )
Escultora.
Usa a pintura juntamente com materiais escultóricos e outros para activar o espaço arquitectural.
A sua obra pode ser comparada a paisagens exóticas de interior.

Joana Vasconcelos (1971- )
Artista plástica portuguesa contemporânea, considerada como uma das mais marcantes da ultima década.
Trabalha frequentemente com a escultura e a instalação
Muitos dos seus trabalhos estão patentes em colecções privadas europeias

29/02/12

Matemática e poesia ou Pi e Poe

 Pi, número irracional  
 Pi = 3,141592535897932384626433832795028841971693993751058..., 
Para a maioria dos cálculos simples é comum aproximar π por 3,14.
Uma boa parte das calculadoras científicas de 8 dígitos aproxima π 3,1415927.
Na ciência, é comum usar com 52 casas decimais.
Para cálculos ainda mais precisos, pode-se obter aproximações de π através de algoritmos computacionais (Shigeru Kondo e Alexander Yee apresentaram, em 2011, Pi com 10.000.000.000.000 casas decimais).
Poe, Edgar Allan (1809-1849): Near a Raven
 Escritor e poeta americano. Criou um poema mnemónico para o valor de Pi, com 740 casas decimais:
Poe (3), E.(1) 
      Near(4) a(1) Raven(5)
Midnights (9) so (2) dreary (6), tired (5) and (3) weary(5). 
Silently (8) pondering(9) volumes(7) extolling (9) all (3) by (2) –now (3) obsolete(8) lore(4). 
During (6) my (2) rather (6) long (4) nap (3) - the (3) weirdest (8) tap! (3) 
An (2) ominous (7) vibrating (9) sound (5) disturbing (0) my (2) chamber's (8) antedoor.(8) 
"This"(4), I (1) whispered (9) quietly (7), "I (1) ignore" (6).
Perfectly (...), the intellect remembers: the ghostly fires, a glittering ember. 
Inflamed by lightning's outbursts, windows cast penumbras upon this floor. 
Sorrowful, as one mistreated, unhappy thoughts I heeded: 
That inimitable lesson in elegance - Lenore - 
Is delighting, exciting...nevermore.
Ominously, curtains parted (my serenity outsmarted), 
And fear overcame my being - the fear of "forevermore". 
Fearful foreboding abided, selfish sentiment confided, 
As I said, "Methinks mysterious traveler knocks afore. 
A man is visiting, of age threescore."
Taking little time, briskly addressing something: "Sir," (robustly) 
"Tell what source originates clamorous noise afore? 
Disturbing sleep unkindly, is it you a-tapping, so slyly? 
Why, devil incarnate!--" Here completely unveiled I my antedoor-- 
Just darkness, I ascertained - nothing more.
While surrounded by darkness then, I persevered to clearly comprehend. 
 I perceived the weirdest dream...of everlasting "nevermores". 
Quite, quite, quick nocturnal doubts fled - such relief! - as my intellect said, 
(Desiring, imagining still) that perchance the apparition was uttering a whispered "Lenore". 
This only, as evermore.
Silently, I reinforced, remaining anxious, quite scared, afraid, 
While intrusive tap did then come thrice - O, so stronger than sounded afore. 
"Surely" (said silently) "it was the banging, clanging window lattice." 
 Glancing out, I quaked, upset by horrors hereinbefore, 
 Perceiving: a "nevermore".
Completely disturbed, I said, "Utter, please, what prevails ahead. 
 Repose, relief, cessation, or but more dreary 'nevermores'?" 
The bird intruded thence - O, irritation ever since! - 
Then sat on Pallas' pallid bust, watching me (I sat not, therefore), 
And stated "nevermores".
Bemused by raven's dissonance, my soul exclaimed, "I seek intelligence; 
Explain thy purpose, or soon cease intoning forlorn 'nevermores'!" 
"Nevermores", winged corvus proclaimed - thusly was a raven named? 
Actually maintain a surname, upon Pluvious seashore? 
I heard an oppressive "nevermore".
My sentiments extremely pained, to perceive an utterance so plain, 
Most interested, mystified, a meaning I hoped for. 
"Surely," said the raven's watcher, "separate discourse is wiser. 
Therefore, liberation I'll obtain, retreating heretofore - 
 Eliminating all the 'nevermores' ".
Still, the detestable raven just remained, unmoving, on sculptured bust. 
 Always saying "never" (by a red chamber's door). 
A poor, tender heartache maven - a sorrowful bird - a raven! 
O, I wished thoroughly, forthwith, that he'd fly heretofore. 
Still sitting, he recited "nevermores".
The raven's dirge induced alarm - "nevermore" quite wearisome. 
I meditated: "Might its utterances summarize of a calamity before?" 
O, a sadness was manifest - a sorrowful cry of unrest; 
 "O," I thought sincerely, "it's a melancholy great - furthermore, 
Removing doubt, this explains 'nevermores' ".
Seizing just that moment to sit - closely, carefully, advancing beside it, 
Sinking down, intrigued, where velvet cushion lay afore. 
A creature, midnight-black, watched there - it studied my soul, unawares. 
Wherefore, explanations my insight entreated for. 
Silently, I pondered the "nevermores".
"Disentangle, nefarious bird! Disengage - I am disturbed!" 
 Intently its eye burned, raising the cry within my core. 
"That delectable Lenore - whose velvet pillow this was, heretofore, 
Departed thence, unsettling my consciousness therefore. 
She's returning - that maiden - aye, nevermore."
Since, to me, that thought was madness, I renounced continuing sadness. 
Continuing on, I soundly, adamantly forswore: 
"Wretch," (addressing blackbird only) "fly swiftly - emancipate me!" 
"Respite, respite, detestable raven - and discharge me, I implore!" 
A ghostly answer of: "nevermore".
" 'Tis a prophet? Wraith? Strange devil? Or the ultimate evil?" 
 "Answer, tempter-sent creature!", I inquired, like before. 
"Forlorn, though firmly undaunted, with 'nevermores' quite indoctrinated, 
Is everything depressing, generating great sorrow evermore? 
I am subdued!", I then swore.
In answer, the raven turned - relentless distress it spurned. 
"Comfort, surcease, quiet, silence!" - pleaded I for. 
"Will my (abusive raven!) sorrows persist unabated? 
Nevermore Lenore respondeth?", adamantly I encored. 
The appeal was ignored.
"O, satanic inferno's denizen -- go!", I said boldly, standing then. 
"Take henceforth loathsome "nevermores" - O, to an ugly Plutonian shore! 
Let nary one expression, O bird, remain still here, replacing mirth. 
 Promptly leave and retreat!", I resolutely swore. 
Blackbird's riposte: "nevermore".
So he sitteth, observing always, perching ominously on these doorways. 
Squatting on the stony bust so untroubled, O therefore. 
Suffering stark raven's conversings, so I am condemned, subserving, 
To a nightmare cursed, containing miseries galore. 
Thus henceforth, I'll rise (from a darkness, a grave) -- nevermore!
                        -- Original: E. Poe 
                        -- Redone by measuring circles.

28/02/12

Astronomia e Universo


ASTRONOMIA
“A Astronomia é a ciência que estuda a origem e evolução do Universo. A definição parece simples, mas o Universo é um lugar vasto, recheado de corpos celestes fascinantes e fenómenos fantásticos.
A Astronomia faz parte da história cultural e científica da Humanidade, tendo revolucionado a nossa forma de pensar e ver o mundo. No passado, foi usada por razões práticas, como medir o tempo ou navegar nos oceanos. Hoje, os resultados do seu desenvolvimento científico e tecnológico têm vindo a transformar-se em aplicações essenciais para o nosso dia-a-dia: computadores, satélites de comunicação, GPS, painéis solares, internet sem fios e muitas outras aplicações tecnológicas.
Como qualquer ciência, a Astronomia avança, fruto da acumulação do conhecimento. Por vezes esse avanço é empurrado por descobertas e ideias revolucionárias como a teoria do Big Bang. Este fenómeno, que originou o Universo, aconteceu há cerca de 14 mil milhões de anos. E deu origem aos blocos fundamentais para a formação de galáxias, estrelas, planetas e vida. No início tudo estava concentrado num só ponto, infinitamente compacto, e quente que se começou a expandir e a arrefecer, com o tempo. A expansão do Universo continua a acelerar e os astrónomos acreditam que esta expansão se deve a uma misteriosa forma de energia distribuída por todo o espaço, a energia escura.
Se olharmos para o céu numa noite escura, vemos uma faixa de luz cortando o céu de horizonte a horizonte. Esta faixa e todas as estrelas que vemos no céu fazem parte da galáxia em que vivemos, a Via Láctea.
As galáxias são como ilhas, no vazio do Universo. A nossa contém cerca de 300 mil milhões de estrelas, das quais o Sol é apenas uma, tão anónima como um grão de areia numa praia. Estas estrelas orbitam harmoniosamente em torno do centro onde se encontra um monstruoso buraco negro. Este «mar» que é o Universo tem muitas outras ilhas, a nossa é apenas uma entre as mais de 500 mil milhões de galáxias.
Embora uma estrela vulgar, o Sol teve até 1995 um estatuto especial: era a única estrela que sabíamos ser rodeada de planetas. Nesse ano, foram detetados sinais do primeiro planeta fora do Sistema Solar. Hoje, conhecemos mais de 700 outros planetas extra solares. Estima-se que mais de 20% das estrelas, como o Sol, sejam orbitadas por planetas parecidos com a Terra. Pequenos e orbitando a uma confortável distância da sua estrela, que permita a existência de água líquida e – quem sabe – vida.
DE QUE É FEITO O UNIVERSO?
Sabemos que existem planetas, estrelas, galáxias. Mas existe algo mais, vasto, estranho e misterioso, que ninguém sabe o que é.
Seria de esperar que as estrelas orbitassem o centro das galáxias, do mesmo modo que os planetas orbitam o Sol, no nosso sistema solar: os planetas mais próximos do Sol com velocidades superiores aos dos mais afastados. Mas tal não acontece: as estrelas, nas galáxias, orbitam todas à mesma velocidade, como um disco. Deve haver algo que não vemos e que «une» as estrelas e faz a galáxia comportar-se deste modo. Os astrónomos chamaram-lhe matéria escura. Estima-se que aquilo que conseguimos observar seja apenas porção de tudo o que existe no Universo.
A Astronomia não se resume a avanços científicos ou aplicações tecnológicas: dá-nos a oportunidade de alargarmos os nossos horizontes e de descobrirmos a beleza e a grandeza do Universo, bem como o nosso lugar nele. Esta visão é que é uma das mais importantes contribuições da Astronomia para a Humanidade."
Pedro Russo, Astrónomo e Geofísico

26/02/12

Mulheres Artistas na História da Arte - Mulheres artistas famosas do séc. XIX

12.11- Mulheres artistas famosas do sec. XIX
„X Julia Margaret Cameron (1815-1879)
Fotografa.
Famosa pelas suas fotografias alegoricas e narrativas.
Hoje e lembrada sobretudo pelos retratos dos homens que moldaram a Inglaterra vitoriana.
„X Berthe Marisot (1841-1895)
Pintora Impressionista.
Especializou-se em cenas de familia.
Casou com o irmao de Manet
„X Rosa Bonheur (1822-1899)
Pintora.
Estabeleceu-se como a mais proeminente pintora de animais e, a seu tempo, como a mais famosa pintora da sua epoca.
„X Harriet Hosmer (1830-1903)
Escultora.
Conseguiu, gracas ao movimento sufragista da 2a metade do sec. XIX, legitimar a escultura como trabalho feminino.
„X Olga Rozanova (1886-1918)
Pintora. Artista da Avant-garde russa.
Experimentou o neo-primitivismo e o certo-futurismo.
Morreu jovem mas deixou pinturas memoraveis.
„X Mary Casset (1845-1926)
Pintora.
Uma das figuras mais proeminentes do Impressionismo Americano.
Impos-se a familia para fazer carreira porque era economicamente independente.
„X Gertrude Kasebier (1854-1934)
Fotografa.
Fez parte do movimento secessionista que procurou um pictoralismo independente da ciencia e da tecnologia.
„X Suzanne Valadon (1867-1938)
Pintora francesa.
Em 1894 foi a 1a mulher a ser admitida na Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Trabalhou primeiro como modelo de artistas onde observou e aprendeu as suas tecnicas.
Recebeu licoes de pintura de Toulouse-Lautrec e Renoir. Foi amiga de Degas que, impressionado com os seus desenhos e pinturas, muito a incentivou.
Pintou cenas da vida, arte floral, retratos e paisagem.
Ao seu funeral assistiram Derain, Picasso e Braque.

23/02/12

Pessoas que nascem e não morrem: 1 - Mulheres Prémio Nobel da Paz

1905 - Berta von Suttner
1931 - Jane Addams
1946 - Emily Greene Balch
1976 - Betty Williams
1976 - Maired Corrigan
1979 - Madre Teresa de Calcuta
1982 - Alva Myrdal
1991 - Aung San suu Kyi
1992 - Rigoberta Menchú Tum
1997 - Jody Williams
2003 - Shirin Ebadi
2004 - Wangari Maathai
2011 - Ellen Sirleaf
2011 - Leyma Gbowee
2011 - Tawakkul Karman

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.12.10 - Mulheres artistas famosas do Século das Luzes

12.10- Mulheres artistas famosas do séc. XVIII
 Rachel Ruysch (1664-1750)
Artista holandesa especializada em naturezas-mortas de flores.
O seu pai e professor era um famoso anatomista e botânico.
Foi também conhecida pelas suas pinturas detalhadas e realistas de vasos de cristal.
Entrou para o grémio da pintura em Haia.
Foi convidada para trabalhar na corte em Dusseldorf e serviu como pintora da corte ao Eleitor do Palatinado.
Ganhou a lotaria mas continuou a pintar para os seus clientes ilustres.
Pintou até aos 80 anos.
São conhecidas mais de 100 obras da sua autoria.
 Rosalba Carriera (1675-1757)
Pintora veneziana.
Proeminente e muito apreciada retratista do rococó italiano.
Nos anos da juventude especializou-se na pintura de miniaturas, tendo sido pioneira no uso de marfim.
Mais tarde tornou-se conhecida pelos seus retratos onde foi pioneira no uso do pastel.
Proeminentes visitantes de Veneza, membros da nobreza e diplomatas disputavam para ser por ela retratados.
Retratou Maximiliano II da Baviera, Frederico IV da Dinamarca e Augusto da Saxónia.
Durante uma estadia em Paris retratou toda a realeza e nobreza, desde o rei e regente até aos membros da academia.
Pintou centenas de retratos.
Na parte final da vida cegou e viveu com dificuldades
 Marie Louise Elisabeth Vigée-Lebrun (1755-1842)
Pintora do rococó francês.
Pintora de retratos. Os pontos altos do rococó encontram-se nos retratos femininos. Foi uma das melhores artistas nessa modalidade.
Gozou de fama durante toda a sua longa vida, que a levou a toda a Europa, incluindo a Rússia, para onde foi, fugida da revolução francesa.
Foi a retratista de Maria Antonieta.
A sua obra-prima é a “Princesa de Políguna”.

22/02/12

Carnaval Setúbal 2012

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.12.9 - Mulheres artistas famosas do séc. XVII


„X Fede Galizia (1578-1630)
Nasceu em 1578, em Itália.
Aprendeu a pintar com seu pai, Nunzio Galizia, pintor de miniaturas.
Com 12 anos era suficientemente conhecida para ser mencionada pelo escritor Giovanni Lamazzo.
Pintou miniaturas, retratos e e hoje especialmente apreciada pelas suas naturezas mortas, que eram raras na época.
O seu estilo e muitas vezes comparado ao do pintor espanhol Zurbaran.

„X Artemisia Gentileschi (1593-1653)
Pintora Barroca Italiana
Filha do discípulo de Caravaggio, Orazio Gentileschi, nasceu em Roma e tornou-se numa das personalidades artísticas de maior destaque do seu tempo.
Numa era em que as mulheres pintoras não eram facilmente aceites na comunidade artística, foi a primeira mulher pintora a tornar-se membro da Academia de Arte e Desenho de Florença.
Foi uma das primeiras mulheres a pintar temas históricos e religiosos, numa altura em que tais temas heróicos estavam muito para alem do alcance duma mulher.
Temas caracteristicos da sua pintura são Betsabe, o desventurado objecto da paixão obsessiva do rei David, e Judite, que salvou o seu povo decapitando o general assírio Holofenes.
Qualquer destes temas era popular na época barroca que se deleitava com cenas eróticas e violentas, mas as representações frequentes por parte de Artemisia destas trágicas heroínas bíblicas podem ter sido originadas pela sua violação, aos quinze anos, por um professor que foi absolvido do crime num julgamento que fez sensação. Ao longo duma vida turbulenta, agitada e errante, a sua escolha de temas sugere muitas vezes uma ambivalência recorrente em relação ao homem.

„X Clara Peeters (1594-1657)
Pintora barroca flamenga que se distinguiu por pintar naturezas-mortas.
Meticulosa nos detalhes.
Usava simbolismos religiosos nas suas obras.
Foi pouco conhecida por ser mulher

„X Judite Leyster (1609-1660)
Pintora holandesa do barroco.
Seguidora de Frans Hals.
A sua carreira foi inevitavelmente prejudicada pela maternidade.
O seu encantador "Rapaz com flauta" é uma representação memorável de um estado de espírito tranquilo.
Estudou a qualidade poética da luz que seria explorada na geração seguinte.

„X Elisabetta Sirani (1638-1665)
Pintora barroca italiana.
Filha do pintor Giovanni Andrea Sirani, da escola de Bolonha
Morreu com 27 anos.
Pintou obras religiosas, mitológicas e sacras.

„X Giovanna Garzoni (1600-1670)
Pintora Barroca Italiana.
Os seus temas foram sobretudo naturezas-mortas de frutos, vegetais e flores.

„X Josefa de Obidos (1630-1684)
Pintora portuguesa nascida em Espanha.
Seu pai o pintor português Baltazar Gomes Figueira, da vila de Óbidos, foi para Sevilha em 1620, para melhorar a sua técnica de pintura e la casou, tendo a família regressado a Portugal, quando Josefa tinha 4 anos de idade.
Com 14 anos, Josefa estava em Coimbra, no Convento da Graça, onde o seu pai estava a pintar o altar da igreja.
Os primeiros trabalhos conhecidos foram gravuras, revelando já aos 16 anos uma técnica muito refinada.
Em 1953 a família deixou Coimbra e estabeleceu-se em Óbidos.
Nas décadas que se seguiram, executou diversas obras religiosas e pecas de altar para varias igrejas e conventos em Portugal, assim como pinturas de retratos e naturezas-mortas para clientes particulares.
Entre os seus principais trabalhos religiosos estão os 5 painéis para o altar de Santa Catarina da Igreja de Santa Maria em Óbidos em 1661. Durante 1672-1673 pintou o altar da igreja de Santa Teresa de Ávila do Convento dos Carmelitas em Cascais. Em 1679 concluiu um altar para a Igreja da Graça em Peniche. O seu retrato mais conhecido e o de Faustino das Neves, datado de 1670, que esta no Museu Municipal de Óbidos.
Muitas das suas Naturezas-mortas, consideradas a sua especialidade estão entre outras obras suas no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa.
Tem obras em outros museus e em colecções particulares.,

„X Maria van Oosterwijk (1630-1693)
Foi uma pintora barroca holandesa.
Especializada em naturezas-mortas
Foi popular com a realeza europeia, incluindo o imperador Leopoldo, Luis XIV e Guilherme III.
Devido a ser mulher não foi autorizada a ser membro do grémio dos pintores.

„X Louise Moillon (? -1696)
Foi a maior pintora francesa de naturezas-mortas do séc. XVII.
Passou a sua carreira em Paris.
A sua pintura é requintadamente meticulosa nos detalhes.
A sua clientela incluía a mais alta nobreza de Franca e Inglaterra

„X Mary Beale (1633-1699)
Foi uma pintora de retratos inglesa.
Tornou-se numa das mais importantes retratistas do séc. XVII em Inglaterra e e apontada como a primeira pintora profissional inglesa.
Seu pai era um pintor amador e ela conviveu com artistas locais

Luisa Roldan (1652-1706)
Conhecida por La Roldana
Foi uma escultora espanhola do barroco.
Foi a primeira escultora conhecida em Espanha.
Filha do escultor Pedro Roldan e casada também com um escultor.
Criou esculturas em madeira, assim como estátuas para a Catedral de Cadis.
Tornou-se escultora da corte em Madrid em 1692.

Anna Maria Sibylla Merian (1647-1717)
Naturalista e ilustradora cientifica alemã.
Estudou plantas e insectos e produziu deles pinturas detalhadas.

„X Elisabeth Sophie Cheron (1648-1711)
Pintora, poeta, musica, artista e academista francesa
Foi treinada ainda criança, por seu pai, artista, nas artes de esmaltagem e pintura de miniaturas.
Aos 22 anos foi admitida na academia real de pintura e escultura, como pintora de retratos, sob o patrocínio do influente artista Charles Le Brun.

20/02/12

Fotos

Carta atribuída a Abraham Lincoln enviada ao professor do seu filho

"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, por cada vilão há um herói, que por cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que por cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores do campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando esta triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a pedir muito, mas veja que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1830

19/02/12

Porque há noite e não é sempre dia?

Mulheres Artistas na História da Arte - Mulheres artistas famosas do séc. XVI

12.8- Mulheres artistas famosas do sec. XVI
„X Properzia de Rossi (1490-1530)
Escultora.
Filha dum notario.
Aprendeu com o artista bolonhes e gravador Marcoantonio Raimondi, muito conhecido pelas gravuras das pinturas de Rafael.
Famosa desde muito cedo pelas suas complexas pequenas esculturas de pedra adornadas com frutos.
Os seus bustos de marmore tambem se tornaram famosos.
Ganhou varios concursos para obras nomeadamente para o altar de Santa Maria del Baraccano, em Bolonha e a fachada oeste de San Petronio tambem em Bolonha, etc.
Embora tenha ganho importantes somas durante a vida, morreu na bancarrota sem o apoio de familiares ou amigos.
Foi incluida na obra de Vasari ¡§Vida dos Artistas¡¨.
„X Lucia Anguissola (1536-1565)
Nasceu em Cremona.
Foi a 3a das 5 filhas do pintor Amilcare Anguissola.
Irma da pintora Sofonisba Anguissola.
Pintou retratos. Pintou tambem uma ¡§Virgem e o Menino¡¨
Morreu com 29 anos, nao tendo por isso produzido uma obra vasta.
Foi elogiada por Vasari
„X Levina Teerlinc (1510-1576)
Artista flamenga (Nasceu em Bruges)
Iluminista.
Nascida de uma familia de conhecidos iluministas.
Foi recrutada ao servico de Henrique VIII como pintora de miniaturas e desenhadora de selos reais e de outras imagens impressas.
Foi dama de companhia de Maria I e Isabel I.
„X Catarina van Hemessen (1528-1587)
Pintora renascentista flamenga
Primeira pintora flamenga com trabalhos existentes.
Filha do pintor Jan Sanders van Hemessen, que foi o seu professor.
Pintou retratos de homens e mulheres ricos muitas vezes posando contra um fundo negro.
Teve como patrona Maria de Austria, irma de Carlos V.
E-lhe dada a distincao de ter sido a 1a artista a criar um auto-retrato.
Tem obras no Rijksmuseum de Amesterdao e na National Gallery de Londres.
„X Marietta Robusti (1560-1590)
Nasceu em Veneza, filha do pintor Tintoretto (Jacopo Robusti), de quem recebeu a alcunha da ¡§Tintoreta¡¨.
Foi sobretudo uma retratista.
Foi convidada pelo Imperador Maximiliano e por Filipe II de Espanha para pintora das respectivas cortes mas o seu pai recusou sempre por nao a poder acompanhar.
Casou com um joalheiro veneziano e morreu em Veneza.
„X Mayken Verhulst (1518-1599)
Miniaturista, pintora a tempora e a guache dos paises baixos.
Nasceu em Mechelen.
Foi segunda esposa de Pieter Coecke van Aelst e madrasta de Pieter Brueghel, o Velho, e a primeira professora de Jan Brueghel, o Novo.
Nao sobreviveu nenhum trabalho que se lhe possa atribuir mas e frequentemente identificada como a pessoa por detras de varios trabalhos assinados pelo Mestre de Brunswick.
„X Diana Scultori Ghisi (1547-1612)
Artista italiana tambem conhecida por Diana Manotvana.
Aprendeu com o pai, Gioanni Mantuano, desenho e gravura e fez disso a sua carreira.
Foi a primeira mulher a ser permitido vender os seus trabalhos com seu proprio nome.
Apos o casamento, deslocou-se de Mantua para Roma.
Tornou-se famosa e foi mencionada por Vasari, na sua historia.
Produziu 62 gravuras.
„X Levinia Fontana (1552-1614)
Nasceu e viveu muitos anos em Bolonha
Filha do pintor Prospero Fontana
Pintou varios generos, retratos e grandes pinturas religiosas
O seu auto-retrato e considerado a sua melhor obra.
Casou com o pintor Paollo Zappi e teve 11 filhos, embora so 3 lhe sobreviveram. Apos o casamento continuou a trabalhar para manter a familia, tendo o marido como assistente.
A convite do papa Clemente VIII mudou-se para Roma, em 1611, tendo pertencido a sua academia.
Sao-lhe atribuidos mais de 100 trabalhos, se bem que so 32 estao assinados, e 25 outros lhe podem ser verdadeiramente atribuidos, fazendo dela a mais prolifera artista anterior a 1700.
„X Sofonisba Anguissola (1593-1623)
Foi uma aristocrata que beneficiou da abertura que o humanismo propiciou a melhoria da educacao das mulheres, tendo estudado arte.
Foi uma pintora renascentista italiana.
Discipula de Bernardino Campi.
Foi a primeira artista mulher a adquirir fama internacional de que se tem noticia.
O seu sucesso contribuiu para o aparecimento de mais mulheres artistas como Lavinia Fontana, Barbara Longhi, Fede Galizia e Artemizia Gentileschi
Foi admirada por Miguel Angelo e Van Dyck.
Filipe II de Espanha convidou-a para ser pintora oficial na sua corte.
Notabilizou-se pela extensa serie de auto-retratos que produziu.
Embora fosse encorajada e apoiada pela familia, sofreu dos constrangimentos impostos as mulheres da sua epoca: nao teve possibilidade de estudar anatomia, ou desenhar a partir de modelos por ser inaceitavel a uma senhora ver nus. Assim nao teve oportunidade de fazer composicoes complexas exigidas nas grandes pinturas religiosas ou historicas, que estavam acessiveis aos homens.
„X Esther Inglis (1571-1624)
Miniaturista escocesa.
Tambem bordadeira, caligrafa, tradutora e escritora.
De origem huguenote, refugiou-se com a familia na Escocia para fugir a perseguicao religiosa.
Aprendeu com a mae e trabalhou como assistente do marido.
Produziu mais de 60 manuscritos caligrafados.
„X Barbara Longhi (1552-1638)
Nasceu e viveu muitos anos em Ravenna
Filha do pintor Luca Longhi
Pintou primeiramente imagens religiosas, notaveis pela cor subtil e interaccao humana
Pintou varias Virgens com o Menino.
Foi mencionada por Vasari na sua Historia da Arte.

17/02/12

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Mulheres artistas famosas da Idade Média


12.2- Mulheres artistas famosas do séc. X
 Monja Ende
Monja espanhola.
Copista e Iluminurista
12.3- Mulheres artistas famosas do séc. XI
 Monja Guda
Monja alemã.
Copista e Miniaturista
12.4- Mulheres artistas famosas do séc. XII
 Abadessa Errada de Landsberg
Abadessa de Hoenberg na Alsácia
Muito culta
Criou uma enciclopédia ilustrada, denominada “O Jardim das Delícias”
 Abadessa Heloisa
Abadessa do mosteiro de Paréclito
Erudita
 Abadessa Hildegarda de Bingen (1098 – 1179)
Abadessa alemã.
Escritora, linguista, naturalista, cientista, filósofa, médica, herbalista, poeta, visionária e compositora.
Eleita abadessa pelas suas pares em 1136, fundou os mosteiros de Rupertsgerg em 1150 e Eibingen em 1165.
Para além de brilhante iluminurista, escreveu textos teológicos, botânicos, médicos, cartas; compôs canções litúrgicas, poemas, peças de drama litúrgico, músicas e foi precursora da ópera.
12.5- Mulheres artistas famosas do séc. XIII
 Laica Claricia
Laica. Advogada com escritório na Baviera
Miniaturista.
12.6- Mulheres artistas famosas do séc. XIV
 Cristina de Pisano
Escritora.
Diz-se dela ser a 1ª mulher jornalista.
Escreveu a célebre “Cidade das mulheres”, alegoria onde mulheres independentes viviam livres do jugo dos homens.
12.7- Mulheres artistas famosas do séc. XV
 Monja Barbara Ragnoni
Só resta 1 trabalho de pintura assinado “A adoração dos pastorinhos” que está na pinoteca de Siena.
De cores quentes ao estilo do quatrocento italiano
 Santa Catarina dei Virgi (1413-1462)
De família aristocrática cresceu na corte bolonhesa.
Teve uma boa educação, aprendeu desenho, escrita e música
Entrou para o convento das Beneditinas em Ferrera e foi madre superiora do novo convento de Bolonha
Foi canonizada e é a Santa patrona das artes
Foi escritora e desenhadora
 Antónia Ucello
Freira carmelita
Pintora
Filha do pintor Paollo Ucello

14/02/12

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.12.1 - Mulheres artistas famosas da Antiguidade

12.1- Mulheres artistas famosas da Antiguidade
„X Timarete (ou Thamyris , Tamaris)
Pintora da Grecia Antiga, do tempo de Arquelau I da Macedonia.
Viveu cerca do ano 800 aC.
Filha do pintor Micon, o Jovem, de Atenas.
De acordo com Plinio, o Velho, ela "desprezou os preceitos para as mulheres e exerceu a arte do pai."
Ficou conhecida por uma pintura do painel da deusa Diana, um dos mais antigos exemplos de pintura, que foi mantido em Efeso durante muitos anos, embora ja nao exista. Efeso tinha uma reverencia especial para com a deusa Diana.
„X Eirene
Mulher pintora da Antiga Grecia.
Filha e estudante de Cratino,
Pintou uma menina em Eleusis
„X Aristarete
Pintora da Antiga Grecia.
Filha e estudante de Nearchus
Pintou um Asclepius.
„X Iaia de Cyzicus
Trabalhou em Roma na epoca de juventude de Marcus Varro.
Nunca casou.
Usava quer o pincel quer o marfim, a ferramenta de gravacao.
Pintava mais frequentemente mulheres, incluindo um painel de uma velha mulher em Napoles e ate um auto-retrato, para o qual usou um espelho.
Ninguem tinha mao mais rapida para pintar um retrato que ela.
De tal modo era grande o seu talento que o seu preco excedia em muito o dos mais celebres pintores do seu tempo, Sopolis e Dionysius, cujos trabalhos enchiam as galerias.
„X Olimpias
Pintora Romana.
Mencionada na ¡§Historia Natural de Plinio, o Velho, como mulher pintora.
Acerca dela sabemos que Autobulus era seu estudante.

08/02/12

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.11 - A mulher artista moderna

11- A mulher artista Moderna (do séc. XV aos nossos dias)
A História da Arte, como registo escrito, apareceu somente no século XV, do orgulho dos florentinos.
Os seus precursores são os humanistas Alighieri Dante (1265-1321), Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Boccaccio (1313-1375).
Salvo pouquíssimas excepções, podemos dizer que as mulheres começaram a surgir enquanto personalidades artísticas distintas por volta de 1550.
Entre os séculos XVI e XVIII, as artistas mulheres trabalharam numa cultura isolada e dependentes duma classificação masculina ao invés de terem a sua própria autonomia.
Por questões de decoro, o tardio uso de modelos vivos atrasou irremediavelmente a obtenção do treino e do conhecimento necessários à especialização dos artistas profissionais
Até aos meados do séc. XIX, (o movimento feminista começa justamente no séc. XIX com as sufragistas) e com excepção de mulheres italianas que pertenciam a famílias de artistas, só lhes era permitido pintar temas considerados delicados – retratos, naturezas-mortas, etc. e não temas mais exigentes de natureza narrativa.
Mesmo no século XIX, embora algumas mulheres tenham participado activamente em movimentos sociais, feminismo e arte não tinham força.
No século XX, com o explodir do movimento feminista, vemos mudanças cruciais nas propostas de artistas mulheres. Só então estas demonstraram através de imagens, rituais e desempenhos, a intenção de restabelecer a dimensão feminina no mundo da arte.

III Guerra Mundial

07/02/12

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.10 - A mulher moderna


10- A mulher Moderna (Do séc. XV aos nossos dias)
Na idade moderna os direitos humanos em geral e os da mulher em particular sofreram graves retrocessos.
No século XVI restaurou-se o regime da escravatura.
A reimplantação do Direito Romano, patriarcal, em vários países da Europa, concluído no século XVI, é o principal responsável pelo retrocesso da actuação feminina no âmbito familiar, social e político. A mulher que vinha conquistando espaço, do século X ao XIII, no âmbito familiar, na sociedade e na arte, sofreu um eclipse no período subsequente.
Enquanto na era feudal, as mulheres das classes mais ricas podiam ter e administrar feudos, ir às cruzadas, podiam governar e algumas chegaram a ter um grande poder político, económico e social, devido ao seu cargo, terras, parentesco ou ocupação, esta situação mudou na Idade Moderna e Contemporânea, com o desenvolvimento da mentalidade burguesa e da influência do Código Napoleónico de 1804, seguido por outros países.
Os legisladores foram retirando à mulher tudo o que lhe conferia alguma autonomia ou instrução. A mulher foi excluída da vida eclesiástica e da vida intelectual.
O movimento precipitou-se quando no começo do século XVI foi reconhecido ao rei Francisco I da França (1515-1547) o direito de nomear abades e abadessas; inspiradas por critérios políticos, tais nomeações acarretaram a decadência de muitas casas religiosas.
A repressão à mulher consolidou-se no fim do século XVI, por decreto do Parlamento francês datado de 1593, onde a mulher foi explicitamente afastada de toda função do Estado. A influência crescente do Direito Romano finalmente confinou a mulher às suas tarefas peculiares de cuidar da casa e educar os filhos, aumentando a subserviência aos homens de onde lhes provinha o sustento
Mas as mulheres não baixaram os braços e começaram a ganhar mais espaço no mercado de trabalho através da costura. As empresas da época, voltadas a fabricação de tecidos e confecção de roupas, empregavam inúmeras mulheres. Com a especialização da indústria tecelã, as mulheres ofereciam abundante e qualificada mão-de-obra.
Com a revolução industrial, o aparecimento das máquinas facilitou a produção, deixando cada vez mais de lado a necessidade de braços fortes, de forma que mulheres e crianças corriam para as empresas em busca de empregos, embora sempre em troca de um salário miserável. Trabalhavam cerca de 17 horas por dia em condições sub-humanas.
Com isso, cada vez mais os homens iam perdendo espaço no mercado de trabalho industrial. O desemprego assolava a classe masculina. Temerosos com o abalo social, começaram a pleitear a regulamentação do trabalho da mulher, na verdade não com o objectivo de protegê-la, mas sim de evitar a sua exploração barata e a consequente demissão em massa de operários homens.
No século XIX, mediante o Código de Napoleão, o processo de despojamento da mulher deu novo passo, deixou de ser reconhecida como senhora dos seus próprios bens e, mesmo em casa, passou a exercer papal subalterno.
Somente no século XX, com o movimento feminista, que se iniciou em Inglaterra com as sufragistas, a mulher conseguiu resgatar o seu prestígio. No início desse século as mulheres não votavam nem ocupavam cargos públicos, não tinham propriedades pois transferiam os bens herdados para o marido e não lhes era permitido dedicar-se ao comércio, ter um negócio próprio, exercer diversas profissões, abrir uma conta corrente ou obter crédito. Os códigos civis e penais consideravam-nas menores de idade perante a lei. O direito feminino ao voto foi sendo alcançado ao longo do século XX. O ingresso massivo da mulher no mercado de trabalho – com excepção do trabalho nas fábricas em plena Revolução Industrial – teve início apenas nos meados desse século.
Após atingidos esses objectivos, que poderemos chamar de “feminismo reformista”, inicia-se nos anos sessenta uma segunda onda denominada “feminismo revolucionário”. São os anos nos quais o número de mulheres nas universidades e nos diversos tipos de trabalho aumentou consideravelmente. Advogou-se uma “nova ética” que rompesse com a sociedade, com a família convencional, e que “libertasse” a mulher das “cadeias da natureza”, tal como foi formulado por Simone de Beauvoir. Para muitos pensadores, este é o facto fundamental que nos ajuda a compreender a nossa época. O que já é chamado de o “desmantelamento da sexualidade” (com a anti-concepção como hábito) e abriu portas a outro fenómeno decisivo da humanidade, a fecundação in vitro.
A partir de 1975, percebe-se um certo cansaço. As mulheres não estavam satisfeitas com os resultados da segunda fase do feminismo – que reivindicava sobretudo a libertação sexual – em comparação com a primeira fase (voto, ensino, independência económica). Precisamente em 2005, na Conferência Mundial da Mulher organizada pela ONU, alguns movimentos feministas começaram a postular e a louvar mais a diferença e a complementaridade do que a igualdade radical. É o neo-feminismo.
O facto de que a mulher se tenha incorporado massivamente no mercado de trabalho não quer dizer que todas devam ou desejem fazê-lo. Trata-se, pois, de gerar graus de flexibilidade nas estruturas sociais para que estas se adaptem à família e às suas necessidades, e não o contrário. A legislação e algumas medidas tomadas parecem mais focadas em fomentar o ingresso das mães ao mercado de trabalho do que acrescentar um verdadeiro apoio à família, que permita escolher com liberdade entre permanecer em casa ou conciliar o trabalho do lar com outro, externo. Assim, nos últimos tempos, a mulher deixou de estar preocupada exclusivamente na conquista de equiparação ao homem, querendo imitá-lo, exercer as mesmas funções, adoptar os mesmos hábitos, sem se questionar a respeito do que ela reproduz ou sem pensar em salvar a sua própria identidade e originalidade, o que não só a prejudica a si, mas também à própria sociedade, que precisa dos valores peculiares da mulher e da feminilidade.
Pouco a pouco está a surgir um novo feminismo integrador. É o feminismo da complementaridade, da cooperação com o marido em todos os âmbitos da vida familiar, cultural, empresarial e social – que requer um conjunto de mulheres aptas para ele, em postos chaves de decisão (legislativo, laboral, político e empresarial) e uma sensibilidade especial por parte do marido para entender essa realidade e apoiar essas mudanças. Duas ideias - chave podem torná-la realidade: a mulher já está no mercado de trabalho e não o deixará, e a família é de ambos, homem e mulher, pai e mãe.

05/02/12

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.9 - A mulher na arte na Idade Média

9- A mulher na arte na Idade Média
A situação da mulher artista não diferia da situação da mulher em geral.
A Idade Média abrange um período vastíssimo de cerca de mil anos, no decorrer do qual houve várias expressões artísticas, nomeadamente: Arte Carolíngia, Arte Bizantina, Arte Islâmica, Arte Germânica, Arte Românica e Arte Gótica.
A grande maioria dos artistas, até ao período do “Gótico Final”, era anónima, e por isso tem sido difícil identificar obras de autoria feminina.
De facto, em contraste com a Antiguidade Clássica ou com o Renascimento, a impessoalidade do trabalho de arte e a modéstia dos artistas na Idade Média não oferecem dúvidas, assim como a ideia do individual e do particular ser estranha para eles e para os seus contemporâneos.
A mulher teve um papel activo na sociedade medieval e uma produção artística significativa.
A Idade Média herdara da Antiguidade o desprezo a que fora relegada a condição de qualquer homem ou mulher que trabalhasse com as suas próprias mãos, ainda que fosse um artista.
O Cristianismo, por outro lado, fixava a ideia de que o indivíduo singular não era agente da história, o homem não tinha importância como criador, visto que era considerado um instrumento divino.
Assim a grande maioria dos artistas desse período era anónima.
Por essas razões os renascentistas menosprezaram e depreciaram as contribuições medievais, não as mencionando na História da Arte.
De facto a abordagem renascentista a respeito da Arte da Idade Média conduziria a que esta ficasse envolta num senso pejorativo e até mesmo relegada ao esquecimento e tornou-se um período intermediário, situado incomodamente entre a brilhante Antiguidade e o seu Renascimento.
Foi necessário esperar pela historiografia contemporânea para que houvesse o despertar do interesse pela arte medieval, com a superação da conotação negativa do termo gótico.
A nova historiografia divide a Arte na alta Idade Média em 2 períodos distintos: o Românico (de início do séc. XI a finais do XII) e Gótico (Meados do séc. XII a XVI).
9.1- A mulher artista no Período Românico
O período Românico é a 1ª afirmação cultural do Ocidente, quando o Cristianismo triunfa em toda a Europa, fortalecendo as instituições monásticas, tanto as masculinas como as femininas. A cultura e a arte eram monásticas.
As oportunidades para as mulheres em matéria de educação estavam mais disponíveis àquelas que quisessem abraçar uma vida celibatária. As monjas dispunham de tempo e espaço para se dedicarem à leitura, à escrita, à composição, à tecelagem, à gravura, à pintura, etc., dentre as muitas funções que exerciam, trabalhando ainda como bibliotecárias, professoras, copistas e artistas.
Mulheres célebres pela sua cultura foram Herrada de Landsberg (séc. XII), Heloísa (séc. XII) e Cristina de Pisan (séc. XIV).
O mosteiro era um dos poucos lugares em que a mulher podia ter visibilidade e encontrar uma saída para os seus talentos artísticos. Muitas mulheres religiosas dedicaram-se à arte da cópia e ilustração de manuscritos e a outras artes consideradas menores (pintura sobre vidro, ourivesaria, miniatura e tecelagem).
Mas as artes maiores (arquitectura, escultura e pintura) também interessaram os mosteiros.
Houve também mulheres copistas profissionais não religiosas, algumas nobres, esposas de escrivães, filhas de poetas, etc.
Muitas, entre religiosas ou leigas, deixaram no fim dos manuscritos o registo da sua participação, podendo assim ser identificadas.
São os casos de trabalhos em manuscritos ilustrados das monjas Ende (finais do séc. X) e Guda, da abadessa Hildegarda de Bingen (que deixou-nos inúmeras obras com ricas iluminuras) e da laica Clarícia, miniaturista do séc. XIII.
9.2- A mulher artista no Período Gótico
O 2º período da arte medieval, o período gótico, caracteriza-se por ser o período das corporações e da burguesia.
O centro de gravidade da vida social desloca-se do campo para a cidade.
A mudança, do ponto de vista cultural, reside em dois grupos activos, o dos artífices e artistas e dos mercadores.
Os ofícios organizam-se em corporações e a poderosa classe burguesa obtém o controlo dos governos municipais.
Em meio a essa reestruturação social, o trabalho feminino, enquanto mão-de-obra, teve forte significação na vida económica das cidades.
A grande maioria das mulheres trabalhadoras empregava-se nas oficinas artesanais e artísticas, executando tarefas ao lado dos homens.
Raro é o artífice de alguma importância que não tenha ao seu lado algum aprendiz, colaborador ou familiar, muitas vezes mulher, que aprenda as técnicas da profissão e que o ajude em alguns dos múltiplos processos de execução de uma obra.
Assim, em algumas corporações, mulheres podiam tornar-se mestres independentes.
Como membro das corporações, as mestres artesãs mulheres estavam sujeitas aos mesmos regulamentos, controles e obrigações tributárias dos mestres homens. Mas a maioria das mulheres trabalhava numa situação de dependência, como aprendiz, assalariada ou por jornadas.
Muitas mulheres estiveram activas em inúmeras profissões, mesmo as consideradas habitualmente masculinas.
Foi o caso de, por exemplo, Sabina von Steinbach, que executou trabalhos de escultura na construção da Catedral de Estrasburgo.
Ainda que as mulheres tivessem alcançado algum espaço como artífices, tendo mesmo ampliada a sua actividade como artistas, não foi fácil a sua manutenção. De facto, no final da idade média, verifica-se uma crescente hostilidade ao trabalho feminino, particularmente nos regulamentos corporativos.
Fontes fundamentais para conhecer nomes e trabalhos de mulheres artistas medievais, são:
 Registos fiscais, como, por exemplo, as contas da talha, em Paris, onde o nome dos contribuintes é acompanhado da indicação do seu ofício.
 Recibos de pagamentos e Contratos revelam o nome de muitas mulheres artistas, como, por exemplo, em Bolonha, nos séc. XIII e XIV: Donella Miniatrix esposa de um miniaturista, a calígrafa Montanaria mulher de Onesto, Allegra esposa de Ivano, que promete a uma carmelita, copiar uma bíblia completa, Flandina de Tebaldino, calígrafa, etc. Também de Colónia, dos séc. XIII e XIV, podemos mencionar alguns nomes: a viúva Tula Rubeatrix, Hilda ou Hilla, pintora.
Quanto mais nos aproximamos do fim da Idade Média, mais frequentemente os artistas assinam as suas próprias obras.
A partir dessas fontes documentais é possível levantar alguns nomes de artistas, saber das actividades desenvolvidas, estabelecer algumas categorias de encomendas e consequentemente de obras de arte, como as encomendas da corte, da nobreza, da burguesia ou da igreja.
Quanto ao merecimento, embora alguns artistas do período gótico tenham alcançado elevados níveis sociais como artistas, casos de Giotto e Jan van Eyck, estes não representam a realidade artística da maioria e menos ainda se tratando de mulheres artistas.
Durante o séc. XV o número de mulheres artistas em actividade aumentou significativamente, mas não há ainda nenhuma mulher que individualmente tenha conseguido alcançar reputação artística comparável com as de vários seus contemporâneos masculinos.


03/02/12

Homens com gripe - segundo Lobo Antunes

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
 Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer

António Lobo Antunes

"Setúbal é um Mundo"

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.8 - A mulher na Idade Média

8- A mulher na Idade Média
O conceito pejorativo de Idade Média que comummente é propalado deve-se, em parte, aos preconceitos dos pensadores dos seculos XVI e seguintes, os quais, movidos por premissas anticatólicas e anticristãs, tinham interesse em denegrir a Idade Média.
Sabe-se hoje que esta, não tendo sido perfeita, nao foi bárbara nem obscurantista, como se disse.
Teve até gestos e valores que suscitariam rubor no homem moderno, começando logo pela extinção da escravatura, no começo da Idade Média, para dar lugar ao regime do servo da gleba, respeitando os direitos do pequeno camponês; todavia a escravatura foi restaurada no século XVI nas terras da América, onde vigorou o colonialismo.
Através das fontes existentes (cartulários, estatutos das cidades, documentos judiciários, etc.), podem-se colher pormenores relativos à vida quotidiana da mulher medieval.
É surpreendente o quadro que se delineia a partir da concatenação desses dados. Assim, por exemplo, as mulheres votavam. Por ocasião dos Estados Gerais de 1308 as mulheres são explicitamente citadas entre as votantes em diversas partes do territorio francês, sem que isto venha apresentado como uso particular do lugar. É conhecido o caso de Gaillardine de Frechou, que, diante de um arrendamento proposto aos habitantes de Cauterets nos Pirenéus pela abadia de Saint-Savin, foi a única a votar NÃO, quando todo o resto da população votou SIM.
Nas actas de tabeliães é muito frequente ver uma mulher casada agir por si mesma: abre, por exemplo, uma loja ou uma venda, sem ser obrigada a apresentar autorização do marido. Os registos de impostos, desde que foram conservados (como em Paris, a partir de fins do século XIII), mostram multidões de mulheres a exercer as funções de professora, médica, boticária, estucadora, tintureira, copista, miniaturista, encadernadora, etc.
Na Idade média o período de maior consideração de que gozaram as mulheres durou até ao ressurgimento do Direito Romano que, principiando no século XI, atingiu a plenitude a partir do Século XVI. Com este a importância da mulher diminuíu.
O Direito Romano fundamentou o menosprezo da mulher a partir do século XVI; o que teve ulteriores consequências no modo de pensar e agir da sociedade em relação à mulher e a outros valores da sociedade.
Na verdade, o Direito Romano nao era favorável à mulher nem à criança; era um Direito monárquico, que exaltava o paterfamilias, pai, proprietário, chefe da familia com poderes sagrados, sem limites no tocante aos filhos (tinha sobre estes direito de vida e de morte) e à esposa.
Por exemplo, na fase anterior a do Direito Romano a rainha era coroada e atribuia-se a coroação da rainha tanto valor quanto a do rei. À medida que o Direito Romano foi ascendendo, a coroação das rainhas foi sendo considerada menos importante que a dos reis. No século XVII a rainha desaparece literalmente da cena em proveito da ¡°favorita¡±. Outro exemplo, na sua epoça, Eleonora de Aquitania (+ 1204) e Branca de Castela (+ 1252) exerceram autoridade sem contestacao nos casos de ausencia do rei, doente ou morto; tiveram as suas chancelarias, alfandegas e sectores de actividade pessoal. A primeira disposição que afastava a mulher da sucessao ao trono foi tomada por Filipe IV, o Belo (1285-1314), sob a influência de juristas romanos.
Note-se ainda a propósito que a partir de fins do século XVII a mulher é obrigada a tomar o nome do marido.
De resto, observe-se que a Idade Média se encerra com a figura de Joana D.Arc (+ 1431), jovem que, nos seculos seguintes, jamais teria conseguido obter a audiência e suscitar a confiança que lhe foram outorgadas no século XV.
Outro caso merece especial registo, o pregador de penitência Roberto de Arbrissel (+ 1117) conseguiu levar tanta gente à conversão que houve por bem fundar a Ordem de Fontevrault em 1100/1101, com base na Regra de S. Bento. Esta Ordem distinguiu-se pela penitência severa e pelos 1ºs mosteiros duplos: entre um cenóbio de homens e outro de mulheres achava-se a Igreja, único lugar em que monges e monjas se podiam encontrar. Ora a direcção suprema desses mosteiros duplos competia, em honra da Santa Mae de Deus, à abadessa de Fontevrault; esta devia ser viuva, tendo feito a experiência do casamento.
Somente no fim do século XVI, por decreto do Parlamento francês datado de 1593, a mulher foi explicitamente afastada de toda a função de Estado. A influência crescente do Direito Romano finalmente confinou a mulher às suas tarefas peculiares de cuidar da casa e educar os filhos.
(Nota: no século XIX, mediante o Código de Napoleão, o processo de despojamento da mulher deu novo passo: deixou de ser reconhecida como senhora dos seus próprios bens, e, em casa mesmo, passou a exercer papel subalterno).
No fim da Idade Média e depois, os legisladores foram retirando a mulher tudo o que lhe conferia alguma autonomia ou instrução. A mulher foi excluída da vida eclesiástica e da vida intelectual. O movimento precipitou-se quando no começo do século XVI foi reconhecido ao rei Francisco I da França (1515-1547) o direito de nomear abades e abadessas; inspiradas por critérios políticos, tais nomeações acarretaram a decadência de muitas casas religiosas.
(A reacção a tal estado de coisas tem ocorrido nos últimos tempos mas de maneira decepcionante, pois a mulher parece preocupada exclusivamente na conquista de equiparação ao homem: quer imitar o homem, exercer as mesmas funções que este, adoptar os hábitos do seu parceiro, sem se questionar a respeito do que ela reproduz, ou sem pensar em salvar a sua própria identidade e originalidade! Ora isto prejudica não só a mulher, mas tambem a própria sociedade, pois esta precisa de valores peculiares da mulher e da feminilidade!)
Foi no século XVI que infelizmente se restaurou o regime da escravatura romana, que a Idade Média não conheceu, e que persistiu até ao século passado. Vê-se, pois, que, sob este aspecto, a Idade Média está longe de ter sido obscurantista.


01/02/12

A MULHER ARTISTA NA HISTÓRIA DA ARTE - Cap.7 - A mulher artista na Idade Antiga


7- A mulher artista na Idade Antiga
Nos primeiros registos da cultura ocidental, poucos indivíduos são mencionados, embora as mulheres sejam representadas em todas as artes, algumas nos seus trabalhos como artistas.
Referências antigas de Homero, Cícero e Virgílio mencionam os trabalhos de proeminentes mulheres no têxtil, na poesia e na música e outras actividades culturais.
Já Plínio, o Velho, faz referência, na sua “História Natural” (Lv.XXXV), aos nomes de artistas femininas na Grécia e em Roma, descrevendo as suas obras, incluindo os nomes Timarete, Eirene, Kalypso, Aristarete, Iaia e Olimpias.
Embora nenhum dos seus trabalhos tenha sobrevivido, há em Milão uma pintura de cerca de 460 a.C. que mostra mulheres trabalhando ao lado de homens na pintura de vasos.