Mensagem de boas vindas

Bem Vindo ao blog Campo da Forca. Apontamentos pessoais também abertos a quem os quiser ver.

31/12/18

Lendo o livro "Nutrição Clínica", Helena Saldanha, Edições Lidel, 1999







A Fome fez descobrir ao Homem o interesse pela comida.
Saciedade é um prazer visceral que se foi progressivamente transformando em prazer intelectual.
A guloseima é uma mutação e uma aberração mental do deleite de comer, que nada tem a ver com a satisfação das necessidades nutritivas destinadas a manter a vida.
À volta dos alimentos foram construídas civilizações, por causa deles desencadearam-se e continuam a eclodir guerras, destruíram-se impérios, foram e são elaboradas leis, trocados conhecimentos, gerado bem-estar e criadas doenças.
Quer nas situações de superabundância, quer nas de carência alimentar, são geradas doenças que necessitam de tratamento por meio de manipulações alimentares. Surgiu assim o conceito de NUTRIÇÃO CLÍNICA, que é a ciência que estuda a relação dos alimentos com as doenças.

1.       Energia Humana. Necessidades e Gastos
Ainda que obedecendo a amplas variações individuais, as necessidades energéticas do ser humano podem ser determinadas pela medição da quantidade de energia dispendida em 24 horas.
Esta corresponde à quantidade de energia gasta com o metabolismo basai, com a absorção, e metabolização dos alimentos e ainda com a atividade física desenvolvida.
Não esquecer que todos estes fenómenos variam com a composição corporal, principalmente a quantidade de massa magra, bem como a idade, sexo e raça. Os fatores genéticos que começam agora a ser estudados parecem desempenhar também um papel importante no Metabolismo Energético.
Podemos concluir que não é possível determinar, com segurança e precisão, quais as necessidades energéticas do ser humano para a manutenção do seu equilíbrio corporal e em consequência de uma boa saúde porque estas variam de indivíduo para indivíduo e no mesmo indivíduo de acordo com a idade e a atividade física.

2.       Alimentação Saudável
Em termos científicos e tendo apenas em conta a composição em nutrientes da alimentação, podemos definir que um indivíduo se alimenta de forma saudável nas seguintes condições:
I – Ingestão de 30 – 33 Kcal por Kg de peso corporal e por dia (ração calórica)
II – Cerca de 55% da ração calórica deverá ser feita a partir de hidratos de carbono de absorção média (amidos) e lenta (fibras alimentares ou complantix).
III – 1 g por Kg de peso e por dia de proteínas de alto valor biológico (origem animal), dando preferência ao peixe o que equivale a cerca de 15% das Kcal diárias.
IV – Quanto às gorduras, estas não deverão ultrapassar os 30% da ração calórica com a seguinte distribuição:
7,5% gordura polinsaturada (óleos vegetais)
7,5% - gordura saturada (gordura animal)
15% - gordura monoinsaturada (azeite).
Quanto aos métodos de confeção mais saudáveis, recomendamos os cozidos e estufados bem como os grelhados, desde que seja evitada a carbonização superficial
Como gordura de adição usar sempre o azeite.
Muito importante é também o número de refeições diárias que nunca deverá ser inferior a 5.

3.       Composição Corporal e sua Avaliação na Prática Clínica
A avaliação da composição corporal pode contribuir de forma muito importante para conhecer o estado nutricional e a saúde do indivíduo.
As suas modificações podem representar um aviso precoce de fatores de risco para processos patológicos, tais como doença cardiovascular e diabetes ou ainda fornecer dados de prognóstico numa variedade enorme de doenças agudas ou crónicas.
É sabido que o excesso de massa gorda está associado a doenças crónicas como hipertensão arterial, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e enfarte do miocárdio e que a boa saúde se correlaciona estreitamente com uma boa relação entre massa magra (tecido muscular) e massa gorda.
Os métodos de avaliação da composição corporal ou do estado de nutrição dividem-se, por razões de ordem prática, em métodos antropométricos, métodos bioquímicos e métodos especiais.
Os métodos antropométricos são não invasivos, simples e baratos.
Para o seu uso é necessário conhecer a altura, o peso, a espessura da prega cutânea em algumas zonas do corpo, assim como o perímetro do braço e da coxa.
Apenas com os valores da altura e do peso poderemos ter de imediato dois indicadores muito importantes do estado de nutrição, isto é, o peso ideal também denominado por peso teórico e o índice de massa corporal:

Peso Ideal
P(Kg)=A-100-(A-150)/2 (M) ou 4(H)+(I-20)/4
 em que A -Altura, I – Idade, M – Mulher, H-Homem
Um valor de 120% do peso ideal pressupõe a existência de obesidade, enquanto pesos inferiores a 80% identificam situações de desnutrição.

Índice de Massa corporal
Correlaciona o peso com a altura, fornecendo uma ideia sobre a forma corporal bem como sobre a existência ou não de magreza ou obesidade.
A fórmula usada é:
IMC=Peso/(Altura x Altura)
O IMC dá-nos o peso do indivíduo por metro quadrado de superfície corporal.
Correlacionando o IMC com a mortalidade, verifica-se que entre 20 e 25 Kg/m2 não há qualquer correlação, mas aquela vai aumentando progressivamente atá que existe uma correlação fortemente positiva quando o IMC é superior a 30 Kg/m2.
Portanto os valores normais do IMC situam-se entre os 20 e os 26 Kg/m2. Abaixo de 18 Kg/m2 considera-se que existe desnutrição e acima de 27 Kg/m2 que estamos perante uma sobrecarga ponderal ou obesidade.

Avaliação da massa muscular e da espessura do tecido adiposo (pregas cutâneas)
A quantificação de algumas áreas musculares e do tecido adiposo subcutâneo fornece informação valiosa sobre a quantidade total ou regional de músculo e de gordura.
Amassa muscular constitui, a nível do organismo, a maior reserva de proteínas, importante no bom desempenho da atividade física.
Quanto ao tecido adiposo, a quantidade de gordura que armazena serve em primeiro lugar como energia de reserva.

Métodos Bioquímicos
Nas situações em que haja deterioração do estado nutricional, o indivíduo poderá apresentar modificações de alguns marcadores bioquímicos que poem em causa defeitos metabólicos. De entre os mais importantes destacam-se: pré-albumina, albumina, índice de creatinina/altura e transferrina.

Métodos especiais
TAC, Ressonância magnética, Técnicas isotópicas e a Impedância Bioelétrica.
A Bioimpedância
A medição da Bioimpedância é uma técnica que, com os novos aparelhos existentes no mercado, é de custo baixo e tem interesse porque nos informa acerca do volume total de água corporal, volume de água extra-celular, bem como a quantidade de massa magra.
O princípio do método baseia-se na proporcionalidade existente entre a resistência à passagem de uma corrente elétrica pelo corpo e a quantidade de massa magra, isto é água e eletrólitos constituintes desse corpo.
Isso acontece porque a massa magra é a componente corporal mais rica em água e eletrólitos, quando comparada com a massa gorda ou a massa óssea.
Os tecidos e suspensões celulares do corpo comportam-se no que respeita à condução da corrente elétrica, de forma diferente de acordo com o tamanho das células, o volume do tecido, a capacitância das membranas e a condutividade média intra e extracelular.
Sabemos, por exemplo, que o osso e a gordura resistem mais à passagem da corrente elétrica do que o músculo e o sangue. O músculo conduz mais facilmente a corrente elétrica, no sentido do comprimento do que no sentido da largura; as membranas celulares são más condutoras, mas boas captadoras; a baixas frequências e porque as células são  más condutoras, a corrente elétrica flui em primeiro lugar pelos espaços extracelulares; a altas frequências a corrente elétrica atravessa as membranas celulares sem dificuldade pelo que passa simultaneamente através dos líquidos estra e intracelulares com facilidade.
Podemos assim concluir que usando uma baixa frequência (1 – 10 mA) a bioimpedância mede apenas a água extracelular, mas usando altas frequências (> 10 mA) podemos medir a água,

 Obesidade
A obesidade é indiscutivelmente nos nossos dias um problema grave de saúde pública.
Definir obesidade com segurança e de forma científica é impossível. É um estado patológico onde existe um aumento da quantidade de tecido adiposo em relação ao normal. (É a expressão “normal” que cria dificuldade em definir obesidade).
Até hoje não foi ainda possível saber com segurança o padrão de normalidade humana no que respeita à quantidade de massa gorda e massa magra. Só se pode definir obesidade, de forma imperfeita, dizendo que consiste numa acumulação excessiva de tecido adiposo, que resulta de um excesso de ingestão energética quando comparado com a quantidade de energia gasta no seu metabolismo basal e na sua vida de relação.
Tecido adiposo e suas funções
O excesso de ingestão calórica conduz ao aumento da quantidade de tecido adiposo, principalmente por hipertrofia das suas células e em casos especiais por hiperplasia das mesmas. As células gordas - adipócitos – podem funcionar como células dotadas de funções endócrinas produzindo uma série de fatores que atuam como hormonas, mas podendo ao mesmo tempo ser influenciadas na sua fisiologia por hormonas circulantes.
Sabe-se que os adipócitos começam a formar-se a partir do 2º trimestre de gravidez, no 1º trimestre após o nascimento e no período pré-puberdade. Não restam dúvidas de que os fatores nutricionais da mãe nos últimos meses da gravidez e do bebé nos primeiros meses de vida, interferem intensamente na fisiologia dos adipócitos nesses períodos.
A massa gorda do tronco responde intensamente à ação da testosterona enquanto a das nádegas e das ancas é mais sensível aos estrogénios.
Foi demonstrado que a linha horizontal que separa a gordura carateristicamente masculina da feminina, com sensibilidades diferentes às respetivas hormonas passa entre as vértebras L4 e L5. A gordura abdominal profunda, epiploica, mesentérica e a peritoneal é mais desenvolvida no homem do que na mulher e no indivíduo idoso do que no jovem.
A espessura máxima da gordura subcutânea no homem encontra-se a meia distância entre o apêndice xifóide e o umbigo, enquanto na mulher é localizada a meia distância entre o umbigo e o púbis. A relação entre estas espessuras é superior à unidade no sexo masculino e muito inferior à unidade no sexo feminino. Estas caraterísticas do tecido adiposo mantêm-se mesmo nas situações patológicas de obesidade, permitindo classificar esta doença em dois tipos diferentes.
Obesidade androide, troncolar ou central – a maior parte do tecido adiposo localiza-se acima da linha do umbigo. Diz-se que existe este tipo de obesidade sempre a relação cintura/anca seja superior a 0,9 no homem e superior a 0,8 na mulher. Está intimamente correlacionada com as doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes e hipertensão arterial.
Obesidade ginóide – a massa gorda está preferencialmente localizada a nível das ancas e dos membros inferiores. As principais complicações deste tipo de obesidade estão relacionadas com o excesso de peso sobre as articulações com aparecimento de artroses dos membros inferiores bem como perturbações circulatórias do território venoso.
Tipos de tecido adiposo
- Tecido adiposo branco – aquele que existe no homem na sua maior quantidade sendo o responsável pela obesidade em geral.
- Tecido adiposo castanho – muito abundante nos animais que hibernam, pois tem uma influência enorme nos fenómenos de termogénese. No homem podemos encontrar este tipo de tecido adiposo no recém–nascido mas desaparece quase por completo nos adultos.
A adipócito e as suas funções
O adipócito é uma célula metabolicamente ativa, segregando numerosas moléculas ou substâncias capazes de intervirem sobre o metabolismo do tecido adiposo em particular. Nomeadamente sobre a diferenciação adipocitária e do metabolismo geral.
Sabemos que substâncias segregadas pelo adipócito vão interferir com a imunidade, com os fenómenos da trombogénese, com a pressão arterial, esteroidogénese, etc.
A leptina é uma proteína que tem um papel primordial na regulação do peso corporal mantendo normal a quantidade de tecido adiposo. Assim e sempre que haja tendência ao aumento do tecido adiposo, a secreção de peptina desencadeia a sensação de saciedade bem como aumenta o dispêndio de energia. Nos indivíduos portadores do gene da obesidade, podem encontrar-se concentrações elevadas de leptina, mas a própria adiposidade, bem como o concomitante aumento de insulina, levam a que exista resistência à ação da leptina tornando-a inativa.
Outros fatores de secreção do adipócito humano: A adipsina, o fator de necrose tumoral, Angiotensinogénio, Aromatase, etc.

Tratamento da obesidade
Mais importante do que tratar a obesidade é fazer a sua prevenção.
No doente obeso a sobrevida está diminuída e pior anda para o obeso, para a família e para a sociedade, é que há perturbação da qualidade de vida.
Deve-se estimular o doente a ter uma quantidade e qualidade de tecido adiposo normais.
Conhecida a dificuldade em perder peso, devemos organizar os objetivos do tratamento em etapas
1)      História clínica do doente
2) Conselhos dietéticos
a) Alimentos a eliminar: açúcar de absorção rápida (refinado), álcool, carnes e peixes gordos, molhos, refrigerantes, gelados, sorvetes, gorduras de adição
b) Alimentos a consumir em pequenas quantidades: pão, massas, arroz, leguminosas secas, frutos secos, frutos ricos em açúcar (papaia, banana, figo, uva)
c) Alimentos a aconselhar: carne de aves sem pele, peixes magros, (solha, linguado, pescada, carapau), frutas frescas com casca, legumes cozidos ou crus, sumo de limão para temperar, água (+1,5l/24h), tisanas, chá.
d) Técnicas culinárias: apenas cozidos e grelhados
3) Organização da dieta
a) Inquérito simples sobre a alimentação dos últimos 2 dias para avaliar a qualidade dos alimentos e a quantidade de Kcal habitualmente consumidas
b) Fazer uma redução de 15%, distribuindo as Kcal do seguinte modo:
15% de proteínas (carne, peixe, ovo)
55% de hidratos de carbono (hortaliças, saladas e cereais integrais)
25-30% de gorduras
Todos os meses a dieta deve ser modificada reduzindo progressivamente 15% à quantidade Kcal/24 horas
c) Uma vez atingido o peso desejável o doente deverá ingerir cerca de 30 Kcal/Kg/dia, de forma a manter o peso que atingiu com a dieta
Nesta altura poderá ser permitido um pouco de gordura de adição, de preferência azeite (2 colheres de sopa/dia) e peixe gordo 2 vezes por semana (150 g).t
Exercício físico
Desde que foi descoberta a relação estreita entre os genes e a obesidade, é sabido que o obeso desperdiça menos calor do que o indivíduo de peso normal, mas que ao mesmo tempo economiza os seus movimentos, isto ´e, habitualmente é um sedentário. Esta sedentarismo não acontece só nos adultos: as crianças obesas são habitualmente pacatas, sossegadas, dando preferência às atividades lúdicas do espírito por comparação com os desportos que exigem atividade física.
O problema grave é que nestas situações de obesidade, o próprio excesso de massa gorda se opõe à mobilidade da massa muscular, e quando o doente faz exercício sente uma fome imperiosa à qual tem dificuldade de resistir. No entanto o exercício físico no obeso é indispensável, embora a sua duração deva ser progressivamente aumentada, de acordo com a perda da massa gorda e o restabelecimento da massa magra.



Alimentação enteral
Fome, desnutrição e doença constituem uma tríade que tem acompanhado o homem desde o princípio dos tempos. O estado nutricional tem repercussões não só em termos de saúde ou capacidade de resposta à doença como, inclusivamente, influencia os próprios processos fisiológicos relacionados com o envelhecimento. A instituição de um correto suporte nutricional previne ou corrige muitas das consequências deletérias da malnutrição e deverá constituir uma prioridade na abordagem de qualquer doente.
Quando não é possível atingir tal objetivo através da ingestão de uma dieta adequada pela via oral normal, a alimentação enteral constitui o método mais indicado desde que o doente mantenha o trato intestinal funcionante.
A alimentação enteral constitui a forma mais adequada de proporcionar um suporte nutricional na impossibilidade da alimentação oral normal. É habitualmente bem tolerada, tem menos complicações e é indispensável para a manutenção da estrutura e função do intestino, evitando a translocação bacteriana reduzindo a incidência de infeções e estimulando o sistema imune.

Alimentação e Diabetes Mellitus
A diabetes Mellitus (DM) é um grande problema de saúde pública. A incidência e prevalência desta doença são cada vez maiores em todo o mundo e o aparecimento de complicações é causa de morbilidade em indivíduos muitas vezes ainda jovens.
Em populações que alteraram os seus hábitos tradicionais para um estilo de vida moderno encontram-se prevalências muito altas de DM tipo 2.
Assim é de prever que vários fatores ambientais, entre eles a alimentação, interfiram quer na etiopatogenia da DM tipo 2, quer, posteriormente, no controlo metabólico da doença e, portanto, na prevenção do aparecimento das complicações. É necessário encontrar uma estratégia nutricional comum não só para o tratamento da DM e suas complicações, mas, se possível, para atrasar o seu aparecimento.
Basicamente, esta estratégia nos diabéticos é a mesma que para o indivíduo saudável que deseja manter-se com saúde e prevenir os fatores de risco cardiovasculares – a alimentação saudável
No fundo não se trata de fazer dieta, mas sim de modificar o comportamento alimentar no sentido de uma alimentação equilibrada e variada.
Apesar de muitos estudos, investigações e opiniões no que se refere à alimentação na DM, algumas dúvidas subsistem:
- Será que uma dieta rica em monoinsaturados conduz, a longo prazo, à obesidade?
- A dieta hipolipídica reduz o peso?
- O regime com mais HC aumenta o risco cardiovascular?
-A restrição proteica, na nefropatia, leva a alterações graves da composição corporal?
- Alguns tipos de aminoácidos predispõem e agravam a DM?
A frutose e a sacarose têm efeitos adversos no metabolismo lipídico?
- Os antioxidantes são fatores de prevenção da doença e das suas complicações? E os ácidos gordos ómega-3?
- Que grau de emagrecimento se deve aconselhar ao diabético obeso?
- A ingestão elevada de frutose, ou de ácidos gordos ómega-6 tem efeitos nefastos? Ou são dose dependentes?
No entanto, existem já muitas informações que permitem melhorar com certeza a capacidade de controlar o metabolismo glucídico na DM, embora seja por vezes difícil a aplicação das recomendações nutricionais. As razões são múltiplas e entre elas contam-se a falta de motivação dos doentes e a falta de tempo e disponibilidade dos profissionais de saúde para explicar as recomendações dietéticas e para corrigir os erros ou ajustar o regime alimentar, numa fase posterior. Só a compreensão dos conceitos nutricionais permitirá ao doente e à população em geral, a correção dos erros.

Alimentação do Desportista
Uma correta alimentação do desportista é aquela que, proporcionando um bom estado de saúde ao atleta, se vai traduzir, quer numa melhoria da sua saúde, quer numa melhoria do seu rendimento desportivo, quer numa melhoria da sua saúde a longo prazo.
Mas, se é verdade que a alimentação pode influenciar, positiva ou negativamente, o rendimento desportivo, não devemos esquecer que este não é o único fator que vai determinar a “forma” e os bons resultados dos atletas, sendo apenas uma das peças do puzzle que, conjuntamente com outras, como o treino físico, o estado psicológico, as aptidões pessoais, etc., vai contribuir para o sucesso desportivo.
Não há propriamente uma dieta do desportista, ou mesmo uma dieta de determinado desporto, mas sim uma dieta do atleta, que deverá ser, sempre que possível, individualizada e adaptada a cada situação.
Os princípios básicos para uma correta alimentação do desportista assentam, por um lado, na satisfação das necessidades energéticas e plásticas, através de um adequado fornecimento de calorias, hidratos de carbono, lípidos, proteínas, água, minerais e vitaminas, e, por outro, num correto enquadramento destes alimentos em dieta de treino, dieta de competição e dieta de recuperação.

Calorias
A quantidade total de calorias a fornecer ao atleta deverá ser calculada em função das necessidades energéticas.
Embora possa haver grandes variações na ração calórica total, em função da quantidade e intensidade do exercício físico praticado, aceita-se que a maioria dos atletas deva consumir entre 3000 a 4000 Kcal/dia, com a seguinte proporção dos seus constituintes:
Glícidos 60 a 65%
Lípidos 25 a 30%
Proteínas 10 a 15%

Glícidos
Os glícidos têm uma função predominantemente energética. No entanto, têm também uma importante função plástica.
A sua grande importância no exercício físico resulta do fato de o glicogénio e a glicose serem os combustíveis que permitem maior rendimento à célula muscular.
Os glícidos complexos como os do pão, arroz, massa, batatas, frutos e legumes, são os melhores para o atleta pois, sendo absorvidos lentamente pelo intestino, vão, também lentamente, preencher as reservas hepáticas e musculares de glicogénio.
Os glícidos simples como o açúcar têm menos valor para o atleta, pois sendo absorvidos rapidamente fazem com que os músculos e o fígado não tenham capacidade de absorver toda a glicose posta rapidamente em circulação, sendo, parte desta, transformada e armazenada como gordura corporal.
 Como se sabe que os glícidos de absorção rápida são absorvidos mais lentamente quando ingeridos conjuntamente com os de absorção lenta, este tipo de alimentos deve ser ingerido com a refeição e nunca isoladamente. De qualquer modo, na alimentação do atleta, os glícidos de absorção lenta deverão representar pelo menos 80% da soma de todos os glícidos e os de absorção rápida menos de 20%.

Lípidos
São importantes pelo fornecimento de energia, ácidos gordos essenciais, nomeadamente o linoleico, o linolénico e o araquidónico, e como fatores de absorção das vitaminas lipossolúveis.
No entanto, a sua grande importância a nível de exercício físico, reside no fato de também os lípidos, nomeadamente os ácidos gordos livres e os triglicerídeos intracelulares, serem importantes combustíveis da célula muscular durante o esforço, particularmente nos desportos de fundo. Deve-se, contudo, salientar que os lípidos não são o combustível ideal da célula muscular durante o esforço, já que o rendimento desta é muito mais baixo do que com a glicose e, por outro lado, só podem ser utilizados em aerobiose.
O seu aproveitamento pela célula muscular durante o esforço aumenta com a melhoria da preparação física do atleta, o que se torna particularmente importante nos desportos de longa duração.
O consumo de lípidos é, geralmente, excessivo nas sociedades desenvolvidas, particularmente o consumo de gordura saturada, que, como é sabido, está associada ao aumento da prevalência das doenças cardiovasculares.
O atleta deverá, por isso, não só consumir lípidos em quantidades moderadas (menos de 30% da ração calórica total), como equilibrar a ingestão dos vários tipos de gordura.

Proteínas
Têm uma função essencialmente plástica, sendo ainda importantes pela sua participação nos sistemas enzimático, imunológico e hormonal. Secundariamente também fornecem energia.
Havendo no desportista um maior desgaste celular em função do esforço, haverá também, naturalmente, uma necessidade aumentada no seu consumo.
Sendo assim propõe-se, para os atletas, um consumo diário a 1,5 g/Kg/dia, o que corresponde a 10 a 15% da ração calórica total, propondo-se uma relação proteínas animais / proteínas vegetais >ou = a 1 já que os alimentos de origem animal (carne, peixe, ovo, leite e derivados) são os que protegem proteína de melhor qualidade (proteínas de alto valor biológico, tão necessária para a reparação plástica de um organismo sujeito a grandes esforços.
No entanto, deve ser realçado que as proteínas de origem vegetal também são importantes para o atleta, não só porque o consumo excessivo de proteínas de origem animal conduz a uma maior ingestão de gordura saturada e colesterol, com os consequentes malefícios para o aparelho cardiovascular, mas também porque as principais fontes destas proteínas  são muito ricas em glícidos de absorção lenta que são fundamentais para o rendimento da célula muscular

Água
A água é importante para o Homem, mas no desportista assume uma importância fundamental, pois o défice de água corporal leva a uma diminuição do rendimento do atleta. Uma perda hídrica de 2%, correspondente a cerca de 1,5 l, reduz a capacidade de trabalho em 20%, uma perda de 4% (3 l) leva a uma redução de 40% e uma perda de 10% (7,5 l) pode levar ao colapso circulatório e à morte.
Por outro lado, há maior incidência de patologia muscular (contraturas, roturas e distensões) e patologia tendinosa (tendinites, e roturas tendinosas) nos atletas desidratados.
Atualmente propõe-se, como consumo diário mínimo, 1 ml por Kcal/dia, o que para uma ração calórica de 3000 a 4000 Kcal, representa cerca de 3 a 4 litros de água por dia. Essa água deverá ser fornecida, cerca de 1,5 a 2 l através dos alimentos e o restante como bebida.
O leite deverá fazer parte da alimentação diária do atleta, na proporção de 500 a 1000 ml por dia, devendo ser preferido o leite magro para evitar a ingestão excessiva de gordura saturada. Em relação ás bebidas alcoólicas, o ideal será que o atleta não as consuma, no entanto, considera-se tolerável um consumo diário até 250 ml de vinho de mesa ou 500 ml de cerveja, tomados com a refeição.
As bebidas devem estar à temperatura natural e às principais refeições não devem ser tomadas em grande quantidade para que os sucos digestivos não sejam diluídos e perturbada a digestão dos alimentos.

Minerais
As necessidades globais de minerais estão aumentadas no desportista em relação ao homem sedentário.
Este aumento verifica-se porque há uma excreção urinária aumentada para alguns minerais, como o potássio e o magnésio e porque há uma maior perda pelo suor para outros como op sódio.
Uma alimentação equilibrada fornece a quantidade suficiente de minerais, não sendo necessários suplementos.

Vitaminas
Quanto às vitaminas também as necessidades do desportista são maiores. As mais importantes no desportista são as vitaminas C, B1, B6 e B12, também chamadas “vitaminas do desportista”.
Quando a alimentação é correta, os suplementos vitamínicos não só não são necessários como podem ser prejudiciais pois o excesso de algumas vitaminas pode levar ao défice de outras.

Última refeição antes da competição
É de um modo geral igual para todos os tipos de desporto e deverá ser tomada entre 3 a 4 horas antes da competição.
Não menos de 3 horas, para que a digestão já se tenha feito e não mais de 4 horas para que os nutrientes possam ser utilizados durante a mesma.
É uma refeição que deverá ser quantitativa e qualitativamente normal embora de fácil digestão e, dentro do possível, dentro dos hábitos do atleta.

Estratégias nutricionais no fortalecimento muscular
A nutrição tem um papel chave no fortalecimento muscular. No entanto, devem ser cumpridas as seguintes condições: estimulação da síntese proteica através do exercício físico, ingestão adequada de proteínas (aminoácidos), ingestão de substrato energético necessário à síntese proteica e existência de meio hormonal favorável.
A estimulação da síntese proteica é feita através de exercício físico específico, visando quer o aumento de volume e força muscular, quer o aumento da sua potência.
A reconstrução muscular inicia-se na parte final do treino. É nesse período que devem chegar ao músculo os aminoácidos provenientes da alimentação, para que assim ocorra a sua incorporação no músculo.
A ingestão de proteínas para satisfazer estas necessidades deverá, pois, ser aumentada entre 1,5 a 2 g/Kg/ dia.
Há muitos atletas que na ânsia de aumentar as suas massas musculares, chegam a ingerir quantidades superiores ao limite proposto, o que não tem qualquer interesse, pois a consequente produção de amónia em excesso vai inibir a síntese proteica e assim produzir um efeito oposto ao desejado.
Por outro lado, o consumo de proteínas pode comportar outros riscos para a saúde presente e futura do atleta como aumento do risco cardiovascular, gota, litíase úrica e tendinites causadas pelo aumento da produção do ácido úrico, diminuição da densidade óssea provocada pelo aumento da eliminação urinária de cálcio, sobrecarga hepática e renal.
Em relação aos suplementos proteicos, eles são importantes para complementar o regime na fase de maior síntese proteica (período seguinte ao treino). Muitos dos suplementos existentes no mercado são de baixa qualidade, contendo até, alguns deles, substâncias dopantes. Aconselha-se a sua administração no fim do treino.
Para que haja formação de novo músculo é necessário que também exista o substrato energético necessário à assimilação da síntese proteica e de aminoácidos. Os glícidos são a melhor fonte energética, destacando-se, entre estes, a frutose, que, dadas as suas caraterísticas, é o substrato energético ideal para a promoção da síntese proteica muscular: apresenta um baixo índice glicémico não originando, consequentemente, hiperglicemia e híperinsulinémia, e em baixas doses é metabolizada diretamente pelo músculo.
É, pois, importante que o atleta, para além de fazer uma alimentação rica em glícidos complexos, ingira durante e após o treino, quantidades fracionadas de uma solução de frutose. A 4 – 6%.
Outro aspeto importante para a síntese proteica muscular é a existência de um ambiente hormonal favorável, sendo a hormona do crescimento, a somatomedina C e a insulina, as hormonas mais implicadas neste processo.
A hormona do crescimento, que promove a síntese proteica, começa a aumentar 90 minutos após uma refeição rica em proteínas, mantendo-se elevada durante cerca de 4 horas. A somatomedina C, que influencia a proliferação e diferenciação dos mioblastos, é estimulada pelo exercício físico de força.
É a ação conjunta destas duas hormonas que leva à multiplicação, diferenciação e aumento das unidades contráteis musculares.
A insulina, embora sendo uma hormona anabolizante por excelência, não deverá ser estimulada, pois, o aumento dos seus níveis produz efeito anabolizante em todos os tecidos, e não só no músculo, retirando assim eficácia à síntese muscular e, por outro lado, a elevação dos seus níveis pode conduzir a hipoglicémia. A utilização de frutose evita este inconveniente.

Na prática pode fazer-se a seguinte proposta, com vista ao fortalecimento muscular:
- Três a quatro refeições diárias com quantidades adequadas de proteínas de alto valor biológico (carne, peixe, ovos, leite e derivados) e de glícidos complexos (arroz, massa, pão, leguminosas secas, flocos de aveia, fruta)
- Durante o treino ingerir pequenas quantidades de uma solução de frutose a 4 – 6%.
- Após o treino ingerir um suplemento proteico rico em aminoácidos de cadeia ramificada e beber 100 – 150 ml de solução de frutose a 4 -6%, de quinze em quinze minutos, até à próxima refeição.

Para terminar uma referência às drogas anabolizantes, nomeadamente à hormona do crescimento e os anabolizantes esteroides, que, infelizmente, tantas vezes são utilizados pelos ayletas para fortalecerem as suas massas musculares. De fato estimulam a síntese proteica e aumentam as massas musculares, quando associadas a dieta hiperproteica e exercício físico apropriado. No entanto os benefícios não justificam de modo algum os malefícios, entre os quais se podem citar: atrofia testicular, impotência sexual, alterações da reprodução, efeitos virilizantes e feminizantes, tumores hepáticos, cancro da próstata, doenças cardiovasculares, Diabetes Mellitus, acromegália, lesões tendinosas e musculares, transtornos psíquicos, etc.
O atleta, acima de tudo, é um ser humano que pode e deve ser saudável, não só enquanto é campeão, mas também no futuro quando regressar ao palco dos anónimos.





29/12/18

Lendo "Obesidade e Doença Cardiovascular," 2º Fascículo, edição 2007





DISFUNÇÃO VASCULAR E OBESIDADE

A atual epidemia de obesidade tem resultado num aumento de interesse sobre as consequências da obesidade na saúde.
A obesidade está associada com um certo número de resultados de saúde adversos. Estes incluem um aumento do risco de desenvolvimento subsequente da diabetes mellitus tipo 2 e um aumento do risco de doença cardiovascular. Em conjunto estas entidades representam já a maior parte da morbilidade e mortalidade em países industrializados e a perspetiva de uma explosão demográfica com aumento de suscetibilidade à doença ameaça anular os avanços significativos feitos na prevenção da doença cardiovascular que observámos nas últimas décadas.
Apesar de muitos passos adiante, ainda há muito por fazer para compreender melhor a patogénese da disfunção vascular na obesidade.


OBESIDADE E FACTORES INFLAMATÓRIOS E TROMBÓTICOS

Os fatores genéticos e ambientais podem ter um impacto muito importante sobre as consequências metabólicas e cardiovasculares da obesidade, embora os mecanismos pelos quais os fatores genéticos modificam os efeitos da obesidade são largamente desconhecidos.
O perímetro da cintura reflete o tecido adiposo abdominal subcutâneo e visceral, sendo utilizado como um índice geral de massa adiposa central (do tronco). O tecido adiposo visceral foi proposto como o principal determinante de complicações metabólicas e cardiovasculares da obesidade.
O tecido adiposo constítui um órgão secretor ativo que elabora uma variedade de moléculas conhecidas como "adipocinas".
Existe cada vez mais evidência que revela que as adipocinas, marcadores inflamatórios, fatores de coagulação e os sistemas fibrinolíticos estão envolvidos no processo da doença cardiovascular. Contudo, a extrema complexidade de todos estes sistemas e o facto dos fatores estarem por vezes correlacionados uns com os outros, orna difícil estudar os efeitos e determinantes de cada fator em separado. De igual modo, conclui-se que as alterações dos níveis destas moléculas pró-inflamatórias derivadas dos adipócitos e pró-coagulantes estão envolvidas a vários graus com a obesidade. O mecanismo biológico subjacente a estas associações não está ainda completamente compreendido.


SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO

A síndrome de apneia obstrutiva do sono SAOS) tem sido reconhecida cada vez mais como uma doença relativamente comum, com importantes consequências clínicas para os indivíduos afetados.
Vários são os mecanismos potenciais através dos quais a SAOS pode contribuir para a doença cardiovascular, incluindo mecanismos pelos quais se pode sobrepor ou interagir com os efeitos da obesidade.
A SAOS é descrita como uma alteração caracterizada por episódios repetitivos de obstrução das vias aéreas superiores que ocorrem durante o sono, geralmente associados com uma redução da saturação de oxigénio no sangue. Os sintomas associados incluem ressonar ruidoso, sono fragmentado e sonolência diurna.
Os doentes com apneia do sono são tipicamente caracterizados por um índice de apneia-hipopneia (AHI) ou índice de alteração respiratória (RDI), que é o número médio de apneias e de hipopneias por hora de sono.

Fisiopatologia
O principal evento da SAOS é o colapso recorrente da via aérea faríngea, que ocorre caracteristicamente no início do sono e durante o sono REM (rapid eye movement). Embora continue o esforço respiratório, este encerramento faríngeo impede uma ventilação eficaz. As apneias e hipopneias conduzem a hipoxia e hipercapnia substanciais, sendo necessário geralmente um despertar para restabelecer a permeabilidade da via aérea e reassumir a ventilação. Este ciclo de colapso faríngeo recorrente com subsequente despertar conduz ao principal sintoma do SAOS - a sonolência diária.
O colapso da via aérea faríngea ocorre entre as coanas (por trás do septro nasal) e a epiglote, tipicamente por trás do paladar mole, da língua ou uma combinação de ambos. Este evento é provavelmente um produto de uma deficiente autonomia faríngea e influencia a função muscular da faringe. A via aérea faríngea humana é relativamente característica, devida ao facto de não possuir o suporte ósseo rígido encontrado noutros mamíferos. Portanto, a permeabilidade da via aérea superior depende de um equilíbrio de forças entre os músculos das vias aéreas superiores dilatando a faringe e a pressão aérea negativa intraluminal gerada pelos músculos da bomba respiratórios durante a inspiração, com tendência para a colapsar. Para além disso, a dependência individual da atividade muscular dilatadora da faringe é provavelmente um produto da anatomia intrínseca e da colapsidade da sua via aérea. Os indivíduos com uma via aérea anatomicamente ampla podem ser menos dependentes dos músculos para manter a permeabilidade da via aérea do que alguém com uma via aérea anatomicamente pequena.
Existe abundante evidência que sugere a existência de diferenças anatómicas da via aérea faríngea entre os doentes com SAOS e os controlos. A radiologia cefalométrica revelou que os doentes com SAOS apresentam uma redução do comprimento da mandíbula, um osso hióide em posição baixa e uma retroposição dos maxilares. Utilizando técnicas imagiológicas mais sofisticadas, incluindo TAC, técnicas de reflexão acústicas e mais recentemente a RM, um certo número de investigadores revelaram que os doentes com apneia do sono apresentam um lúmen da via aérea de menores dimensões do que os controladores. Estudos recentes de Schwab et al. demonstraram também um certo número de alterações dos tecidos moles em doentes com apneia, incluindo um aumento do volume da língua, do paladar mole, do almofadado adiposo parafaríngeo, e das paredes laterais em redor da faringe. A variedade observada das dimensões das vias aéreas é provavelmente determinada por influências genéticas sobre a estrutura óssea, dimensões da língua, tecidos amigdalinos, etc., assim como fatores adquiridos com a obesidade. Esta pode afetar a dimensão faríngea através da deposição direta de gordura em redor da via aérea ou alteração da orientação e função dos músculos.
Os músculos de importância primordial situam-se em três grupos: a) os músculos que influenciam a posição do osso hióide, b)o músculo da língua, c) os músculos do paladar. A atividade de muitos destes músculos está aumentada durante a inspiração, tornando mais rígida e dilatando a via aérea superior e contrariando a influência colapsante da pressão negativa da via aérea. Estes são referidos como músculos inspiratórios da via aérea superior. A atividade destes músculos está substancialmente reduzida, embora não anulada, durante a expiração (ativação tónica), quando a pressão no interior da via aérea se torna positiva e existe menor tendência para o colapso.
Outros músculos, os dominados músculos tónicos ou posturais, tal como o tensor do palatino, que não demonstram consistentemente uma atividade inspiratória, mas, em vez disso mantém um nível relativamente constante de actividade ao longo do ciclo respiratório. Pensa-se que exercem igualmente uma função na permeabilidade da via aérea. A atividade dos músculos dilatores da faringe pode ser influenciada por um certo número de estímulos fisiológicos. A estimulação química (a elevação da pressão parcial do dióxido de carbono ou a queda da pressão parcial do oxigénio. De um modo talvez mais importante, a pressão negativa na faringe ativa acentuadamente estes músculos. Esta resposta à pressão negativa é provavelmente regulada pela pressão ou por receptores sensíveis ao estiramento. É este mecanismo de recetores que está está provavelmente ativado num indivíduo com uma via aérea anatomicamente pequena, em resposta a uma pressão negativa maior, estiramento da via aérea ou o próprio colapso.
No doente com apneia, com uma via aérea anatomicamente pequena, existe evidência de que este reflexo de pressão ativa está ativado, levando ao aumento da atividade muscular dilatadora como um mecanismo de compensação neuromuscular. Este facto foi demonstrado no genioglosso que, em doentes com apneia, funciona a cerca de 40% da sua capacidade máxima com o indivíduo acordado, enquanto que no indivíduo de controlo, o músculo funciona a cerca de apenas 12% do seu máximo.
Portanto se não fosse este aumento de atividade dos músculos dilatadores faríngeos, a via aérea do doente com apneia seria substancialmente estreito ou colapsaria mesmo com o indivíduo acordado. O sono tem um efeito mensurável sobre a permeabilidade da via aérea em qualquer pessoa. No doente com apneia existe um aumento com regulação reflexa da atividade muscular dilatadora que compensa a anatomia deficiente com o indivíduo acordado. Vários estudos indicam uma atenuação acentuada ou perda deste mecanismo reflexo, mesmo em indivíduos normais durante o sono. Com a perda deste reflexo, o mecanismo compensador neuromuscular do doente com apneia perde-se, levando à diminuição da atividade muscular dilatadora e ao colapso da via aérea. Em indivíduos normais, que não estão dependentes desta atividade muscular dilatadora com regulação reflexa, esta perda poderia estar associada com uma elevação da resistência da via aérea superior, mas a permeabilidade está mantida.

Tratamento
As atuais estratégias terapêuticas da SAOS são dirigidas para o alargamento da via aérea faríngea, tornando-a, portanto, menos suscetível ao colapso, ou utilizando pressão positiva para pneumaticamente manter permeável a via aérea durante o sono. Embora exista uma terapêutica eficaz com esta orientação, a aceitação por parte do doente desta terapêutica é com frequência abaixo do que seria ideal e estão continuamente em investigação novas abordagens terapêuticas.
Uma vez que a obesidade constitui o preditor mais importante de apneia, seria de esperar que a perda de peso conduza a um aumento das dimensões da via aérea e a uma melhoria da respiração durante a perturbação do sono. De facto, comprovou-se que a perda de peso pode conduzir a uma diminuição do RDI, redução da pressão arterial, melhoria da eficiência do sono, redução do ressonar, melhoria da oxigenação e uma redução da necessidade de utilizar pressão positiva (CPAP). Os resultados mais acentuados foram descritos com uma perda de peso por meios cirúrgicos, sendo a série mais extensa descrita por Sugerman et al. que avaliaram 36 doentes, com uma perda de peso típica entre 40 a 50kg. A apneia do sono foi melhorada em todos os indivíduos e foi curada em alguns. Desde a sua descrição inicial em 1981, a CPAP, aplicada por máscara nasal, tem sido a terapia primária de doentes com SAOS. O dispositivo consiste numa máscara ligada a uma unidade que mantém pressão positiva na via aérea a níveis definidos, através de alteração de fluxo, atuando como uma bomba pneumática sobre a via aérea faríngea. A CPAP prescrita é tipicamente determinada no laboratório de estudo do sono, como a pressão que é necessária para eliminar totalmente o ressonar e a alteração respiratória durante o sono, em todos os estados do sono, em todas as posições do corpo. Existe uma forte evidência no sentido de melhorias das medidas da sonolência e da função neurocognitiva com CPAP nasal. Apesar da eficácia quase universal da CPAP no tratamento da apneia do sono, apresenta importantes limitações no que se refere à adesão. Estes problemas relacionam-se principalmente com a interface facial (máscara) e a pressão necessária para impedir o colapso da vi aérea, surgindo intolerância à terapêutica em muitos doentes. Quando avaliada de forma objetiva a adesão à CPAP varia entra 50 a 70%, sendo o preditor da adesão mais importante a perceção do doente relativamente à melhoria do seu estado com a CPAP.

Epidemologia
Estudos epidemiológicos sugerem que a SAOS é bastante frequente em adultos de meia idade, com uma prevalência provável de 2 a 4%, que é semelhante à asma ou à diabetes mellitus.O género masculino constitui um importante fator de risco para o desenvolvimento de alterações respiratórias durante o sono. Em estudos de populações de clínicas de sono, a proporção de homens e mulheres situa-se em 10:1. A idade parece ser um fator de risco independente com o desenvolvimento de apneia, na maioria dos estudos.


SAOS o Obesidade
A SAOS e a obesidade ocorrem geralmente em conjunto. 25 a 75% dos indivíduos obesos apresentam SAOS. Os indivíduos obesos com o maior risco cardiovascular são os que mais provavelmente apresentam também alterações respiratórias. Contudo a relação entre as medidas da obesidade e a gravidade SAOS é apenas moderada e não é linear.

SAOS como factor de risco da obesidade
A obesidade é claramente um forte fator de risco da SOAS. Existe também alguma evidência que a SAOS pode predispor também à obesidade. Os indivíduos com apneia do sono apresentam elevação dos níveis de peptina para além do esperado para o seu grau de obesidade. A leptina, uma hormona produzida pelos adipócitos ´, é um importante regularizador do peso a longo prazo, ao estimular os centros de saciedade do hipotálamo. foi estabelecido que o nível aumentado de leptina encontrado no SAOS representa uma resistência adicional aos efeitos anoréticos da leptina e, portanto, uma predileção para um aumento de peso adicional. O mecanismo de resistência à leptina está pouco claro, mas parece ser reversível, uma vez que o tratamento com CPAP resulta em reduções a nível comparável ao de controlos de IMC equivalentes. Para além destes efeitos metabólicos, a SAOS tem efeitos neuropsicológicos que podem predispor ao aumento de peso. A privação do sono aumenta os sintomas de fome e de consumos de alimentos. A hormona estimulante do apetite, a grelina, está elevada em doentes com apneia do sono e a terapêutica com CPAP conduz a reduções dos níveis.

Resumo
Em resumo, a SAOS é uma complicação extremamente frequente da obesidade. esta doença expõe o doente a hipoxia e hipercapnia recorrentes, grandes oscilações de pressão intra-toráxica e fragmentação do sono. Estas alterações noturnas conduzem a alterações do normal funcionamento de várias vias fisiológicas, afetando o sistema neurológico, metabólico, inflamatório e hemostático. O resultado final destas alterações em termos clínicos está só agora a ser bem compreendido. Os dados que existem implicam a SAOS como um fator de risco independente de hipertensão. Apesar da SAOS estar claramente associada com outras doenças cardiovasculares, para além da obesidade e da diabetes, é necessária mais investigação para melhor esclarecer as relações etiológicas responsáveis por esta associação. A SAOS pode ser uma causa destas doenças, mas muitas delas podem predispor a SAOS. Para além disso, estas alterações podem partilhar fatores de risco comuns, para além da obesidade e dos padrões de distribuição da gordura. É provável que existam vários tipos de relações etiológicas, tornando os estudos longitudinais e de intervenção decisivos para se compreender melhor a importância da SAOS na doença cardiovascular. Entretanto, dada a elevada prevalência da SAOS nestas patologias, deve ser excluída a presença de sintomas atribuíveis a SAOS em todos os doentes com obesidade, diabetes e doença cardiovascular, e devem ser levados a cabo exames complementares de diagnóstico se a história for sugestiva.


28/12/18

XXIV Congresso Internacional de Animação Sociocultural


 Link de acesso ao e-book com os textos relativos às Comunicações orais, Feira de Projetos e Workshops realizados durante os dois dias de partilhas na bela cidade de Setúbal.


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27/12/18

Relendo o fascículo "Perder Peso", da Harvard Medical School




É possível perder peso e não voltar a ganhá-lo!

Mais do que força de vontade, necessita de habilidade. 
Trata-se de introduzir na sua vida diária alguns truques e conselhos inteligentes.
 Não se renda. Opte por uma abordagem organizada e racional, mas esteja sempre ciente de que um pouco de flexibilidade também ajuda.

O que produz excesso de peso?
Além de factores genéticos, factores ambientais (o estilo de vida - o acesso fácil a alimentos muito calóricos, a falta de exercício físico), factores sociais, o stress, não dormir o suficiente, o mau funcionamento das glândulas endócrinas, certos medicamentos que aumentam o apetite e reduzem a actividade metabólica.

Em termos muito simples, o seu peso depende da quantidade de calorias que ingere, de quantas armazena e de quantas queima.

Foram identificados 127 genes diferentes relacionados com algum aspecto da obesidade que favorecem a existência duma de cinco características: metabolismo lento, tendência para comer demasiado; tendência para a inactividade; fraca capacidade de queimar calorias, propensão para desenvolver uma grande quantidade de células gordas.

O stress está associado à ansiedade e à depressão, podendo qualquer uma delas desencadear uma alimentação emocional que, por vezes se transforma em episódios de desinibição (ingestão descontrolada). O álcool, somado ao stress, é um desencadeador comum de desinibição.

O ambiente "obesogénico" (sedentarismo e TV, habituação a refrigerantes açucarados, comida processada hipercalórica, etc.) incentiva-nos a comer mais e fazer menos exercício.

Comer depressa faz com que se coma mais. Esperar demasiado tempo entre refeições  costuma fazer com que as pessoas consumam mais gorduras, açúcares e álcool  ingerindo mais calorias.  Deve-se comer lentamente e pousar os talheres entre cada garfada.

Não dormir o suficiente altera a percepção da fome, altera o funcionamento das hormonas que controlam o apetite.

A massa corporal magra ajuda a manter o metabolismo activo.

O risco de uma pessoa se tornar obesa aumenta se um amigo, um irmão ou o cônjuge se tornarem obesos (teoria do contágio social na obesidade).

A desinibição é o fenómeno da ingestão descontrolada em que se transforma por vezes a alimentação emocional desencadeada pela ansiedade ou depressão associadas ao stress. O álcool associado ao stress é um desencadeador comum da desinibição.


O quê e quanto: Os segredos da saúde

Os hábitos saudáveis podem compensar as ordens do código genético. Tanto a actividade física como a dieta podem inverter a tendência genética.

Uma dieta de estilo mediterrânico, rica em azeite, ajuda a promover perda de peso.

As orientações dietéticas de uma alimentação saudável recomendam vegetais verdes, alanrajados, legumes, fruta, cereais integrais, leite e produtos lácteos magros.

Realizar actividade física.

Como o excesso de peso afecta a sua saúde

Quanto mais elevado é o índice de massa corporal, maiores as probabilidades de adoecer. O excesso de peso faz correr o risco de ter, no mínimo, uns 50 problemas de saúde diferentes- neurológicas, psicológicas, respiratórias, circulatórias, urológicas, pancreáticas, gastrointestinais, nutricionais, reprodutivas e musculoesquelética.

Doenças cardíacas, AVCs, Diabetes, Cancro, Depressão, etc.

A obesidade tira anos e qualidade de vida


UM PESO SAUDÁVEL

Perder o excesso de peso pode fazê-lo sentir-se melhor tanto física como emocionalmente e ajudá-lo a viver uma vida mais longa e saudável. A perda do excesso de peso pode reduzir a medicação e deixar mesmo de tomar medicamentos para a tensão arterial.

Procurar a ajuda de um profissional pode ajudar a saber o peso que necessita perder e que será capaz de manter durante um ano ou mais. A avaliação médica é fundamental antes de de iniciar uma dieta.e exercícios.

O IMC (Índice de Massa Corporal) é uma medida aproximada da gordura corporal baseada na altura e no peso da pessoa. O IMC= Peso/(altura x altura). O IMC associado a uma menor taxa de doença e morte é aproximadamente de 19 a 24.


SOLUÇÕES PARA PERDER PESO

É importante determinar quantas calorias por dia deve consumir e , com base nisso, organizar as ementas. Também é essencial iniciar algum tipo de actividade física para compensar a desaceleração metabólica causada pela redução de calorias.

A regra é simples: Comer menos e fazer mais exercício.
Mas perder peso pode ser um verdadeiro desafio porque há todo um conjunto de factores que podem influenciar. Um bom princípio é descobrir a forma de canalizar as energias para a perda de peso.

Contar calorias

O primeiro passo é determinar quantas calorias deve consumir por dia. Para tal precisa de saber de quantas calorias precisa para manter o seu peso actual.
Multiplique o seu peso por 33 (que é a quantidade de calorias que cada quilo de peso corporal necessita para manter o seu peso actual, ex. 80 kg x 33= 2640kcal/dia).
Se quiser perder meio quilo a um quilo por semana, que é o que os especialistas consideram seguro, deverá consumir menos 500 a 1000 Kcal/dia, ou seja deverá reduzir a ingestão de calorias diárias em pelo menos 500 kcal, ou seja, no caso do exemplo, passar para cerca de 2000 Kcal/dia.
Atenção que consumir muito poucas calorias diárias pode pôr em perigo a saúde. A ingestão de calorias por dia não deve ser inferior a 1200 kcal para as mulheres e 1500 kcal no caso dos homens.
Quanto mais velho for menos calorias necessita pois o ritmo com que as pessoas queimam calorias vai diminuindo.

Reduzir calorias é comer menos quantidade e menos vezes por dia e consumir alimentos de baixas calorias.

Diminuir a gordura no plano alimentar dado que esta contém 9 kcal/gr enquanto os hidratos de carbono ou as proteínas contém menos de metade (4 kcal/g), substituindo a carne gorda por carne magra, evitando comer alimentos enlatados com alto teor de gordura e abstendo-se de comer manteiga e gorduras parcialmente hidrogenadas, é possível cortar dezenas e até centenas de kcalorias por dia.

Actividade física: o que será suficiente?

.É mais simples eliminar 500 kcalorias por dia na alimentação do que queimar 500 kcalorias com exercício.  Contudo o organismo reage à perda de peso como se estivesse a morrer à fome e essa resposta torna o metabolismo mais lento, levando a queimar menos calorias e pode deixar mesmo de perder peso.
Se fizer exercício regularmente não só aumentará o seu gasto energia enquanto o faz como também aumentará esse gasto quando descansa (termogénese).


COMO ESCOLHER A MELHOR DIETA?

Cada pessoa deve encontrar a dieta que melhor se adapte à sua  condição. Há dietas baixas em gordura (ex.:a Ornish, a Pritikin, etc.), há dietas baixas em hidratos de carbono /(ex.: a Atkins, a South Beach, etc.), há a dieta mediterrânica, etc.

O problema é saber qual é a melhor dieta para perder peso. A resposta é qualquer uma que consiga manter ao longo do tempo.

Na verdade, o segredo para perder quilos e manter.se magro é estabelecer um plano de alimentação saudável para toda a vida. O fundamental é cortar calorias.

A diferença não está na dieta escolhidam mas em conseguir mantê-la ao longo do tempo.

Duas dietas podem conter o mesmo número de calorias, mas diferir substancialmente na quantidade de gorduras, proteínas e hidratos de carbono.Do ponto de vista do metabolismo, nem todas as calorias são iguais.

O importante é que não há problema em experimentar. Se se esforçar e não vir resultados, experimente outra.


HÁBITOS QUE AJUDAM A PERDER PESO

1 - Estabeleça metas curtas, concretas e realistas para cumprir a curto prazo
2 - Mantenha um registo dos seus comportamentos e metas
3 - Crie a sua própria cadeia de comportamentos
4 . Arranje uma rede da apoio
5 - Estimule a sua própria actividade física
6 . Durma o suficiente
7 - Tome o pequeno almoço devagar
8 - Controle e altere o tempo que passa a ver televisão
9 - Compre com mais inteligência
10 - O fereça recompensas a si próprio


MANTER-SE MAGRO

Após atingir o peso desejado, o verdadeiro êxito vem com a manutenção.

Perder peso é apenas metade da batalha. A maioria das pessoas que perde peso recupera-o passado alguns anos.

Controlar os hábitos alimentares, continuar com um plano alimentar saudável, evitar os «empanturramentos» e manter a atividade física são fundamentais para manter os bons resultados a longo prazo.

22/12/18

Relendo o livro "Como fazer amigos e influenciar pessoas" de Dale Carnegie

 


PARA LIDAR COM PESSOAS

PRINCÍPIO 1
Não critique, não condene, não se queixe
(“Se queres colher mel não dês pontapés na colmeia”)

PRINCÍPIO 2
Mostre um apreço honesto e sincero
(O grande segredo para lidar com pessoas)

PRINCÍPIO 3
Desperte no outro uma necessidade premente
(“Quem o conseguir fazer terá o mundo inteiro consigo. Quem o não conseguir percorrerá um caminho solitário”)


PARA FAZER COM QUE AS PESSOAS GOSTEM DE SI

PRINCÍPIO 1
Interesse-se genuinamente pelas outras pessoas
(Faça isto e será bem-vindo em todo o lado)

PRINCÍPIO 2
Sorria
(Uma forma fácil de causar boa impressão)

PRINCÍPIO 3
Não se esqueça que o nome de uma pessoa representa, para essa pessoa, o som mais doce e mais importante de qualquer língua
(Se não fizer isto terá problemas)

PRINCÍPIO 4
Seja um bom ouvinte. Encoraje os outros a falarem de si próprios.
(Uma forma fácil de se tornar um bom conversador)

PRINCÍPIO 5
Fale sempre em função dos interesses da outra pessoa
(Como interessar as pessoas)

PRINCÍPIO 6
Faça com que a outra pessoa se sinta importante e faça-o com sinceridade
(Como fazer com que gostem de si instantaneamente)


PARA CONQUISTAR PESSOAS PARA A SUA FORMA DE PENSAR

PRINCÍPIO 1
A única forma de vencer numa discussão é evitá-la
(Não se pode ganhar numa discussão)

PRINCÍPIO 2
Mostre respeito pelas opiniões dos outros Nunca diga: “está errado.”
(Uma forma segura de conseguir inimigos e como evitá-la)

PRINCÍPIO 3
Se estiver errado, admita-o rápida e enfaticamente
(Se estiver errado, reconheça-o)

PRINCÍPIO 4
Comece de forma amigável
(Uma gota de mel)

PRINCÍPIO 5
Leve a outra pessoa a dizer “sim, sim” imediatamente
(O segredo de Sócrates!)

PRINCÍPIO 6                                   
Deixe a outra pessoa fazer as despesas da conversa
(A válvula de segurança para lidar com reclamações)

PRINCÍPIO 7
Faça com que a outra pessoa sinta que a ideia é dela
(Como obter cooperação)

PRINCÍPIO 8
Procure ver honestamente as coisas do ponto de vista da outra pessoa
(A fórmula que fará maravilhas para si)

PRINCÍPIO 9
Mostre simpatia pelas ideias e desejos da outra pessoa
(O que toda a gente quer)

PRINCÍPIO 10
Apele aos motivos mais nobres
(Um apelo de que todos gostam)

PRINCÍPIO 11
Dramatize as suas ideias
(Os filmes e a TV fazem. Porque é que você não faz?)

PRINCÍPIO 12
Lance um desafio
(Quando nada funciona, experimente isto)


PARA SER UM LÍDER  E MUDAR AS PESSOAS SEM AS OFENDER NEM DESPERTAR RESSENTIMENTOS

PRINCÍPIO 1
 Comece por elogios e uma apreciação honesta
(Se tem de descobrir um culpado é como deve proceder)

PRINCÍPIO 2
Chame a atenção para os erros dos outros indirectamente
(Como criticar e não ser odiado por isso)

PRINCÍPIO 3
Fale dos seus próprios erros antes de criticar a outra pessoa
(Primeiro fale dos seus próprios erros)

PRINCÍPIO 4
Faça perguntas antes de dar ordens diretas
(Ninguém gosta de receber ordens)

PRINCÍPIO 5
Deixe a outra pessoa salvar a face
(Deixe a outra pessoa salvar a face)

PRINCÍPIO 6
Elogie o progresso mais ínfimo e todas as melhorias
(Como incentivar as pessoas para o sucesso)

PRINCÍPIO 7
Crie uma reputação superior que o outro terá que respeitar
(Escolha a reputação certa)

PRINCÍPIO 8
Use os incentivos. Faça com que os erros pareçam fáceis de corrigir
(Mostre como o erro é fácil de corrigir)

PRINCÍPIO 9
Faça com que os outros fiquem felizes por fazerem aquilo que sugere
(Faça com que os outros fiquem felizes por fazerem aquilo que sugere)