Dizer bem é, acima de tudo, compenetrarmo-nos das ideias e dos sentimentos alheios e transmiti-los aos outros como se fossem nossos.
É falar dando às frases e às palavras mais importantes do texto o seu justo valor, passar por umas ao de leve, acentuar outras, distribuir por todas elas os planos e os relevos, as luzes e as sombras. Numa palavra, dizer é modelar.
Quando falamos, as frases saem-nos de um jacto, mas quando as dizemos elas terão de ser contornadas, coloridas, modeladas, a ponto de se converterem em motivo de beleza artística.
Articulação
Articulação é a pronunciação clara e distinta das sílabas que constituem as palavras.
É indispensável articular as palavras, em termos que elas cheguem nitidamente aos ouvidos daqueles que nos escutem.
Convém, no entanto, acentuar que cada sílaba deverá ser articulada de forma diferente.
É sobre as sílabas finais que nos devemos apoiar com toda a nitidez porque elas são, por assim dizer, o ponto luminoso da palavra.
A articulação pode, pelo seu poder expressivo, encobrir as deficiências de uma voz fraca e até mesmo defeituosa.
Com boa articulação, ainda que com pouca voz, pode-se dizer primorosamente.
Com uma boa voz, mas sem uma boa articulação, não há dicção que preste.
Se não articularmos com toda a nitidez, ninguém nos prestará a atenção devida e tão pouco nos compreenderá.
Pontuação
Respeitar a pontuação, compreendê-la, interpretar e marcar com precisão todos os diferentes valores, são princípios essenciais sobre que assenta uma dicção correcta.
No entanto, é conveniente acentuar que, muitas vezes, os sinais da pontuação nem sempre orientam o leitor, porque além de serem em número muito limitado, não correspondem de uma forma absoluta, às intenções que o autor tenta imprimir às frases do texto, deixando, no entanto, ao critério do artista o cuidado de os interpretar inteligentemente.
Respiração
As vias respiratórias de quem fala em público, deverão estar em perfeito estado de desenvolvimento físico. O aparelho respiratório é tão indispensável a quem lê ou recita, como os dentes, a língua e as cordas vocais.
Leitura expressiva
Para se conseguir uma leitura expressiva é indispensável, primeiro que tudo, fazer uma análise literária, muito atenta e minuciosa, do texto.
São poucos os indivíduos que dizem bem porque não se dão ao trabalho preliminar de interpretar o que o autor quiz dizer.
Ritmo e Movimento
Uma composição poética deve ser dita no seu ritmo próprio.
O leitor ou recitador que não tiver o dom de fazer valer os ritmos, não conseguirá jamais obter o aplauso do público.
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