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29/12/15

História de Roma -19 – Roma conquista a Grécia e o Mediterrâneo Oriental


Roma conquista a Grécia e o Mediterrâneo oriental



Em 203-202 a.C. Filipe V, rei da Macedónia aliou-se a Antíoco III, o Grande, rei Selêucida, senhor da Síria e do Médio Oriente, para atacar o terceiro reino em que se dividiu o imenso império de Alexandre, o Magno, o Egipto dos Ptolomeus.

A aliança entre a Macedónia e os Selêucidas inquietou algumas cidades-estado da Grécia, nomeadamente Rodes e Pérgamo, que se dirigiram a Roma, convencendo o Senado que tal aliança faria também perigar Roma.

O Senado enviou um ultimato à Macedónia, que foi rejeitado com insolência por Filipe V, o que deu origem à 1ª guerra travada por Roma em solo grego (200 a.C.).

Os 2 primeiros anos da campanha não foram concludentes, tendo o general Tito Flamino só a intenção de expulsar os Macedónios das suas 3 principais fortalezas da Grécia.

Mas Filipe V passou ele próprio ao ataque e provocou a Batalha de Cinoscéfalos, nos montes a leste de Tessália.

O exército de Filipe V desceu a encosta e começou a abater as fileiras romanas, mas foi atacado pela retaguarda pôs-se em fuga. A causa macedónia estava perdida. Foi o 1º conflito a opor duas tradições militares bem diferentes, a mobilidade das legiões romanas, bem desenvolvida anteriormente por Cipião, o Africano, contra a falange grega, estreitamente unida mas pouco móvel.

Esta derrota esteve na base do futuro do Mediterrâneo Oriental.

Filipe V foi obrigado a renunciar à sua armada e a aceitar que o seu domínio sobre a Grécia fosse banido. Tito Flaminino declarou as cidade-estado gregas livres, numa proclamação de liberdade que ficou célebre e que deixou os gregos em grande excitação e júbilo. No entanto esta alegria não foi partilhada por todos, pois os antigos aliados de Roma, membros da Liga Etólica, e que se tinham mostrado determinantes durante o conflito, sentiram que esta libertação geral não os tinha recompensado significativamente e, desiludida, a Liga Etólica convidou Antíoco III a ir até à Grécia combater os Romanos.

Nessa época as relações entre Antíoco III e os Romanos não eram as melhores. Aníbal, o antigo inimigo de Roma, tinha-se refugiado na corte selêucida; durante a 2ª Guerra Púnica conduzira Cartago a uma vitória espectacular, mas os cartagineses cansaram-se do seu punho de ferro e Antíoco autorizou-o a residir no território selêucida.

Antíoco decidiu aceitar o convite da Liga Etólica e, em Março de 192 a.C. invadiu a Grécia. Era inevitável que o Senado enviasse os seus exércitos para lhe resistirem.

A maneira como Antíoco III conduziu a guerra não passou de um miserável desafio para os Romanos. Sofreu uma derrota esmagadora na garganta histórica de Termópilas (191 a.C.) e foi forçado a abandonar a Grécia. No ano seguinte os Romanos derrotaram-no de novo, desta vez numa batalha naval. Isso permitiu aos Romanos, pela 1ª vez, desembarcar tropas na Ásia. A batalha final entre Antíoco III e os Romanos foi terrestre e desenrolou-se em Magnésia, a oeste da Ásia Menor, em 190 a.C. O irmão de Cipião o Africano era o general titular mas aquele esteve presente na batalha para o aconselhar. Os Romanos atacaram o flanco esquerdo do imenso exército de Antíoco III, defendido por cavaleiros persas fortemente armados. Os elefantes selêucidas, transtornados pelos golpes das lanças, deram meia volta e, em vez de carregarem sobre as tropas inimigas, atacaram a sua própria falange, ao centro. Os Romanos obtiveram uma vitória esmagadora.

Assim os Romanos atacaram os dois principais reinos gregos, infligindo-lhes terríveis derrotas e invadindo-os. Porém a lição dada a Filipe V não serviu de exemplo. Em 179 a.C., Filipe V morre e seu filho, Perseu, com 35 anos, sobe ao trono. Renovou o tratado com os Romanos, que não pretendia atacar. Mas, ao mesmo tempo, tomou uma série de medidas visando reforçar a influência macedónia sobre os seus vizinhos.

Em 171 a.C., os Romanos estavam de novo em guerra contra a Macedónia. O pretexto era insignificante. Perseu atacara alguns chefes vizinhos que tinham laços de amizade com Roma. A verdadeira razão prendeu-se com o facto de Roma temer a influência macedónia sobre os seus estabelecimentos situados em território grego.

Como na anterior ofensiva contra a Macedónia, as primeiras campanhas foram caóticas e infrutíferas. Por fim, no 4º ano de hostilidades, o rei cedeu terreno e recuou nas suas fronteiras, o que permitiu ao cônsul Paulo Emílio acampar na planície macedónia propriamente dita. Aí, obrigou o inimigo a travar uma batalha, em Pídnia. O choque inicial com a pesada falange de Perseu, composta de 20.000 homens, fez recuar os legionários romanos. A seguir, a falange perdeu terreno quando se abriram brechas nas suas linhas e que foram aproveitadas por pequenas unidades romanas que se infiltraram, enquanto outros elementos rodeavam os flancos do exército macedónio. Os gládios dos legionários romanos infligiram perdas terríveis à infantaria macedónia, armada de lanças. A inferioridade da falange em relação as legiões romanas foi, uma vez mais, provada de forma absoluta. O exército macedónio foi totalmente aniquilado.

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