Ignoram-se os fundadores de Alhos Vedros, a data da fundação e o seu primeiro nome. Sabe-se apenas que era uma povoação do termo de Palmela nos séculos XII / XIII e que fazia parte da antiga Comarca de Setúbal. Passou depois a fazer parte do concelho de Ribatejo, até à época em que ganhou a sua autonomia municipal (finais do século XIV).
D. Manuel concedeu-lhe foral em 15 de Dezembro de 1514, incluindo o seu termo várias aldeias: Lavradio, Barreiro, Telha, Palhais, Moita, Quinta de Martim Afonso e Sarilhos Pequenos. Até 1834, foi sua donatária a ordem militar de Santiago e Comenda da Mesa Mestral da referida Ordem.
Em 1527, a vila de Alhos Vedros tinha 444 habitantes e com o seu termo atingia 1028 habitantes.
Alhos Vedros orgulha-se de ter sido durante longa data um concelho importante, exercendo um poder forte sobre as terras vizinhas. A confirmar este dado podem observar-se os inúmeros vestígios históricos, ainda hoje presentes na zona. Como por exemplo:
- o Pelourinho do século XVI, símbolo do poder que Alhos Vedros tinha sobre as terras limítrofes, como concelho que era;
- o Campo da Forca, o actual Bairro Gouveia, onde, segundo a tradição, eram executados pela forca os condenados à morte;
- a cadeia, na parte antiga da vila, cujas ruínas foram destruídas recentemente;
- o Paço Real, situado junto ao cais da vila, local onde se refugiou o rei D. João I para fugir à epidemia da peste, que assolava na altura a cidade de Lisboa, vitimando D. Filipa de Lencastre, sua mulher.
Registam-se ainda outros vestígios, relacionados com actividades profissionais. A actividade rural, era vocacionada para a produção de produtos hortícolas e frutícolas. Também importante eram as actividades piscatória, de extracção e transporte de sal e sargaço para Tróia (ainda hoje se podem ver algumas salinas, embora desactivadas), a moagem de cereais (presente através do Moinho de Maré, do Moinho da Charroqueira e do Moinho Novo onde era feita a moagem de trigo e outros cereais) e a produção de cal (Forno da Cal).
Com o caminho de ferro, a vila transformou-se gradualmente em centro da industria corticeira que atinge o seu apogeu na década de 40. A indústria da cortiça e as fábricas de confecções que se instalaram posteriormente estão hoje em declínio, com o encerramento de muitas.
Povoação muito antiga e sede de concelho até 1855, a vila de Alhos Vedros orgulha-se justamente da sua história e tem sabido preservar até hoje o essencial das suas referências memoriais e identitárias. O foral de 1514, outorgado por D. Manuel a 15 de Dezembro, é um desses documentos cujo valor simbólico assume particular relevância a nível local. Talvez por isso seja habitual realizarem-se quase todos os anos, naquela data, iniciativas de comemoração que, a par de outras, como as festas de Nossa Senhora dos Anjos, são momentos de revitalização para a comunidade e ajudam a reforçar a ligação com o passado, enriquecendo a identidade cultural das gerações presentes e futuras. O documento original encontra-se na Sala de Reservados da Biblioteca Nacional com a cota IL 62.
Rua Caldas Xavier
2860-058 Alhos Vedros
GPS: 38.643430, -9.021956
Seu estatuto municipal terá surgido bem antes do século XIV, estendendo-se os limites do seu termo desde o rio Coina até aos esteiros de Alcochete, formando um dos quatro Conceelhos Medievais - chamado Concelho do Ribatejo - da Margem Sul, em conjunto com Almada, Sesimbra e Palmela. No entanto, partilhava a dignidade de cabeça do Concelho do Ribatejo com Sabonha (hoje São Francisco, em Alcochete). Qual a origem de toponimo Alhos Vedros e quial seria seu nome no tempo do Al Andalus? margaridadsc@yahoo.com
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