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16/12/20

FIGURAS DA HISTÓRIA DO ISLÃO 5 - ABD AL-MALIK, o construtor da Cúpula da Rocha

                                                                 ABD AL-MALIK


Muawiya foi o criador da monarquia árabe e o primeiro membro da dinastia Omíada. É um exemplo notável de poder absoluto qu8e não foi absolutamente corruptor, personificava a hilm, a sabedoria e a paciência do xeque árabe.

Muawiya expandiu os seus domínios para a Pérsia oriental, a Ásia central e o norte de África, tendo conquistado Chipre e Rodes e constituído uma armada que fez dos árabes uma potência marítima, atacava Constantinopla anualmente e, em certa ocasião, cercou a cidade, por terra e por mar, durante três anos.

Quando Muawiya morreu, em 680, o filho Yazid, um debochado, foi aclamado, mas logfo a seguir teve de se confrontar com duas rebeliões, na Arábia e no Iraque, que deram origem à segunda guerra civil do islão. Hussein, neto do profeta, rebelou-se a fim de vingar a morte do pai, Ali, mas foi decapitado em Karbala, no Iraque; este martírio deu origem ao grande cisma do Islão, que divide os sunitas (que constituem a maioria), dos xiitas (o partido de Ali).

Contudo, com a morte de Yazid, em 683, os exércitos sírios foram buscar Marwan, seu parente já velho e homem capcioso, que morreu em 685. Em Abril de 685, Abd al-Malik, foi aclamado Califa em Damasco mas teve um império pouco sólido: Meca, o Iraque e a Pérsia foram controlados por rebeldes.

Abd al-Malik tivera uma educação brutal: aos dezasseis anos, chefiava um exército que atacou os bizantinos, e assistiu ao homicídio de seu primo o califa Othman.

Abd al-Malik tinha o objectivo de criar um império islâmico unido na sequência da segunda guerra civil, no centro do qual estaria a Síria-Palestina. Inicialmente, Meca estava fora do seu controlo, ao contrário do que se passava com Jerusalém, cidade pela qual tinha imensa reverência. 

Abd al-Malik projectou uma construção para o cimo da Rocha que assinalava o local onde ficava situado o Paraíso de Adão, o altar de Abrãao, o sítio onde David e Salomão fizeram os planos para o Templo, por onde Maomé viria a passar na sua Viagem Noturna. Assim estava a reconstruir o Templo judaico em homenagem ao islão, a verdadeira revelação divina. O santuário seria uma cúpula com 20 metros de diâmetro, sustentada por um cilindro apoiado sobre paredes octogonais. A beleza, a força e a simplicidade eram sem rival. Abd al-Malik reservou sete anos de rendimentos do Egipto à construção da Cúpula da Rocha. A mensagem da Cúpula era uma mensagem imperial; estava a afirmar a grandiosidade e a permanência da dinastia Omíada perante o mundo islâmico, e é possível que se não tivesse chegado a conquistar a Caaba, tivesse feito de Jerusalém a sua nova Meca.

A construção da Cúpula, concluída em 691/2, transformou para sempre a face de Jerusalém, erigindo a sua espantosa visão no alto da montanha que domina a cidade – no local que os bizantinos tinham desprezado – Abd al-Malik conquistou o contorno celeste da cidade para o islão. A cúpula propriamente dita era o céu, a ligação da arquitectura humana a Deus. A cúpula dourada, a decoração sumptuosa, o mármore branco, eram tudo elementos destinados a assinalar o novo Éden e local do Juízo Final, que teria lugar quando, no fim dos tempos, Abd al-Malik e a sua dinastia omíada entregassem o reino a Deus.

Pouco depois de concluída a Cúpula, os exércitos de Abd al-Malik reconquistaram Meca e retomaram a jihad com vista à difusão do reinado de Alá contra os bizantinos; o Comandante expandiu este colossal império para ocidente, em direcção ao norte de África, e para oriente, em direcção a Sinde (o actual Paquistão).

Abd al-Malik defendia a existência de um império universal com um só monarca e um só Deus e foi a pessoa que mais contribuiu para fazer evoluir a comunidade de Maomé para aquilo que é hoje o islão.

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