As forças armadas não participaram como instituição, nem sequer de forma parcial, no 5 de Outubro de 1910.
A participação de alguns militares no 5 de Outubro obedeceu a uma lógica organizacional externa, assumida pela Carbonária.
Não sendo um golpe militar ele veio a ser atribuído quase exclusivamente à Força Armada. E esta não podendo recusar a paternidade que lhe é atribuída, vai assumir institucionalmente o derrube da Monarquia e a implantação da República.
O «Outubro burguês» sobrepunha-se ao «Outubro popular», com Machado Santos a constatar o descaminho do projecto inicial, esboçando-se o divórcio entre a república e o seu «fundador».
O Governo Provisório, em saudação assinada por Teófilo Braga, dirigiu-se ao Exército e à Marinha, convidando os oficiais não participantes a aderirem ao novo regime. Só no quartel-general de Lisboa, são assinadas 1216 declarações de adesão de oficiais no activo e 847 de oficiais na reserva ou reforma.
A reforma republicana do
exército
A grande reforma republicana do exército, impulsionada pelo ministro da Guerra, general Correia Barreto, baseou-se numa grande sofreguidão de mudar, com o objectivo de transformar rapidamente a realidade pré-existente.
Contudo , o princípio da milicianização (recrutamento geral dos cidadãos) de um exército sem recursos, analfabeto, contra a vontade do seu núcleo profissional, estava inevitavelmente votada ao fracasso.
As incursões monárquicas primeiro e a Guerra logo a seguir aniquilaram a reforma.
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