A política internacional portuguesa estava condicionada por três componentes principais – relações com a Espanha, aliança com a Inglaterra e questão colonial.
No respeitante à questão colonial, tão intimamente ligada à aliança inglesa, a República, implantada em 5 de Outubro de 1910, não teve tempo para solucionar os problemas principais que se lhe depararam e muito menos preparar o país para a guerra. Quando, por toda a Europa, se caminhava para o reforço do potencial militar, para a preparação das capacidades de resistência e para a preparação global das nações para os tempos de guerra, em Portugal, as mudanças políticas e institucionais, a consolidação interna e externa do novo regime e o seu reconhecimento internacional absorveram os melhores esforços dos novos dirigentes portugueses.
A questão espanhola esteve sempre presente nas opções políticas portuguesas. As inquietações foram mútuas, tanto pelas consequências da implantação da República em Portugal, que perturbou imenso as relações com a Espanha, como pelo jogo dos dois estados peninsulares com a Inglaterra, em consequência da guerra e do equilíbrio das alternativas diplomáticas face à participação no conflito. O enquadramento deste problema deve ter em conta a vontade de intervenção do governo português, a persistente posição de neutralidade da Espanha, a relação da Espanha com a segurança do Mediterrâneo, as pretensões de hegemonia peninsular de Afonso XIII e o prudente adiamento de uma posição radical por parte da Inglaterra em relação ao apoio à pretensão espanhola de intervir em Portugal.
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