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15/03/21

O sidonismo e o Corpo Expedicionário Português na Grande Guerra

A nova situação criada em Portugal após a tomada do poder por Sidónio Pais nos primeiros dias de Dezembro de 1917, e a que os seus dirigentes chamaram «República Nova», não chegou a pôr em causa a continuação do empenhamento militar ao lado dos Aliados, mas é sintomático da nova disposição dos dirigentes portugueses o facto de não se terem efectuado quaisquer rendições de efectivos e de grande parte dos oficiais mobilizados, temporariamente regressados a Portugal, para tratamento ou de licença, não voltarem à frente, apesar dos contínuos apelos dos comandos militares do CEP.

Esta situação não se alterou até ao fim da guerra, nem mesmo após a Batalha de La Lys, em 8 de Abril de 1918, quando o CEP perdeu grande parte do seu efectivo e o comando português se viu forçado a assistir à disseminação do que restou de tropas portugueses, por unidades inglesas, evidentemente em tarefas de menor significado.

Só um último e enérgico empenhamento dos comandos portugueses conseguiu atenuar a situação, recuperando, com a tardia reorganização de algumas pequenas unidades de combate, algum prestígio e algum direito conquistado no terreno, com enorme sofrimento e imensos sacrifícios, e que constituiu desde o início o principal objectivo do governo português.

Após a assinatura do Armistício, a 11 de Novembro de 1918, a que se seguiu, um mês depois, a queda do sidonismo e o regresso da «nova república velha», mostrou-se difícil fazer valer os direitos de Portugal como potência beligerante, perante o desejo inglês de fazer embarcar de imediato para Portugal todas as tropas portugueses. Só a resistência a tais projectos valeria a Portugal o ter desfilado nas comemorações da vitória, em Paris, a 14 de Julho de 1919.

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