3- A exclusão de mulheres artistas da história da arte
A quase que total exclusão das mulheres artistas da história da arte é uma questão cultural.
Essencialmente deve-se a que a cultura dominante na História tem sido a dos homens. Foram os homens que a escreveram, não as mulheres. A História é a história dos homens. A História escrita pelas mulheres teria sido forçosamente diferente.
Acresce que a historiografia é o sector do estudo em que mais dificilmente os pesquisadores mantêm neutralidade científica.
O homem foi o agente definidor do estatuto e do imaginário acerca da mulher, silenciando a sua participação activa na construção dessa visualidade, por exemplo como produtora de obras de arte.
Dentro desta esfera mais restrita, no entanto, muitas mulheres construíram carreiras de sucesso, muitas vezes igualando ou superando os homens.
Também o facto de as artes consideradas maiores requererem trabalho manual mais duro, levou a que estivessem tradicionalmente reservadas, salvo poucas excepções, aos homens. A escultura por exemplo só na segunda metade do séc. XIX, na Europa, e no séc. XX na América, é que foi legitimada como trabalho igualmente feminino.
Outro aspecto a ter em conta é que a carreira de muitas artistas foi muito prejudicada pela elevada maternidade das mulheres nos tempos anteriores ao nosso.
Por outro lado, mentalidades retrógradas que consideravam a ocupação artística imprópria para as mulheres ainda se faziam sentir mesmo no final do séc. XIX, onde não raras famílias se opunham à vocação das suas jovens, impedindo-as de fazer carreira nas artes.
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