4- A mulher na Pré-História
A fase pré-histórica ocupa quase três quartos (¾) da existência humana na terra.
A figura feminina na Pré-História tinha um enorme peso nas sociedades. A mulher possui um lugar de destaque, porque a força física não é o principal elemento para a sobrevivência. Reina a harmonia e os dois elementos, fêmea e macho, desempenham papéis fundamentais para o grupo sem que se encontrem quaisquer resquícios de hierarquia, seja de nível económico ou fisiológico.
Os vestígios paleolíticos revelam que o feminino ocupava um lugar primordial, pois deste período foram encontradas estatuetas femininas, pinturas e objectos, que cultuavam a mulher como um ser sagrado. Assim, pela sua inexplicável habilidade de procriar, as mulheres eram elevadas à categoria de divindades.
Não eram sociedades matriarcais, eram sim matricêntricas, pois a mulher não dominava, mas as sociedades eram centradas nela por causa da sua fertilidade.
A divisão do trabalho nas sociedades primitivas ocorreu entre os dois sexos, cabendo ao homem a caça e a pesca, e à mulher a colecta de frutos, evoluindo posteriormente para a cultura da terra. Por outro lado, quase não existia guerra, pois não havia pressão populacional pela conquista de novos territórios.
Acredita-se que a estratificação social e sexual tenha surgido posteriormente, quando o homem, devido a escassez de alimentos e após o domínio do fogo, começa a viver de forma sedentária, cultivando os seus alimentos e saindo à caça de grandes animais, factores que exigiam maior vigor físico. A caça sistemática a grandes animais e as disputas entre os grupos em busca de novos territórios farão surgir a supremacia masculina e o espírito de competitividade. Agora, para sobreviver, as sociedades têm que competir entre si em busca de um alimento que se torna cada vez mais escasso. As guerras começam a fazer parte da vida desses grupos. As diferenças sociais começam a tomar força, não só em relação a homem e mulher, mas também entre os homens, pois os mais fortes seriam os melhores guerreiros.
Foi a partir da descoberta de sua importância na reprodução que o homem passou a ter domínio da sexualidade feminina. É ai que surge o casamento como conhecemos hoje, em que “a mulher é propriedade do homem”. As sociedades, então, tornam-se patriarcais, isto é, os portadores dos valores, e da sua transmissão, são os homens. Agora, já não são os princípios feminino e masculino que governam juntos o mundo, mas, sim, „a lei do mais forte.. As mulheres têm a sua sexualidade rigidamente controlada pelos homens. O casamento obriga a mulher a sair virgem das mãos dos pais para as mãos do marido. Qualquer ruptura dessa norma pode significar a morte. A mulher fica reduzida ao âmbito doméstico, perde qualquer capacidade de decisão no domínio público, e fica inteiramente reservada ao homem.
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