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01/11/14

História de Roma -18 - 3ª GUERRA PÚNICA

Terceira Guerra Púnica (149 a.C. -146 a.C.) foi a última das guerras entre Roma a Cartago.
Embora as duas partes estivessem em paz desde o fim da Segunda Guerra Púnica (201 a.C.), Roma não conseguia ficar tranquila com a rival, pois mesmo com todos os embargos e imposições que o tratado de paz fixado entre as duas cidades na última guerra, Cartago, superando todas as adversidades, e sob o comando de Aníbal, reerguera-se com um vigor surpreendente e voltara a prosperar.
Roma não podia deixar a velha rival tornar-se novamente uma potência. Diz a lenda, que Catão, o Velho, repetia no Senado, sem cessar: "delenda est Carthago" (Cartago precisa ser destruída). Roma usou então um ardil muito utilizado na antiguidade: como Cartago estava proibida de fazer guerra contra qualquer povo sem o consentimento do senado romano, secretamente mandou  o seu aliado em África, Masinissa, rei dos Númidas, que devia o trono à sua submissão a Roma e desejava alargar o seu território, atacar o território cartaginês e invadir as suas terras de trigo.
Durante três anos o senado cartaginês implorou para Roma o direito de defesa, sendo sempre ignorado, claro, pelos romanos, até que finalmente os Cartiagineses resolveram defender-se. Estava aí criado o pretexto que Roma precisava para atacar Cartago. No ano 149 a.C.. as legiões atacaram e cercaram a cidade de Cartago.
Os Cartagineses decidiram resistir até ao fim e fizeram-no durante quatro anos. Em 146 a.C., o cerco de de Cipião Emiliano terminou com a tomada da cidade e um pavoroso massacre. segundo a lenda, o cerco foi tão duro que as mulheres cartaginesas cortavam os cabelos para fazer corda e os seus defensores lutavam dia e noite para defender a cidade. Em 146 a.C. os romanos conseguiram finalmente entrar dentro dos muros da cidade, mas mesmo assim tiveram que lutar ferozmente para vencer a resistência, pois os cartagineses venderam caro cada metro quadrado. Pacientemente os romanos foram tomando casa por casa até entrar na cidadela interna e vencer a última resistência.
Os sobreviventes foram vendidos como escravos, a cidade destruída pedra a pedra e foi espalhado sal sobre as ruínas para que estas permanecessem estéreis e malditas para sempre. Esta atitude revela o medo que a memória de Aníbal ainda suscitava entre os Romanos.
Quando Mesinissa morreu, os Romanos optaram por uma política  de anexação: a pátria dos Cartagineses, que correspondia à parte norte da actual Tunísia, tornou-se a província da África, que possuía numerosas colónias e uma riqueza agrícola inesgotável, substituindo progressivamente a Sicília como principal fornecedor de cereais a Roma.

A destruição impiedosa de Cartago fez tremer o mundo civilizado do Mediterrâneo e o imperialismo romano revelava-se em todo o seu cinismo, obtendo resultados espantosos: em poucos anos o Mediterrâneo tornar-se-ia o "Mare Nostrum" - o seu mar.



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