A Terceira
Guerra Púnica (149 a.C. -146 a.C.) foi a última das guerras entre
Roma a Cartago.
Embora
as duas partes estivessem em paz desde o fim da Segunda Guerra Púnica (201
a.C.), Roma não conseguia ficar tranquila com a rival, pois mesmo com todos os
embargos e imposições que o tratado de paz fixado entre as duas cidades na
última guerra, Cartago, superando todas as adversidades, e sob o comando de
Aníbal, reerguera-se com um vigor surpreendente e voltara a prosperar.
Roma
não podia deixar a velha rival tornar-se novamente uma potência. Diz a lenda,
que Catão, o Velho, repetia no Senado, sem cessar: "delenda est
Carthago" (Cartago precisa ser destruída). Roma usou então um ardil muito
utilizado na antiguidade: como Cartago estava proibida de fazer guerra contra
qualquer povo sem o consentimento do senado romano, secretamente mandou o
seu aliado em África, Masinissa, rei dos Númidas, que devia o trono à sua
submissão a Roma e desejava alargar o seu território, atacar o território
cartaginês e invadir as suas terras de trigo.
Durante
três anos o senado cartaginês implorou para Roma o direito de defesa,
sendo sempre ignorado, claro, pelos romanos, até que finalmente os
Cartiagineses resolveram defender-se. Estava aí criado o pretexto que Roma
precisava para atacar Cartago. No ano 149 a.C.. as
legiões atacaram e cercaram a cidade de Cartago.
Os
Cartagineses decidiram resistir até ao fim e fizeram-no durante quatro anos. Em
146 a.C., o cerco de de Cipião Emiliano terminou com a tomada da cidade e um
pavoroso massacre. segundo a lenda, o cerco foi tão duro que as mulheres
cartaginesas cortavam os cabelos para fazer corda e os seus defensores lutavam
dia e noite para defender a cidade. Em 146 a.C. os romanos
conseguiram finalmente entrar dentro dos muros da cidade, mas
mesmo assim tiveram que lutar ferozmente para vencer a resistência, pois os
cartagineses venderam caro cada metro quadrado. Pacientemente os romanos foram
tomando casa por casa até entrar na cidadela interna e vencer a última
resistência.
Os
sobreviventes foram vendidos como escravos, a cidade destruída pedra a pedra e
foi espalhado sal sobre as ruínas para que estas permanecessem estéreis e
malditas para sempre. Esta atitude revela o medo que a memória de Aníbal ainda
suscitava entre os Romanos.
Quando
Mesinissa morreu, os Romanos optaram por uma política de anexação: a
pátria dos Cartagineses, que correspondia à parte norte da actual Tunísia,
tornou-se a província da África, que possuía numerosas colónias e uma riqueza
agrícola inesgotável, substituindo progressivamente a Sicília como principal
fornecedor de cereais a Roma.
A
destruição impiedosa de Cartago fez tremer o mundo civilizado do Mediterrâneo e
o imperialismo romano revelava-se em todo o seu cinismo, obtendo resultados
espantosos: em poucos anos o Mediterrâneo tornar-se-ia o "Mare
Nostrum" - o seu mar.
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