ORIGEM DE ROMA
O local onde nasceu Roma possuía
abundantes recursos de água e encontrava-se próximo de terrenos férteis e
fáceis de cultivar.
Os vestígios de fixação humana,
pelo menos esporádica, remonta a 1600 a.C. Surgiram em Itália pastores
semi-nómadas, que enterravam os seus mortos e trabalhavam o bronze e o ferro.
No início do último milénio, novos imigrantes começaram também a instalar-se;
descendiam de grupos que ocupavam a Lácio, falavam um dialecto primitivo
aparentado com o latim, gravavam o bronze e sabiam trabalhar o ferro, lavravam
a terra com charruas simples, incineravam os seus mortos, construíram as suas
cabanas sobre as colinas romanas. Os novos grupos e as populações disseminadas
por estas colinas misturaram-se progressivamente.
A data 753 a.C., que a tradição
popular faz remontar à fundação de Roma é uma data mítica. Ela é
simultaneamente demasiado tardia para os primeiros estabelecimentos humanos e
demasiado precoce para o início de uma verdadeira urbanização. (Os inumeráveis
mitos e lendas dizem-nos como é que as gerações romanas posteriores viram a
origem da sua pátria. Todavia, para saber com exactidão o que se passou temos
de recorrer à arqueologia e aquilo que as escavações nos dizem está, por vezes,
em contradição com a lenda).
De 700 a 675 a.C., a Ásia Menor e
as regiões vizinhas atravessam profundos conflitos políticos e populações
originárias do Levante desembarcaram em pequenos grupos nas costas da Etrúria.
Estas populações fundearam os seus navios nessas praias cinzentas,
apropriaram-se das elevações vizinhas, fortificaram-nas com paliçadas de
madeira e desenvolveram, com o correr do tempo, poderosas cidades-estado
etruscas. Os Etruscos possuíam um talento indiscutível para o urbanismo,
herança dos seus antepassados orientais. Tradicionalmente a Etrúria era constituída
por doze cidades-estado confederadas e independentes, com traços políticos,
sociais culturais específicos. Roma beneficiou das influências das cidades
confederadas mais meridionais, próximas do Tibre. É graças ao seu impulso que
Roma – no início um simples conjunto de cabanas – se torna uma verdadeira
cidade.
Acima de tudo, o que interessou
os Etruscos por Roma não foi a cidade em si mesma, mas o acesso que ela
oferecia a sul e na planície da Campânia excepcionalmente dotada pela natureza
com terrenos agrícolas muito ricos.
Os gregos já tinham desembarcado
na Campânia antes dos Etruscos. Desde o século VIII a.C. que tinham escolhido
Cumas, situada na costa, a noroeste do golfo mais tarde rebaptizado baía de
Nápoles, como capital dos seus estabelecimentos na Itália. Cumas tornou-se a
plataforma giratória do comércio de cereais e assegurava a difusão da
influência grega em toda a zona meridional da Itália e da Secília. Mas ainda
antes do ano 600 a.C., viajantes ou exércitos de algumas cidades-estado
etruscas abriram caminho até à Campânia, onde fundaram a principal cidade
destas terras baixas e férteis: Cápua. A partir dessa cidade os Etruscos iniciaram
o seu domínio sobre a maior parte da Campânia.
Estas foram as razões que levaram
os Etruscos a ocupar Roma no século VII a.C. A influência transformou-se
rapidamente em domínio político oficial e Roma acabou por ser governada por um
rei etrusco.
A FUNDAÇÃO LENDÁRIA DE ROMA
Esta lenda explica os ritos que
antecediam a fundação das cidades romanas (consulta dos deuses, sacrifício de
sangue, traçado de um local sagrado) e a fusão dos povos que constituíram a
primeira Roma.
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