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07/12/13

GNOSIS DIGESTUS: História de Roma -7

ORIGEM DE ROMA
O local onde nasceu Roma possuía abundantes recursos de água e encontrava-se próximo de terrenos férteis e fáceis de cultivar.
Os vestígios de fixação humana, pelo menos esporádica, remonta a 1600 a.C. Surgiram em Itália pastores semi-nómadas, que enterravam os seus mortos e trabalhavam o bronze e o ferro. No início do último milénio, novos imigrantes começaram também a instalar-se; descendiam de grupos que ocupavam a Lácio, falavam um dialecto primitivo aparentado com o latim, gravavam o bronze e sabiam trabalhar o ferro, lavravam a terra com charruas simples, incineravam os seus mortos, construíram as suas cabanas sobre as colinas romanas. Os novos grupos e as populações disseminadas por estas colinas misturaram-se progressivamente.
A data 753 a.C., que a tradição popular faz remontar à fundação de Roma é uma data mítica. Ela é simultaneamente demasiado tardia para os primeiros estabelecimentos humanos e demasiado precoce para o início de uma verdadeira urbanização. (Os inumeráveis mitos e lendas dizem-nos como é que as gerações romanas posteriores viram a origem da sua pátria. Todavia, para saber com exactidão o que se passou temos de recorrer à arqueologia e aquilo que as escavações nos dizem está, por vezes, em contradição com a lenda).
De 700 a 675 a.C., a Ásia Menor e as regiões vizinhas atravessam profundos conflitos políticos e populações originárias do Levante desembarcaram em pequenos grupos nas costas da Etrúria. Estas populações fundearam os seus navios nessas praias cinzentas, apropriaram-se das elevações vizinhas, fortificaram-nas com paliçadas de madeira e desenvolveram, com o correr do tempo, poderosas cidades-estado etruscas. Os Etruscos possuíam um talento indiscutível para o urbanismo, herança dos seus antepassados orientais. Tradicionalmente a Etrúria era constituída por doze cidades-estado confederadas e independentes, com traços políticos, sociais culturais específicos. Roma beneficiou das influências das cidades confederadas mais meridionais, próximas do Tibre. É graças ao seu impulso que Roma – no início um simples conjunto de cabanas – se torna uma verdadeira cidade.
Acima de tudo, o que interessou os Etruscos por Roma não foi a cidade em si mesma, mas o acesso que ela oferecia a sul e na planície da Campânia excepcionalmente dotada pela natureza com terrenos agrícolas muito ricos.
Os gregos já tinham desembarcado na Campânia antes dos Etruscos. Desde o século VIII a.C. que tinham escolhido Cumas, situada na costa, a noroeste do golfo mais tarde rebaptizado baía de Nápoles, como capital dos seus estabelecimentos na Itália. Cumas tornou-se a plataforma giratória do comércio de cereais e assegurava a difusão da influência grega em toda a zona meridional da Itália e da Secília. Mas ainda antes do ano 600 a.C., viajantes ou exércitos de algumas cidades-estado etruscas abriram caminho até à Campânia, onde fundaram a principal cidade destas terras baixas e férteis: Cápua. A partir dessa cidade os Etruscos iniciaram o seu domínio sobre a maior parte da Campânia.
Estas foram as razões que levaram os Etruscos a ocupar Roma no século VII a.C. A influência transformou-se rapidamente em domínio político oficial e Roma acabou por ser governada por um rei etrusco.

A FUNDAÇÃO LENDÁRIA DE ROMA
 Segundo Tito Lívio, um golpe de estado pôs fim ao reinado dos descendentes de Eneias. Amulius derrubou o seu irmão Numitor, matou os filhos deste e obrigou a filha, Reia Sílvia, ao celibato. Ao fazer dela vestal. Seduzida por Marte, deu à luz gémeos, foi condenada à morte e Rómulo e Remo deitados ao Tibre num cesto. Deu-se então um milagre: a corrente do rio depositou-os numa margem e eles salvaram-se. Inicialmente foram amamentados por uma loba e, depois, um pastor recolheu-os. Quando descobriram a sua origem, os gémeos decidiram expulsar o usurpador e fundar uma cidade. A observação das aves designou Rómulo para rei. Remo desafiou o irmão e passou a linha de muralhas da cidade. Furioso, Rómulo matou-o e tornou-se rei de Roma. A cidade cresceu mas faltavam mulheres. Então Rómulo convidou os Sabinos para os jogos e os Romanos raptaram-lhes as mulheres e as filhas. Houve guerra, mas as Sabinas intercederam e a paz foi restabelecida: os dois povos inimigos uniram-se.

Esta lenda explica os ritos que antecediam a fundação das cidades romanas (consulta dos deuses, sacrifício de sangue, traçado de um local sagrado) e a fusão dos povos que constituíram a primeira Roma.

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