AS GUERRAS SAMNITAS
Os Samnitas eram pastores
belicosos que habitavam povoações dispersas pelos Apeninos. O povo Samnita
ocupava todo o centro da Itália, divididos em quatro grandes tribos ligadas por
acordos que, por vezes, lhes conferiram uma terrível eficácia militar. Em
meados do séc. IV a.C., os Samnitas constituíam a primeira potência política da
Itália: o seu território e população eram duas vezes maiores que os dos
Romanos.
A Primeira Guerra Samnita
(343-338 a.C.)
A sobrepopulação levou os
Samnitas a estabelecerem-se na Campânia, mas a confederação independente que aí
formaram foi conquistada por Roma, sendo os Campanienses cuja cavalaria,
medíocre no combate, foi esmagada em Trifanum, em 343 a.C.. Os Campinenses
assinaram uma paz separada com Roma, facto que os Samnitas do Centro de Itália,
consideraram intolerável.
A Segunda Guerra Samnita
(327-304 a.C.)
Em 327 a.C. os Samnitas ocuparam
a antiga feitoria grega de Neapolis, que marcava a fronteira com o território
romano, onde instalaram uma guarnição militar, que os Romanos se apressaram a
expulsar, dando origem à segunda guerra Samnita, longa e fértil em episódios.
Na sua primeira campanha, os Romanos sofreram a pior derrota em sessenta anos.
Todo o seu exército foi alvo de uma emboscada perto de Cápua. Na sequência
deste desastre os Romanos evacuaram Cales e Fregellae e renunciaram às hostilidades
durante cinco anos. Quando os combates recomeçaram, os Samnitas obtiveram novas
vitórias que lhes permitiram perigosas incursões no próprio território do Lácio.
Mas Roma escolheu este momento
para se dotar dum instrumento estratégico fundamental – a Via Ápia, com uma
extensão de 212 quilómetros, de traçado rectilíneo, com pontes e viadutos; esta
estrada ligava Roma a Cápua atravessando toda a planície costeira (esta foi a
primeira estrada verdadeiramente romana e serviu de modelo a milhares de quilómetros
de estrada que se estenderam no futuro sobre três continentes). Desta forma os
Romanos acabaram por vencer a Segunda
Guerra Samnita e com esta vitória interditou aos seus inimigos o acesso todo o Sul de Itália.
A Terceira Guerra Samnita (298-290
a.C.)
Os Samnitas enfrentaram Roma de
novo. O seu chefe supremo formou, no Norte, uma temível coligação anti-romana
composta por gauleses, etruscos e úmbrios. Após derrotas de ambos os lados, as
forças romanas alcançaram a vitória definitiva ao entrarem e saquearem o
território samnita de uma ponta à outra. A luta foi tão feroz como paciente; os
Romanos aprenderam a desmantelar o inimigo, isolando-o em blocos.
Durante este conflito o exército
Romano reforçou-se consideravelmente: foi dividido em duas legiões, cada uma
com 30 manípulos e cada manípulo era capaz de manobrar e combater quer em
fileiras serradas, quer de forma dispersa, tendo assim a faculdade de se
mostrar, segundo as necessidades, flexível ou impenetrável. Cada manípulo era
composto por três linhas, permitindo que cada uma se recompusesse e se
reconstituísse. O Estado Romano começou a fornecer ao exército armamento e
equipamento normalizado, passo importante na institucionalização de um exército
profissional. Cada legionário usava um capacete, uma couraça, joelheiras e gládio;
a lança antigamente usada, foi substituída por outra, com mais de 1,80 metros,
metade de madeira e metade de ferro.
Sem comentários:
Enviar um comentário