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09/10/14

QUESTÕES DE SAÚDE: 2 - O sono (III)

PERTURBAÇÕES GRAVES DO SONO
10 – INSÓNIA CRÓNICA
É uma doença que se caracteriza por o doente dormir menos de 5 horas por dia durante dois meses seguidos. O doente tem dificuldade em manter um sono contínuo porque tem despertares nocturnos frequentes.
Há factores que associados podem incrementar a insónia: baixo nível socioeconómico, doença crónica, stress excessivo ou abuso do álcool.
Afecta cerca de 15% da população. É mais frequente nas mulheres que nos homens.

11 – SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
É uma doença. Consiste na falta de entrada ou saída de ar dos pulmões durante 10 ou mais segundos. Apneia significa ausência de respiração.
O doente ressona de forma intensa e recortada. Os episódios apneicos são seguidos dum despertar violento.
Estes doentes, quando não tratados, sofrem de sonolência diurna, passam por problemas sociais e profissionais, rendem pouco no trabalho, esquecem-se das coisas e têm dificuldade em concentrar-se, são vítimas de ataques de sono e chegam a adormecer enquanto conduzem.
Antigamente, julgava-se que esta doença só era própria de pessoas obesas, mas hoje em dia demonstrou-se que pode afectar pessoas sem excesso de peso. Os investigadores concordam que a apneia é provocada por uma disfunção neurológica que afecta o controlo motor da musculatura do pescoço, embora o processo exacto seja ainda desconhecido. Em todo o caso existe uma clara predisposição genética.
Em casos graves de apneia usa-se um equipamento denominado CPAP ("Continuous Positive Airway Pressure". Trata-se de um mecanismo que introduz ar pelo nariz com maior pressão do que a a ambiental, ou seja, a uma pressão positiva contínua. Para tal é usado um pequeno compressor que envia o ar através de um tubo que desemboca numa máscara. O tratamento CPAP, em qualquer caso, não cura a doença, mas corrige-a, tal como uns óculos podem corrigir uma miopia. Assim o doente terá deo usar sempre.

12 – NARCOLEPSIA
É um síndrome de origem desconhecida que implica forçosamente uma disfunção do sono REM. Esta fase do sono, tão importante, aparece nos narcolépticos, num momento desapropriado, ou no inicio do sono ou após um despertar nocturno.
É uma patologia crónica que, uma vez instalada, perdura a vida toda e cuja causa continua desconhecida, tendo os estudos mais recentes demonstrado que possui uma base neuroquímica.
Os sintomas fundamentais são a sonolência diurna excessiva (necessidade imperiosa de dormir durante um breve período de tempo e depois do sono experimentar uma sensação reconfortante, com os sentidos despertos e vontade de realizar as suas tarefas) e a cataplexia (perda brusca do tónus muscular durante a vigília desencadeada por uma emoção súbita de alegria, medo ou surpresa, entre outras).
Os sintomas secundários podem passar pelas paralisias do sono (impossibilidade de mexer o corpo, de falar ou até de respirar profundamente quando se está completamente desperto) e pelas alucinações hipnagógicas (sonhos precisamente no momento de adormecer, são como alucinações).

12 – A FACE MAIS OBSCURA DO SONO: AS PARASSÓNIAS
As parassónias são uma série de fenómenos que têm lugar durante a noite e perturbam o sono, tanto de crianças como de adultos.
·         Soniloquia – falar a dormir.
·         Bruxismo – ranger os dentes
·         Terrores nocturnos – traduzem-se em gritos
·         Pesadelos – sonhos aterradores
·         Sonambulismo – andar pela casa a dormir
Embora aparatosas e por vezes até alarmantes, as parassónias não costumam ser graves e não representam um perigo para a saúde. A maior parte delas cessam por si
próprias.


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