Mensagem de boas vindas

Bem Vindo ao blog Campo da Forca. Apontamentos pessoais também abertos a quem os quiser ver.

11/07/10

Mitologia das Sociedades Tradicionais da África Negra

A quantidade de etnias africanas é de tal modo grande e o seu tradicionalismo é tão profundo, que se torna impossível ordenar as mitologias desses povos.
Os povos africanos tendem a admitir um Deus supremo, mas uns encaram-no como criador do primeiro homem e da primeira mulher, enquanto outros lhe atribuem a criação de tudo o que é visível.
Geralmente prestam culto às forças da natureza, concretizados no Sol, na Lua, no Céu, nos Rios, nas Montanhas, nos Ventos.
O facto de quase todos os povos tradicionais actuais adorarem um Ente Supremo ao mesmo tempo que são idolatras, entregando-se às mais variadas formas de feiticismo, tem a seguinte explicação para os antropólogos:
- A crença nos espíritos, nas forças da natureza, na magia e nos feiticeiros, toma um carácter familiar e rotineiro, e coloca essas divindades, génios e poderes mágicos, no mesmo plano dos homens e muito mais perto deles do que do Deus omnipotente.
- Consequentemente, todos os homens são capazes de se aproximar dos seus deuses e espíritos familiares para os honrar, lhes dirigir preces ou oferecer sacrifícios.
- Também podem concretizar esses mitos nas formas mais estranhas, que são ainda o produto da imaginação humana.
- O Deus transcendente não é objectivado mas sentido.

No Nordeste predomina o animismo, à medida que se avança para o Sul, acentua-se a transformação do feiticismo em idolatria.(feiticeiros são entes quase sobrenaturais, de grande prestígio e força, que tratam de todas as doenças por meio de exorcismos, em algumas regiões chegam a classificar-se por especialidades. da caça, dos tornados, da pantera, da mulher grávida, do caimão, os que descobrem os crimes, os que recebem as revelações dos mortos, os que têm o poder de provocar a morte, etc.).
A crença na existência da alma depois da morte é geral. Muitos acreditam que a alma reencarna em determinados animais ou em determinadas plantas.
Mesmo quando não há animismo, os primitivos actuais acreditam que os seus antepassados acreditaram nele.
Temem as cavernas por serem locais de refúgio de monstros e de forças malignas.
também há totemismo.
Existe uma mitologia de animais.
A prática de sacrifícios tem declinado. Predominam os sacrifícios propiciatórios, mas são frequentes estranhos sacrifícios purificadores. Os sacrifícios humanos tornaram-se raros.
Há casos em que a impureza confere uma força mítica. Por vezes praticam o incesto quando querem ficar com um grande poder para triunfar numa empresa difícil. A sexualidade em África em termos de casais regulares, representa a própria sociedade, o adultério e o incesto alteram a ordem estabelecida.
A prática da adivinhação é geral.
O culto dos crânios continua a ser praticado em alguns pontos de África.
A comunicação com os deuses faz-se por dois caminhos - o das preces e o do cerimonial, acompanhados de rituais facilitadores da comunicação que exprimem os desejos e as intenções humanas.
Normalmente são os feiticeiros e mágicos que se encarregam de todo o cerimonial ritual.
Há uma ligação profunda entre o homem vivente e os seus antepassados.

O povo mais primitivo de África são os Pigmeus.
Segundo eles descendem directamente de um Deus, esta ideia dá-lhes uma grande consolação e felicidade, apesar de serem completamente pobres. Não prestam culto a essa divindade celeste acerca do qual contam a seguinte lenda: Deus criou os homens que viviam junto dele e tinham o encargo de lhe obter caça de que necessitava. Numa ocasião, os antepassados caçaram o javali mas, em vez de o levarem à divindade, comeram-no ali mesmo.Quando o Deus teve conhecimento do que eles haviam feito, expulso-os da sua companhia e lançou-os na selva, onde ainda vivem. Mas há na terra outro Deus que lhes está próximo, que os protege e a quem prestam culto. também oferecem as primícias da caça ao Deus da selva e fazem-lhe oferendas propiciatórias. As danças mágicas dos pigmeus são célebres, dado que há 48 séculos foram admirados pelos faraós da IV dinastia: um general egípcio gostou tanto que levou consigo um pigmeu como presente para o faraó o ver dançar.

Sem comentários:

Enviar um comentário