14/12/10
29/11/10
15/10/10
Ditados populares portugueses
A ambição cerra o coração
A pressa é inimiga da perfeição
Águas passadas não movem moinhos
Amigo não empata amigo
Amigos, amigos, negócios à parte
Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura
A união faz a força
A ocasião faz o ladrão
A ignorância é a mãe de todas as doenças
Amigos dos meus amigos, meus amigos são
A cavalo dado não se olha a dente
Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo
Antes só do que mal acompanhado
A pobre não prometas e a rico não devas.
A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina
A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo
A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado
A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha
A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata
A necessidade aguça o engenho
A noite é boa conselheira
A preguiça é mãe de todos os vícios
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro
A palavras (ocas/loucas) orelhas moucas
A pensar morreu um burro
A roupa suja lava-se em casa
Antes só que mal acompanhado
Antes tarde do que nunca
Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o desamparam
Ao rico não faltes, ao pobre não prometas
As palavras voam, a escrita fica
As (palavras ou conversa ...) são como as cerejas, vêm umas atrás das outras
Até ao lavar dos cestos é vindima
Água e vento são meio sustento
Águas passadas não movem moinhos
Boi velho gosta de erva tenra
Boca que apetece, coração que padece
Baleias no canal, terás temporal
Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia
Boa romaria faz, quem em casa fica em paz
Boda molhada, boda abençoada
Burro velho não aprende línguas
Burro velho não tem andadura e se tem pouco dura
Cada cabeça sua sentença
Chuva de São João, tira vinho e não dá pão
Casa roubada, trancas à porta
Casarás e amansarás
Criou a fama, deite-se na cama
Cada qual com seu igual
Cada ovelha com sua parelha
Cada macaco no seu galho
Casa de ferreiro, espeto de pau
Casamento, apartamento
Cada qual é para o que nasce
Cão que ladra não morde
Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato
Com vinagre não se apanham moscas
Coma para viver, não viva para comer
Com o direito do teu lado nunca receies dar brado
Candeia que vai à frente alumia duas vezes
Casa de esquina, ou morte ou ruína
Cada panela tem a sua tampa
Cada um sabe as linhas com se cose
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos
Casa onde entra o sol não entra o médico
Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém
Cesteiro que faz um cesto faz um cento, se lhe derem verga e tempo
Com a verdade me enganas
Com papas e bolos se enganam os tolos
Comer e o coçar o mal é começar
Devagar se vai ao longe
Depois de fartos, não faltam pratos
De noite todos os gatos são pardos
Desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra
De Espanha nem bom vento nem bom casamento
De pequenino se torce o pepino
De grão a grão enche a galinha o papo
Devagar se vai ao longe
De médico e de louco, todos temos um pouco
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és
Diz o roto ao nu 'Porque não te vestes tu?'
Depressa e bem não há quem
Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer
Depois da tempestade vem a bonança
Da mão à boca vai-se a sopa
Deus ajuda, quem cedo madruga
Dos fracos não reza a história
Em casa de ferreiro, espeto de pau
Enquanto há vida, há esperança
Entre marido e mulher, não se mete a colher
Em terra de cego quem tem olho é rei
Erva daninha a geada não mata
Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão
Em tempo de guerra não se limpam armas
Falar é prata, calar é ouro
Filho de peixe, sabe nadar
Gaivotas em terra, tempestade no mar
Guardado está o bocado para quem o há de comer
Galinha de campo não quer capoeira
Gato escaldado de água fria tem medo
Guarda o que comer, não guardes o que fazer
Homem prevenido vale por dois
Há males que vêm por bem
Homem pequenino ou velhaco ou dançarino
Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto
Junta-te aos bons, serás como eles, junta-te aos maus, serás pior do que eles
Lua deitada, marinheiro de pé
Lua nova trovejada, 30 dias é molhada
Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão
Longe da vista, longe do coração
Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar
Mal por mal, antes na cadeia do que no hospital
Manda quem pode, obedece quem deve
Mãos frias, coração quente
Mais vale ser rabo de pescada que cabeça de sardinha
Mais vale cair em graça do que ser engraçado
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo
Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto
Madruga e verás trabalha e terás
Mais vale um pé no travão que dois no caixão
Mais vale uma palavra antes que duas depois
Mais vale prevenir que remediar
Morreu o bicho, acabou-se a peçonha
Muita parra pouca uva
Muito alcança quem não se cansa
Muito come o tolo mas mais tolo é quem lhe dá
Muito riso pouco siso
Muitos cozinheiros estragam a sopa
Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe
Nuvem baixa sol que racha
Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu
Nem tudo o que reluz é ouro
Não há bela sem senão
Nem tanto ao mar nem tanto à terra
Não há fome que não dê em fartura
Não vendas a pele do urso antes de o matar
Não há duas sem três
No meio é que está a virtude
No melhor pano cai a nódoa
Nem contas com parentes nem dívidas com ausentes
Nem oito nem oitenta
Nem tudo o que vem à rede é peixe
No aperto e no perigo se conhece o amigo
No poupar é que está o ganho
Não dá quem tem, dá quem quer bem
Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça
O saber não ocupa lugar
Os cães ladram e caravana passa
O seguro morreu de velho
O prometido é devido
O que arde cura o que coça sara e o que aperta segura
O segredo é a alma do negócio
O bom filho à casa retorna
O casamento e a mortalha no céu se talha
O futuro a Deus pertence
O homem põe e Deus dispõe
O que não tem remédio remediado está
O saber não ocupa lugar
O seguro morreu de velho
O seu a seu dono
O sol quando nasce é para todos
O óptimo é inimigo do bom
Os amigos são para as ocasiões
Os opostos atraem-se
Os homens não se medem aos palmos
Para frente é que se anda
Pau que nasce torto jamais se endireita
Pedra que rola não cria limo
Para bom entendedor meia palavra basta
Por fora bela viola, por dentro pão bolorento
Para baixo todos os santos ajudam
Por morrer uma andorinha não acaba a primavera
Patrão fora, dia santo na loja
Para grandes males, grandes remédios
Preso por ter cão, preso por não ter
Paga o justo pelo pecador
Para morrer basta estar vivo
Para quem é, bacalhau basta
Passarinhos e pardais, não são todos iguais
Peixe não puxa carroça
Pela boca morre o peixe
Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber
Pimenta no cu dos outros para mim é refresco
Presunção e água benta, cada qual toma a que quer
Quando a esmola é grande o santo desconfia
Quem espera sempre alcança
Quando um não quer, dois não discutem
Quem tem telhados de vidro não atira pedras
Quem vai à guerra dá e leva
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte
Quem sai aos seus não degenera
Quem vai ao ar perde o lugar e quem vai ao vento perde o assento
Quem semeia ventos colhe tempestades
Quem vê caras não vê corações
Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece, tanto lembra que aborrece
Quem casa quer casa
Quem come e guarda, duas vezes põe a mesa
Quem com ferros mata, com ferros morre
Quem corre por gosto não cansa
Quem muito fala pouco acerta
Quem quer festa, sua-lhe a testa
Quem dá e torna a tirar ao inferno vai parar
Quem dá aos pobres empresta a Deus
Quem cala consente
Quem mais jura é quem mais mente
Quem não tem cão, caça com gato
Quem diz as verdades, perde as amizades
Quem se mete em atalhos não se livra de trabalhos
Quem não deve não teme
Quem avisa amigo é
Quem ri por último ri melhor
Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha
Quanto mais te agachas, mais te põem o pé em cima
Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto
Quem diz o que quer, ouve o que não quer
Quem não chora não mama
Quem desdenha quer comprar
Quem canta seus males espanta
Quem feio ama, bonito lhe parece
Quem não arrisca não petisca
Quem tem boca vai a Roma
Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão
Quando um cai todos o pisam
Quanto mais depressa mais devagar
Quem entra na chuva é pra se molhar
Quem boa cama fizer nela se deitará
Quem brinca com o fogo queima-se
Quem cala consente
Quem canta seus males espanta
Quem comeu a carne que roa os ossos
Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro
Quem muito escolhe pouco acerta
Quem nada não se afoga
Quem nasceu para a forca não morre afogado
Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele
Quem não sabe é como quem não vê
Quem não tem dinheiro não tem vícios
Quem não tem panos não arma tendas
Quem não trabuca não manduca
Quem o alheio veste, na praça o despe
Quem o seu cão quer matar chama-lhe raivoso
Quem paga adiantado é mal servido
Quem parte velho paga novo
Quem sabe faz, quem não sabe ensina
Quem tarde vier comerá do que trouxer
Quem te cobre que te descubra
Quem tem burro e anda a pé mais burro é
Quem tem capa sempre escapa
Quem tem cem mas deve cem pouco tem
Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita
Quem tudo quer tudo perde
Quem vai ao mar avia-se em terra
Quem é vivo sempre aparece
Querer é poder
Recordar é viver
Roma e Pavia não se fez em um dia
Rei morto, rei posto
Se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota
Se sabes o que eu sei, cala-te que eu me calarei
Santos da casa não fazem milagres
São mais as vozes que as nozes
Toda brincadeira tem sempre um pouco de verdade
Todo o homem tem o seu preço
Todos os caminhos vão dar a Roma
Tristezas não pagam dívidas
Uma mão lava a outra
Uma desgraça nunca vem só
Vão-se os anéis e ficam-se os dedos
Vozes de burro não chegam aos céus
Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades
A pressa é inimiga da perfeição
Águas passadas não movem moinhos
Amigo não empata amigo
Amigos, amigos, negócios à parte
Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura
A união faz a força
A ocasião faz o ladrão
A ignorância é a mãe de todas as doenças
Amigos dos meus amigos, meus amigos são
A cavalo dado não se olha a dente
Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo
Antes só do que mal acompanhado
A pobre não prometas e a rico não devas.
A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina
A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo
A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado
A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha
A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata
A necessidade aguça o engenho
A noite é boa conselheira
A preguiça é mãe de todos os vícios
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro
A palavras (ocas/loucas) orelhas moucas
A pensar morreu um burro
A roupa suja lava-se em casa
Antes só que mal acompanhado
Antes tarde do que nunca
Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o desamparam
Ao rico não faltes, ao pobre não prometas
As palavras voam, a escrita fica
As (palavras ou conversa ...) são como as cerejas, vêm umas atrás das outras
Até ao lavar dos cestos é vindima
Água e vento são meio sustento
Águas passadas não movem moinhos
Boi velho gosta de erva tenra
Boca que apetece, coração que padece
Baleias no canal, terás temporal
Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia
Boa romaria faz, quem em casa fica em paz
Boda molhada, boda abençoada
Burro velho não aprende línguas
Burro velho não tem andadura e se tem pouco dura
Cada cabeça sua sentença
Chuva de São João, tira vinho e não dá pão
Casa roubada, trancas à porta
Casarás e amansarás
Criou a fama, deite-se na cama
Cada qual com seu igual
Cada ovelha com sua parelha
Cada macaco no seu galho
Casa de ferreiro, espeto de pau
Casamento, apartamento
Cada qual é para o que nasce
Cão que ladra não morde
Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato
Com vinagre não se apanham moscas
Coma para viver, não viva para comer
Com o direito do teu lado nunca receies dar brado
Candeia que vai à frente alumia duas vezes
Casa de esquina, ou morte ou ruína
Cada panela tem a sua tampa
Cada um sabe as linhas com se cose
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos
Casa onde entra o sol não entra o médico
Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém
Cesteiro que faz um cesto faz um cento, se lhe derem verga e tempo
Com a verdade me enganas
Com papas e bolos se enganam os tolos
Comer e o coçar o mal é começar
Devagar se vai ao longe
Depois de fartos, não faltam pratos
De noite todos os gatos são pardos
Desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra
De Espanha nem bom vento nem bom casamento
De pequenino se torce o pepino
De grão a grão enche a galinha o papo
Devagar se vai ao longe
De médico e de louco, todos temos um pouco
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és
Diz o roto ao nu 'Porque não te vestes tu?'
Depressa e bem não há quem
Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer
Depois da tempestade vem a bonança
Da mão à boca vai-se a sopa
Deus ajuda, quem cedo madruga
Dos fracos não reza a história
Em casa de ferreiro, espeto de pau
Enquanto há vida, há esperança
Entre marido e mulher, não se mete a colher
Em terra de cego quem tem olho é rei
Erva daninha a geada não mata
Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão
Em tempo de guerra não se limpam armas
Falar é prata, calar é ouro
Filho de peixe, sabe nadar
Gaivotas em terra, tempestade no mar
Guardado está o bocado para quem o há de comer
Galinha de campo não quer capoeira
Gato escaldado de água fria tem medo
Guarda o que comer, não guardes o que fazer
Homem prevenido vale por dois
Há males que vêm por bem
Homem pequenino ou velhaco ou dançarino
Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto
Junta-te aos bons, serás como eles, junta-te aos maus, serás pior do que eles
Lua deitada, marinheiro de pé
Lua nova trovejada, 30 dias é molhada
Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão
Longe da vista, longe do coração
Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar
Mal por mal, antes na cadeia do que no hospital
Manda quem pode, obedece quem deve
Mãos frias, coração quente
Mais vale ser rabo de pescada que cabeça de sardinha
Mais vale cair em graça do que ser engraçado
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo
Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto
Madruga e verás trabalha e terás
Mais vale um pé no travão que dois no caixão
Mais vale uma palavra antes que duas depois
Mais vale prevenir que remediar
Morreu o bicho, acabou-se a peçonha
Muita parra pouca uva
Muito alcança quem não se cansa
Muito come o tolo mas mais tolo é quem lhe dá
Muito riso pouco siso
Muitos cozinheiros estragam a sopa
Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe
Nuvem baixa sol que racha
Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu
Nem tudo o que reluz é ouro
Não há bela sem senão
Nem tanto ao mar nem tanto à terra
Não há fome que não dê em fartura
Não vendas a pele do urso antes de o matar
Não há duas sem três
No meio é que está a virtude
No melhor pano cai a nódoa
Nem contas com parentes nem dívidas com ausentes
Nem oito nem oitenta
Nem tudo o que vem à rede é peixe
No aperto e no perigo se conhece o amigo
No poupar é que está o ganho
Não dá quem tem, dá quem quer bem
Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça
O saber não ocupa lugar
Os cães ladram e caravana passa
O seguro morreu de velho
O prometido é devido
O que arde cura o que coça sara e o que aperta segura
O segredo é a alma do negócio
O bom filho à casa retorna
O casamento e a mortalha no céu se talha
O futuro a Deus pertence
O homem põe e Deus dispõe
O que não tem remédio remediado está
O saber não ocupa lugar
O seguro morreu de velho
O seu a seu dono
O sol quando nasce é para todos
O óptimo é inimigo do bom
Os amigos são para as ocasiões
Os opostos atraem-se
Os homens não se medem aos palmos
Para frente é que se anda
Pau que nasce torto jamais se endireita
Pedra que rola não cria limo
Para bom entendedor meia palavra basta
Por fora bela viola, por dentro pão bolorento
Para baixo todos os santos ajudam
Por morrer uma andorinha não acaba a primavera
Patrão fora, dia santo na loja
Para grandes males, grandes remédios
Preso por ter cão, preso por não ter
Paga o justo pelo pecador
Para morrer basta estar vivo
Para quem é, bacalhau basta
Passarinhos e pardais, não são todos iguais
Peixe não puxa carroça
Pela boca morre o peixe
Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber
Pimenta no cu dos outros para mim é refresco
Presunção e água benta, cada qual toma a que quer
Quando a esmola é grande o santo desconfia
Quem espera sempre alcança
Quando um não quer, dois não discutem
Quem tem telhados de vidro não atira pedras
Quem vai à guerra dá e leva
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte
Quem sai aos seus não degenera
Quem vai ao ar perde o lugar e quem vai ao vento perde o assento
Quem semeia ventos colhe tempestades
Quem vê caras não vê corações
Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece, tanto lembra que aborrece
Quem casa quer casa
Quem come e guarda, duas vezes põe a mesa
Quem com ferros mata, com ferros morre
Quem corre por gosto não cansa
Quem muito fala pouco acerta
Quem quer festa, sua-lhe a testa
Quem dá e torna a tirar ao inferno vai parar
Quem dá aos pobres empresta a Deus
Quem cala consente
Quem mais jura é quem mais mente
Quem não tem cão, caça com gato
Quem diz as verdades, perde as amizades
Quem se mete em atalhos não se livra de trabalhos
Quem não deve não teme
Quem avisa amigo é
Quem ri por último ri melhor
Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha
Quanto mais te agachas, mais te põem o pé em cima
Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto
Quem diz o que quer, ouve o que não quer
Quem não chora não mama
Quem desdenha quer comprar
Quem canta seus males espanta
Quem feio ama, bonito lhe parece
Quem não arrisca não petisca
Quem tem boca vai a Roma
Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão
Quando um cai todos o pisam
Quanto mais depressa mais devagar
Quem entra na chuva é pra se molhar
Quem boa cama fizer nela se deitará
Quem brinca com o fogo queima-se
Quem cala consente
Quem canta seus males espanta
Quem comeu a carne que roa os ossos
Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro
Quem muito escolhe pouco acerta
Quem nada não se afoga
Quem nasceu para a forca não morre afogado
Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele
Quem não sabe é como quem não vê
Quem não tem dinheiro não tem vícios
Quem não tem panos não arma tendas
Quem não trabuca não manduca
Quem o alheio veste, na praça o despe
Quem o seu cão quer matar chama-lhe raivoso
Quem paga adiantado é mal servido
Quem parte velho paga novo
Quem sabe faz, quem não sabe ensina
Quem tarde vier comerá do que trouxer
Quem te cobre que te descubra
Quem tem burro e anda a pé mais burro é
Quem tem capa sempre escapa
Quem tem cem mas deve cem pouco tem
Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita
Quem tudo quer tudo perde
Quem vai ao mar avia-se em terra
Quem é vivo sempre aparece
Querer é poder
Recordar é viver
Roma e Pavia não se fez em um dia
Rei morto, rei posto
Se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota
Se sabes o que eu sei, cala-te que eu me calarei
Santos da casa não fazem milagres
São mais as vozes que as nozes
Toda brincadeira tem sempre um pouco de verdade
Todo o homem tem o seu preço
Todos os caminhos vão dar a Roma
Tristezas não pagam dívidas
Uma mão lava a outra
Uma desgraça nunca vem só
Vão-se os anéis e ficam-se os dedos
Vozes de burro não chegam aos céus
Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades
04/10/10
03/10/10
Literatura Apocalíptica
A palavra apocalipse, do grego αποκάλυψις (termo primeiramente usado por F. Lücke) (1832) significa, em grego, "Revelação". Um "apocalipse", na terminologia do judaísmo e do cristianismo, é a revelação divina de coisas que até então permaneciam secretas a um profeta escolhido por Deus. Por extensão, passou-se a designar de "apocalipse" aos relatos escritos dessas revelações.
Apocalipse é um género de literatura revelatória com uma estrutura narrativa, na qual a revelação é mediada por um ser do outro mundo a um receptor humano, revelando uma realidade transcendente que é simultaneamente temporal, na medida em que busca salvação escatológica, e também espacial, na medida em que envolve outro mundo.
A Literatura Apocalíptica é um género literário que encontra representantes tanto na literatura canónica, quanto fora dela.
Na literatura canónica, destaca-se Daniel no Antigo Testamento; e o Apocalipse de João no Novo.
Na literatura extra canónica existem vários exemplos do género, citamos: O Apocalipse de Baruc, o Livro dos Jubileus, os Oráculos Sibilinos, os Salmos de Salomão, a Assunção de Moisés, o Apocalipse de Enoque, a Vida de Adão e Eva, o Apocalipse de Abraão, o Apocalipse de Pedro, o Apocalipse de Paulo, o Apocalipse de Tomé e o Pastor de Hermas.
A literatura apocalíptica distingue-se da profecia por vários aspectos, entre eles mencionamos: o carácter esotérico, o sofrimento dos santos aliado à esperança de libertação final mediante intervenção divina, grande julgamento intervindo na história, a vinda do futuro não como consequência do presente, e a visão dos ímpios como adversários de Deus. Outras características são: conflito cósmico, combate entre dois adversários fortes, relato em forma de visão, e atribuição de autoria a um famoso personagem do passado.
É a partir do século II a.C., no momento das grandes crises nacionais, quando Israel, agredido por outros povos, corre o risco de desaparecer como nação, que a apocalíptica floresce com grande força.
Há três fases marcantes na história da apocalíptica:
• a época da guerra dos Macabeus contra Antíoco IV Epífanes e o partido helenizante, no séc. II a.C.
• a partir do domínio romano, que se inicia com Pompeu em 63 a.C.
• durante as guerras judaicas contra os romanos em 66-73 d.C. e 131-135 d.C.
A literatura apocalíptica funciona como uma literatura de resistência: através da escrita, Israel se manifesta vivo e actuante. Os céus estão fechados? A história, porém, é ainda possível: através do livro, manifesta-se o Espírito, que garante a identidade do povo de Israel.
Provavelmente a mais antiga obra da apocalíptica judaica, o livro de Daniel é uma peça literária de resistência escrita na época da luta dos Macabeus contra a helenização no século II a.C.
Daniel não é o autor do livro. Estamos frente a um texto apocalíptico, escrito em 164 a.C., cujo autor se esconde por trás de um pseudónimo. Daniel (= Deus julga) talvez jamais tenha existido, embora haja pistas de um certo Danel em Ez 14,14.20;28,3 e um Dnil que aparece no poema de Aqhat encontrado em Ugarit, e que podem ter inspirado o legendário personagem bíblico.
Ez 14,14.20 cita Danel, o sábio Daniel , um jovem judeu de Jerusalém, é o protagonista desta narrativa que estrategicamente é situada na época dos reis babilónicos e persas, no tempo do exílio.
"Para a população em geral a demora em se cumprirem as promessas proféticas pré-exílicas e exílicas simplesmente levantou dúvidas sobre a autoridade dos próprios profetas, dúvidas que foram reforçadas pelo fato de os oráculos dos profetas jerosolimitanos não se terem cumprido. Por esta razão, ao povo pode ter diminuído constantemente a vontade de reconhecer a autoridade de profetas de qualquer tipo, e, faltando o necessário apoio social, os profetas deixaram de existir".
Mas a falência da profecia deixa um vazio que precisa ser preenchido, pois os problemas continuam. É aí que surge a apocalíptica. Neste sentido, a apocalíptica é filha e herdeira da profecia. Parece que grupos proféticos marginalizados pelo crescente poder sacerdotal vão sendo empurrados na direcção da apocalíptica.
Com a apocalíptica - e é aí que se situa a grande diferença - operava-se, portanto, a passagem do profeta que fala, para o profeta que escreve, da era do oráculo para a era do livro.
O apocalipse não é apenas um livro, ele é todo um género literário. O livro que fecha a Bíblia cristã, o Apocalipse de João de Patmos, é um apocalipse entre centenas de outros: a sua distinção maior é a de ter sido canonizado. O género apocalíptico floresceu no Oriente Médio, nos séculos I e II aC, e aparece nas literaturas judaica, cristã, gnóstica, grega, persa e latina. A essência de um apocalipse não é o fim do mundo, como geralmente se pensa, mas uma revelação do futuro glorioso que aguarda os escolhidos do Senhor. Naturalmente, para tanto, o mundo anterior, como era antes, dos velhos e hereges poderosos, precisará ser destruído - mas esse é somente um detalhe operacional. O mais importante é a vitória total, incontestável e eterna do povo de Deus - aliás, o público-alvo da história.
O conflito no qual termina o mundo anterior e começa o novo opera em nível cósmico - o céu se enrola sobre si mesmo, estrelas caem como figos de uma figueira, povos inteiros são destruídos.
Outra característica do género apocalíptico é sua relação problemática e contraditória com a História. Por um lado, cada apocalipse se escreve em resposta a uma situação histórica concreta, via de regra a submissão a algum conquistador mais forte. Entretanto, os apocalipses não se preocupam com a história passada e sim com a que virá, com a enumeração dos fatos históricos que ainda acontecerão antes do fim dos tempos e da vitória final dos escolhidos. De um modo ou de outro, a história, pregressa ou progressa, está sempre presente nos apocalipses.
Os apocalipses surgem em situações históricas específicas, tempos de grande opressão e perseguição, quando os fiéis já não têm mais esperanças de libertação. O autor do apocalipse acredita estar vivendo no pior dos mundos e escreve para leitores que compartilham dessa opinião. É uma literatura em crise, uma tentativa de organizar e entender um mundo avassalador que já não faz mais sentido. Também é uma literatura de crítica social, escrita por uma minoria descontente, impotente e desprivilegiada.
Por isso mesmo, a narrativa apocalíptica é uma tentativa de impor ordem a um universo que, do ponto de vista da comunidade oprimida, não faz mais sentido.
Uma primeira distinção importante deve ser feita: os livros proféticos são eminentemente orais: tratam, em larga medida, de registar as visões e a pregação de um profeta, ou seja, o registo do que ele disse, para serem lidos alto para indivíduos que precisem ouvi-los já os livros apocalípticos nascem como livros: são o registo escrito das visões de um profeta que conta ele mesmo o que viu, para serem lidos pelos fiéis. A maior diferença, entretanto, é a seguinte: o objectivo dos livros proféticos era mudar o comportamento de seus leitores - ou ouvintes. O povo não estava agindo de maneira justa, tinha perdido os caminhos do Senhor, se entregaram à idolatria, etc., e era o trabalho do profeta avisá-los de sua perdição iminente e lembrá-los da palavra de Deus. Caso não mudassem, naturalmente, o castigo divino seria terrível, mas o objectivo era fazê-los mudar e, assim, mudar o mundo. A literatura apocalíptica, apesar de ter em comum as visões proféticas, tem objectivos completamente diferentes: o autor apocalíptico já desistiu de mudar o mundo real. Ele escreve para uma comunidade desesperada, subalterna, frustrada, explorada, que já não vê mais saída de sua actual situação de dominação. O que faz nascer o género apocalíptico é justamente uma situação de impotência, uma percepção de que a comunidade não tem o que fazer nem como mudar o mundo: suas vias de acção estão fechadas. Um autor apocalíptico escreve não para convencer seus leitores, pregar seu arrependimento, fazê-los mudar: ele escreve justamente porque eles já não podem mais mudar; para consolá-los de que sua situação de impotência não será eterna, de que tudo é parte do plano de Deus, que seus opressores sofrerão para sempre e que a hora de sua vitória inevitável e da felicidade eterna está chegando. O profeta está sempre falando sobre o mundo real: o castigo, se vier, será administrado por exércitos inimigos e a recompensa, se for merecida, virá na forma de viver em paz na sua terra. Já o autor apocalíptico abandonou o mundo real: ele não oferece conselhos práticos, nem mesmo sobre como melhor tolerar a opressão: seu tema é cósmico, literalmente o Deus que salvará o povo.
Outra característica importante da literatura apocalíptica é ser hermética: por definição, os apocalipses são escritos para revelar (aos escolhidos) e para esconder (aos não-iniciados). Um de seus pressupostos é que os acontecimentos contemporâneos, se correctamente compreendidos, podem servir de "sinal dos tempos" para revelar a iminência do fim. Embora muitas vezes nos pareçam incompreensíveis e aleatórias, as imagens dos apocalipses vinham de longas tradições judaicas e mesopotâmicas, articulada e trabalhadas há centenas de anos.
Tradicionalmente, o apocalipse incluía catástrofe e devastação, sim, mas somente para os maus e para os ímpios; para os bons e para os fiéis, o apocalipse seria ocasião de felicidade e de vitória.
A literatura apocalíptica é bipolar. A literatura apocalíptica é uma literatura produzida e consumida dentro de uma comunidade que está tentando lidar com uma enorme perda: de poder secular e religioso, de autonomia, de liberdade e, por outro lado, traz uma sensação insuperável de júbilo e felicidade pela vitória final diante do maior de todos os inimigos.
Esta categoria de literatura foi identificada, pela maioria dos estudiosos eruditos, como “panfletos para tempos difíceis”
Apocalipse é um género de literatura revelatória com uma estrutura narrativa, na qual a revelação é mediada por um ser do outro mundo a um receptor humano, revelando uma realidade transcendente que é simultaneamente temporal, na medida em que busca salvação escatológica, e também espacial, na medida em que envolve outro mundo.
Expressa por intermédio de símbolos e complexas metáforas a situação de sofrimento do povo judeu ou dos seguidores de Cristo e sua esperança em uma intervenção messiânica salvadora ou, no caso da apocalíptica cristã, na Parusia ou segunda vinda de Cristo.
A Literatura Apocalíptica é um género literário que encontra representantes tanto na literatura canónica, quanto fora dela.
Na literatura canónica, destaca-se Daniel no Antigo Testamento; e o Apocalipse de João no Novo.
Na literatura extra canónica existem vários exemplos do género, citamos: O Apocalipse de Baruc, o Livro dos Jubileus, os Oráculos Sibilinos, os Salmos de Salomão, a Assunção de Moisés, o Apocalipse de Enoque, a Vida de Adão e Eva, o Apocalipse de Abraão, o Apocalipse de Pedro, o Apocalipse de Paulo, o Apocalipse de Tomé e o Pastor de Hermas.
A literatura apocalíptica distingue-se da profecia por vários aspectos, entre eles mencionamos: o carácter esotérico, o sofrimento dos santos aliado à esperança de libertação final mediante intervenção divina, grande julgamento intervindo na história, a vinda do futuro não como consequência do presente, e a visão dos ímpios como adversários de Deus. Outras características são: conflito cósmico, combate entre dois adversários fortes, relato em forma de visão, e atribuição de autoria a um famoso personagem do passado.
É a partir do século II a.C., no momento das grandes crises nacionais, quando Israel, agredido por outros povos, corre o risco de desaparecer como nação, que a apocalíptica floresce com grande força.
Há três fases marcantes na história da apocalíptica:
• a época da guerra dos Macabeus contra Antíoco IV Epífanes e o partido helenizante, no séc. II a.C.
• a partir do domínio romano, que se inicia com Pompeu em 63 a.C.
• durante as guerras judaicas contra os romanos em 66-73 d.C. e 131-135 d.C.
A literatura apocalíptica funciona como uma literatura de resistência: através da escrita, Israel se manifesta vivo e actuante. Os céus estão fechados? A história, porém, é ainda possível: através do livro, manifesta-se o Espírito, que garante a identidade do povo de Israel.
Provavelmente a mais antiga obra da apocalíptica judaica, o livro de Daniel é uma peça literária de resistência escrita na época da luta dos Macabeus contra a helenização no século II a.C.
Daniel não é o autor do livro. Estamos frente a um texto apocalíptico, escrito em 164 a.C., cujo autor se esconde por trás de um pseudónimo. Daniel (= Deus julga) talvez jamais tenha existido, embora haja pistas de um certo Danel em Ez 14,14.20;28,3 e um Dnil que aparece no poema de Aqhat encontrado em Ugarit, e que podem ter inspirado o legendário personagem bíblico.
Ez 14,14.20 cita Danel, o sábio Daniel , um jovem judeu de Jerusalém, é o protagonista desta narrativa que estrategicamente é situada na época dos reis babilónicos e persas, no tempo do exílio.
"Para a população em geral a demora em se cumprirem as promessas proféticas pré-exílicas e exílicas simplesmente levantou dúvidas sobre a autoridade dos próprios profetas, dúvidas que foram reforçadas pelo fato de os oráculos dos profetas jerosolimitanos não se terem cumprido. Por esta razão, ao povo pode ter diminuído constantemente a vontade de reconhecer a autoridade de profetas de qualquer tipo, e, faltando o necessário apoio social, os profetas deixaram de existir".
Mas a falência da profecia deixa um vazio que precisa ser preenchido, pois os problemas continuam. É aí que surge a apocalíptica. Neste sentido, a apocalíptica é filha e herdeira da profecia. Parece que grupos proféticos marginalizados pelo crescente poder sacerdotal vão sendo empurrados na direcção da apocalíptica.
Com a apocalíptica - e é aí que se situa a grande diferença - operava-se, portanto, a passagem do profeta que fala, para o profeta que escreve, da era do oráculo para a era do livro.
O apocalipse não é apenas um livro, ele é todo um género literário. O livro que fecha a Bíblia cristã, o Apocalipse de João de Patmos, é um apocalipse entre centenas de outros: a sua distinção maior é a de ter sido canonizado. O género apocalíptico floresceu no Oriente Médio, nos séculos I e II aC, e aparece nas literaturas judaica, cristã, gnóstica, grega, persa e latina. A essência de um apocalipse não é o fim do mundo, como geralmente se pensa, mas uma revelação do futuro glorioso que aguarda os escolhidos do Senhor. Naturalmente, para tanto, o mundo anterior, como era antes, dos velhos e hereges poderosos, precisará ser destruído - mas esse é somente um detalhe operacional. O mais importante é a vitória total, incontestável e eterna do povo de Deus - aliás, o público-alvo da história.
O conflito no qual termina o mundo anterior e começa o novo opera em nível cósmico - o céu se enrola sobre si mesmo, estrelas caem como figos de uma figueira, povos inteiros são destruídos.
Outra característica do género apocalíptico é sua relação problemática e contraditória com a História. Por um lado, cada apocalipse se escreve em resposta a uma situação histórica concreta, via de regra a submissão a algum conquistador mais forte. Entretanto, os apocalipses não se preocupam com a história passada e sim com a que virá, com a enumeração dos fatos históricos que ainda acontecerão antes do fim dos tempos e da vitória final dos escolhidos. De um modo ou de outro, a história, pregressa ou progressa, está sempre presente nos apocalipses.
Os apocalipses surgem em situações históricas específicas, tempos de grande opressão e perseguição, quando os fiéis já não têm mais esperanças de libertação. O autor do apocalipse acredita estar vivendo no pior dos mundos e escreve para leitores que compartilham dessa opinião. É uma literatura em crise, uma tentativa de organizar e entender um mundo avassalador que já não faz mais sentido. Também é uma literatura de crítica social, escrita por uma minoria descontente, impotente e desprivilegiada.
Por isso mesmo, a narrativa apocalíptica é uma tentativa de impor ordem a um universo que, do ponto de vista da comunidade oprimida, não faz mais sentido.
Uma primeira distinção importante deve ser feita: os livros proféticos são eminentemente orais: tratam, em larga medida, de registar as visões e a pregação de um profeta, ou seja, o registo do que ele disse, para serem lidos alto para indivíduos que precisem ouvi-los já os livros apocalípticos nascem como livros: são o registo escrito das visões de um profeta que conta ele mesmo o que viu, para serem lidos pelos fiéis. A maior diferença, entretanto, é a seguinte: o objectivo dos livros proféticos era mudar o comportamento de seus leitores - ou ouvintes. O povo não estava agindo de maneira justa, tinha perdido os caminhos do Senhor, se entregaram à idolatria, etc., e era o trabalho do profeta avisá-los de sua perdição iminente e lembrá-los da palavra de Deus. Caso não mudassem, naturalmente, o castigo divino seria terrível, mas o objectivo era fazê-los mudar e, assim, mudar o mundo. A literatura apocalíptica, apesar de ter em comum as visões proféticas, tem objectivos completamente diferentes: o autor apocalíptico já desistiu de mudar o mundo real. Ele escreve para uma comunidade desesperada, subalterna, frustrada, explorada, que já não vê mais saída de sua actual situação de dominação. O que faz nascer o género apocalíptico é justamente uma situação de impotência, uma percepção de que a comunidade não tem o que fazer nem como mudar o mundo: suas vias de acção estão fechadas. Um autor apocalíptico escreve não para convencer seus leitores, pregar seu arrependimento, fazê-los mudar: ele escreve justamente porque eles já não podem mais mudar; para consolá-los de que sua situação de impotência não será eterna, de que tudo é parte do plano de Deus, que seus opressores sofrerão para sempre e que a hora de sua vitória inevitável e da felicidade eterna está chegando. O profeta está sempre falando sobre o mundo real: o castigo, se vier, será administrado por exércitos inimigos e a recompensa, se for merecida, virá na forma de viver em paz na sua terra. Já o autor apocalíptico abandonou o mundo real: ele não oferece conselhos práticos, nem mesmo sobre como melhor tolerar a opressão: seu tema é cósmico, literalmente o Deus que salvará o povo.
Outra característica importante da literatura apocalíptica é ser hermética: por definição, os apocalipses são escritos para revelar (aos escolhidos) e para esconder (aos não-iniciados). Um de seus pressupostos é que os acontecimentos contemporâneos, se correctamente compreendidos, podem servir de "sinal dos tempos" para revelar a iminência do fim. Embora muitas vezes nos pareçam incompreensíveis e aleatórias, as imagens dos apocalipses vinham de longas tradições judaicas e mesopotâmicas, articulada e trabalhadas há centenas de anos.
Tradicionalmente, o apocalipse incluía catástrofe e devastação, sim, mas somente para os maus e para os ímpios; para os bons e para os fiéis, o apocalipse seria ocasião de felicidade e de vitória.
A literatura apocalíptica é bipolar. A literatura apocalíptica é uma literatura produzida e consumida dentro de uma comunidade que está tentando lidar com uma enorme perda: de poder secular e religioso, de autonomia, de liberdade e, por outro lado, traz uma sensação insuperável de júbilo e felicidade pela vitória final diante do maior de todos os inimigos.
Esta categoria de literatura foi identificada, pela maioria dos estudiosos eruditos, como “panfletos para tempos difíceis”
02/10/10
Fontes pré-clássicas da Literatura Apocalíptica
FONTES PRÉ-CLÁSSICAS DA LITERATURA APOCALÍPTICA:
Anzu, como Mito do Combate: Prólogo, crise da água e solução, comissão de Ninurta, batalha e vitória, celebração.
Lugal-e e
Enuma elish.
Exemplificação com o caso de Canaã:
O Ciclo de Baal.
Exemplificação com a Bíblia:
Êxodo 15.
OS ELEMENTOS DAS FONTES PRÉ-CLÁSSICAS QUE SE REVELAM NA LITERATURA APOCALÍPTICA:
Assembleias a uma só voz - Canaã e Bíblia
As assembleias sôd e 'edâ.
Vestígios da assembleia dos deuses no texto bíblico: Salmos 82:1 e 89:8, Jeremias 23:18 e Jó 15:8
Vestígios de uma assembleia de divindades que toma decisões: Génesis 1:26 e 11:7.
Evidências no texto bíblico de um deus maior: Êxodo 15:11 e Deuteronómio 3:24,1 Reis 8:23, Salmos 86:8 e 95:3.
Evidências de deuses: Génesis 5:21-24 e 6:1-4 (ha'elohim e 'elohim)
''Arquétipo'' do Mito do Combate:
- O Mito do Combate,
- Vaticinia ex eventu e
- Visão em Sonho.
Anzu, como Mito do Combate: Prólogo, crise da água e solução, comissão de Ninurta, batalha e vitória, celebração.
Lugal-e e
Enuma elish.
Exemplificação com o caso de Canaã:
O Ciclo de Baal.
Exemplificação com a Bíblia:
Êxodo 15.
OS ELEMENTOS DAS FONTES PRÉ-CLÁSSICAS QUE SE REVELAM NA LITERATURA APOCALÍPTICA:
- A ASSEMBLEIA DOS DEUSES
Assembleias a uma só voz - Canaã e Bíblia
As assembleias sôd e 'edâ.
Vestígios da assembleia dos deuses no texto bíblico: Salmos 82:1 e 89:8, Jeremias 23:18 e Jó 15:8
Vestígios de uma assembleia de divindades que toma decisões: Génesis 1:26 e 11:7.
Evidências no texto bíblico de um deus maior: Êxodo 15:11 e Deuteronómio 3:24,1 Reis 8:23, Salmos 86:8 e 95:3.
Evidências de deuses: Génesis 5:21-24 e 6:1-4 (ha'elohim e 'elohim)
- A AMEAÇA CÓSMICA
- O MONSTRO
- O OBSERVADOR
''Arquétipo'' do Mito do Combate:
- relação entre o deus velho e o deus novo
- ameaça de ordem cósmica
- o mal como força da natureza
- julgamento dos inimigos (e.g., Enuma elish VI:11-32, Daniel 7 e 8-12, Revelação 21:1)
- vitória do deus (e.g., Revelação 21:1).
Estudo do género Viticinia ex eventu:
Daniel 7 e 8-12
Apocalipse das Semanas,
Apocalipse dos Animais (1 Enoque 83-90)
Oráculos Sibilinos
Profecias na 3ª pessoa e profecias na 1ª pessoa
Estudo do género Visão num Sonho:
Daniel 7
As origens da humanidade - Período Neolítico (10.000 a.C. - 3.000 a.C.)
Há cerca de 10.000 anos, modificações climáticas em muitas regiões da Terra, alteraram a fauna, a flora e o modo de vida das populações.
O novo clima, quente e húmido, levou ao recuo dos gelos para as regiões polares e ao aparecimento de plantas gramíneas, como o trigo e a cevada.
Inicialmente o Homem apenas recolhia os cereais, mas, através da observação da queda das sementes e da sua germinação, aprendeu a cultivá-los. E assim descobriu a agricultura.
Simulâneamente à descoberta da agricultura, o Homem começou a domesticar os primeiros animais: o cão, o carneiro, a cabra, o porco e o boi. Construíram-se cercas e currais e obtinha-se assim leite, carne, peles, lã e ajuda nos trabalhos agrícolas.
O primeiro foco de agricultura e pastorícia ocorreu na região do Crescente Fértil.
Inicia-se assim uma nova fase da Pré-História - O Neolítico.
O Homem passou de recolector a produtor e desenvolveu uma economia de produção.
Os progressos técnicos foram notáveis.
A agricultura e a pastorícia exigiram a invenção de novas técnicas e instrumentos.
Nesta época o Homem continuou a fabricar a maior parte dos instrumentos em pedra. Porém ao aplicar a técnica do polimento tornou-os mais resistentes e perfeitos.
Para o trabalho agrícola fabricou-se a enxada, o machado, a foice e o arado. A mó e o almofariz destinavam-se á moagem de cereais.
Outras inovações técnicas do Neolítico resultaram da necessidade de armazenar e transportar produtos, tais como a cerâmica e a cestaria.
Por sua vez a invenção do tear manual permitiu o fabrico de tecidos e o surgimento de uma outra ténica, a tecelagem.
Também se inventou a roda e a vela.
No período Neolítico o Homem tornou-se agricultor, pastor e artesão.
SEDENTARIZAÇÃO
Com a descoberta da agricultura e da domesticação de animais o Homem deixou o modo de vida nómada. Como não podia abandonar as suas terras e rebanhos, passou a viver permanentemente no mesmo local.
REVOLUÇÃO NEOLÍTICA
Neste período as transformações na vida do homem foram tão profundas que os historiadores consideram que ocorreu uma revolução, designada revolução neolítica.
Os agricultores e pastores concentraram-se em pequenos povoados, junto das terras férteis e na proximidade de água.
Apareceram então os primeiros aldeamentos. Eram protegidos por fossos e muralhas. As casas eram construídas com materiais disponíveis na região, tais como pedra, madeira e barro e cobertas de colmo.
É no Próximo Oriente que se encontram os vestígios mais antigos de aldeamentos Neolíticos, como Çatal Huyuk (Turquia), Jericó (Israel) e Jarmo (Iraque).
DIFERENCIAÇÃO SOCIAL
O aparecimento dos primeiros povoados e da economia de produção permitiu a acumulação de excedentes., que explica as profundas alterações na organização social da tribo.
Deste modo estabeleceu-se uma divisão do trabalho devido à especialização de funções, já que era necessário que todos os membros da tribo praticassem actividades ligadas à produção ou obtenção de alimentos.
Estas alterações promoveram a diferenciação e a hierarquia social com base na idade (os mais velhos dirigiam a comunidade), sexo (as mulheres dedicavam-se à agricultura e os homens à caça e à pastorícia), riqueza (a posse da terra e de rebanhos) e funções desempenhadas por cada indivíduo ( por exemplo, sacerdotes, guerreiros e chefes).
CULTOS
O Homem do Neolítico para sobreviver dependia da agricultura e da pastorícia. Por isso sentiu necessidade de prestar culto às forças da natureza, ou seja, ao Sol, a água, ao vento, à terra e à lua.
Nesta época o Homem acreditaria que ao divinizar a Natureza através das suas práticas religiosas, contribuía para a obtenção de abundantes colheitas e para a reprodução de animais.
A principal divindade das comunidades agrícolas do Neolítico foi a Deusa-Mãe, representada por estatuetas de figuras femininas.
A associação estabelecida entre a terra e a mulher reside no facto de, tanto uma como outra, simbolizarem a vida e a fertilidade. Desta forma, as deusas-mães são representações dos cultos agrários do neolítico.
NOVAS FORMAS ARTÍSTICAS
No Neolítico, as comunidades também prestavam culto aos mortos através da construção de monumentos grandiosos e, ainda, aos astros, nomeadamente à Lua e ao Sol.
Uma nova forma de arte nasceu neste período: Os megalitos.
Estes monumentos eram feitos com enormes blocos de pedra e aparecem em toda a Europa.
Os monumentos megalíticos apresentam várias formas:
. Anta ou Dólmen, monumento funerário, construído a partir de três ou mais pedras colocadas ao alto e coberto por lajes, onde se enterravam os mortos.
. Menir, grande bloco de pedra, colocado verticalmente no solo. É o monumento funerário mais simples.
. Alinhamento, agrupamento de menires em linha, relacionados com o culto dos astros e da Natureza.
. Cromeleque, agrupamento de menires dispostos geralmente em círculo, associado ao culto dos astros e da Natureza, considerado um local de rituais religiosos e de encontro tribal.
O novo clima, quente e húmido, levou ao recuo dos gelos para as regiões polares e ao aparecimento de plantas gramíneas, como o trigo e a cevada.
Inicialmente o Homem apenas recolhia os cereais, mas, através da observação da queda das sementes e da sua germinação, aprendeu a cultivá-los. E assim descobriu a agricultura.
Simulâneamente à descoberta da agricultura, o Homem começou a domesticar os primeiros animais: o cão, o carneiro, a cabra, o porco e o boi. Construíram-se cercas e currais e obtinha-se assim leite, carne, peles, lã e ajuda nos trabalhos agrícolas.
O primeiro foco de agricultura e pastorícia ocorreu na região do Crescente Fértil.
Inicia-se assim uma nova fase da Pré-História - O Neolítico.
O Homem passou de recolector a produtor e desenvolveu uma economia de produção.
Os progressos técnicos foram notáveis.
A agricultura e a pastorícia exigiram a invenção de novas técnicas e instrumentos.
Nesta época o Homem continuou a fabricar a maior parte dos instrumentos em pedra. Porém ao aplicar a técnica do polimento tornou-os mais resistentes e perfeitos.
Para o trabalho agrícola fabricou-se a enxada, o machado, a foice e o arado. A mó e o almofariz destinavam-se á moagem de cereais.
Outras inovações técnicas do Neolítico resultaram da necessidade de armazenar e transportar produtos, tais como a cerâmica e a cestaria.
Por sua vez a invenção do tear manual permitiu o fabrico de tecidos e o surgimento de uma outra ténica, a tecelagem.
Também se inventou a roda e a vela.
No período Neolítico o Homem tornou-se agricultor, pastor e artesão.
SEDENTARIZAÇÃO
Com a descoberta da agricultura e da domesticação de animais o Homem deixou o modo de vida nómada. Como não podia abandonar as suas terras e rebanhos, passou a viver permanentemente no mesmo local.
REVOLUÇÃO NEOLÍTICA
Neste período as transformações na vida do homem foram tão profundas que os historiadores consideram que ocorreu uma revolução, designada revolução neolítica.
Os agricultores e pastores concentraram-se em pequenos povoados, junto das terras férteis e na proximidade de água.
Apareceram então os primeiros aldeamentos. Eram protegidos por fossos e muralhas. As casas eram construídas com materiais disponíveis na região, tais como pedra, madeira e barro e cobertas de colmo.
É no Próximo Oriente que se encontram os vestígios mais antigos de aldeamentos Neolíticos, como Çatal Huyuk (Turquia), Jericó (Israel) e Jarmo (Iraque).
DIFERENCIAÇÃO SOCIAL
O aparecimento dos primeiros povoados e da economia de produção permitiu a acumulação de excedentes., que explica as profundas alterações na organização social da tribo.
Deste modo estabeleceu-se uma divisão do trabalho devido à especialização de funções, já que era necessário que todos os membros da tribo praticassem actividades ligadas à produção ou obtenção de alimentos.
Estas alterações promoveram a diferenciação e a hierarquia social com base na idade (os mais velhos dirigiam a comunidade), sexo (as mulheres dedicavam-se à agricultura e os homens à caça e à pastorícia), riqueza (a posse da terra e de rebanhos) e funções desempenhadas por cada indivíduo ( por exemplo, sacerdotes, guerreiros e chefes).
CULTOS
O Homem do Neolítico para sobreviver dependia da agricultura e da pastorícia. Por isso sentiu necessidade de prestar culto às forças da natureza, ou seja, ao Sol, a água, ao vento, à terra e à lua.
Nesta época o Homem acreditaria que ao divinizar a Natureza através das suas práticas religiosas, contribuía para a obtenção de abundantes colheitas e para a reprodução de animais.
A principal divindade das comunidades agrícolas do Neolítico foi a Deusa-Mãe, representada por estatuetas de figuras femininas.
A associação estabelecida entre a terra e a mulher reside no facto de, tanto uma como outra, simbolizarem a vida e a fertilidade. Desta forma, as deusas-mães são representações dos cultos agrários do neolítico.
NOVAS FORMAS ARTÍSTICAS
No Neolítico, as comunidades também prestavam culto aos mortos através da construção de monumentos grandiosos e, ainda, aos astros, nomeadamente à Lua e ao Sol.
Uma nova forma de arte nasceu neste período: Os megalitos.
Estes monumentos eram feitos com enormes blocos de pedra e aparecem em toda a Europa.
Os monumentos megalíticos apresentam várias formas:
. Anta ou Dólmen, monumento funerário, construído a partir de três ou mais pedras colocadas ao alto e coberto por lajes, onde se enterravam os mortos.
. Menir, grande bloco de pedra, colocado verticalmente no solo. É o monumento funerário mais simples.
. Alinhamento, agrupamento de menires em linha, relacionados com o culto dos astros e da Natureza.
. Cromeleque, agrupamento de menires dispostos geralmente em círculo, associado ao culto dos astros e da Natureza, considerado um local de rituais religiosos e de encontro tribal.
As origens da humanidade - Período Paleolítico (3.000.000 a.C. - 10.000 a.C.)
As origens do Homem remontam ao aparecimento dos primeiros hominídeos há cerca de 4 milhões de anos, em África.
O australopiteco é considerado o primeiro hominídeo.
Os antepassados do Homem apresentavam características físicas e mentais diferentes das do Homem actual.
A sua evolução verificou-se através de um longo e lento processo - hominização - que chegou até ao Homo sapiens sapiens, o Homem actual.
O estudo deste período da Humanidade, denominado Paleolítico (período da pedra lascada) tem sido desenvolvido pela arqueologia, ciência que pesquisa e interpreta os vestígios da actividade humana.
O processo de hominização foi simultâneo ao fabrico dos primeiros instrumentos pelo Homo habilis. Os primeiros instrumentos, seixos quebrados, eram talhados numa só face, sendo depois aperfeiçoados em bifaces.
4.000.000 anos - Australopiteco - bipedia, verticalidade, libertação da mão, cerca de 1,20 m.
2.000.000 anos - Homo habilis - fabrico de instrumentos, desenvolvimento da inteligência, cerca de 1,40 m.
1.400.000 anos - Homo erectus - descoberta e domínio do fogo, instrumentos bifaces, cerca de 1,50 m.
100.000 anos - Homo sapiens - Ritos mágicos e culto dos mortos, pontas de lanças, cerca de 1,60 m.
35.000 anos - Homo sapiens sapiens - Arte rupestre e arte móvel, arpão, propulsor, cerca de 1,80 m.
Os primeiros homens praticavam uma economia recolectora - para se alimentar dependiam daquilo que a Natureza lhes oferecia. Caçavam, pescavam e recolhiam raízes, frutos silvestres, vegetais e ovos.
A procura constante de alimentos impôs o nomadismo quando os alimentos se esgotavamo Homem deslocava-se para outras regiões para garantir a sua subsistência.
há cerca de 400.000 anos o Homo erectus descobriu a forma de produzir o fogo, o que constituíu uma ds principais conquistas do Homem no domínio da natureza.
O desenvolvimento da cooperação entre os membros da comunidade, em tarefas do quitidiano como a caça e a recolecção, conduziu à organização social (divisão de tarefas), o que conduziu a uma melhoria alimentar e ao crescimento populacional.
As primeiras migrações fizeram-se progressivamente a partir de África e expandiram-se para outros continentes, sendo os primeiros a Europa e a Ásia, seguindo-se os continentes australiano e americano nos finais do paleolítico. A última glaciação provocou a diminuição do nível das águas do mar e cobriu de gelo as terras e mares do Norte. Tal fenómeno permitiu a ligação entre alguns continentes como a Ásia e a América. No final do Paleolítico superior todos os continentes eram habitados pelo homem.
Sabemos pouco acerca das crenças dos primeiros Homens. Porém os documentos indiciam que no Paleolítico, o Homem praticava ritos mágicos como uma forma de dominar a natureza e de salvaguardar a sua sobrevivência.
O Homo sapiens terá sido o primeiro hominídeo a realizar o enterramento dos seus mortos. O culto dos mortos está bem presente em sepulturas em que o cadáver era enterrado em posição fetal, pintado, coberto de flores e com adornos. Esta prática revela que o Homem provavelmente acreditava na vida para além da morte. Outros rituais seriam praticados, tais como sacrifícios humanos e danças com utilização de máscaras por feiticeiros.
As primeiras manifestações artísticas do Homem remontam ao Paleolítico Superior, entre o 35º e o 9º milénio a.C.
A Arte Rupestre ou Parietal foi desnvolvida em grutas, cavernas e em rochas ao ar livre, com pinturas, relevos e gravuras. As cenas de caça e pinturas de animais são os principais temas deste tipo de arte. Mas o Homem também pintava marcas de mãos humanas e símbolos. A figura humana raramente aparece na arte rupestre.
Outro tipo de arte do Paleolítico foi a arte móvel. Pequenas estatuetas femininas (Vénus) e instrumentos com cabeças de animais eram esculpidos em pedra, osso ou marfim.
A arte paleolítica está associada às crenças religiosas do Homem neste período. Tem um significado mágico-religioso, em que a representação de cenas de caça pretendia assegurar uma boa caçada através do desenho de animais atingidos por setas. Por sua vez, as Vénus representavam a fecundidade da mulher através das suas formas físicas exageradas.
O australopiteco é considerado o primeiro hominídeo.
Os antepassados do Homem apresentavam características físicas e mentais diferentes das do Homem actual.
A sua evolução verificou-se através de um longo e lento processo - hominização - que chegou até ao Homo sapiens sapiens, o Homem actual.
O estudo deste período da Humanidade, denominado Paleolítico (período da pedra lascada) tem sido desenvolvido pela arqueologia, ciência que pesquisa e interpreta os vestígios da actividade humana.
O processo de hominização foi simultâneo ao fabrico dos primeiros instrumentos pelo Homo habilis. Os primeiros instrumentos, seixos quebrados, eram talhados numa só face, sendo depois aperfeiçoados em bifaces.
4.000.000 anos - Australopiteco - bipedia, verticalidade, libertação da mão, cerca de 1,20 m.
2.000.000 anos - Homo habilis - fabrico de instrumentos, desenvolvimento da inteligência, cerca de 1,40 m.
1.400.000 anos - Homo erectus - descoberta e domínio do fogo, instrumentos bifaces, cerca de 1,50 m.
100.000 anos - Homo sapiens - Ritos mágicos e culto dos mortos, pontas de lanças, cerca de 1,60 m.
35.000 anos - Homo sapiens sapiens - Arte rupestre e arte móvel, arpão, propulsor, cerca de 1,80 m.
Os primeiros homens praticavam uma economia recolectora - para se alimentar dependiam daquilo que a Natureza lhes oferecia. Caçavam, pescavam e recolhiam raízes, frutos silvestres, vegetais e ovos.
A procura constante de alimentos impôs o nomadismo quando os alimentos se esgotavamo Homem deslocava-se para outras regiões para garantir a sua subsistência.
há cerca de 400.000 anos o Homo erectus descobriu a forma de produzir o fogo, o que constituíu uma ds principais conquistas do Homem no domínio da natureza.
O desenvolvimento da cooperação entre os membros da comunidade, em tarefas do quitidiano como a caça e a recolecção, conduziu à organização social (divisão de tarefas), o que conduziu a uma melhoria alimentar e ao crescimento populacional.
As primeiras migrações fizeram-se progressivamente a partir de África e expandiram-se para outros continentes, sendo os primeiros a Europa e a Ásia, seguindo-se os continentes australiano e americano nos finais do paleolítico. A última glaciação provocou a diminuição do nível das águas do mar e cobriu de gelo as terras e mares do Norte. Tal fenómeno permitiu a ligação entre alguns continentes como a Ásia e a América. No final do Paleolítico superior todos os continentes eram habitados pelo homem.
Sabemos pouco acerca das crenças dos primeiros Homens. Porém os documentos indiciam que no Paleolítico, o Homem praticava ritos mágicos como uma forma de dominar a natureza e de salvaguardar a sua sobrevivência.
O Homo sapiens terá sido o primeiro hominídeo a realizar o enterramento dos seus mortos. O culto dos mortos está bem presente em sepulturas em que o cadáver era enterrado em posição fetal, pintado, coberto de flores e com adornos. Esta prática revela que o Homem provavelmente acreditava na vida para além da morte. Outros rituais seriam praticados, tais como sacrifícios humanos e danças com utilização de máscaras por feiticeiros.
As primeiras manifestações artísticas do Homem remontam ao Paleolítico Superior, entre o 35º e o 9º milénio a.C.
A Arte Rupestre ou Parietal foi desnvolvida em grutas, cavernas e em rochas ao ar livre, com pinturas, relevos e gravuras. As cenas de caça e pinturas de animais são os principais temas deste tipo de arte. Mas o Homem também pintava marcas de mãos humanas e símbolos. A figura humana raramente aparece na arte rupestre.
Outro tipo de arte do Paleolítico foi a arte móvel. Pequenas estatuetas femininas (Vénus) e instrumentos com cabeças de animais eram esculpidos em pedra, osso ou marfim.
A arte paleolítica está associada às crenças religiosas do Homem neste período. Tem um significado mágico-religioso, em que a representação de cenas de caça pretendia assegurar uma boa caçada através do desenho de animais atingidos por setas. Por sua vez, as Vénus representavam a fecundidade da mulher através das suas formas físicas exageradas.
01/10/10
Calendário da Terra, segundo prof. Calamar
TEMPOS DE FORMAÇÃO
.Estabelecimento do sistema solar
.Esfriamento da Terra
.Princípio da atmosfera e da hidrosfera
.Formação dos continentes e das bacias dos oceanos
ARQUEOZOICA
Começam a aparecer criaturas vivas sobre a Terra
PROTEROZOICA
Princípio de vários troncos de invertebrados
ERA PALEOZOICA - PERÍODO CAMBRIANO (600.000.000 de anos)
Povoamento do mar por invertebrados (só invertebrados: Braquiopodos, Trilobitas e outras formas de conchas, etc.)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO ORDOVICIANO (500.000.000 de anos)
Invertebrados (Cistoides, Blastoides, Cefalópodos, Trilobitas e outras formas de conchas)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO SILURIANO (450.000.000 de anos)
Peixes, princípio dos animais terrestres (primeiros animais que respiram ar - escorpiões, corais, peixes encouraçados, braquiopodos, trilobitas, moluscos, etc.)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO DEVONIANO (310.000.000 a 400.000.000 de anos)
Princípio da flora terrestre. Primeiros anfíbios (carangueijos, conchas terrestres, insectos, tubarões, outros peixes, moluscos, crinoides)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO CARBONÍFERO (260.000.000 a 300.000.000 de anos)
Anfíbios. Surgimento de insectos. Primeiros répteis. (Carangueijos, Peixes pneumobrânquios, aranhas, muitos insectos, anfíbios, crinoides, etc.)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO PERMIANO (200.000.000 de anos)
Muitos dos répteis primitivos (possíveis ancestrais dos mamíferos, cefalópodes, etc.)
ERA MESOZOICA - PERÍODO TRIÁSSICO (180.000.000 de anos)
Primitivos dinossaurios, outros répteis, amonitas.
ERA MESOZOICA - PERÍODO JURÁSSICO (100.000.000 a 150.000.000 de anos)
Primeiros pássaros. Dinossáurios (Brontossáurios, Estegossáurios), Plesiossáurios, Arqueoptérix, Répteis, Ictiossáurios, Répteis Pterodactilos.
ERA MESOZOICA - PERÍODO CRETÁCEO (70.000.000 a 90.000.000 de anos)
Princípio da flora moderna. Insectos superiores. Dinossáurios (Tiranossáurio, Triceratops, Tracodonte, etc.). Peixes. Mosassáurios. Pterodactilos. Pássaros dentados. Tartarugas. Pequenos mamíferos.
ERA CENOZOICA - PERÍODO EOCENO (60.000.000 de anos)
Uintaterio. Cavalo de 4 dedos. Zeuglodonte. Carnívoros primitivos. Primitivos herbívoros.
ERA CENOZOICA - PERÍODO OLIGOCENO (26.000.000 de anos)
Mamíferos. Titanoterio. Hienodonte. Primitivos Eloterios.
ERA CENOZOICA - PERÍODO MIOCENO (18.000.000 de anos)
Moropos. Elotérios. Pequenos rinocerontes. Cavalos de 3 dedos. Mastodontes de 4 presas. Oreodontes.
ERA CENOZOICA - PERÍODO PLIOCENO (6.000.000 de anos)
Cavalos de 3 dedos. Girafas. Camelos. Mastodontes.
ERA CENOZOICA - PERÍODO PLEISTOCENO (1.000.000 de anos). ÉPOCA GLACIAL.
Homem primitivo. Mamutes. Mastodontes. Cervo-alces. Castor gigante. Tapir. Megaterio. Cliptodonte. Tigres com dentes de sabre. Bisontes. Cavalos.
ERA CENOZOICA - TEMPOS RECENTES. ÉPOCA PÓS-GLACIAL
Flora e Fauna actuais.
.Estabelecimento do sistema solar
.Esfriamento da Terra
.Princípio da atmosfera e da hidrosfera
.Formação dos continentes e das bacias dos oceanos
ARQUEOZOICA
Começam a aparecer criaturas vivas sobre a Terra
PROTEROZOICA
Princípio de vários troncos de invertebrados
ERA PALEOZOICA - PERÍODO CAMBRIANO (600.000.000 de anos)
Povoamento do mar por invertebrados (só invertebrados: Braquiopodos, Trilobitas e outras formas de conchas, etc.)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO ORDOVICIANO (500.000.000 de anos)
Invertebrados (Cistoides, Blastoides, Cefalópodos, Trilobitas e outras formas de conchas)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO SILURIANO (450.000.000 de anos)
Peixes, princípio dos animais terrestres (primeiros animais que respiram ar - escorpiões, corais, peixes encouraçados, braquiopodos, trilobitas, moluscos, etc.)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO DEVONIANO (310.000.000 a 400.000.000 de anos)
Princípio da flora terrestre. Primeiros anfíbios (carangueijos, conchas terrestres, insectos, tubarões, outros peixes, moluscos, crinoides)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO CARBONÍFERO (260.000.000 a 300.000.000 de anos)
Anfíbios. Surgimento de insectos. Primeiros répteis. (Carangueijos, Peixes pneumobrânquios, aranhas, muitos insectos, anfíbios, crinoides, etc.)
ERA PALEOZOICA - PERÍODO PERMIANO (200.000.000 de anos)
Muitos dos répteis primitivos (possíveis ancestrais dos mamíferos, cefalópodes, etc.)
ERA MESOZOICA - PERÍODO TRIÁSSICO (180.000.000 de anos)
Primitivos dinossaurios, outros répteis, amonitas.
ERA MESOZOICA - PERÍODO JURÁSSICO (100.000.000 a 150.000.000 de anos)
Primeiros pássaros. Dinossáurios (Brontossáurios, Estegossáurios), Plesiossáurios, Arqueoptérix, Répteis, Ictiossáurios, Répteis Pterodactilos.
ERA MESOZOICA - PERÍODO CRETÁCEO (70.000.000 a 90.000.000 de anos)
Princípio da flora moderna. Insectos superiores. Dinossáurios (Tiranossáurio, Triceratops, Tracodonte, etc.). Peixes. Mosassáurios. Pterodactilos. Pássaros dentados. Tartarugas. Pequenos mamíferos.
ERA CENOZOICA - PERÍODO EOCENO (60.000.000 de anos)
Uintaterio. Cavalo de 4 dedos. Zeuglodonte. Carnívoros primitivos. Primitivos herbívoros.
ERA CENOZOICA - PERÍODO OLIGOCENO (26.000.000 de anos)
Mamíferos. Titanoterio. Hienodonte. Primitivos Eloterios.
ERA CENOZOICA - PERÍODO MIOCENO (18.000.000 de anos)
Moropos. Elotérios. Pequenos rinocerontes. Cavalos de 3 dedos. Mastodontes de 4 presas. Oreodontes.
ERA CENOZOICA - PERÍODO PLIOCENO (6.000.000 de anos)
Cavalos de 3 dedos. Girafas. Camelos. Mastodontes.
ERA CENOZOICA - PERÍODO PLEISTOCENO (1.000.000 de anos). ÉPOCA GLACIAL.
Homem primitivo. Mamutes. Mastodontes. Cervo-alces. Castor gigante. Tapir. Megaterio. Cliptodonte. Tigres com dentes de sabre. Bisontes. Cavalos.
ERA CENOZOICA - TEMPOS RECENTES. ÉPOCA PÓS-GLACIAL
Flora e Fauna actuais.
28/09/10
26/09/10
Citando Charles Chaplin
“Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis”.
“Já fiz coisas por impulso, Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.”
“Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia”
“Já fiz amigos eternos, já amei e fui amado”
“Mas também já fui rejeitado, Já fui amado e não soube amar”
“Já gritei e pulei de tanta felicidade”
“Já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes!”
“Já chorei ouvindo música e vendo fotos”
“Já liguei só pra escutar uma voz. Já me apaixonei por um sorriso”
“Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e...tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!”
“E ainda vivo!”
“Não passo pela vida... e você também não deveria passar. Viva!”
“Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão”
“Perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve .”
“A VIDA É MUITO para ser insignificante!”
Charles Chaplin
“Já fiz coisas por impulso, Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.”
“Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia”
“Já fiz amigos eternos, já amei e fui amado”
“Mas também já fui rejeitado, Já fui amado e não soube amar”
“Já gritei e pulei de tanta felicidade”
“Já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes!”
“Já chorei ouvindo música e vendo fotos”
“Já liguei só pra escutar uma voz. Já me apaixonei por um sorriso”
“Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e...tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!”
“E ainda vivo!”
“Não passo pela vida... e você também não deveria passar. Viva!”
“Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão”
“Perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve .”
“A VIDA É MUITO para ser insignificante!”
Charles Chaplin
11/07/10
Mitologia das Sociedades Tradicionais da África Negra
A quantidade de etnias africanas é de tal modo grande e o seu tradicionalismo é tão profundo, que se torna impossível ordenar as mitologias desses povos.
Os povos africanos tendem a admitir um Deus supremo, mas uns encaram-no como criador do primeiro homem e da primeira mulher, enquanto outros lhe atribuem a criação de tudo o que é visível.
Geralmente prestam culto às forças da natureza, concretizados no Sol, na Lua, no Céu, nos Rios, nas Montanhas, nos Ventos.
O facto de quase todos os povos tradicionais actuais adorarem um Ente Supremo ao mesmo tempo que são idolatras, entregando-se às mais variadas formas de feiticismo, tem a seguinte explicação para os antropólogos:
- A crença nos espíritos, nas forças da natureza, na magia e nos feiticeiros, toma um carácter familiar e rotineiro, e coloca essas divindades, génios e poderes mágicos, no mesmo plano dos homens e muito mais perto deles do que do Deus omnipotente.
- Consequentemente, todos os homens são capazes de se aproximar dos seus deuses e espíritos familiares para os honrar, lhes dirigir preces ou oferecer sacrifícios.
- Também podem concretizar esses mitos nas formas mais estranhas, que são ainda o produto da imaginação humana.
- O Deus transcendente não é objectivado mas sentido.
No Nordeste predomina o animismo, à medida que se avança para o Sul, acentua-se a transformação do feiticismo em idolatria.(feiticeiros são entes quase sobrenaturais, de grande prestígio e força, que tratam de todas as doenças por meio de exorcismos, em algumas regiões chegam a classificar-se por especialidades. da caça, dos tornados, da pantera, da mulher grávida, do caimão, os que descobrem os crimes, os que recebem as revelações dos mortos, os que têm o poder de provocar a morte, etc.).
A crença na existência da alma depois da morte é geral. Muitos acreditam que a alma reencarna em determinados animais ou em determinadas plantas.
Mesmo quando não há animismo, os primitivos actuais acreditam que os seus antepassados acreditaram nele.
Temem as cavernas por serem locais de refúgio de monstros e de forças malignas.
também há totemismo.
Existe uma mitologia de animais.
A prática de sacrifícios tem declinado. Predominam os sacrifícios propiciatórios, mas são frequentes estranhos sacrifícios purificadores. Os sacrifícios humanos tornaram-se raros.
Há casos em que a impureza confere uma força mítica. Por vezes praticam o incesto quando querem ficar com um grande poder para triunfar numa empresa difícil. A sexualidade em África em termos de casais regulares, representa a própria sociedade, o adultério e o incesto alteram a ordem estabelecida.
A prática da adivinhação é geral.
O culto dos crânios continua a ser praticado em alguns pontos de África.
A comunicação com os deuses faz-se por dois caminhos - o das preces e o do cerimonial, acompanhados de rituais facilitadores da comunicação que exprimem os desejos e as intenções humanas.
Normalmente são os feiticeiros e mágicos que se encarregam de todo o cerimonial ritual.
Há uma ligação profunda entre o homem vivente e os seus antepassados.
O povo mais primitivo de África são os Pigmeus.
Segundo eles descendem directamente de um Deus, esta ideia dá-lhes uma grande consolação e felicidade, apesar de serem completamente pobres. Não prestam culto a essa divindade celeste acerca do qual contam a seguinte lenda: Deus criou os homens que viviam junto dele e tinham o encargo de lhe obter caça de que necessitava. Numa ocasião, os antepassados caçaram o javali mas, em vez de o levarem à divindade, comeram-no ali mesmo.Quando o Deus teve conhecimento do que eles haviam feito, expulso-os da sua companhia e lançou-os na selva, onde ainda vivem. Mas há na terra outro Deus que lhes está próximo, que os protege e a quem prestam culto. também oferecem as primícias da caça ao Deus da selva e fazem-lhe oferendas propiciatórias. As danças mágicas dos pigmeus são célebres, dado que há 48 séculos foram admirados pelos faraós da IV dinastia: um general egípcio gostou tanto que levou consigo um pigmeu como presente para o faraó o ver dançar.
Os povos africanos tendem a admitir um Deus supremo, mas uns encaram-no como criador do primeiro homem e da primeira mulher, enquanto outros lhe atribuem a criação de tudo o que é visível.
Geralmente prestam culto às forças da natureza, concretizados no Sol, na Lua, no Céu, nos Rios, nas Montanhas, nos Ventos.
O facto de quase todos os povos tradicionais actuais adorarem um Ente Supremo ao mesmo tempo que são idolatras, entregando-se às mais variadas formas de feiticismo, tem a seguinte explicação para os antropólogos:
- A crença nos espíritos, nas forças da natureza, na magia e nos feiticeiros, toma um carácter familiar e rotineiro, e coloca essas divindades, génios e poderes mágicos, no mesmo plano dos homens e muito mais perto deles do que do Deus omnipotente.
- Consequentemente, todos os homens são capazes de se aproximar dos seus deuses e espíritos familiares para os honrar, lhes dirigir preces ou oferecer sacrifícios.
- Também podem concretizar esses mitos nas formas mais estranhas, que são ainda o produto da imaginação humana.
- O Deus transcendente não é objectivado mas sentido.
No Nordeste predomina o animismo, à medida que se avança para o Sul, acentua-se a transformação do feiticismo em idolatria.(feiticeiros são entes quase sobrenaturais, de grande prestígio e força, que tratam de todas as doenças por meio de exorcismos, em algumas regiões chegam a classificar-se por especialidades. da caça, dos tornados, da pantera, da mulher grávida, do caimão, os que descobrem os crimes, os que recebem as revelações dos mortos, os que têm o poder de provocar a morte, etc.).
A crença na existência da alma depois da morte é geral. Muitos acreditam que a alma reencarna em determinados animais ou em determinadas plantas.
Mesmo quando não há animismo, os primitivos actuais acreditam que os seus antepassados acreditaram nele.
Temem as cavernas por serem locais de refúgio de monstros e de forças malignas.
também há totemismo.
Existe uma mitologia de animais.
A prática de sacrifícios tem declinado. Predominam os sacrifícios propiciatórios, mas são frequentes estranhos sacrifícios purificadores. Os sacrifícios humanos tornaram-se raros.
Há casos em que a impureza confere uma força mítica. Por vezes praticam o incesto quando querem ficar com um grande poder para triunfar numa empresa difícil. A sexualidade em África em termos de casais regulares, representa a própria sociedade, o adultério e o incesto alteram a ordem estabelecida.
A prática da adivinhação é geral.
O culto dos crânios continua a ser praticado em alguns pontos de África.
A comunicação com os deuses faz-se por dois caminhos - o das preces e o do cerimonial, acompanhados de rituais facilitadores da comunicação que exprimem os desejos e as intenções humanas.
Normalmente são os feiticeiros e mágicos que se encarregam de todo o cerimonial ritual.
Há uma ligação profunda entre o homem vivente e os seus antepassados.
O povo mais primitivo de África são os Pigmeus.
Segundo eles descendem directamente de um Deus, esta ideia dá-lhes uma grande consolação e felicidade, apesar de serem completamente pobres. Não prestam culto a essa divindade celeste acerca do qual contam a seguinte lenda: Deus criou os homens que viviam junto dele e tinham o encargo de lhe obter caça de que necessitava. Numa ocasião, os antepassados caçaram o javali mas, em vez de o levarem à divindade, comeram-no ali mesmo.Quando o Deus teve conhecimento do que eles haviam feito, expulso-os da sua companhia e lançou-os na selva, onde ainda vivem. Mas há na terra outro Deus que lhes está próximo, que os protege e a quem prestam culto. também oferecem as primícias da caça ao Deus da selva e fazem-lhe oferendas propiciatórias. As danças mágicas dos pigmeus são célebres, dado que há 48 séculos foram admirados pelos faraós da IV dinastia: um general egípcio gostou tanto que levou consigo um pigmeu como presente para o faraó o ver dançar.
Mitologia das Sociedades Tradicionais actuais
hoje em dia as principais Sociedades Tradicionais existem na África Negra e na Oceânia.
Apesar de se poder contactar directamente com os "primitivos actuais", as suas concepções mitológicas ou religiosas mantêm-se quase sempre obscuras.
Por um lado não há uma perfeita equivalência entre o seu vocabulário e o das sociedades complexas e, por outro lado, há uma variedade quase ilimitada de cultos e ritos.
Contudo, de uma forma geral, o primitivo sente-se disperso na natureza, por exemplo atribui alma a seres inanimados, e só quando está no seu grupo e no seu habitat é que se sente verdadeiramente ele.
Só assim se pode compreender um povo arcaico.
O Universo mitológico das sociedades tradicionais é de tal modo denso e povoado por seres imaginários que não é possível explorá-lo completamente ou traçar itinerários.
Apesar de se poder contactar directamente com os "primitivos actuais", as suas concepções mitológicas ou religiosas mantêm-se quase sempre obscuras.
Por um lado não há uma perfeita equivalência entre o seu vocabulário e o das sociedades complexas e, por outro lado, há uma variedade quase ilimitada de cultos e ritos.
Contudo, de uma forma geral, o primitivo sente-se disperso na natureza, por exemplo atribui alma a seres inanimados, e só quando está no seu grupo e no seu habitat é que se sente verdadeiramente ele.
Só assim se pode compreender um povo arcaico.
O Universo mitológico das sociedades tradicionais é de tal modo denso e povoado por seres imaginários que não é possível explorá-lo completamente ou traçar itinerários.
07/07/10
Tirar uma pós-graduação na UNISETI? Resposta ao desafio.
Em 2008 a UNISETI (Universidade Sénior de Setúbal) lançou o projecto do CEP (Centro de Estudos Pós-Graduados), como uma forma de proporcionar aos alunos interessados e com competências para tal, a possibilidade de produzir trabalho e pensamento, com um grau de exigência académico.
Posto perante o desafio, havia que escolher o assunto.
Uma possibilidade seria investigar acerca de Setúbal. Exemplos de assuntos não faltavam: Economia de Setúbal no séc. XX ou Economia de Setúbal no séc. XIX, Demografia de Setúbal no séc XX, Demografia de Setúbal no séc. XIX, A industria conserveira em Setúbal, Litografia na industria conserveira, Importância da sardinha, laranja e sal na economia de Setúbal, artes e pescas, figuras populares, Festas populares e romarias, Lendas, Revoltas na industria conserveira, ofícios do séc XVIII ao Séc. XX, Grandes acontecimentos em Setúbal, Vida e obra de grandes pintores setubalenses, O lazer em Setúbal, Os pescadores e descobridores setubalenses, Os grandes professores de Setúbal, Setubalenses de valor nas forças armadas, na política e na religião, Setubalenses de valor nas artes e nas letras, etc.etc.
Outra possibilidade seria optar por um tema diverso. Foi este que seguimos. Desperto, nas aulas de História de Arte, para a problemática da insignificância da mulher artista na história da pintura, resolvemos investigar neste campo.
Seguindo o método de Raymond Quivy, teria, em primeiro lugar, que escolher a pergunta de partida (as perguntas de partida são aquelas através das quais o investigador tenta pôr em evidência os processos sociais, económicos, políticos ou culturais que permitem compreender melhor os fenómenos e os acontecimentos observáveis e interpretá-los mais acertadamente.) que 1- deveria ser muito clara, sucinta e aberta, para permitir que várias respostas diferentes devam poder ser encaradas à priori e que não se deve ter uma resposta pré-concebida e 2- se é uma pergunta sobre o que existiu, deve ver-se como funciona.
Iniciámos a procura da pergunta de partida:
"Porque é que a História da Arte só regista o trabalho criativo dos homens, ignorando o trabalho criativo das mulheres?"
Esta é uma pergunta muito larga, de enorme dimensão. Há que dizer onde começa e acaba a nossa investigação.
"Quais as razões pelas quais a História da Arte omite dos seus registos a criatividade artística das mulheres, nomeadamente nos séculos mais afastados?"
Esta pergunta abre logo para outras perguntas, por exemplo:
" Será que as mulheres dessa época não produziam trabalhos criativos, obras de arte?"
"Será que os seus trabalhos criativos não se enquadravam na esfera da arte? porquê?"
"Será que as mulheres artistas não existiram naquela época ou a sua omissão na história foi deliberada e, se assim foi, porquê?"
"Será que o factor da "diferença sexual e de género" que torna a cultura dominante uma cultura pautada essencialmente pelo masculino, não terá tido uma influência directa nessa omissão do nome das mulheres artistas na História da Arte?"
Leituras
Para responder às perguntas anteriores que livros é preciso ler? Ou que temas?
. A História Geral da época cronológica que se quer trabalhar.
. Bibliografia relacionada com a História da Arte.
. Bibliografia relacionada com a questão do género.
. Bibliografia sobre a temática da condição geral da mulher, na cultura e na sociedade em geral.
Posto perante o desafio, havia que escolher o assunto.
Uma possibilidade seria investigar acerca de Setúbal. Exemplos de assuntos não faltavam: Economia de Setúbal no séc. XX ou Economia de Setúbal no séc. XIX, Demografia de Setúbal no séc XX, Demografia de Setúbal no séc. XIX, A industria conserveira em Setúbal, Litografia na industria conserveira, Importância da sardinha, laranja e sal na economia de Setúbal, artes e pescas, figuras populares, Festas populares e romarias, Lendas, Revoltas na industria conserveira, ofícios do séc XVIII ao Séc. XX, Grandes acontecimentos em Setúbal, Vida e obra de grandes pintores setubalenses, O lazer em Setúbal, Os pescadores e descobridores setubalenses, Os grandes professores de Setúbal, Setubalenses de valor nas forças armadas, na política e na religião, Setubalenses de valor nas artes e nas letras, etc.etc.
Outra possibilidade seria optar por um tema diverso. Foi este que seguimos. Desperto, nas aulas de História de Arte, para a problemática da insignificância da mulher artista na história da pintura, resolvemos investigar neste campo.
Seguindo o método de Raymond Quivy, teria, em primeiro lugar, que escolher a pergunta de partida (as perguntas de partida são aquelas através das quais o investigador tenta pôr em evidência os processos sociais, económicos, políticos ou culturais que permitem compreender melhor os fenómenos e os acontecimentos observáveis e interpretá-los mais acertadamente.) que 1- deveria ser muito clara, sucinta e aberta, para permitir que várias respostas diferentes devam poder ser encaradas à priori e que não se deve ter uma resposta pré-concebida e 2- se é uma pergunta sobre o que existiu, deve ver-se como funciona.
Iniciámos a procura da pergunta de partida:
"Porque é que a História da Arte só regista o trabalho criativo dos homens, ignorando o trabalho criativo das mulheres?"
Esta é uma pergunta muito larga, de enorme dimensão. Há que dizer onde começa e acaba a nossa investigação.
"Quais as razões pelas quais a História da Arte omite dos seus registos a criatividade artística das mulheres, nomeadamente nos séculos mais afastados?"
Esta pergunta abre logo para outras perguntas, por exemplo:
" Será que as mulheres dessa época não produziam trabalhos criativos, obras de arte?"
"Será que os seus trabalhos criativos não se enquadravam na esfera da arte? porquê?"
"Será que as mulheres artistas não existiram naquela época ou a sua omissão na história foi deliberada e, se assim foi, porquê?"
"Será que o factor da "diferença sexual e de género" que torna a cultura dominante uma cultura pautada essencialmente pelo masculino, não terá tido uma influência directa nessa omissão do nome das mulheres artistas na História da Arte?"
Leituras
Para responder às perguntas anteriores que livros é preciso ler? Ou que temas?
. A História Geral da época cronológica que se quer trabalhar.
. Bibliografia relacionada com a História da Arte.
. Bibliografia relacionada com a questão do género.
. Bibliografia sobre a temática da condição geral da mulher, na cultura e na sociedade em geral.
06/07/10
Etapas da investigação em ciências (sociais)- Raymond Quivy
O problema do conhecimento científico põe-se da mesma maneira par os fenómenos sociais e para os fenómenos naturais: em ambos os casos há hipóteses teóricas que devem ser confrontadas com dados de observação ou de experimentação. Toda a investigação deve, portanto, responder a alguns princípios estáveis e idênticos, ainda que vários percursos diferentes conduzam ao conhecimento científico.
Um procedimento é uma forma de progredir em direcção a um objectivo.
Expor o procedimento científico consiste, portanto, em descrever os princípios fundamentais a pôr em prática em qualquer trabalho de investigação.
Os métodos não são mais do que formalizações particulares do procedimento, percursos diferentes concebidos para estarem mais adaptados aos fenómenos ou domínios estudados.
As etapas do procedimento
Etapa 1: A pergunta de partida (clara e exequível)
Etapa 2: A exploração (As leituras, as entrevistas exploratórias)
Etapa 3: A problemática (Constrói-se a partir das leituras e das entrevistas - fazer o balanço, definir uma problemática e explicitar)
Etapa 4: A construção do modelo de análise (As hipóteses versus os conceitos)
Etapa 5: A observação (testar as hipóteses, construir os conceitos)
Etapa 6: A análise das informações
Etapa 7: As conclusões
Leituras:
.É preferível ler de modo aprofundado e crítico alguns textos bem escolhidos a ler superficialmente milhares de páginas.
.Procurar documentos cujos autores incluam análises e interpretações.
.Recolher textos que apresentem abordagens diversificadas do fenómeno.
Entrevistas em investigação social:
.Pôr o mínimo de perguntas possíveis
.Intervir de forma aberta
.Gravar as entrevistas
.Entrevistar docentes, investigadores, peritos, testemunhas previligiadas e o público a que o estudo diz respeito.
As hipóteses:
.Apresentam-se sob a forma de proposições de resposta às perguntas postas pelo investigador.
.São respostas provisórias e sumárias que guiarõ o trabalho e terão de ser testadas, corrigidas e aprofundadas.
O conceito:
.É uma construção abstracta que visa dar conta do real.
.Indicadores (atributos ou características) são manifestações , objectivamente observáveis e mensuráveis, das dimensões do conceito
.Há dois níveis de conceitos - Conceito Operatório Isolado (construído de forma indutiva, analítica a partir de observações directas, empírico, assente na experiência) e Conceito Sistemático (construído dedutivamente, com rigor sintético, assente na lógica das relações entre os elementos de um sistema, por raciocínio abstracto - dedução, analogia, oposição, implicação, etc.- ainda que se inspire forçosamente no comportamento dos objectos reais e nos conhecimentos anteriormente adquiridos acerca desses objectos. na maior parte dos casos, este trabalho abstracto articula-se com um ou outro quadro de pensamento mais geral, a que chamamos um Paradigma.)
Um procedimento é uma forma de progredir em direcção a um objectivo.
Expor o procedimento científico consiste, portanto, em descrever os princípios fundamentais a pôr em prática em qualquer trabalho de investigação.
Os métodos não são mais do que formalizações particulares do procedimento, percursos diferentes concebidos para estarem mais adaptados aos fenómenos ou domínios estudados.
As etapas do procedimento
Etapa 1: A pergunta de partida (clara e exequível)
Etapa 2: A exploração (As leituras, as entrevistas exploratórias)
Etapa 3: A problemática (Constrói-se a partir das leituras e das entrevistas - fazer o balanço, definir uma problemática e explicitar)
Etapa 4: A construção do modelo de análise (As hipóteses versus os conceitos)
Etapa 5: A observação (testar as hipóteses, construir os conceitos)
Etapa 6: A análise das informações
Etapa 7: As conclusões
Leituras:
.É preferível ler de modo aprofundado e crítico alguns textos bem escolhidos a ler superficialmente milhares de páginas.
.Procurar documentos cujos autores incluam análises e interpretações.
.Recolher textos que apresentem abordagens diversificadas do fenómeno.
Entrevistas em investigação social:
.Pôr o mínimo de perguntas possíveis
.Intervir de forma aberta
.Gravar as entrevistas
.Entrevistar docentes, investigadores, peritos, testemunhas previligiadas e o público a que o estudo diz respeito.
As hipóteses:
.Apresentam-se sob a forma de proposições de resposta às perguntas postas pelo investigador.
.São respostas provisórias e sumárias que guiarõ o trabalho e terão de ser testadas, corrigidas e aprofundadas.
O conceito:
.É uma construção abstracta que visa dar conta do real.
.Indicadores (atributos ou características) são manifestações , objectivamente observáveis e mensuráveis, das dimensões do conceito
.Há dois níveis de conceitos - Conceito Operatório Isolado (construído de forma indutiva, analítica a partir de observações directas, empírico, assente na experiência) e Conceito Sistemático (construído dedutivamente, com rigor sintético, assente na lógica das relações entre os elementos de um sistema, por raciocínio abstracto - dedução, analogia, oposição, implicação, etc.- ainda que se inspire forçosamente no comportamento dos objectos reais e nos conhecimentos anteriormente adquiridos acerca desses objectos. na maior parte dos casos, este trabalho abstracto articula-se com um ou outro quadro de pensamento mais geral, a que chamamos um Paradigma.)
05/07/10
Os mitos de Creta
Os mitos gregos de Creta falam de um reino contemporâneo das famílias reais de Tebas e Atenas, mas com poderes superiores aos reinos da Grécia continental. Existem provas arqueológicas que sugerem que estes mitos de Creta lançam um olhar retrospectivo para um reino que já existia muito antes de Tebas, Micenas ou Atenas se terem tornado cidades poderosas. A civilização cretense, também chamada de minóica, designação derivada do rei mítico Minos, prolongou-se por 1.500 anos mas entrou em declínio após a erupção vulcânica de Tera, por volta de 1450 AC. Os cretenses adoravam uma deusa mãe e peças de cerâmica que chegaram até aos nossos dias mostram homens jovens executando uma dança com um touro, talvez em homenagem à deusa. As memórias desta dança com o touro, distorcidas ao longo de gerações, podem ter contribuído para a história do Minotauro cretense.
Minos e o Minotauro
Minos era um dos três filhos de Zeus (Júpiter) e de Europa. Tornou-se rei de Creta após uma luta pelo poder travada com os irmãos. "Manda-me um touro dos mares" pedira Minos a Posidon (Neptuno) "para confirmar que tenho o direito de reinar". Um magnífico touro branco nadou até às costas de Creta, onde Minos deveria tê-lo sacrificado em honra do deus do mar, mas ele ficou tão embevecido com o touro que não pode suportar a ideia do matar. Manteve-o por isso entre o seu gado e sacrificou um animal inferior em seu lugar, esperando que Posidon não desse conta da diferença. Mas Posidon não era parvo e também não tardou a vingar-se. A rainha Pasifae, mulher de Minos, também reparou na beleza magnífica do touro branco, pelo que Posidon pediu a Afrodite (Vénus), a deusa do desejo, para atiçar em Pasifae o desejo do animal, e ela tornou-se obcecada pela ideia de manter relações sexuais com o bicho, mas corria o risco de ser pisada e esmagada, caso se aproximasse do touro sem qualquer protecção, pelo que recorreu ao inventor grego Dédalo para encontrar uma solução. Este construiu uma vaca de madeira dentro da qual Pasifae se poderia ocultar, qualquer coisa como uma miniatura do cavalo de Tróia, e o touro foi enganado com o estratagema. Pasifae ficou grávida do touro e nove meses depois deu à luz um filho Astério. Este nome em grego significa "estrelado", só que ele nasceu com a cabeça e o torso superior de um touro e a parte inferior com a forma de homem, e era vulgarmente conhecido pela alcunha Minotauro (que em grego significa "o touro de Minos"). O rei Minos sentia-se envergonhado e ultrajado com o nascimento do monstro e quis escondê-lo dos habitantes da ilha. Pediu por isso a Dédalo para construir um labirinto em Knossos, um espaço enorme, subterrâneo, com uma porta fechada a cadeado e que era a única entrada e saída. Minos esperava que o Minotauro aí vivesse em total segredo. Entretanto Pasifae recuperou do desejo louco que Afrodite lhe tinha imposto e voltou a ser uma esposa fiel. O rei e a rainha continuaram assim a ter outros filhos, entre os quais duas raparigas, Ariadne e Fedra, e um rapaz Andrógeo. Este último viria mais tarde a deslocar-se a Atenas , para tomar parte em jogos atléticos, conquistando todos os títulos. O rei de Atenas, Egeu, começou a suspeitar que este campeão não era só um atleta mas também um apoiante dos rebeldes que estavam a causar problemas no reino. Pelo que lhe armou uma emboscada, quando ele regressava a casa, de que resultou a sua morte às mãos dos homens de Egeu. Este crime viria a ser o ponto de partida para uma guerra entre Atenas e Creta, que viria a terminar com a derrota dos atenienses. A punição foi o fornecimento de sete rapazes e sete raparigas, de nove em nove anos. Toda a gente sabia que estes jovens atenienses estavam condenados a serem comidos pelo Minotauro.
Dédalo e Ícaro
Após Dédalo ter construído o intrincado labirinto em Creta, Minos aprisionou-o juntamente com o filho Ícaro numa torre. A intenção era manter secreta a existência do Minotauro, mas mesmo sabendo dos mexericos que grassavam por todo o lado, a principal razão para o secretismo era o desejo de deter o escândalo acerca da mulher Pasifae e o touro. A torre onde Minos tinha aprisionado Dédalo e o filho era bastante alta e eles encontravam-se no cimo. As escadas eram mantidas sob vigilância permanentemente, pelo que o rei estava seguro de que não poderiam fugir e por isso também não se preocupou com grilhões.
Dédalo olhou à volta do espaço para ver se descortinava alguma forma de fugir. Tinha com ele pedaços de cera e nos cantos da sala havia folhas e penas arrastadas pelo vento para dentro da janela. A torre nunca tinha sido limpa desde a sua construção. Dédalo juntou as penas e fez dois pares de asas com elas, colando-as com a cera. Escolheu para ele o par maior e deu o outro a Ícaro. "Tem cuidado." - recomendou ele ao filho - "Tens de seguir perto de mim. Não podes aproximar-te do mar, pois cairás se as penas se molharem, também não poderás aproximar-te do Sol, porque cairias se a cera aquecesse e derretesse."
Pai e filho passaram pela janela e voaram para fora da torre. Os cretenses que os viam pensavam que eram deuses imortais. Passaram voando sobre muitas das ilhas gregas e Ícaro começou a ficar aborrecido com o ritmo lento que o pai impunha assim como a altura sem variações a que seguiam. Certamente, pensou ele com os seus botões, o pai não daria conta se ele tentasse fazer umas manobras com as suas esplêndidas asas. Começou a fazer voos picados e saltos mortais pelos céus, cada vez voando mais alto, até ficar demasiado perto do Sol. A cera derreteu num instante o que fez com que se precipitasse no mar onde se afogou. Quando o pai olhou para trás, já só viu uma série de penas flutuando na água. E foi assim que o maior inventor, Dédalo, ajudou o filho a encontrar a liberdade, mas também a morte.
Anos mais tarde, Minos tentou forçar Dédalo a regressar a Creta, mas como não sabia para onde ele tinha ido, forjou um plano para o encontrar que era digno do próprio Dédalo. Minos ofereceu uma recompensa a quem conseguisse passar um fio por uma concha em espiral, desde a abertura até à ponta, convencido de que só Dédalo seria suficientemente inteligente para resolver a questão. Dédalo fez um furo na ponta da concha e besuntou-o com mel. Depois atou o fio numa formiga grande que enfiou pela abertura da concha e esta lá encontrou o caminho para chegar ao mel, arrastando consigo o fio. O rei da Sicília recebeu o prémio e acabou depois por confessar a Minos que, na realidade, o problema tinha sido resolvido pelo hóspede, um grande inventor. Minos dirigiu-se à Sicília em busca de Dédalo, mas as filhas do rei siciliano não quiseram perder a companhia do amado hóspede e atiraram com Minos para dentro de um banho onde o viriam a matar. A última invenção de Dédalo para Minos foi um tubo que partia do telhado por cima da banheira onde ele se encontrava e através do qual as princesas verteram água a ferver até que o rei de Creta morreu.
Teseu e Ariadne
Quando chegou a Atenas como um herói, Teseu não sabia nada dos reféns que estavam a ser enviados para Creta para morrerem, mas notou de imediato que as pessoas da cidade estavam mais ansiosas do que o normal e que no palácio tinham lugar rituais pesarosos. Quando lhe foi contado o que se passava, tomou logo a decisão de ajudar, pelo menos assumindo o lugar de um dos reféns que estavam para partir. Egeu esforçou-se desesperadamente para o convencer a não ir. Mas Teseu anunciou a decisão na praça do mercado e, uma vez tornada pública, o rei tinha mesmo de o enviar para Creta. "Não te atormentes mais" - disse Teseu - "eu prometo trazer todos os reféns de volta em triunfo, juntamente com a cabeça do Minotauro". A sua afirmação foi tão convincente que Egeu lhe deu umas velas brancas para equipar o barco na viagem de regresso. Até então o barco que fazia a ligação entre Atenas e Creta com a sua carga infeliz era equipado com velas negras, que significavam morte e luto. Agora, Egeu ousava esperar que veria o barco regressar com velas brancas de felicidade.
Durante a viagem, Teseu disse ao capitão do navio que tanto ele como os seus homens tinham de pernoitar em Creta prontos a partir em qualquer momento.O barco chegou ao porto de Creta e o rei Minos foi a bordo inspeccionar os reféns acompanhado pela mulher e pela filha Ariadne. A princesa apaixonou-se por Teseu mal o viu e, quando seguiam em procissão para o palácio, aproveitou uma oportunidade para lhe sussurrar ao ouvido "o Minotauro é meu meio-irmão, mas se quiseres casar comigo, ajudar-te-ei a matá-lo". Teseu concordou com um aceno de cabeça e uma grande satisfação; a sorte como habitualmente, traçava-lhe o caminho, ou seria obra da dourada Afrodite, a deusa do desejo, a quem ele tinha feito um sacrifício mesmo antes de partir de Atenas?
Ariadne arranjou uma forma de Teseu assinalar o percurso através do escuro labirinto de modo a que pudesse encontrar o caminho para a saída após acabar com o Minotauro. Ela deu-lhe um novelo de fio e disse-lhe para atar a ponta à porta. O fio iria sendo desenrolado à medida que ele fosse andando pelo labirinto, e para encontrar o caminho de volta , só tinha de seguir o fio pois este levá-lo-ia à saída. À noite os reféns foram levados para a entrada e empurrados, um a seguir ao outro, para a escuridão que cheirava a carnificina. Teseu conseguiu atar o fio de Ariadne na porta mal ela foi fechada e ordenou aos atenienses para se manterem ali e não se porem a andar, o que faria com que se perdessem, enquanto ele ia penetrar no labirinto, encontrar o monstro e matá-lo. Não dispunha de qualquer arma, evidentemente, e foi tacteando na escuridão, parando e escutando a cada curva do labirinto. Por fim, ouviu o Minotauro, que aguardava pacientemente pela primeira vítima para começar a espalhar o pânico e a gritaria. Teseu travou a sua mais dura luta, no escuro, de mãos vazias, contra um inimigo munido de chifres aguçados, mas o Minotauro tinha-se habituado a dar por satisfeito com a sua limitada dieta de atenienses aterrorizados e julgou mal este oponente. Assim, Teseu conseguiu atirá-lo ao chão, pegar-lhe pelos chifres e torcer-lhe a cabeça até lhe partir o pescoço.
Ariadne roubou a chave do labirinto e aguardava com a porta aberta, juntamente com os reféns atenienses, que Teseu chegasse agarrado ao fio. Correram todos para o porto e saltaram para dentro do navio que se fez à vela rumo a Atenas. O capitão e a tripulação não perderam tempo enquanto aguardavam no porto. Aproveitaram a escuridão para fazer buracos na maior parte dos navios cretenses, tendo deixado uns poucos que ainda ficaram em condições de navegar. Alguém deu o alarme e os habitantes de Creta precipitaram-se para os seus barcos para evitar que Teseu partisse, mas no meio de uma grande confusão só uns poucos conseguiram chegar perto do barco ateniense mas foram incapazes de o impedir de seguir o seu rumo.
Foi uma viagem tranquila e, passados poucos dias, Teseu e Ariadne chegaram à ilha de Naxos. Ariadne adormeceu à beira-mar e Teseu rastejou silenciosamente para dentro do barco e partiu. Ninguém sabe porque razão ele a abandonou. Ter-se-ia arrependido da promessa de casar com ela? Terá recebido instruções de Dionísio (Baco) que planeava desposá-la? Ou estaria ele farto dela após meia dúzia de noites de prazer, e até já andasse em perseguição de outra mulher? Fosse qual fosse a razão, a surpresa e o desgosto de Ariadne ao acordar não duraram muito. Ela pediu ajuda aos deuses e Dionísio apareceu de imediato com os companheiros de vadiagem, pronto a casar com ela na hora. A coroa que ela usou neste casamento viria depois a ser posta nos céus como Coroa Boreal.
Teseu seguiu para Atenas sem ela. No tumulto das aventuras, Teseu esqueceu-se de mudar as velas pretas para brancas, pelo que Egeu, que aguardava a sua chegada do cimo da Acrópole, um alto rochedo com lados em precipício, viu as velas pretas e, julgando que o filho tinha morrido, atirou-se da Acrópole para a morte e é em homenagem a ele que o Mar Egeu tem o seu nome.
Teseu tornou-se então rei de Atenas e governou durante muito tempo e, na maior parte dele, de forma sensata. Uma das suas decisões menos ponderadas foi o casamento com a Amazona Hipólita, a mesma mulher a quem Héracles (Hércules) tirou o cinto durante uma das suas tarefas; outras versões da história não referem Hipólita, mas sim a irmã Antiope. Fosse qual fosse a Amazona, a verdade é que Teseu a violou e a levou para Atenas, onde mais tarde ela viria a dar à luz o filho Hipólito. As irmãs de Hipólita ainda foram atacar Atenas, sem sucesso e, para cúmulo ainda tiveram o azar de matar Antíope (ou seria Hipólita?) com uma seta, durante a luta. A mulher seguinte foi igualmente uma escolha irreflectida de Teseu. Tratou-se de Freda, filha do rei Minos e de Pasifae, e irmã de Ariadne, a quem ele abandonara na ilha de Naxos. Quando Teseu levou Fedra para Atenas, ela ficou entusiasmada por Hipólito, o qual não tinha o menor interesse por ela. Afrodite tinha-a infectado com esta loucura amorosa por estar ofendida com Hipólito, que tinha feito votos de castidade à deusa virgem Ártemis (Diana) desprezando o desejo sexual da deusa. Fedra adoeceu de anseio ardente. Por fim, a sua aia descobriu o seu desejo secreto e aproximou-a de Hipólito, que estava com qualquer mulher, mas não com a esposa do pai. Em seguida, Fedra ficou cheia de medo de que Hipólito dissesse a Teseu do seu desejo pecaminoso por ele e, em desespero, enforcou-se tendo deixado uma placa de cera contendo a acusação de que Hipólito tinha tentado violá-la. Teseu acreditou na mulher e condenou o filho ao exílio. Posidon tinha, havia muito, dado a Teseu o dom dos três desejos e agora ele usava um deles para desejar a morte ao filho. E assim aconteceu, quando Hipólito conduzia o carro ao longo da costa, afastado de Atenas. Posidon fez estremecer a terra e enviou um touro do mar, o que fez com que os cavalos ficassem completamente desnorteados, galopassem para a praia e arrastassem Hipólito para a morte. Há quem diga que a constelação Cocheiro representa Hipólito. A deusa Ártemis apareceu a Teseu e revelou-lhe a verdade, ou seja, a inocência do filho. Se fosse permitido aos deuses chorarem, ela teria chorado pela morte do amigo muito querido. Teseu não teve mais nenhuns actos dignos de nota até à sua morte. Graças aos seus dotes, libertou o mundo de muitos homens malvados, mas a sua vida foi cheia de problemas, em larga medida provocados por ele, especialmente os seus comportamentos imprudentes e loucos com as mulheres.
Minos e o Minotauro
Minos era um dos três filhos de Zeus (Júpiter) e de Europa. Tornou-se rei de Creta após uma luta pelo poder travada com os irmãos. "Manda-me um touro dos mares" pedira Minos a Posidon (Neptuno) "para confirmar que tenho o direito de reinar". Um magnífico touro branco nadou até às costas de Creta, onde Minos deveria tê-lo sacrificado em honra do deus do mar, mas ele ficou tão embevecido com o touro que não pode suportar a ideia do matar. Manteve-o por isso entre o seu gado e sacrificou um animal inferior em seu lugar, esperando que Posidon não desse conta da diferença. Mas Posidon não era parvo e também não tardou a vingar-se. A rainha Pasifae, mulher de Minos, também reparou na beleza magnífica do touro branco, pelo que Posidon pediu a Afrodite (Vénus), a deusa do desejo, para atiçar em Pasifae o desejo do animal, e ela tornou-se obcecada pela ideia de manter relações sexuais com o bicho, mas corria o risco de ser pisada e esmagada, caso se aproximasse do touro sem qualquer protecção, pelo que recorreu ao inventor grego Dédalo para encontrar uma solução. Este construiu uma vaca de madeira dentro da qual Pasifae se poderia ocultar, qualquer coisa como uma miniatura do cavalo de Tróia, e o touro foi enganado com o estratagema. Pasifae ficou grávida do touro e nove meses depois deu à luz um filho Astério. Este nome em grego significa "estrelado", só que ele nasceu com a cabeça e o torso superior de um touro e a parte inferior com a forma de homem, e era vulgarmente conhecido pela alcunha Minotauro (que em grego significa "o touro de Minos"). O rei Minos sentia-se envergonhado e ultrajado com o nascimento do monstro e quis escondê-lo dos habitantes da ilha. Pediu por isso a Dédalo para construir um labirinto em Knossos, um espaço enorme, subterrâneo, com uma porta fechada a cadeado e que era a única entrada e saída. Minos esperava que o Minotauro aí vivesse em total segredo. Entretanto Pasifae recuperou do desejo louco que Afrodite lhe tinha imposto e voltou a ser uma esposa fiel. O rei e a rainha continuaram assim a ter outros filhos, entre os quais duas raparigas, Ariadne e Fedra, e um rapaz Andrógeo. Este último viria mais tarde a deslocar-se a Atenas , para tomar parte em jogos atléticos, conquistando todos os títulos. O rei de Atenas, Egeu, começou a suspeitar que este campeão não era só um atleta mas também um apoiante dos rebeldes que estavam a causar problemas no reino. Pelo que lhe armou uma emboscada, quando ele regressava a casa, de que resultou a sua morte às mãos dos homens de Egeu. Este crime viria a ser o ponto de partida para uma guerra entre Atenas e Creta, que viria a terminar com a derrota dos atenienses. A punição foi o fornecimento de sete rapazes e sete raparigas, de nove em nove anos. Toda a gente sabia que estes jovens atenienses estavam condenados a serem comidos pelo Minotauro.
Dédalo e Ícaro
Após Dédalo ter construído o intrincado labirinto em Creta, Minos aprisionou-o juntamente com o filho Ícaro numa torre. A intenção era manter secreta a existência do Minotauro, mas mesmo sabendo dos mexericos que grassavam por todo o lado, a principal razão para o secretismo era o desejo de deter o escândalo acerca da mulher Pasifae e o touro. A torre onde Minos tinha aprisionado Dédalo e o filho era bastante alta e eles encontravam-se no cimo. As escadas eram mantidas sob vigilância permanentemente, pelo que o rei estava seguro de que não poderiam fugir e por isso também não se preocupou com grilhões.
Dédalo olhou à volta do espaço para ver se descortinava alguma forma de fugir. Tinha com ele pedaços de cera e nos cantos da sala havia folhas e penas arrastadas pelo vento para dentro da janela. A torre nunca tinha sido limpa desde a sua construção. Dédalo juntou as penas e fez dois pares de asas com elas, colando-as com a cera. Escolheu para ele o par maior e deu o outro a Ícaro. "Tem cuidado." - recomendou ele ao filho - "Tens de seguir perto de mim. Não podes aproximar-te do mar, pois cairás se as penas se molharem, também não poderás aproximar-te do Sol, porque cairias se a cera aquecesse e derretesse."
Pai e filho passaram pela janela e voaram para fora da torre. Os cretenses que os viam pensavam que eram deuses imortais. Passaram voando sobre muitas das ilhas gregas e Ícaro começou a ficar aborrecido com o ritmo lento que o pai impunha assim como a altura sem variações a que seguiam. Certamente, pensou ele com os seus botões, o pai não daria conta se ele tentasse fazer umas manobras com as suas esplêndidas asas. Começou a fazer voos picados e saltos mortais pelos céus, cada vez voando mais alto, até ficar demasiado perto do Sol. A cera derreteu num instante o que fez com que se precipitasse no mar onde se afogou. Quando o pai olhou para trás, já só viu uma série de penas flutuando na água. E foi assim que o maior inventor, Dédalo, ajudou o filho a encontrar a liberdade, mas também a morte.
Anos mais tarde, Minos tentou forçar Dédalo a regressar a Creta, mas como não sabia para onde ele tinha ido, forjou um plano para o encontrar que era digno do próprio Dédalo. Minos ofereceu uma recompensa a quem conseguisse passar um fio por uma concha em espiral, desde a abertura até à ponta, convencido de que só Dédalo seria suficientemente inteligente para resolver a questão. Dédalo fez um furo na ponta da concha e besuntou-o com mel. Depois atou o fio numa formiga grande que enfiou pela abertura da concha e esta lá encontrou o caminho para chegar ao mel, arrastando consigo o fio. O rei da Sicília recebeu o prémio e acabou depois por confessar a Minos que, na realidade, o problema tinha sido resolvido pelo hóspede, um grande inventor. Minos dirigiu-se à Sicília em busca de Dédalo, mas as filhas do rei siciliano não quiseram perder a companhia do amado hóspede e atiraram com Minos para dentro de um banho onde o viriam a matar. A última invenção de Dédalo para Minos foi um tubo que partia do telhado por cima da banheira onde ele se encontrava e através do qual as princesas verteram água a ferver até que o rei de Creta morreu.
Teseu e Ariadne
Quando chegou a Atenas como um herói, Teseu não sabia nada dos reféns que estavam a ser enviados para Creta para morrerem, mas notou de imediato que as pessoas da cidade estavam mais ansiosas do que o normal e que no palácio tinham lugar rituais pesarosos. Quando lhe foi contado o que se passava, tomou logo a decisão de ajudar, pelo menos assumindo o lugar de um dos reféns que estavam para partir. Egeu esforçou-se desesperadamente para o convencer a não ir. Mas Teseu anunciou a decisão na praça do mercado e, uma vez tornada pública, o rei tinha mesmo de o enviar para Creta. "Não te atormentes mais" - disse Teseu - "eu prometo trazer todos os reféns de volta em triunfo, juntamente com a cabeça do Minotauro". A sua afirmação foi tão convincente que Egeu lhe deu umas velas brancas para equipar o barco na viagem de regresso. Até então o barco que fazia a ligação entre Atenas e Creta com a sua carga infeliz era equipado com velas negras, que significavam morte e luto. Agora, Egeu ousava esperar que veria o barco regressar com velas brancas de felicidade.
Durante a viagem, Teseu disse ao capitão do navio que tanto ele como os seus homens tinham de pernoitar em Creta prontos a partir em qualquer momento.O barco chegou ao porto de Creta e o rei Minos foi a bordo inspeccionar os reféns acompanhado pela mulher e pela filha Ariadne. A princesa apaixonou-se por Teseu mal o viu e, quando seguiam em procissão para o palácio, aproveitou uma oportunidade para lhe sussurrar ao ouvido "o Minotauro é meu meio-irmão, mas se quiseres casar comigo, ajudar-te-ei a matá-lo". Teseu concordou com um aceno de cabeça e uma grande satisfação; a sorte como habitualmente, traçava-lhe o caminho, ou seria obra da dourada Afrodite, a deusa do desejo, a quem ele tinha feito um sacrifício mesmo antes de partir de Atenas?
Ariadne arranjou uma forma de Teseu assinalar o percurso através do escuro labirinto de modo a que pudesse encontrar o caminho para a saída após acabar com o Minotauro. Ela deu-lhe um novelo de fio e disse-lhe para atar a ponta à porta. O fio iria sendo desenrolado à medida que ele fosse andando pelo labirinto, e para encontrar o caminho de volta , só tinha de seguir o fio pois este levá-lo-ia à saída. À noite os reféns foram levados para a entrada e empurrados, um a seguir ao outro, para a escuridão que cheirava a carnificina. Teseu conseguiu atar o fio de Ariadne na porta mal ela foi fechada e ordenou aos atenienses para se manterem ali e não se porem a andar, o que faria com que se perdessem, enquanto ele ia penetrar no labirinto, encontrar o monstro e matá-lo. Não dispunha de qualquer arma, evidentemente, e foi tacteando na escuridão, parando e escutando a cada curva do labirinto. Por fim, ouviu o Minotauro, que aguardava pacientemente pela primeira vítima para começar a espalhar o pânico e a gritaria. Teseu travou a sua mais dura luta, no escuro, de mãos vazias, contra um inimigo munido de chifres aguçados, mas o Minotauro tinha-se habituado a dar por satisfeito com a sua limitada dieta de atenienses aterrorizados e julgou mal este oponente. Assim, Teseu conseguiu atirá-lo ao chão, pegar-lhe pelos chifres e torcer-lhe a cabeça até lhe partir o pescoço.
Ariadne roubou a chave do labirinto e aguardava com a porta aberta, juntamente com os reféns atenienses, que Teseu chegasse agarrado ao fio. Correram todos para o porto e saltaram para dentro do navio que se fez à vela rumo a Atenas. O capitão e a tripulação não perderam tempo enquanto aguardavam no porto. Aproveitaram a escuridão para fazer buracos na maior parte dos navios cretenses, tendo deixado uns poucos que ainda ficaram em condições de navegar. Alguém deu o alarme e os habitantes de Creta precipitaram-se para os seus barcos para evitar que Teseu partisse, mas no meio de uma grande confusão só uns poucos conseguiram chegar perto do barco ateniense mas foram incapazes de o impedir de seguir o seu rumo.
Foi uma viagem tranquila e, passados poucos dias, Teseu e Ariadne chegaram à ilha de Naxos. Ariadne adormeceu à beira-mar e Teseu rastejou silenciosamente para dentro do barco e partiu. Ninguém sabe porque razão ele a abandonou. Ter-se-ia arrependido da promessa de casar com ela? Terá recebido instruções de Dionísio (Baco) que planeava desposá-la? Ou estaria ele farto dela após meia dúzia de noites de prazer, e até já andasse em perseguição de outra mulher? Fosse qual fosse a razão, a surpresa e o desgosto de Ariadne ao acordar não duraram muito. Ela pediu ajuda aos deuses e Dionísio apareceu de imediato com os companheiros de vadiagem, pronto a casar com ela na hora. A coroa que ela usou neste casamento viria depois a ser posta nos céus como Coroa Boreal.
Teseu seguiu para Atenas sem ela. No tumulto das aventuras, Teseu esqueceu-se de mudar as velas pretas para brancas, pelo que Egeu, que aguardava a sua chegada do cimo da Acrópole, um alto rochedo com lados em precipício, viu as velas pretas e, julgando que o filho tinha morrido, atirou-se da Acrópole para a morte e é em homenagem a ele que o Mar Egeu tem o seu nome.
Teseu tornou-se então rei de Atenas e governou durante muito tempo e, na maior parte dele, de forma sensata. Uma das suas decisões menos ponderadas foi o casamento com a Amazona Hipólita, a mesma mulher a quem Héracles (Hércules) tirou o cinto durante uma das suas tarefas; outras versões da história não referem Hipólita, mas sim a irmã Antiope. Fosse qual fosse a Amazona, a verdade é que Teseu a violou e a levou para Atenas, onde mais tarde ela viria a dar à luz o filho Hipólito. As irmãs de Hipólita ainda foram atacar Atenas, sem sucesso e, para cúmulo ainda tiveram o azar de matar Antíope (ou seria Hipólita?) com uma seta, durante a luta. A mulher seguinte foi igualmente uma escolha irreflectida de Teseu. Tratou-se de Freda, filha do rei Minos e de Pasifae, e irmã de Ariadne, a quem ele abandonara na ilha de Naxos. Quando Teseu levou Fedra para Atenas, ela ficou entusiasmada por Hipólito, o qual não tinha o menor interesse por ela. Afrodite tinha-a infectado com esta loucura amorosa por estar ofendida com Hipólito, que tinha feito votos de castidade à deusa virgem Ártemis (Diana) desprezando o desejo sexual da deusa. Fedra adoeceu de anseio ardente. Por fim, a sua aia descobriu o seu desejo secreto e aproximou-a de Hipólito, que estava com qualquer mulher, mas não com a esposa do pai. Em seguida, Fedra ficou cheia de medo de que Hipólito dissesse a Teseu do seu desejo pecaminoso por ele e, em desespero, enforcou-se tendo deixado uma placa de cera contendo a acusação de que Hipólito tinha tentado violá-la. Teseu acreditou na mulher e condenou o filho ao exílio. Posidon tinha, havia muito, dado a Teseu o dom dos três desejos e agora ele usava um deles para desejar a morte ao filho. E assim aconteceu, quando Hipólito conduzia o carro ao longo da costa, afastado de Atenas. Posidon fez estremecer a terra e enviou um touro do mar, o que fez com que os cavalos ficassem completamente desnorteados, galopassem para a praia e arrastassem Hipólito para a morte. Há quem diga que a constelação Cocheiro representa Hipólito. A deusa Ártemis apareceu a Teseu e revelou-lhe a verdade, ou seja, a inocência do filho. Se fosse permitido aos deuses chorarem, ela teria chorado pela morte do amigo muito querido. Teseu não teve mais nenhuns actos dignos de nota até à sua morte. Graças aos seus dotes, libertou o mundo de muitos homens malvados, mas a sua vida foi cheia de problemas, em larga medida provocados por ele, especialmente os seus comportamentos imprudentes e loucos com as mulheres.
Reflexologia
Reflexologia é uma arte suave, uma ciência fascinante e uma forma extremamente eficaz de massagem terapêutica no campo da medicina complementar.
A REFLEXOLOGIA É UMA TÉCNICA ESPECÍFICA DE PRESSÃO QUE ACTUA EM PONTOS REFLEXOS PRECISOS DOS PÉS COM BASE NA PREMISSA DE QUE AS ÁREAS REFLEXAS DOS PÉS TEM CORRESPONDÊNCIA A TODAS AS PARTES DO CORPO.(Este fenómeno da representação microcósmica de partes do corpo em diferentes áreas do organismo também se manifesta na íris do olho, na face, na orelha, na coluna e nas mãos. Todavia as áreas correspondentes dos pés são as mais específicas, tornando mais fácil trabalhar com elas).
A pressão é aplicada nas áreas reflexas com os dedos das mãos. A meta da reflexologia é o retorno da harmonia. O passo mais importante para isso é reduzir a tensão e induzir o relaxamento. A massagem reflexa dos pés é útil no tratamento de doenças e eficaz para manter a saúde e prevenir o aparecimento de doenças.
O reflexólogo não cura, somente o corpo é capaz de o fazer, mas ajuda a equilibrar todos os sistemas corporais.
O reflexólogo não pratica medicina, nunca diagnostica uma doença ou trata uma doença específica. Não prescreve ou ajusta a dosagem de medicamentos.
Ao trazer o corpo de volta a um estado de harmonia o tratamento pode combater diversas doenças: relaxa tensões, melhora a circulação sanguínea, a oxigenação, o sistema nervoso, ajudando a equilibrar o organismo naturalmente.
A REFLEXOLOGIA É UMA TÉCNICA ESPECÍFICA DE PRESSÃO QUE ACTUA EM PONTOS REFLEXOS PRECISOS DOS PÉS COM BASE NA PREMISSA DE QUE AS ÁREAS REFLEXAS DOS PÉS TEM CORRESPONDÊNCIA A TODAS AS PARTES DO CORPO.(Este fenómeno da representação microcósmica de partes do corpo em diferentes áreas do organismo também se manifesta na íris do olho, na face, na orelha, na coluna e nas mãos. Todavia as áreas correspondentes dos pés são as mais específicas, tornando mais fácil trabalhar com elas).
A pressão é aplicada nas áreas reflexas com os dedos das mãos. A meta da reflexologia é o retorno da harmonia. O passo mais importante para isso é reduzir a tensão e induzir o relaxamento. A massagem reflexa dos pés é útil no tratamento de doenças e eficaz para manter a saúde e prevenir o aparecimento de doenças.
O reflexólogo não cura, somente o corpo é capaz de o fazer, mas ajuda a equilibrar todos os sistemas corporais.
O reflexólogo não pratica medicina, nunca diagnostica uma doença ou trata uma doença específica. Não prescreve ou ajusta a dosagem de medicamentos.
Ao trazer o corpo de volta a um estado de harmonia o tratamento pode combater diversas doenças: relaxa tensões, melhora a circulação sanguínea, a oxigenação, o sistema nervoso, ajudando a equilibrar o organismo naturalmente.
Peça Luís Vaz de Camões - Festa de fim de ano de Literatura Portuguesa
Os descobrimentos constituíram simultaneamente uma das causas e consequências do Renascimento e incutiram no Homem uma confiança maior em si próprio, contribuindo para a sua valorização pessoal e para o seu saber baseado na experiência.
Apesar de instituída a inquisição em Portugal e da censura aplicada pelo tribunal do Santo Ofício, Homens gravaram o seu nome e a sua obra na História Literária Portuguesa.
Um deles, poeta do séc. XVI, de todos o maior, viajante, letrado, humanista, trovador e fidalgo esfomeado, tendo numa mão a pena e noutra a espada, resumiu toda uma civilização do seu tempo com vibração emotiva e permanente lucidez.
Melhor que ninguém, descreveu com angustiada reflexão os desencontros e a dramaticidade dos sentimentos humanos.
Eis Luís Vaz de Camões!!!
(Camões está sentado como que escrevendo...)
(Chega alguém...)
(Amigo)
-Como tendes passado Luís Vaz? Pareceis abatido... Desgostos de Amor?
(Camões lê:)
De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro;
Belo rosto por quem morro
Onde mereci eu tal pensamento
Nunca de ser humano merecido?
(Amigo)
-Ora, Ora, Luis Vaz, tudo passa...
Amanhã é outro dia!
(Camões)
- É verdade, amigo, contudo
Amor não se rege por razão;
Não posso perder a esperança
Forçado é que eu espere e viva
(Camões continua suspirando e diz:)
Os suspiros que em vão entrego ao vento,
Paga-mos quem mos causa em desenganos;
(Amigo)
- Vá lá, coragem, um homem com a tua visão e o teu humor... o tempo tudo cura!
(Camões)
Tem o tempo sua ordem já sabida.
O mundo, não; mas anda tão confuso
Que parece que dele Deus se esquece
Quando a suprema dor muito me aperta,
A vontade livre desconcerta
Mostrando que é engano ou fingimento
Dizer que em tal descanso mais se acerta.
(Pausa, suspirando...)
Já tempo foi que meus olhos folgavam
De ver os verdes campos graciosos;
Foi tempo que nos bosques me alegravam
Os cantares das aves saudosos.
(Amigo)
-Dedica-te à tua arte! Ninguém te iguala, Luís Vaz... Conta as tuas aventuras, as tuas descobertas...Um Homem de tanto saber e tamanha experiência como tu não se pode abater!
(Camões)
No Mundo, poucos anos e cansados
Vivi, cheios de vil miséria dura;
Corri terras e mares apartados, Buscando à vida algum remédio ou cura.
Esforço grande, igual ao pensamento;
E desfeitos depois em chuva e vento
(Amigo)
Mas escuta Luís Vaz, quem produz uma obra-prima com 10 cantos, 1.102 oitavas e 8.816 versos, onde tu retratas maravilhosamente o mundo e pedaços da História de Portugal... Tu Luís Vaz serás lembrado como o maior humanista do renascimento. Tempos virão em que o teu nome e a tua obra serão honrados.
(Camões)
- Ah, sim? Achas? Se os meus humildes versos podem tanto...
Estranha ousadia! Estranho feito!
Quanta incerta esperança, quanto engano!
Quando viver de falsos pensamentos,
Não haja em aparência confianças.
(Camões pergunta)
-Eu? Camões? Nome e Obra honrados?! Talvez...
Não me falta na vida honesto estudo
Com longa experiência misturado
Nem engenho que aqui vereis presente,
Cousas que juntas se acham raramente...
2009, Dr.ª Ana Paula Domingues
Apesar de instituída a inquisição em Portugal e da censura aplicada pelo tribunal do Santo Ofício, Homens gravaram o seu nome e a sua obra na História Literária Portuguesa.
Um deles, poeta do séc. XVI, de todos o maior, viajante, letrado, humanista, trovador e fidalgo esfomeado, tendo numa mão a pena e noutra a espada, resumiu toda uma civilização do seu tempo com vibração emotiva e permanente lucidez.
Melhor que ninguém, descreveu com angustiada reflexão os desencontros e a dramaticidade dos sentimentos humanos.
Eis Luís Vaz de Camões!!!
(Camões está sentado como que escrevendo...)
(Chega alguém...)
(Amigo)
-Como tendes passado Luís Vaz? Pareceis abatido... Desgostos de Amor?
(Camões lê:)
De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro;
Belo rosto por quem morro
Onde mereci eu tal pensamento
Nunca de ser humano merecido?
(Amigo)
-Ora, Ora, Luis Vaz, tudo passa...
Amanhã é outro dia!
(Camões)
- É verdade, amigo, contudo
Amor não se rege por razão;
Não posso perder a esperança
Forçado é que eu espere e viva
(Camões continua suspirando e diz:)
Os suspiros que em vão entrego ao vento,
Paga-mos quem mos causa em desenganos;
(Amigo)
- Vá lá, coragem, um homem com a tua visão e o teu humor... o tempo tudo cura!
(Camões)
Tem o tempo sua ordem já sabida.
O mundo, não; mas anda tão confuso
Que parece que dele Deus se esquece
Quando a suprema dor muito me aperta,
A vontade livre desconcerta
Mostrando que é engano ou fingimento
Dizer que em tal descanso mais se acerta.
(Pausa, suspirando...)
Já tempo foi que meus olhos folgavam
De ver os verdes campos graciosos;
Foi tempo que nos bosques me alegravam
Os cantares das aves saudosos.
(Amigo)
-Dedica-te à tua arte! Ninguém te iguala, Luís Vaz... Conta as tuas aventuras, as tuas descobertas...Um Homem de tanto saber e tamanha experiência como tu não se pode abater!
(Camões)
No Mundo, poucos anos e cansados
Vivi, cheios de vil miséria dura;
Corri terras e mares apartados, Buscando à vida algum remédio ou cura.
Esforço grande, igual ao pensamento;
E desfeitos depois em chuva e vento
(Amigo)
Mas escuta Luís Vaz, quem produz uma obra-prima com 10 cantos, 1.102 oitavas e 8.816 versos, onde tu retratas maravilhosamente o mundo e pedaços da História de Portugal... Tu Luís Vaz serás lembrado como o maior humanista do renascimento. Tempos virão em que o teu nome e a tua obra serão honrados.
(Camões)
- Ah, sim? Achas? Se os meus humildes versos podem tanto...
Estranha ousadia! Estranho feito!
Quanta incerta esperança, quanto engano!
Quando viver de falsos pensamentos,
Não haja em aparência confianças.
(Camões pergunta)
-Eu? Camões? Nome e Obra honrados?! Talvez...
Não me falta na vida honesto estudo
Com longa experiência misturado
Nem engenho que aqui vereis presente,
Cousas que juntas se acham raramente...
2009, Dr.ª Ana Paula Domingues
Mitologia - 20 verdades
1 - O Mito significa uma narrativa sobre as origens do mundo, dos homens, das coisas.
2 - A Mitologia não é o estudo das palavras.
3 - Em Antropologia, em História e em Psicologia, os Mitos foram utilizados para se pensar sobre o comportamento humano.
4 - A cultura grega e romana são duas das culturas base da Europa.
5 - As outras culturas base são a celta, a germânica, a judaica e a cristã.
6 - Os mitos gregos foram utilizados em psicanálise.
7 - O complexo de Èdipo não é um comportamento histórico, de longa duração.
8 - A caixa de Pandora significa a imprudência feminina.
9 - Os deuses olímpicos devem o seu nome ao monte onde habitavam.
10 - A primeira geração de deuses gregos eram todos irmãos.
11 - Deucalião e Pirra são as personagens do mito grego sobre o aparecimento dos primeiros homens na terra, na cultura grega.
12 - O mito do Minotauro foi criado a partir de um ser metade homem, metade touro.
13 - Ícaro era filho de Dédalo e morreu quando se aproximou, a voar, do sol.
14 - Os mitos das sociedades tradicionais existem em contextos como África e Oceânia.
15 - Segundo Levi-Strauss, os mitos comunicam entre si.
16 - A Mitologia refere-se a temas base das estruturas elementares do pensamento do homem, como por exemplo, a coragem ou a virtude.
17 - Os africanos acreditam no animismo.
18 - O totemismo não é uma forma de estrutura religiosa e política.
19 - Os feiticeiros, em África, são os mediadores do sagrado.
20 - Quando Lévi-Bruhl apresentou a sua teoria do pré-logismo, foi contrariado por Marcel Griaule, que fez trabalho de campo entre os Dogões.
2 - A Mitologia não é o estudo das palavras.
3 - Em Antropologia, em História e em Psicologia, os Mitos foram utilizados para se pensar sobre o comportamento humano.
4 - A cultura grega e romana são duas das culturas base da Europa.
5 - As outras culturas base são a celta, a germânica, a judaica e a cristã.
6 - Os mitos gregos foram utilizados em psicanálise.
7 - O complexo de Èdipo não é um comportamento histórico, de longa duração.
8 - A caixa de Pandora significa a imprudência feminina.
9 - Os deuses olímpicos devem o seu nome ao monte onde habitavam.
10 - A primeira geração de deuses gregos eram todos irmãos.
11 - Deucalião e Pirra são as personagens do mito grego sobre o aparecimento dos primeiros homens na terra, na cultura grega.
12 - O mito do Minotauro foi criado a partir de um ser metade homem, metade touro.
13 - Ícaro era filho de Dédalo e morreu quando se aproximou, a voar, do sol.
14 - Os mitos das sociedades tradicionais existem em contextos como África e Oceânia.
15 - Segundo Levi-Strauss, os mitos comunicam entre si.
16 - A Mitologia refere-se a temas base das estruturas elementares do pensamento do homem, como por exemplo, a coragem ou a virtude.
17 - Os africanos acreditam no animismo.
18 - O totemismo não é uma forma de estrutura religiosa e política.
19 - Os feiticeiros, em África, são os mediadores do sagrado.
20 - Quando Lévi-Bruhl apresentou a sua teoria do pré-logismo, foi contrariado por Marcel Griaule, que fez trabalho de campo entre os Dogões.
Luisa Todi
"A música prende-se às ciências exactas pela harmonia e pela acústica. Prende-se à poética pelo ritmo. Prende-se à linguística e a todos os ramos do conhecimento humano. A música é condição vital para o homem.
Ainda que raros e de pouca monta, alguns escritos do séc. XVIII, como jornais de música, almanaques alemães e franceses, notícias avulsas em inglês e italiano e outros documentos revelam a existência de uma mulher que no passado deixou a sua marca como figura do mundo artístico. Eis Luísa Rosa de Aguiar, nascida a 9 de Janeiro de 1753, em Setúbal. A nossa Luísa Todi!!!Reconhecida no seu tempo devido às notas cristalinas que caracterizavam a sua voz.
Sustentando a balança da persistência e da coragem, construiu uma carreira de sucesso e também uma família.
Luísa Todi, apesar de ter criado seis filhos, edificou uma carreira plena de triunfos públicos.teve sempre na família e no seu companheiro e esposo, o violinista italiano Francisco Todi, apoio e suporte inquestionáveis.
Vários atributos tais como formosura, graça, educação artística perfeita e simpatia lhe são atribuídos.
Segundo relatos a sua vocalização era perfeita e com uma expressão natural, sem exagero e sem gritos.
De acordo com documentos biográficos era uma mulher de carácter e de inteligência no cultivo da amizade, no interesse e na preocupação com a falta de apoio nas artes (até parece que viveu nos nossos dias!) e, também, no interesse em cultivar-se pois falava fluentemente francês, inglês, alemão e italiano.
Mulher meiga e sentimental, digna e inspiradora, tratada com deferência e benignidade por todos os que lhe reconheciam o talento.
Não lhe teria sido mais fácil optar por uma vida "ociosa", num país onde ainda era proibida a carreira artística a uma mulher?!
Luísa Todi subjugou a Europa com o poder da sua voz e o mágico encanto de uma natureza artística consubstanciada na máxima perfeição.
Cumpriu plenamente a sua missão como artista! A glória é dela e por isso de todos nós!
Mulher que soube arrancar do poeta Quintana um grito de alma, uma exclamação espontânea, um desafogo de tumultuosas paixões que um coração de artista soube registar em versos de poeta...
Após ter escutado Luisa Todi, alguém escreveu as seguintes palavras:
Seria esta a Todi? Não! não é esta a voz da Todi,
Euterpe mesmo desceu do Hélicon;
Não só para encantar os Deuses mas também os homens,
Soam as melodias da sua voz em obras primas de alto valor.
Nós admirámos - e sentimos - e lágrimas houve
Que correram em honra da musa sublime.
Gratos te somos, oh tu! dos corações vencedora!
Mortal como figura humana,
Vives imortal como artista,
E junto ao templo de Urânia
Adoram os fiéis também os teus altares
O fim da sua existência não foi, contudo, risonho.
Já completamente cega e acometida de uma afecção cerebral exala o último suspiro em 1 de Outubro de 1833, no 2º andar da Travessa da Estrela, em Lisboa, e é sepultada no cemitério da Igreja da Encarnação.
Ficará, porém, gravada na história, na dupla condição de mulher honrada e de excepcional veia artística.
É uma honra podermos divulgar algo sobre a vida de uma mulher que faz parte da galeria de famosos, com provas dadas, nascidos nesta cidade de Setúbal. O silêncio não pode calar uma vida rica em projectos, realizações e sucessos como o desta e de tantas outras mulheres que ajudam a construir um mundo melhor."
Dr.ª Ana Paula Domingues
Ainda que raros e de pouca monta, alguns escritos do séc. XVIII, como jornais de música, almanaques alemães e franceses, notícias avulsas em inglês e italiano e outros documentos revelam a existência de uma mulher que no passado deixou a sua marca como figura do mundo artístico. Eis Luísa Rosa de Aguiar, nascida a 9 de Janeiro de 1753, em Setúbal. A nossa Luísa Todi!!!Reconhecida no seu tempo devido às notas cristalinas que caracterizavam a sua voz.
Sustentando a balança da persistência e da coragem, construiu uma carreira de sucesso e também uma família.
Luísa Todi, apesar de ter criado seis filhos, edificou uma carreira plena de triunfos públicos.teve sempre na família e no seu companheiro e esposo, o violinista italiano Francisco Todi, apoio e suporte inquestionáveis.
Vários atributos tais como formosura, graça, educação artística perfeita e simpatia lhe são atribuídos.
Segundo relatos a sua vocalização era perfeita e com uma expressão natural, sem exagero e sem gritos.
De acordo com documentos biográficos era uma mulher de carácter e de inteligência no cultivo da amizade, no interesse e na preocupação com a falta de apoio nas artes (até parece que viveu nos nossos dias!) e, também, no interesse em cultivar-se pois falava fluentemente francês, inglês, alemão e italiano.
Mulher meiga e sentimental, digna e inspiradora, tratada com deferência e benignidade por todos os que lhe reconheciam o talento.
Não lhe teria sido mais fácil optar por uma vida "ociosa", num país onde ainda era proibida a carreira artística a uma mulher?!
Luísa Todi subjugou a Europa com o poder da sua voz e o mágico encanto de uma natureza artística consubstanciada na máxima perfeição.
Cumpriu plenamente a sua missão como artista! A glória é dela e por isso de todos nós!
Mulher que soube arrancar do poeta Quintana um grito de alma, uma exclamação espontânea, um desafogo de tumultuosas paixões que um coração de artista soube registar em versos de poeta...
Após ter escutado Luisa Todi, alguém escreveu as seguintes palavras:
Seria esta a Todi? Não! não é esta a voz da Todi,
Euterpe mesmo desceu do Hélicon;
Não só para encantar os Deuses mas também os homens,
Soam as melodias da sua voz em obras primas de alto valor.
Nós admirámos - e sentimos - e lágrimas houve
Que correram em honra da musa sublime.
Gratos te somos, oh tu! dos corações vencedora!
Mortal como figura humana,
Vives imortal como artista,
E junto ao templo de Urânia
Adoram os fiéis também os teus altares
O fim da sua existência não foi, contudo, risonho.
Já completamente cega e acometida de uma afecção cerebral exala o último suspiro em 1 de Outubro de 1833, no 2º andar da Travessa da Estrela, em Lisboa, e é sepultada no cemitério da Igreja da Encarnação.
Ficará, porém, gravada na história, na dupla condição de mulher honrada e de excepcional veia artística.
É uma honra podermos divulgar algo sobre a vida de uma mulher que faz parte da galeria de famosos, com provas dadas, nascidos nesta cidade de Setúbal. O silêncio não pode calar uma vida rica em projectos, realizações e sucessos como o desta e de tantas outras mulheres que ajudam a construir um mundo melhor."
Dr.ª Ana Paula Domingues
Introdução à Psicologia
1 - Definição de psicologia
A psicologia é uma ciência que estuda comportamentos e processos mentais, partindo da sua descrição para a explicação desses comportamentos de modo a poder prever e controlar as respostas comportamentais.
Etimologicamente psicologia deriva do grego e significa estudo da alma (psyche+logos).
2 - O objecto de estudo da psicologia científica
A psicologia actualmente é designada como o estudo dos comportamentos dos homens e animais ou seja, das sensações, percepções, emoções, pensamentos e acções do homem.
Note-se que até ao séc. XIX a psicologia era estudada por filósofos e o seu objecto era "os estados da alma", "a consciência", "as faculdades da mente". No séc. XVII Descartes identifica razão e alma.
A psicologia do comportamento (psicologia behaviorista) iniciada por Watson tendo como antecedentes os trabalhos sobre o reflexo condicionado de Pavlov (reflexologia), tem como objectivo a previsão e o controlo do comportamento humano.
Nas metodologias usadas em psicologia, há os testes e os inquéritos.
Na actualidade há diversos ramos da psicologia (Infantil -estuda o comportamento das crianças; de Grupo - comportamento de indivíduos inseridos em grupos; Social - comportamentos culturais; Psicanálise (Freud) - processos do inconsciente; Clínica - comportamentos patológicos, Aplicada e Organizacional - ligados ao trabalho; Animal e Etologia - comportamento dos animais no seu habitat; Comparada - associação dos comportamentos animais ao humano; Psicofisiologia - estudo da relação do comportamento com a sua base fisiológica, recorrendo-se à neurofisiologia, Psicologia do Desenvolvimento (Jean Piaget)- estuda o ciclo da vida desde a infância até à velhice; Psicopatologia - estuda os comportamentos fora da normalidade.
3 - Psicologia do senso comum
Este tipo de psicologia não é uma ciência.
É uma realidade cultural cada vez mais generalizada no mundo moderno.
Baseia-se na intuição.
Uma dedução vulgar, não científica, quando bem feita pode levar a bons resultados.
A palavra intuição é muitas vezes o nome de Insight - compreensão global às vezes repentina, de uma dedução comparativa muito rápida, como por exemplo quando se ouve dizer "é um frustrado, como é que pode ser feliz?!"
Esta forma de fazer psicologia assenta em coisas que se ouviu dizer, melhor ou pior assimiladas e que se tornam estereótipos.
Para além dos estereótipos, intervêm na Psicologia do Senso Comum os preconceitos, atitudes, tradições, crenças, etc, como algo do tipo "não é boa rês, não vai à igreja...".
Na realidade emitimos alguns pareceres de carácter mais ou menos psicológico.
A psicologia é uma ciência que estuda comportamentos e processos mentais, partindo da sua descrição para a explicação desses comportamentos de modo a poder prever e controlar as respostas comportamentais.
Etimologicamente psicologia deriva do grego e significa estudo da alma (psyche+logos).
2 - O objecto de estudo da psicologia científica
A psicologia actualmente é designada como o estudo dos comportamentos dos homens e animais ou seja, das sensações, percepções, emoções, pensamentos e acções do homem.
Note-se que até ao séc. XIX a psicologia era estudada por filósofos e o seu objecto era "os estados da alma", "a consciência", "as faculdades da mente". No séc. XVII Descartes identifica razão e alma.
A psicologia do comportamento (psicologia behaviorista) iniciada por Watson tendo como antecedentes os trabalhos sobre o reflexo condicionado de Pavlov (reflexologia), tem como objectivo a previsão e o controlo do comportamento humano.
Nas metodologias usadas em psicologia, há os testes e os inquéritos.
Na actualidade há diversos ramos da psicologia (Infantil -estuda o comportamento das crianças; de Grupo - comportamento de indivíduos inseridos em grupos; Social - comportamentos culturais; Psicanálise (Freud) - processos do inconsciente; Clínica - comportamentos patológicos, Aplicada e Organizacional - ligados ao trabalho; Animal e Etologia - comportamento dos animais no seu habitat; Comparada - associação dos comportamentos animais ao humano; Psicofisiologia - estudo da relação do comportamento com a sua base fisiológica, recorrendo-se à neurofisiologia, Psicologia do Desenvolvimento (Jean Piaget)- estuda o ciclo da vida desde a infância até à velhice; Psicopatologia - estuda os comportamentos fora da normalidade.
3 - Psicologia do senso comum
Este tipo de psicologia não é uma ciência.
É uma realidade cultural cada vez mais generalizada no mundo moderno.
Baseia-se na intuição.
Uma dedução vulgar, não científica, quando bem feita pode levar a bons resultados.
A palavra intuição é muitas vezes o nome de Insight - compreensão global às vezes repentina, de uma dedução comparativa muito rápida, como por exemplo quando se ouve dizer "é um frustrado, como é que pode ser feliz?!"
Esta forma de fazer psicologia assenta em coisas que se ouviu dizer, melhor ou pior assimiladas e que se tornam estereótipos.
Para além dos estereótipos, intervêm na Psicologia do Senso Comum os preconceitos, atitudes, tradições, crenças, etc, como algo do tipo "não é boa rês, não vai à igreja...".
Na realidade emitimos alguns pareceres de carácter mais ou menos psicológico.
Teste psicológico - Comunicação: você sabe escutar?
Responda às seguintes perguntas:
1- Há alguma lei ou Código Civil Português que proíba um homem de se casar com a irmã da sua viúva?
2- Se você se deitar às 8 da noite e regular o seu velho despertador para acordar às 9 da manhã, de quantas horas de sono pode beneficiar?
3- Em Espanha houve um 25 de Abril de 1974?
4- Você entra numa sala fria, sem electricidade, com um único fósforo na sua caixa. Depara com um fogão a gás, uma lâmpada a petróleo e uma lareira com lenha. Para obter o máximo calor, o que deve acender primeiro?
5- Quantos animais de cada espécie levou Moisés consigo para bordo da Arca durante o Grande Dilúvio?
6- Uns meses têm 30 dias, outros 31. Quantos têm 28?
7- Quantos dias de aniversário terá o português médio em 2026?
8- De acordo com o Direito Aéreo Internacional, se um avião comercial na linha Madrid-Paris se despenhar na fronteira entre Espanha e França, onde deverão ser sepultados os sobreviventes não identificados, no país de origem ou de destino?
9- Um buraco demora 15 minutos a fazer, quanto demora meio buraco?
10- Se conduzisse um autocarro e saísse de Lisboa com 42 passageiros, parasse em Leiria largasse 3 e apanhasse 2 e, chegasse ao Porto 6 horas mais tarde, qual é o nome de condutor?
Respostas:
1- Não há realmente nenhuma lei, mas para ter uma viúva o homem teria de estar morto.
2- Apenas 1 hora já que o velho despertador não sabe a diferença entre 9 da manhã e 9 da noite.
3- Sim.
4- O fósforo.
5- Moisés não levou nenhum, foi Noé que levou dois de cada espécie.
6- Todos.
7- só tem 1 dia de aniversário por ano.
8- Não se podem sepultar sobreviventes.
9- Não há meios buracos.
O seu nome.
quantas respostas certas?
10 - Você sabe escutar.
7 a 9 - Você houve geralmente com atenção o que dizem mas tem tendência para deixar a sua opinião formar-se antes de captar toda a informação disponível.
4 a 6 - Você tem tendência para se aborrecer quando tem de escutar, por isso escuta "em diagonal".
1 a 3 pontos - Você tem pouca paciência para escutar. Escutar é um talento útil que compensa treinar.
0 - Você nasceu noutro mundo. O melhor é considerarmos que o defeito é do jogo.
1- Há alguma lei ou Código Civil Português que proíba um homem de se casar com a irmã da sua viúva?
2- Se você se deitar às 8 da noite e regular o seu velho despertador para acordar às 9 da manhã, de quantas horas de sono pode beneficiar?
3- Em Espanha houve um 25 de Abril de 1974?
4- Você entra numa sala fria, sem electricidade, com um único fósforo na sua caixa. Depara com um fogão a gás, uma lâmpada a petróleo e uma lareira com lenha. Para obter o máximo calor, o que deve acender primeiro?
5- Quantos animais de cada espécie levou Moisés consigo para bordo da Arca durante o Grande Dilúvio?
6- Uns meses têm 30 dias, outros 31. Quantos têm 28?
7- Quantos dias de aniversário terá o português médio em 2026?
8- De acordo com o Direito Aéreo Internacional, se um avião comercial na linha Madrid-Paris se despenhar na fronteira entre Espanha e França, onde deverão ser sepultados os sobreviventes não identificados, no país de origem ou de destino?
9- Um buraco demora 15 minutos a fazer, quanto demora meio buraco?
10- Se conduzisse um autocarro e saísse de Lisboa com 42 passageiros, parasse em Leiria largasse 3 e apanhasse 2 e, chegasse ao Porto 6 horas mais tarde, qual é o nome de condutor?
Respostas:
1- Não há realmente nenhuma lei, mas para ter uma viúva o homem teria de estar morto.
2- Apenas 1 hora já que o velho despertador não sabe a diferença entre 9 da manhã e 9 da noite.
3- Sim.
4- O fósforo.
5- Moisés não levou nenhum, foi Noé que levou dois de cada espécie.
6- Todos.
7- só tem 1 dia de aniversário por ano.
8- Não se podem sepultar sobreviventes.
9- Não há meios buracos.
O seu nome.
quantas respostas certas?
10 - Você sabe escutar.
7 a 9 - Você houve geralmente com atenção o que dizem mas tem tendência para deixar a sua opinião formar-se antes de captar toda a informação disponível.
4 a 6 - Você tem tendência para se aborrecer quando tem de escutar, por isso escuta "em diagonal".
1 a 3 pontos - Você tem pouca paciência para escutar. Escutar é um talento útil que compensa treinar.
0 - Você nasceu noutro mundo. O melhor é considerarmos que o defeito é do jogo.
04/07/10
Comunicação
"A natureza deu-nos dois olhos, dois ouvidos e uma boca, para que pudéssemos observar e escutar mais do que falar" Zenão.
As relações entre as pessoas estabelecem-se através da comunicação (communicare = entrar em relação com ou pôr em comum).
Quando comunicamos...
100% é o que queremos dizer
80% é o que dizemos
60% é o que se ouve
40% é o que se compreende
30% é o que se retém
A comunicação não-verbal:
.É responsável pela primeira impressão
.Informa sobre o estado emocional do indivíduo
.Regula a comunicação verbal (as mensagens não verbais podem ser usadas para substituir, repetir, enfatizar ou contradizer a mensagem verbal).
Principais obstáculos à comunicação (diferentes interpretações):
.Atenção
.Motivação para o assunto
.Ausência de habilidade comunicacionais
.Estado emocional/físico do indivíduo
.Ruídos e interferências externas
.Complexidade da mensagem
No processo comunicacional existem:
o emissor
o receptor
a mensagem
o feed-back
Princípios a seguir para uma comunicação eficaz:
Demonstrar interesse
Estar disponível para ouvir
Estabelecer empatia (perceber o tipo de percepção do outro)
Saber dialogar (saber dizer, saber perguntar, saber escutar)
Técnicas de comunicação eficaz:
1-Escuta activa
2-Empatia
3-Feedback / Reformulação
Obstáculos à escuta activa:
1-Referenciar tudo à própria experiência
2-Interromper sistematicamente
3-Sonhar acordado
4-Ouvir apenas o que se quer ouvir
5-Fazer juízos de valor
Regras da escuta activa:
Sustentar normalmente o olhar
Procurar compreender o que o interlocutor está a sentir
Manter expressão empática
Procurar sincronizar-se em termos de comunicação não verbal
Não interromper
Demonstrar interesse
Não se deixar influenciar por juízos de valor acerca do interlocutor
Feedback:
1 Através de expressões verbais de empatia (uh! uh!; sim, sim, Continue...)
2 Através de expressões visuais de empatia (Olhar - sustentar o olhar; Postura física; Expressão gestual - gestos afirmativos e moderados; Voz - tom afável e ritmo moderado)
Reformulação
1 - repita o que o interlocutor disse por outras palavras (se bem entendi... então quer dizer que...)
2 - Saiba perguntar / Utilize perguntas abertas (perguntas começadas por "como", "quando", "onde", "de que modo")
3 - Faça a síntese do que foi dito (então o que pretende é...)
As relações entre as pessoas estabelecem-se através da comunicação (communicare = entrar em relação com ou pôr em comum).
Quando comunicamos...
100% é o que queremos dizer
80% é o que dizemos
60% é o que se ouve
40% é o que se compreende
30% é o que se retém
A comunicação não-verbal:
.É responsável pela primeira impressão
.Informa sobre o estado emocional do indivíduo
.Regula a comunicação verbal (as mensagens não verbais podem ser usadas para substituir, repetir, enfatizar ou contradizer a mensagem verbal).
Principais obstáculos à comunicação (diferentes interpretações):
.Atenção
.Motivação para o assunto
.Ausência de habilidade comunicacionais
.Estado emocional/físico do indivíduo
.Ruídos e interferências externas
.Complexidade da mensagem
No processo comunicacional existem:
o emissor
o receptor
a mensagem
o feed-back
Princípios a seguir para uma comunicação eficaz:
Demonstrar interesse
Estar disponível para ouvir
Estabelecer empatia (perceber o tipo de percepção do outro)
Saber dialogar (saber dizer, saber perguntar, saber escutar)
Técnicas de comunicação eficaz:
1-Escuta activa
2-Empatia
3-Feedback / Reformulação
Obstáculos à escuta activa:
1-Referenciar tudo à própria experiência
2-Interromper sistematicamente
3-Sonhar acordado
4-Ouvir apenas o que se quer ouvir
5-Fazer juízos de valor
Regras da escuta activa:
Sustentar normalmente o olhar
Procurar compreender o que o interlocutor está a sentir
Manter expressão empática
Procurar sincronizar-se em termos de comunicação não verbal
Não interromper
Demonstrar interesse
Não se deixar influenciar por juízos de valor acerca do interlocutor
Feedback:
1 Através de expressões verbais de empatia (uh! uh!; sim, sim, Continue...)
2 Através de expressões visuais de empatia (Olhar - sustentar o olhar; Postura física; Expressão gestual - gestos afirmativos e moderados; Voz - tom afável e ritmo moderado)
Reformulação
1 - repita o que o interlocutor disse por outras palavras (se bem entendi... então quer dizer que...)
2 - Saiba perguntar / Utilize perguntas abertas (perguntas começadas por "como", "quando", "onde", "de que modo")
3 - Faça a síntese do que foi dito (então o que pretende é...)
Setúbal - Destino turístico?
Até num deserto é possível criar um destino turístico! Las Vegas, por exemplo.
Para ser destino turístico é condição indispensável a existência, no local ou região, de património natural ou construído que seja suficientemente atractivo para gerar correntes turísticas.
Pontos a favor do concelho de Setúbal e da sua região como destino turístico:
- A serra da Arrábida
- O Estuário do Sado e a sua baía
- Praias de excelência: Tróia, Portinho da Arrábida, Figueirinha, Galápos, Albarquel
- Existência de bom peixe e marisco
- Razoável equipamento hoteleiro
- Grande qualidade dos seus vinhos, queijos e doçaria
- Artesanato, fábricas de azulejos e de outro tipo de cerâmica
- Existência de sítios arqueológicos, ruínas romanas e vestígios pré-históricos
- Monumentos e património antigo de grande valor, castelo árabe de Palmela, castelo de S. Filipe forte de Albarquel, forte do Outão, convento dos Cartuxos, convento e igreja de Jesus, convento de Brancanes, convento de São Francisco, igrejas de S. Julião, de Santa Maria, de São Sebastião, palácio da Bacalhoa, o cruzeiro, o pelourinho, o portal da Gafaria, a ermida de N. Sª. do Livramento, a porta de S. Sebastião, a Mouraria, a Judiaria, a Casa do Espírito Santo (Museu do Barroco), o mercado do Livramento, a muralha medieval.
- Museus: quinhentista, do barroco, do trabalho, etnográfico, da cidade.
- Boas acessibilidades
Para ser destino turístico é condição indispensável a existência, no local ou região, de património natural ou construído que seja suficientemente atractivo para gerar correntes turísticas.
Pontos a favor do concelho de Setúbal e da sua região como destino turístico:
- A serra da Arrábida
- O Estuário do Sado e a sua baía
- Praias de excelência: Tróia, Portinho da Arrábida, Figueirinha, Galápos, Albarquel
- Existência de bom peixe e marisco
- Razoável equipamento hoteleiro
- Grande qualidade dos seus vinhos, queijos e doçaria
- Artesanato, fábricas de azulejos e de outro tipo de cerâmica
- Existência de sítios arqueológicos, ruínas romanas e vestígios pré-históricos
- Monumentos e património antigo de grande valor, castelo árabe de Palmela, castelo de S. Filipe forte de Albarquel, forte do Outão, convento dos Cartuxos, convento e igreja de Jesus, convento de Brancanes, convento de São Francisco, igrejas de S. Julião, de Santa Maria, de São Sebastião, palácio da Bacalhoa, o cruzeiro, o pelourinho, o portal da Gafaria, a ermida de N. Sª. do Livramento, a porta de S. Sebastião, a Mouraria, a Judiaria, a Casa do Espírito Santo (Museu do Barroco), o mercado do Livramento, a muralha medieval.
- Museus: quinhentista, do barroco, do trabalho, etnográfico, da cidade.
- Boas acessibilidades
Caracteres informais para mensagens electrónicas
>:-) Matreiro como uma raposa
'-) Piscar de olho
>:-( Desagradado
:-& Sem palavras
8-) Uso óculos
:-( Triste, infeliz
:-) Sorriso
:-O :-O Beijos
'-) Piscar de olho
>:-( Desagradado
:-& Sem palavras
8-) Uso óculos
:-( Triste, infeliz
:-) Sorriso
:-O :-O Beijos
Mário Dionísio - Entrou aqui a inspiração
Entrou aqui a inspiração
pela janela aberta
apanhou o artista de surpresa
que não cria nela
Entrou num turbilhão
de incerteza
e oferta
Entrou saiu
e só deixou
no vazio que encontrou
um quarto um cavalete uma janela
pela janela aberta
apanhou o artista de surpresa
que não cria nela
Entrou num turbilhão
de incerteza
e oferta
Entrou saiu
e só deixou
no vazio que encontrou
um quarto um cavalete uma janela
Julieta Ferreira (Lx,1952) - Romancista e Poetisa
Ah! A incomensurável distância
Sem tréguas... sem ruptura...
Que me afasta de tudo o mais amado!
Pela aridez estéril do deserto que trilho
Vivo na miragem de um oásis desejado
Sem ser quimera ou fantasia
Para além do aqui e agora...
Num espaço em que me conheço e sou
Já não o corpo pesado levitando
já não o espírito maltratado pelo devir
Ou a mente afogada na densa bruma
Do desconhecido assustador porvir
Já não o grito sufocado que se calou
No vazio do meu peito tão fatigado.
Sem tréguas... sem ruptura...
Que me afasta de tudo o mais amado!
Pela aridez estéril do deserto que trilho
Vivo na miragem de um oásis desejado
Sem ser quimera ou fantasia
Para além do aqui e agora...
Num espaço em que me conheço e sou
Já não o corpo pesado levitando
já não o espírito maltratado pelo devir
Ou a mente afogada na densa bruma
Do desconhecido assustador porvir
Já não o grito sufocado que se calou
No vazio do meu peito tão fatigado.
03/07/10
26/06/10
Jesus Cristo e a sua projecção histórica
Na vida humana
Basta relançar um rápido olhar sobre a falange dos mártires que rubricaram com o sangue a sua adesão incondicional a Jesus Cristo e atentar sobre o cortejo imenso dos confessores que testificaram com a heroicidade das suas virtudes o amor e a dedicação a Cristo patente na imitação das suas virtudes: Santos Agostinho, Patrício, Bento, Gregório Magno, Bonifácio, Pedro Damião, Anselmo, Bernardo, Francisco de Assis, Domingos, Tomás de Aquino, Boaventura, Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa de Jesus, João da Cruz, Vicente de Pádua, João Bosco, etc. e Santas Catarina de Sena, Matilde, Gertrudes, Teresa d'Ávila, etc.
Na arte
A aparição de Cristo na arte não se fez de forma súbita e espectacular.
As paredes das catacumbas ou nos apresentam certos símbolos pagãos, como Orpheu, esse mito que recebe em Jesus a sua plena significação, ou no-lo apresentam sob a forma dilecta do Bom Pastor ou sob a forma do Cordeiro que se imola pela humanidade.
Jesus aparece também no emblema do peixe, figura que, também por alegoria, representava os cristãos, peixes nascidos na água do baptismo.
Por mais que o desejássemos, não há nenhum retrato autêntico de Jesus. assim a figura de Cristo irá reflectindo a imagem que os vários séculos e as várias espiritualidades d'Ele se vão formando.
Ao séc. XII remonta certa discrição dos traços fisionómicos de Cristo que se vai tornar estereotipada e aparecerá por exemplo na Vita Christi de Ludolfo da Saxónia e na nossa corte imperial.
Com o advento do triunfo social do Cristianismo, a figura de Cristo assumirá uma aspecto imperial. E temos os "Cristos majestade", sobretudo no "Pentocrator" (Omnipotente) bizântino, em que a figura do Senhor se senta num trono majestático, abençoando, por vezes, com a direita e sustentando na esquerda o livro dos sete selos do Apocalipse. Assim, a fonte inspiradora desse livro vai ao encontro da psicologia dos tempos imperiais, sobretudo de Bizâncio. Ele é o alfa e o ómega, o princípio e o fim.
Outras vezes, esta figuração confunde-se com a do Juíz do fim dos tempos, tendo ao lado os Evangelistas e Apóstolos ou os 24 anciãos do Apocalipse.
Outro mistério frequente na pintura bizântina é o da Anastase (Ressurreição). As cenas da Paixão, no Ocidente, mais influenciado pelo naturalismo grego, começam a apresentar-nos, no séc.V, um crucificado nu, mas cheio de nobreza, e sempre com algum atributo significativo da divindade do supliciado. Enquanto no Oriente há mais repugnância à nudez naturalista, a figura de Cristo começa por apresentar-se vestida, embora pregada na cruz.
Mas a pouco a pouco, vai-se formando o tipo tradicional de Jesus crucificado.
Quanto à querela das imagens (iconoclastia) as cenas do Natal e do presépio sofrem naturalmente a influência franciscana do séc. XIII. Antes, Jesus Menino, em Bizâncio, aparecia nos joelhos de Maria voltado para nós, à maneira de um pequenino Basileus, nos braços da imperatriz Basilissa.
Do mesmo modo, mas com a rigidez românica primitiva, no Ocidente, até que, gradualmente, o diálogo entre Mãe e Filho se torna maleável e familiar, até chegarmos, na Baixa Idade Média, à Senhora do Leite, amamentando seu filho divino.
As outras cenas da vida de Jesus, como a do Baptismo, da vida oculta, fuga para o Egipto, e muitas outras, vão-se multiplicando com insistência vária, segundo as várias épocas.
Assim, no período românico, os Crucifixos macerados de dor e e as visões do Apocalipse vão sendo inspiradas pelo sobressalto social das últimas invasões, particularmente dos Árabes. É ver os célebres pórticos românicos de Vezelay, Moissac e outros.
Depois a influência Bizântina a seguir às cruzadas, a estabilidade social das comunas e o desenvolvimento interno da arte levam a uma representação mais optimista e aparecem à porta das catedrais, os Cristos de Majestade, herdeiros do Pantocratos, como por exemplo, na sublime representação do Beau Dieu de Amiens.
Com o declínio da Idade Média acentuam-se as cenas de paixão, as de Jesus morto nos braços de Maria ou as da sua descida ao túmulo.
O Renascimento naturalista aproveita-se do tema, quantas vezes, com certo espírito de humorismo tranquilo, a resplandecer na anatomia exacta de um Cristo de Velazquez, que fica nos antípodas da Crucificação de Grunewald, para não falarmos do Crucifixo de Perpinhão.
E são frequentes no Barroco as cenas familiares de interior, tantas vezes idealizadas numa grandeza de ambiente que estiveram longe de possuir, como em Veronese e Rubens.
A última ceia não podia deixar de ser, já desde os primeiros tempos do Românico, tema predilecto dos artistas, mais insistente quando se tratou de contentar a heresia protestante.
E tanto nos fins da Idade Média, como pelo Classicismo adiante, muitas vezes se representará Jesus Homem, nos braços do pai, sob o adejar do Espírito Santo.
No Barroco, retomar-se-á o interesse por Jesus padecente e pelo sensacionalismo das cenas da Paixão vindas da Idade Média. Ao mesmo tempo os presépios, as bodas de Canã, o Golgata, as Ressurreições, etc. enchem-se de uma multidão de personagens que satisfazem a ênfase da época e, de algum modo, aumentavam a grandeza do mistério.
no Romantismo, há que confessar a decadência da Arte Religiosa, mesmo nas tentativas dos pró-rafaelistas de a conduzirem à simplicidade dos primitivos. Caiu-se numa representação de Jesus de sentimentalismo fácil, que vulgarmente se chamou "arte de S. Sulpício".
Mais modernamente, com Maurice Denis e o seu influxo, com a escola beneditina de Beurou e sobretudo com o dramatismo de Rouault, voltou-se a uma maior autenticidade na representação d'Aquele que será sempre o objecto supremo da arte, o mais incansavelmente buscado e o mais variadamente realizado, sem jamais se conseguir chegar ao ideal que ultrapasse todo o sentido.
Basta relançar um rápido olhar sobre a falange dos mártires que rubricaram com o sangue a sua adesão incondicional a Jesus Cristo e atentar sobre o cortejo imenso dos confessores que testificaram com a heroicidade das suas virtudes o amor e a dedicação a Cristo patente na imitação das suas virtudes: Santos Agostinho, Patrício, Bento, Gregório Magno, Bonifácio, Pedro Damião, Anselmo, Bernardo, Francisco de Assis, Domingos, Tomás de Aquino, Boaventura, Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa de Jesus, João da Cruz, Vicente de Pádua, João Bosco, etc. e Santas Catarina de Sena, Matilde, Gertrudes, Teresa d'Ávila, etc.
Na arte
A aparição de Cristo na arte não se fez de forma súbita e espectacular.
As paredes das catacumbas ou nos apresentam certos símbolos pagãos, como Orpheu, esse mito que recebe em Jesus a sua plena significação, ou no-lo apresentam sob a forma dilecta do Bom Pastor ou sob a forma do Cordeiro que se imola pela humanidade.
Jesus aparece também no emblema do peixe, figura que, também por alegoria, representava os cristãos, peixes nascidos na água do baptismo.
Por mais que o desejássemos, não há nenhum retrato autêntico de Jesus. assim a figura de Cristo irá reflectindo a imagem que os vários séculos e as várias espiritualidades d'Ele se vão formando.
Ao séc. XII remonta certa discrição dos traços fisionómicos de Cristo que se vai tornar estereotipada e aparecerá por exemplo na Vita Christi de Ludolfo da Saxónia e na nossa corte imperial.
Com o advento do triunfo social do Cristianismo, a figura de Cristo assumirá uma aspecto imperial. E temos os "Cristos majestade", sobretudo no "Pentocrator" (Omnipotente) bizântino, em que a figura do Senhor se senta num trono majestático, abençoando, por vezes, com a direita e sustentando na esquerda o livro dos sete selos do Apocalipse. Assim, a fonte inspiradora desse livro vai ao encontro da psicologia dos tempos imperiais, sobretudo de Bizâncio. Ele é o alfa e o ómega, o princípio e o fim.
Outras vezes, esta figuração confunde-se com a do Juíz do fim dos tempos, tendo ao lado os Evangelistas e Apóstolos ou os 24 anciãos do Apocalipse.
Outro mistério frequente na pintura bizântina é o da Anastase (Ressurreição). As cenas da Paixão, no Ocidente, mais influenciado pelo naturalismo grego, começam a apresentar-nos, no séc.V, um crucificado nu, mas cheio de nobreza, e sempre com algum atributo significativo da divindade do supliciado. Enquanto no Oriente há mais repugnância à nudez naturalista, a figura de Cristo começa por apresentar-se vestida, embora pregada na cruz.
Mas a pouco a pouco, vai-se formando o tipo tradicional de Jesus crucificado.
Quanto à querela das imagens (iconoclastia) as cenas do Natal e do presépio sofrem naturalmente a influência franciscana do séc. XIII. Antes, Jesus Menino, em Bizâncio, aparecia nos joelhos de Maria voltado para nós, à maneira de um pequenino Basileus, nos braços da imperatriz Basilissa.
Do mesmo modo, mas com a rigidez românica primitiva, no Ocidente, até que, gradualmente, o diálogo entre Mãe e Filho se torna maleável e familiar, até chegarmos, na Baixa Idade Média, à Senhora do Leite, amamentando seu filho divino.
As outras cenas da vida de Jesus, como a do Baptismo, da vida oculta, fuga para o Egipto, e muitas outras, vão-se multiplicando com insistência vária, segundo as várias épocas.
Assim, no período românico, os Crucifixos macerados de dor e e as visões do Apocalipse vão sendo inspiradas pelo sobressalto social das últimas invasões, particularmente dos Árabes. É ver os célebres pórticos românicos de Vezelay, Moissac e outros.
Depois a influência Bizântina a seguir às cruzadas, a estabilidade social das comunas e o desenvolvimento interno da arte levam a uma representação mais optimista e aparecem à porta das catedrais, os Cristos de Majestade, herdeiros do Pantocratos, como por exemplo, na sublime representação do Beau Dieu de Amiens.
Com o declínio da Idade Média acentuam-se as cenas de paixão, as de Jesus morto nos braços de Maria ou as da sua descida ao túmulo.
O Renascimento naturalista aproveita-se do tema, quantas vezes, com certo espírito de humorismo tranquilo, a resplandecer na anatomia exacta de um Cristo de Velazquez, que fica nos antípodas da Crucificação de Grunewald, para não falarmos do Crucifixo de Perpinhão.
E são frequentes no Barroco as cenas familiares de interior, tantas vezes idealizadas numa grandeza de ambiente que estiveram longe de possuir, como em Veronese e Rubens.
A última ceia não podia deixar de ser, já desde os primeiros tempos do Românico, tema predilecto dos artistas, mais insistente quando se tratou de contentar a heresia protestante.
E tanto nos fins da Idade Média, como pelo Classicismo adiante, muitas vezes se representará Jesus Homem, nos braços do pai, sob o adejar do Espírito Santo.
No Barroco, retomar-se-á o interesse por Jesus padecente e pelo sensacionalismo das cenas da Paixão vindas da Idade Média. Ao mesmo tempo os presépios, as bodas de Canã, o Golgata, as Ressurreições, etc. enchem-se de uma multidão de personagens que satisfazem a ênfase da época e, de algum modo, aumentavam a grandeza do mistério.
no Romantismo, há que confessar a decadência da Arte Religiosa, mesmo nas tentativas dos pró-rafaelistas de a conduzirem à simplicidade dos primitivos. Caiu-se numa representação de Jesus de sentimentalismo fácil, que vulgarmente se chamou "arte de S. Sulpício".
Mais modernamente, com Maurice Denis e o seu influxo, com a escola beneditina de Beurou e sobretudo com o dramatismo de Rouault, voltou-se a uma maior autenticidade na representação d'Aquele que será sempre o objecto supremo da arte, o mais incansavelmente buscado e o mais variadamente realizado, sem jamais se conseguir chegar ao ideal que ultrapasse todo o sentido.
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